Entretanto, a História Integrada no final dos anos 60,cujo as explicações eram fundamentadas na teoria da dependência, procuravam analisar o atraso dos países latino-americanos, as interpretações passaram a ser feitas pelas determinações externas sobre os acontecimentos internos das nações.
Já nos anos 80, os conteúdos de história ignorava a realidade específica dos conflitos de classes do Brasil, assim como todos os demais países latino-americanos, que passaram a ser entendidos apenas como resultantes da história europeia e norte americana.
2. Circe Bittencourt possui graduação em História
pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas - USP (1967), pós-graduação em
Metodologia e Teoria de História pela faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - USP
(1969), mestrado em História Social pela
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas - USP (1988) e doutorado em História
Social pela Universidade de São Paulo (1993).
Atualmente é professor pós-graduação da
Faculdade de Educação USP e da Pontificia
Universidade Católica- SP. Tem experiência na
área de história das disciplinas e currículos
escolares e educação indígena. Desenvolve
pesquisas atualmente sobre a história dos livros
didáticos, mantendo a organização do banco de
dados LIVRES referente aos livros didáticos
brasileiros de 1810 a 2007, sobre ensino de
historia e história da educação, em especial
história da educação indígena.
3. O ensino de história no
Brasil está associado à
constituição de identidade
nacional.
4. O ato educacional é um ato político.
O nacionalismo aparece como um valor
ultrapassado.
A história integrada.
5. Uma análise de algumas obras didáticas
recentes e de grande circulação, para o ensino
fundamental e para o ensino médio, permitiu
identificar rapidamente e diluição de conteúdos da
História do Brasil.Segundo esse levantamento:
Ensino médio (volume único): com 42 capítulos
apenas 12 são efetivamente de conteúdo de História
do Brasil
Ensino Fundamenta (volume para quatro séries):
com 168 capítulos apenas 30 são relativos à História
brasileira.
6. Entretanto, a História Integrada no final dos
anos 60,cujo as explicações eram fundamentadas
na teoria da dependência, procuravam analisar o
atraso dos países latino-americanos, as
interpretações passaram a ser feitas pelas
determinações externas sobre os acontecimentos
internos das nações.
Já nos anos 80, os conteúdos de história
ignorava a realidade específica dos conflitos de
classes do Brasil, assim como todos os demais
países latino-americanos, que passaram a ser
entendidos apenas como resultantes da história
europeia e norte americana.
7. O ENSINO DE HISTÓRIA NO BRASIL
E O NACIONALISMO
9. História do Brasil nos currículos das
escolas secundárias:
O ensino de História foi introduzido de
maneira obrigatória nos currículos das escolas
com o objetivo político explícito de contribuir
para a construção da ideia do Brasil ser uma
nação, de ter uma identidade nacional.
No entanto, a História do Brasil nunca
ocupou um lugar significativo nos programas
curriculares brasileiros e menos ainda na
prática escolar.
10. No Império...
predominou o ensino de História Universal e de
História Sagrada. A História do Brasil era
reservada para os anos finais.
Na fase Republicana...
inserção do Brasil no mundo ocidental e
cristão.
-> 1930 - Mudanças Educacionais
11. O ensino secundário continua destinado a preparar as elites,
guias e condutoras do povo, mas, dentre seus objetivos, havia
uma acentuada preocupação em formar “o espírito de
nacionalidade” de uma verdadeira “consciência patriótica”.
Predominava uma construção de identidade nacional
por meio de um processo de mergulho no mundo branco,
ocidental e cristão. Permaneciam os pressupostos de uma
história política, dentre os quais a figura quase que exclusiva
do estado-nação como sujeito principal.
Nos anos 70 assiste-se a uma organização diferente do
currículo, criando-se o primeiro grau com oito anos e um
segundo grau profissionalizante.
12. A mudança do perfil dos alunos criavam novas
necessidades e possibilidades de repensar o ensino
da história nacional e de seu papel na constituição
da identidade nacional.
A escola tornou-se um lugar mais democrático que
visa atender a jovens provenientes de todas as
camadas sociais e que, evidentemente, não se
identificavam com uma história restrita a um
passado construído sob critérios de valorização de
uma elite. Os PCN’s propõem uma reforma e
necessidade de estudar de forma mais consistente, a
história da América e introduzir a história da África
em suas articulações com o Brasil.
13. Identidade Nacional e Democracia Racial
A história do Brasil tem sido ensinada visando
construir a ideia de um passado único e
homogêneo, sem atentar para os diferentes setores
sociais e étnicos que compõem a sociedade
brasileira.
Constatam muitas dessas críticas que a ideia de
um povo homogêneo com um passado único ser
consolidou por intermédio da difusão de que somos
um povo caracterizado pela democracia racial.
14. A teoria da democracia racial, é preciso salientar, foi
criada para fundamentar uma homogeneização
cultural e omitir as diferenças e desigualdades
sociais. Serviu para fortalecer a ideia de uma história
nacional caracterizada pela ausência de conflitos
porque afinal, não somos e nem fomos um povo
guerreiro(a própria independência foi pacifica, assim
como a libertação dos escravos)e internamente,
vivemos sem problemas decorrentes de racismos,
preconceitos étnicos, ou ainda, discriminações,
exclusões.
15. Omitir ou ignorar um problema não é,
evidentemente, uma tarefa educadora mas
apresentá-lo como objeto de estudo
escolar numa perspectiva de História do
Brasil como núcleo do estudo histórico e
não como apêndice da História Geral.
16. Conclusão
A questão do ensino da Historia do
Brasil requer portanto um
compromisso político e cultural para
que ela seja cuidadosamente estudada
e a seleção de seus conteúdos
obedeça a critérios metodológicos e
de fundamentação teórica rigorosa
quanto a sua historiografia e
pedagogia, evitando um ensino
dogmático e ideológico.