Press 20 anos na e para a comunicação organizacional
1. Press 20 anos na e para a comunicação organizacional: uma trajetória de mudanças
Com uma cultura organizacional marcada pela flexibilidade e adaptabilidade, a
agência atravessa os anos se mantendo sempre atual.
O contexto social contemporâneo, marcado principalmente pela globalização e pelas
novas tecnologias, modificou tanto as organizações quanto os públicos. As
organizações passaram a ocupar novo ethos, sendo colocadas em um lugar nunca
antes ocupado, a ponto de Drucker (1999) afirmar que a sociedade transformou-se em
uma sociedade de organizações. O autor acrescenta que quase todas as tarefas
necessárias ao funcionamento da sociedade, atualmente, são feitas por organizações
empresariais, governamentais ou do terceiro setor, estando essas cada vez mais
presentes no cotidiano das pessoas. Já seus interlocutores também foram
transformados e ampliados. São consumidores, organizações não governamentais,
comunidades, funcionários, imprensa, políticos, que passaram a exigir mais, cobrar
mais os seus direitos.
Esse estado de coisas impulsionou o surgimento de uma comunicação organizacional
que, segundo Torquato (2009), pela fresta do “jornalismo empresarial”, em torno dos
anos de 1960. O “jornalzinho” dos funcionários foi, então, o embrião do que viria a ser
a comunicação organizacional que temos hoje, da qual fazemos parte e modestamente
contribuímos para crescer.
Um importante marco foi o surgimento da então Associação Brasileira de Editores de
Revistas e jornais de Empresas – Aberje, instituição que ainda hoje é um ícone
referencial do segmento da comunicação organizacional. A partir daí se inicia um longo
e frutífero percurso tanto pratico quanto teórico deste campo ou subcampo da
comunicação social. O próprio Gaudêncio Torquato em 1973 defende sua tese de
doutorado sobre o tema jornalismo empresarial, comunicação empresarial. Dos anos
1980 em diante, além do House Organ, e em função das pressões externas de
consumidores e imprensa, surge a função do assessor de imprensa, que efetivamente
se integra ao mix de comunicação empresarial junto com ao marketing e a publicidade.
Press release comunicação empresarial
Dentro desse contexto, nasce a Press Release Comunicação Empresarial, em 1994, com
o objetivo de atender as empresas, especificamente em assessoria de imprensa. Nesta
década, o país vivia um período econômico de estabilidade e a chegada da internet foi
a propulsora de grandes transformações. Para se ter uma ideia, entregávamos releases
impressos de redação em redação, via motoboy e, entre outros Estados, mandávamos
por fax ou por correio.
O e-mail mudou esse procedimento, agilizando o processo e inaugurando uma nova
maneira de relacionamento com a imprensa. Seguindo o raciocínio histórico, até os
anos 2000 tanto a agência, como a comunicação empresarial, de forma generalizada,
experimentaram uma grande expansão.
2. Na esteira dessas inovações tecnológicas vieram novas demandas por comunicação
empresarial, a partir também das mudanças sociais. A questão da tecnologia da
informação foi e é tão definidora nas novidades ocasionadas na sociedade
contemporânea que ela passou a ser caracterizada por seus métodos de acessar,
processar e distribuir informações. Esse acesso às informações, pela combinação de
diversos dispositivos como satélites, televisão, telefones celulares, computadores e
internet, produziu o aumento da conexão entre as pessoas e as organizações,
quebrando barreiras como a distância e a língua, e diminuindo fronteiras geográficas,
sociais e humanas.
Surgem assim, novos públicos cada vez mais exigentes em relação às organizações,
como comunidades vizinhas, ONGs, consumidores, funcionários, grupos de pressão,
órgãos reguladores e fiscalizadores, entre outros.
Press Release muda para Press Comunicação
Dessa forma, a Press se viu impelida a oferecer outros serviços ás empresas, dentro
ainda do “guarda chuva” da comunicação externa e interna. Por meio da elaboração
de produções editoriais como revistas, jornais, relatórios, books etc; publicidade
institucional; e design gráfico. Para dar conta dessa nova realidade a agencia
promoveu várias mudanças, inclusive no próprio nome. Passamos a adotar apenas o
Press Comunicação, pois precisávamos ter explicito na marca este novo conceito de
abrangência.
Em uma perspectiva mais estratégica, antecipando uma tendência que viria se firmar
no nosso segmento de atuação, passamos a oferecer serviços de planejamento
estratégico, análise, diagnóstico, pesquisa etc. Adotamos na assessoria de imprensa, o
conceito evolutivo de Relacionamento com Imprensa, marcando os contornos mais
estratégicos do serviço, conforme discutimos no artigo XXXXX .
Porém, nos anos seguintes, observamos um novo boom de desenvolvimento e uso da
internet, caracterizado, principalmente, com o surgimento das redes sociais, hoje
capitaneadas pelo Facebook, Twitter e Linkedin. Lembro-me de ouvir o Roberto Civita,
então presidente do Grupo Abril, em um Congresso de Comunicação em São Paulo,
preconizar a era digital, dando ênfase ao e-book como um “substituto” das publicações
em papel. Mesmo antes do tempo previsto por ele, naquele momento, já percebemos
a comunicação digital em toda a sua extensão como uma realidade posta e
desafiadora.
Press 20 anos
Estamos completando 20 anos, em 2014. A Press institui seu núcleo de Comunicação
digital como resposta a esse cenário social, fazendo a gestão de sites, redes sociais,
utilizando técnicas do SEO, usando e destrinchando o Google Analitcs – ferramenta de
analise e métricas, postando conteúdos entre outros. Estamos convictos que isso ainda
é só o começo, pois a comunicação digital, certamente, trará ainda muitas novidades e
3. espaços para uma nova plataforma de comunicação que nos faz e fará repensar todos
os nossos conceitos e estratégias.
Press no futuro
Nesses vinte anos até hoje, podemos dizer que tudo mudou e muda cada vez mais e
com maior velocidade. Todas essas características citadas não só permanecem como
são potencializadas. A comunicação e as informações circulam em quantidade e
velocidade estratosféricas, o consumismo se exacerba, dando novos contornos e
poderes ao consumidor e aos diversos públicos das empresas.
As organizações, nessa sociedade de mercado, passam a ter cada vez mais espaço e
importância na vida da sociedade e, com isso, novas responsabilidades, novos papéis,
mais poderes. Confirmando nossa percepção, Lipovetsky, um pensador
contemporâneo, dispara “no momento em que triunfam a tecnologia genética, a
globalização liberal e os direitos humanos, o rótulo pós-moderno já ganhou rugas,
tendo esgotado sua capacidade de exprimir o mundo que se anuncia”. No seu lugar,
estaria então a “hipermodernidade”, profetizada por ele como o mundo do
superlativo, onde tudo é excessivo e muda o tempo todo, onde a novidade tornou-se
exigência permanente (LIPOVETSKY, 2004, p. 52, grifo nosso).
E a Press, caracterizada por uma cultura organizacional aberta a criatividade, as
inovações, horizontalizada, permitindo a interação de todos os colaboradores, se
mostra apta a enfrentar este estado de coisas que se mostram desafiadores, mas
também motivadores para nos lançarmos aos próximos 20 anos.
Por Cláudia Tanure
Diretora Executiva da Press
Mestre em Comunicação
Bibliografia
DRUCKER, Peter. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1999.
LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.
TORQUATO Gaudêncio. Da Genese do jornalismo empresarial e das relações públicas à
comunicação organizacional no Brasil. In: KUNSCH, Margarida Maria Krolhling et al.
(Org.). Comunicação organizacional: Histórico, fundamentos e processos. v.1. São
Paulo: Saraiva 2009.