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Eu via um Brasil na TV
Tel evisão busca se adaptar para não perder públicoapós o avanço da internet e da comunicação digital
A cena virou marco do cinema brasileiro. Lorde Cigano e a trupe da Caravana Rolidai, aochegarem a uma praça de uma cidade dointerior de
Al agoas, enxergamo motivo para os seusespetáculos, antes sucesso de público, estarem tãovazios. Na noite emque ocirco estrearia, toda a
população, incluindoprefeito, padre e delegado, estavamparados, inertes, à frente de uma televisão.
No ano de 1979, quandoo filme “Bye, Bye Brasil”, de Cacá Diegues, foi lançado, havia a discussão se a presença acachapante das novelas e
programasde TV não estaria absorvendoquase por completo ointeresse popular. Por conta da “caixa mágica” , boa parte dasmanifestações
culturais dopaís, sobretudo asde rua, passaram a ser negligenciadas. Maisde 30 anos depois, o debate é parecido, mas com outros papéis atores.
Quem sofreria coma queda de audiência, tal como umcircomambembe correndoas cidades, seria justamente a televisão. E o chamarizexpostona
praça caberia à internet e à comunicaçãodigital.
Os números comprovam a analogia. Enquanto nos últimos dez anos cresceramno Brasil as opções de informativos, páginassociais e outras atrações
desenvolvidas para a rede mundial de computadores, o desempenho dos quadrostelevisivos, mesmoos seus principais, comoas novelas e os
programasde auditório, caíram de forma acelerada. Segundodados do Ibope, na década de 80, uma novela da Globo - Roque Santeiro, por exemplo
- conseguia atingir 95% de todos oslares na mesma faixa horária. O índice médiodas últimasatraçõesdo tiponão chega a 30%.
A internet entrou definitivamente no gostonacional. De acordocom a Pesquisa Brasileira de Mídia, divulgada pela Secretaria de Comunicação
Social da Presidência da República, aspessoas passam 4 horas e 59 minutos navegando pela internet, que é o meio maisacessado. A TV está em
segundo, com 4 horase 31 minutos. A divisãoda audiência, porém, é diferente. O Jornal Nacional, segundoo Ibope, têmmenos públicopor dia do
que os grandes portais da internet. Mas osseus, emmédia, quatro milhõesde telespectadores estão concentradosempouco mais de 40 minutos,
que é o tempo de exibiçãodo programa. Já asaudiências dos portais, alguns ultrapassando os cincomilhões, ficam dispersasnas 24 horas do dia.
A TV, de qualquer forma, tenta manter sua relevância, e segurar o público, oferecendo atrações que atingiram grande repercussão on line. Os
ex emplossão muitos. O canal fechado Fox, noiníciodo ano, fechou contrato com a produtora Porta dos Fundos para exibir parte de seus esquetes.
Ao todo, são quase 400vídeos, commédia superior a 3,5 milhões de visualizações cada um. Na Globo e no SBT, programas tradicionais, entre eles o
Fantástico, líder dasnoites de domingo, exibeme analisamviraisda internet.
A individualidade e o exibicionismodasredessociais também acabaramencontrando guarita na TV. Já virourotina realities shows, até na grade do
jornalismo, que mostramo dia a dia de pessoascomuns. Nesse mês, por exemplo, um jornal exibido em MinasGerais iniciou uma série que
acompanha as aventurasde suasrepórteresgestantes. O título do quadro se utiliza de um jargão da rede:#partiugravidez.
No filme de Diegues, Lorde Cigano, sob pretexto de um truque ilusionista, explodiu oaparelho de TV da praça. Acabou sendoex pulso da cidade.
Hoje, a sua estratégia de vingança seria outra. Ele talvez postasse vídeos de apresentações de Ciço, Salomé e Andorinha noyoutube. Aliás, nãoé
preciso muita pesquisa paraver o espetáculo de sua caravana porlá. (link:https://www.youtube.com/watch?v=qH_Supqepgo)

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