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¹Jornalista (UNINOVE), Radialista – setores locução e programação musical (SENAC-SP). 
E-mail:Thiago_castilha@yahoo.com.br 
A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL 
COMO FERRAMENTA DE MARKETING 
Thiago Castilha¹ 
RESUMO 
O enfraquecimento das Mídias Tradicionais, Meios de Comunicação de Massa, e o crescimento das Mídias das Fontes revela a complexidade da comunicação na atualidade propondo a reflexão sobre estruturas e poder na Sociedade. A comunicação em massa não é mais suficiente para atingir objetivos de uma organização. A customização e o interesse por assuntos específicos caminham paralelamente as necessidades e falta de tempo que as pessoas sofrem na modernidade Mundial. O Brasil reflete a situação internacional. As fontes criam seus próprios veículos de comunicação e promovem independência perante as vontades das Mídias de Massa utilizando as mesmas ferramentas do jornalismo em outro formato, mas sob a mesma intenção: a defesa de interesses. 
Palavras-chave: Mídias das Fontes, Comunicação Institucional, Nichos de Mercado 
1 INTRODUÇÃO 
O processo da democracia da informação já começou e não pode ser ignorado. As grandes corporações da mídia já estão atentas a estas mudanças. As instituições, antes dependentes da “boa vontade” da mídia de massa estão criando seus canais de comunicação.
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Em um cenário como este existe dois pontos de relevância: desafios e oportunidades. Aos profissionais da comunicação cabe entender, decifrar e superar o oceano de informação que está sendo gerado a cada instante. As oportunidades estão na possibilidade de ganhar relevância social sem depender das grandes redes oligárquicas da mídia. 
O paradigma discutido neste artigo é o crescimento das mídias institucionais denominadas como Mídias das Fontes, fenômeno que surgiu e ganhou relevância como alternativa as empresas dominadoras das Mídias de Comunicação de Massa. 
A contribuição da presente pesquisa está na identificação de um nicho de trabalho, logo uma oportunidade aos profissionais em inicio de carreira, bem como os já ingressados na profissão do Jornalismo. 
No campo acadêmico, esta pesquisa contribui para identificação e visa proporcionar maior conhecimento sobre as consideradas Mídias de Fontes e o processo revolucionário em que estão envolvidas, cuja ação contribui para a redução do poder das MCM, uma vez que as Mídias Corporativas vêm ocupando espaço gradualmente no campo comunicacional. 
2 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL 
A comunicação corporativa, também conhecida como comunicação empresarial tem seus primeiros registros na Europa do século XVI. As primeiras publicações catalogadas foram a alemã Zeitungen e a italiana Avvis, ambas de propriedade de casas bancárias. Eram folhetos com noticias, muito diferentes do formato das publicações que conhecemos na atualidade. (SANTOS, 1995) 
Dentro da definição de imprensa institucional existem três características fundamentais: Propriedade, periodicidade e caráter jornalístico. O grande potencializador da comunicação corporativa foram as conseqüências econômicas e sociais da Revolução Industrial que criou demanda para o exercício de tal atividade, pois as empresas em pleno crescimento precisavam de espaço para divulgar suas atividades. (SANTOS, 1995) 
Sobre a comunicação institucional, responsável tanto pela redução parcial do domínio e poder quase absoluto dos veículos de comunicação tradicionais sobre a construção e legitimação de realidades, como pela criação de uma relação entre estes mesmos veículos e a comunicação corporativa, podemos considerar que tal fenômeno proporcionou voz e espaço
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próprio às empresas e organizações antes meras participantes e fontes de informação dos meios de comunicação tradicionais. (SANT’ANNA, 2006). Na sociedade brasileira o surgimento e desenvolvimento da comunicação institucional como tem sido progressivo e está se consolidando a cada dia. 
No anos 80, a imprensa sindical (empregados) brasileira foi uma grande escola para a mídia das instituições patronais. Os trabalhadores, intelectuais e estudantes buscavam um novo horizonte para os brasileiros. Nesse contexto ocorreram as greves no ABC e a consolidação das entidades sindicais representativas dos movimentos populares. (KUCINSKI; 2003) 
A evolução da comunicação nas últimas décadas aponta forte tendência e oportunidade para o profissional do jornalismo no campo institucional. As mídias tradicionais estão perdendo força e liquidez. Quadro de funcionários enxuto, em função de questões econômicas – perda do consumidor, no caso do impresso, que acompanha e se informa pela internet, meio que apesar das possibilidades multimídias ainda não oferece retorno financeiro. 
[...] No Brasil, o campo da Comunicação Organizacional evoluiu nos últimos quarenta anos das reflexões operacionais sobre o jornalismo empresarial – produzido no contexto da administração científica e de uma sociedade politicamente e economicamente fechada – para uma comunicação que, na contemporaneidade, deve ser produzida para uma sociedade mais aberta, em termos comportamentais, e, no entanto, mais complexa no que se refere aos desafios econômicos, sociais e ecológicos[...] (Nassar, 2008, pg. 73) 
As mídias digitais se caracterizam, de lá para cá [anos 90], por grande abrangência, alta interatividade e velocidade de intervenção no debate social, além de sua utilização por não-especialistas, como produtores de conteúdos e acontecimentos midiáticos. (NASSAR, 2008, pg. 194). 
Por que buscar como meio de trabalhos publicações institucionais? A resposta está no crescimento e tendência de expansão do setor. A pesquisa da ABERJ sobre Comunicação Interna de 2007 que destaca o crescimento da comunicação corporativa pelo aumento de investimento das empresas nessa área.
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O aumento de investimento em mídias institucionais, seja pela diversificação no plano de mídia ou pela necessidade de falar com públicos específicos é fator comprobatório da tese de que as mídias tradicionais estão perdendo espaço. Atualmente, o consumidor busca produtos com que tem identificação. O mercado institucional tem esse forte apelo e diferencial, pois a produção é especifica para determinado nicho. Assim sendo, existe o enaltecimento do individuo desassociando-o da massa. 
2.1 MICRO-ESFERAS DE INFLUÊNCIA E O ENFRAQUECIMENTO DAS MÍDIAS TRADICIONAIS 
Em análise mais profunda do cenário da comunicação midiática no Brasil revelará um processo, cuja tendência parece ser a divisão de mercado, de ampliação de espaços próprios de expressão para setores que até há pouco tempo só tinham voz na medida em que interessassem ao agendamento da mídia tradicional. A percepção de tal divisão é notada pelo surgimento de inúmeras publicações que especializadas ou não dividem a atenção do público, cuja predileção existe pelos assuntos em que tem interesse. 
Tamanha é a divisão e oportunidade de espaço para exposição que até organizações sociais de caráter religioso, organizações não governamentais, instituições de ensino e segmentos do poder político e judiciário têm hoje à disposição canais de TV aberta, emissoras de rádios ou programas especiais periódicos nos mais diferentes veículos de comunicação. (SANT´ANNA, 2009) 
À primeira vista, seria possível observar tal fenômeno apenas como esforços das organizações que têm propósito de ampliar sua capacidade de alcance ao proporcionar informação dirigida aos públicos de interesse conquistando além de audiência, vantagens para si, econômicas e ou políticas. 
No entanto, esta visão reducionista e superficial deixaria à margem uma avaliação mais aprofundada de objetivos e implicações que derivam do processo, não permitindo que alcançasse a natureza, em certa medida, revolucionária, ou seja, é contundente considerar que o aumento desse tipo de comunicação e a divisão de poder das mídias tradicionais que passam a ter como concorrentes as mídias corporativas.
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Este processo implica o deslocamento desses setores, antes restritos à condição de fontes de informação, apenas informativo, agora como produtores de mídias da fontes. Assim sendo, cria-se uma classificação especifica: Jornalismo das Fontes e considerar os profissionais que nela atuam de Jornalistas das Fontes. 
“A ação informativa das fontes engloba também a produção de inúmeras estruturas que atuam como agências de notícias, algumas das quais especializadas em preparar e difundir para as mídias tradicionais informações já formatadas para a veiculação imediata na televisão e no rádio, os chamados rádio releases, tele releases ou ainda releases eletrônicos. Esses produtos encontram excelente aceitação por parte da mídia tradicional, uma vez que apresentam conteúdo satisfatório, são gratuitos e se mostram economicamente interessantes às estruturas reduzidas das redações jornalísticas tradicionais. A sociedade brasileira, portanto, se organiza cada vez mais para falar diretamente à opinião pública sem intermediários”. (SANT’ANNA,2006) 
2.2 INFLUÊNCIA NO MEIO – A FORMAÇÃO DE OPINIÃO 
Os meios de comunicação que transmitem informações, idéias, entretenimento; também são formadores de opinião. Um exemplo clássico é a influência exercida pelas novelas brasileiras na moda das ruas. Indianas, ciganas, praianas enfim, são tendências que a mídia cria e as pessoas transportam para a vida.. O mesmo fenômeno ocorre com as revistas institucionais. 
Por meio da publicação, a organização detentora de sua propriedade dissemina sua ideologia, expõe suas perspectivas sobre o fato e contesta situações que não lhe são convenientes. 
Além de influenciar o público, a publicação quando alcança status de idoneidade, quer por sua abrangência e ou seriedade, adquire poder para conseguir benefícios para si e para seu meio de atuação como, por exemplo, governo, categorias econômicas correlacionadas e imprensa de interesse. Tal influência na esfera pública é comprovada pelos números levantados nos estudos de Venâncio A. de Lima:
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[...] a televisão no Brasil tem um grupo claramente hegemônico: a Rede Globo, que completou 40 anos em 2005, controlava, em junho do mesmo ano, 119 emissoras entre próprias e afiliadas. Produziu cerca de 70% de toda a sua programação e manteve, em 2003, sua participação média no mercado televisivo em cerca de 54%. Suas novelas são exportadas para vários países e já alcançaram (em 2005) cerca de 70 milhões de telespectadores por ano no exterior. Em 2005, a Rede Globo – sem incluir as afiliadas – teve um faturamento líquido de 2,3 bilhões de reais. Isso representa cerca de três vezes o faturamento da Rede Record e do SBT juntas. Com essa estrutura, a Rede Globo se tornou um importante ator político, participando, ao longo dos anos, às vezes de forma clara e direta, das mais importantes decisões políticas do país. (LIMA, 2007, p. 457) 
2.3 - O VÍNCULO ENTRE PODER E MÍDIA 
“Quem detém a informação, detém o fator central de desenvolvimento” (GUARESCHI, 2000). Considerando o desenvolvimento do poder apenas como técnica, o poder alcançou este grau máximo de excelência ao conseguir a invisibilidade do processo de domínio e, por conseqüência, de quem o detém. Galbraith (1999) definiu-o como a capacidade de um indivíduo ou grupo de obter de outro indivíduo ou grupo de indivíduos a submissão as suas vontades. 
Em outras palavras, o castigo aplicado na época da escravatura, geralmente pelo uso de chicote em um servo, o mantinha consciente do domínio exercido pelo feitor. O chicote por sua vez era o símbolo de poder. 
Atualmente de modo menos doloroso, mas não menos torturante, o trabalhador exerce suas funções à força, que é claramente perceptível, da necessidade e expectativa de compensação econômica. O grande potencializador desta “tortura” moderna é o consumismo que está injetado nas veias da atual sociedade. (JAMESON, 2006) Guareschi nos oferece um exemplo de como a comunicação pode ser um instrumento vigoroso de construção de realidades a partir do que se denominou “milagre brasileiro”. 
Um claro de como a comunicação constrói a realidade foi o que Mattelart (1973) chamou o processo de “maior exercício de marketing internacional do Brasil” a campanha foi feita pelo governo brasileiro no início da década de 70. Ao preço de meio milhão de dólares, o governo brasileiro reuniu, num consórcio, as quatro maiores agências publicitárias do país (todas elas penetradas de capital norte- americano) e planejou a campanha de “criação” do “milagre brasileiro”, com
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anúncios redigidos em cinco línguas e enviados aos maiores diários e revistas do bloco capitalista. Com isso, o governo encheu o balão do milagre brasileiro que viria a se esvaziar pouco tempo depois, misteriosamente... (GUARESCHI, 2004, pg. 14) 
2.4 - RELAÇÃO ENTRE JORNALISMO E PROPAGANDA 
O jornalismo – profissão - traz consigo o romantismo e forte e ideologia com princípios de defensor da verdade e guardião da sociedade. A figura do jornalista é conceituada na sociedade como um super-herói repleto de virtudes. Um exemplo clássico é a personagem Super Homem/Clark Kent que mesmo tendo todas as possibilidades ao alcance das mãos age sempre com idoneidade, austeridade e compaixão, mesmo em situações em que qualquer um seria perdoado se cometesse um erro. Já os profissionais do marketing são vistos como Lex´s Lutors, figura, segundo o produto midiático, que é capaz de utilizar de qualquer recurso para lucrar. (SHUSTER E SIEGEL 1938) 
Dados os estereótipos, a relação entre jornalismo e propaganda que por mais contraditórias e antagônicas que possam ser no senso comum, são atividades que estão muito próximas. Entretanto nesta correlação os pesos e medidas são diferentes. O jornalismo é dependente da propaganda que gera receita possibilitando a atividade. Já o marketing, nesta abordagem, é auto-suficiente por não depender do jornalismo para existir. 
No entanto a propaganda sofre ruídos e no formato de publicidade – ou texto jornalístico – a barreira de defesa do leitor é muito mais fácil de ser vencida pela mensagem. 
Interação e cooperação mútua são os termos que guiam essas áreas da comunicação na atualidade. O fato é que o exercício do jornalismo tem custo elevado, no caso de publicações mais elaboradas este custo é maior ainda. Como manter a qualidade de um produto, se os custos para sua produção é alto? Aí é que entra o marketing como mantenedor e capacitador de arrecadação de recursos. 
Aproximação entre as atividades é motivada pela necessidade de lucro. A afirmação apresenta uma situação que existe desde o primórdio do jornalismo moderno. Essa relação foi debatida no Curso de Jornalismo da Abril em 2005, segundo relato no artigo de Fabiano Ávila:
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[...] Segundo o diretor superintendente da Abril e estudioso da relação entre marketing e jornalismo, Laurentino Gomes, quando o jornalista busca tornar o material jornalístico interessante e agradável, está fazendo marketing. Para aumentar a polêmica, defendeu em sua palestra no Curso Abril que a reportagem nada mais é do que uma poderosa ferramenta de marketing, que permite sistematizar a busca de informações, ordená-las de forma compreensível na linguagem do leitor e satisfazê-lo em suas necessidades. Diversas lições do marketing sempre foram, consciente ou inconscientemente, aplicadas ao jornalismo. Em relação à fidelidade do público, por exemplo, o marketing ensina que clientes muito satisfeitos tornam-se "apóstolos". São aqueles apaixonados, capazes de defender um produto em qualquer circunstância. As redações sempre buscaram formar esses seguidores criando espaços para suas manifestações e atendendo quando possível a suas reivindicações. [...] 
Outro comparativo que também exemplifica a idéia sobre este assunto é ver marketing e jornalismo e como estado e igreja, ou seja, respectivamente administrativo e redação. No entanto, diferente da tendência que há para estados cada vez mais desassociados da religião, a relação entre marketing e jornalismo, ideologicamente antagônica, está cada vez mais próxima. 
Sobre a função do jornalista é disseminada na academia a importância da verdade e compromisso com a sociedade, sendo que "tem uma delegação ou representação tácita que o autoriza a ser os ouvidos e os olhos remotos do público" (LAGE, 2001, pg.23). 
Normalmente o jornalismo deve ser independente para seu livre exercício, mas é questionável a influência de patrocinadores e interesses comerciais e políticos da empresa jornalística. Na prática percebemos que os fatores financeiros falam mais alto. Em jornais impressos é frequente a diminuição de textos para inserção de anúncio publicitários, por exemplo. 
Sobre a conceituação de marketing, de forma errônea, o termo é usado como vocábulo alternativo para vendas, sendo que muitas vezes é vulgarizado e ao seu significado é agregada a figura de ilusionista. É colocado, desta forma preconceituosa como manipulador de uma situação para a melhor aceitação do público. 
Peter Drucker ao explanar sobre a forma de captação de recursos e obtenção de resultados em uma empresa, explica que independente da atividade os recursos e a cobertura dos custos estão fora da empresa, sendo o maior patrimônio desta o conhecimento – agregado pela parte cientifica e social advinda do intelecto dos seus colaboradores - e a capacidade de usá-lo. (DRUCKER, 1998)
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Tendo como partida que o conhecimento é o maior bem de uma empresa, enaltece a importância do marketing como ferramenta para captação de recursos e obtenção de resultados, fatores determinantes para uma empresa jornalística funcionar. 
Ressaltadas as qualidades, faz-se necessário discutir o que realmente força esse relacionamento cada vez mais próximo entre jornalismo e marketing. O ombusdman da Folha de São Paulo em 1995, Marcelo Leite, publicou artigo que é bastante importante para o desenvolvimento dessa parte do trabalho. 34 
No artigo, intitulado como “Marketing, jornalismo e isenção”, o texto relaciona o aumento de custos da produção jornalística como maior fator da aproximação das redações com o marketing. 
O concubinato de conveniência entre marketing e jornalismo ainda não produziu prole capaz de fundar uma dinastia, mas já espalhou alguns bastardos pela imprensa brasileira. Um deles é o que se poderia chamar de matéria paga gratuita, na falta de apelido menos contraditório. Submetidos à alta dos preços do papel e à concorrência de outros meios, jornais e revistas recorrem cada vez mais a promoções para manter ou elevar as tiragens. Fascículos, CDs, sorteios _há apêndices para todos os gostos nas bancas. As pessoas compram, sinal de que a estratégia está correta (ou seja, funciona, conforme a lógica estreita dos tempos atuais).O abastardamento do jornalismo não decorre dos próprios brindes, alguns dos quais até podem ajudar a educar este país inculto. O problema está no uso do já racionado espaço editorial _aquele destinado a notícias e reportagens, não a anúncios_ para a promoção dessas iniciativas estranhas às redações. Neste terreno, a maioria dos jornais e revistas têm telhados de vidro. Das reportagens da Folha sobre seus atlas às do jornal "O Estado de S.Paulo sobre os encartes da revista "National Geographic que está para lançar, não faltam exemplos de anúncios fantasiados de notícias. Não são poucos os leitores que percebem esse desvio e se queixam, indignados, ao ombudsman. [...] 
Antagônicos ou não, de fato as duas áreas estão a cada dia mais próximas, haja visto que a atuação jornalista há muito se tornou negócio. Empresas jornalísticas, como outras empresas visam lucro. O marketing proporciona situações que possibilitam melhores resultados financeiros ao jornalismo. Cabe à discussão da questão, o exercício da ética do jornalista.
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2.5 JORNALISMO E PROPAGANDA NAS MÍDIAS INSTITUCIONAIS 
Nas mídias institucionais a relação com o marketing pode ser vista em outro sentido, uma vez que o produto em si é feito com o objetivo de disseminar ideologia por meio do conteúdo da pauta, como discutido no tópico Pauta Protecionista do capítulo anterior. O propósito destas mídias é complacente com esta relação. 
Basta ressaltar que este tipo de comunicação, compreendido também como jornalismo de influência (SANT´ANNA, 2009) segundo consideração do autor, existe alto potencial desses veículos tornarem-se ferramentas de propaganda. As empresas têm objetivos fixados no exercício do jornalismo “obter a participação positiva, com intensidade moral dos trabalhadores” (TORQUATO, 2004, pg. 26). Sobre suposta dependência do jornalismo institucional, que pode e muito depreciar a atividade jornalística, Sant´anna discorre sobre esse aspecto diz: 
[...] Inicialmente, a alegação de que, nos jornalismo das fontes não existe oposição ou independência na relação jornalista versus fonte pode até ser verdadeira, mas não é suficiente para descaracterizar tal atividade como jornalística. De maneira geral, no jornalismo a relação fonte-jornalista pode suscitar interesses e satisfações comuns aos dois lados. Entre jornalistas e fontes é factível a existência de uma relação de identidade ou de complementaridade, pelas quais os dois pólos comungam os mesmos objetivos e as mesmas realidades e colaboram de maneira sistemática e intencional na produção jornalística. [...] (SANT´ANNA, 2009 , pg. 511) 
2.6 CREDIBILIDADE - FATOR DIFERENCIAL 
Apesar da relatada proximidade entre marketing e jornalismo é preciso ressaltar o diferencial que a imprensa, por meio da atuação do jornalista proporciona: credibilidade. Este é o fator mais importante em publicações. O jornalismo, antes de tudo e por definição tem compromisso com a população. Quanto maior a idoneidade, maior é a confiança do público. 
Atualmente, observa-se que devido a exigências de mercado e financeiras muitos veículos estão abrindo mão da credibilidade pela audiência, seja no papel ou na tela de TV.
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O jornalista Luciano Martins, publicou um artigo no site do Observatório da imprensa sobre a troca de credibilidade por audiência: 
[...] em vez de procurar se diferenciar na complexidade das mídias, as empresas jornalísticas buscam se beneficiar por todos os meios dos volumes de audiência dos meios de entretenimento, aderindo ao discurso ligeiro da mídia eletrônica e eventualmente até mesmo emprestando a seriedade de suas páginas a invenções de produtores e marqueteiros, em especial no chamado mercado de cultura. (MARTINS, 2005) 
Revistas e outras mídias que utilizam do jornalismo não devem perder essa característica. O consumidor impõe menos barreiras à informação jornalística do que a publicitária e o jornalismo não deve ser o falso dessa relação. Perder o fator credibilidade é como perder a identidade jornalística. Luciano Martins, no mesmo artigo reitera a importância da credibilidade na produção jornalística: 
A credibilidade, portanto, é valor que se inicia e se fecha dentro do ambiente estrito do jornalismo, esteja ele expresso em papel, numa tela de computador ou no telefone celular. Portanto, as chances de empresas jornalísticas conseguirem sobreviver, no ambiente de rápidas transformações que estamos vivendo, dependem em grande parte de sua capacidade de romper o círculo de auto-referências e se lançar à conquista da confiança de grandes e diversificadas massas de cidadãos. (MARTINS, 2005) 
3 CONCLUSÃO 
O caráter revolucionário das Mídias das Fontes é indiscutível, entretanto seu anseio é o mesmo da mídia tradicional, a defesa de interesse. No Caso das Mídias das Fontes é a busca por voz na sociedade e interação entre seus pares. O mercado aponta uma forte tendência de aprimoramento das mídias institucionais. No entanto alguns fatores são primordiais como credibilidade e ética para cria e manter a confiança do público. 
É preciso levar em consideração que neste novo cenário midiático, as informações produzidas por estes atores sociais – instituições- disputam a audiência da sociedade com os
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veículos e meios das mídias tradicionais. Neste sentido, passam gradualmente a reduzir o monopólio do agendamento da realidade, antes sob os critérios e interesses unicamente dos agentes tradicionais. 
Com base nas obras de especialistas em comunicação por meio de pesquisa bibliográfica, bem como estudo de caso este artigo revela a força das mídias institucionais/segmentadas e demonstra que o poder destes periódicos esta bem além de meros boletins de notícias. 
Os nichos estão cada vez mais específicos, existem publicações especializadas em tratamento de pele, esportes como golf, sinuca e até mesmo publicações sobre frutas e legumes. Mas o que está por traz dessa grande quantidade de informação gerada a cada instante. Dentro desse universo colocasse em discussão a neutralidade jornalística versus a intenção da publicação desde a formação de opinião, influencia do meio e intenções de marketing. 
A disponibilidade de veículos de comunicação segmentados, especializados e dirigidos a públicos específicos podem ser uma boa solução de marketing para falar diretamente ao público de interesse. 
Os desafios para os profissionais de comunicação estão a cada dia mais complexos. Vivemos um momento em que a desinformação é reinante. A atenção do publico é talvez, um dos pontos mais difíceis dentro do processo de comunicação. 
Essas mídias, em especifico têm forte caráter de regulação e orientação ao seu leitor, tão logo o bloqueio e recusa a informação/propaganda é menos resistente devido ao interessado consumir esse conteúdo com interesse e minúcia. 
Um formato de falar com o cliente bastante recorrente é o formato editorial que não é novidade em jornalismo e muito menos em propaganda. No entanto é bastante recorrente, haja vista que a credibilidade do veículo pesam na eleição de idoneidade do leitor em relação à conteúdo. 
As mídias das fontes fazem parte de um processo de revolução comunicacional em que as mídias de massa em posse de oligarquias e a serviço de favorecimento e do lucro em beneficio próprio estão a cada dia perdendo força. As mídias impressas, rádios e TV vivem dilemas e buscam soluções para a perda de audiência e principalmente nas vendas. 
A segmentação é a resposta para toda essa crise e é também o grande desafio. Eleger grupos que compartilhem das mesmas ideias dos veículos e trabalhar de acordo com os
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interesses desses grupos não é um mecanismo simples. No caso das mídias de massa que vivem do lucro pela grande escala, o problema torna-se mais complicado. 
As Mídias das Fontes possuem essa característica e tem maior desenvoltura no relacionamento e resposta as ansiedades do seu interlocutores. A comunicação vive uma grande revolução, as mídias das fontes já obtiveram seu espaço e em cada micro-esfera busca consolidação. 
No ambiente institucional, o enfraquecimento veio por parte da iniciativa das organizações que criaram meios próprios de interagir com o público de interesse e buscar notoriedade social. 
Mas, e no âmbito das pessoas comuns?Deixamos aqui a questão, quais serão os agentes desse processo de democratização da comunicação. As redes sociais são meios de infomação ou desinformação? Ética e garantia dos direitos autorais serão colocados de lado. O novo milênio já revela que muitas mudanças ainda estão por vir nos meios de comunicação e por enquanto apenas uma afirmativa parece ser uma boa aposta: A segmentação. 
4 REFERENCIAS 
4.1 BIBLIOGRAFIA 
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A comunicação institucional como ferramenta de marketing

  • 1. ¹Jornalista (UNINOVE), Radialista – setores locução e programação musical (SENAC-SP). E-mail:Thiago_castilha@yahoo.com.br A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING Thiago Castilha¹ RESUMO O enfraquecimento das Mídias Tradicionais, Meios de Comunicação de Massa, e o crescimento das Mídias das Fontes revela a complexidade da comunicação na atualidade propondo a reflexão sobre estruturas e poder na Sociedade. A comunicação em massa não é mais suficiente para atingir objetivos de uma organização. A customização e o interesse por assuntos específicos caminham paralelamente as necessidades e falta de tempo que as pessoas sofrem na modernidade Mundial. O Brasil reflete a situação internacional. As fontes criam seus próprios veículos de comunicação e promovem independência perante as vontades das Mídias de Massa utilizando as mesmas ferramentas do jornalismo em outro formato, mas sob a mesma intenção: a defesa de interesses. Palavras-chave: Mídias das Fontes, Comunicação Institucional, Nichos de Mercado 1 INTRODUÇÃO O processo da democracia da informação já começou e não pode ser ignorado. As grandes corporações da mídia já estão atentas a estas mudanças. As instituições, antes dependentes da “boa vontade” da mídia de massa estão criando seus canais de comunicação.
  • 2. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 3 Em um cenário como este existe dois pontos de relevância: desafios e oportunidades. Aos profissionais da comunicação cabe entender, decifrar e superar o oceano de informação que está sendo gerado a cada instante. As oportunidades estão na possibilidade de ganhar relevância social sem depender das grandes redes oligárquicas da mídia. O paradigma discutido neste artigo é o crescimento das mídias institucionais denominadas como Mídias das Fontes, fenômeno que surgiu e ganhou relevância como alternativa as empresas dominadoras das Mídias de Comunicação de Massa. A contribuição da presente pesquisa está na identificação de um nicho de trabalho, logo uma oportunidade aos profissionais em inicio de carreira, bem como os já ingressados na profissão do Jornalismo. No campo acadêmico, esta pesquisa contribui para identificação e visa proporcionar maior conhecimento sobre as consideradas Mídias de Fontes e o processo revolucionário em que estão envolvidas, cuja ação contribui para a redução do poder das MCM, uma vez que as Mídias Corporativas vêm ocupando espaço gradualmente no campo comunicacional. 2 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL A comunicação corporativa, também conhecida como comunicação empresarial tem seus primeiros registros na Europa do século XVI. As primeiras publicações catalogadas foram a alemã Zeitungen e a italiana Avvis, ambas de propriedade de casas bancárias. Eram folhetos com noticias, muito diferentes do formato das publicações que conhecemos na atualidade. (SANTOS, 1995) Dentro da definição de imprensa institucional existem três características fundamentais: Propriedade, periodicidade e caráter jornalístico. O grande potencializador da comunicação corporativa foram as conseqüências econômicas e sociais da Revolução Industrial que criou demanda para o exercício de tal atividade, pois as empresas em pleno crescimento precisavam de espaço para divulgar suas atividades. (SANTOS, 1995) Sobre a comunicação institucional, responsável tanto pela redução parcial do domínio e poder quase absoluto dos veículos de comunicação tradicionais sobre a construção e legitimação de realidades, como pela criação de uma relação entre estes mesmos veículos e a comunicação corporativa, podemos considerar que tal fenômeno proporcionou voz e espaço
  • 3. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 4 próprio às empresas e organizações antes meras participantes e fontes de informação dos meios de comunicação tradicionais. (SANT’ANNA, 2006). Na sociedade brasileira o surgimento e desenvolvimento da comunicação institucional como tem sido progressivo e está se consolidando a cada dia. No anos 80, a imprensa sindical (empregados) brasileira foi uma grande escola para a mídia das instituições patronais. Os trabalhadores, intelectuais e estudantes buscavam um novo horizonte para os brasileiros. Nesse contexto ocorreram as greves no ABC e a consolidação das entidades sindicais representativas dos movimentos populares. (KUCINSKI; 2003) A evolução da comunicação nas últimas décadas aponta forte tendência e oportunidade para o profissional do jornalismo no campo institucional. As mídias tradicionais estão perdendo força e liquidez. Quadro de funcionários enxuto, em função de questões econômicas – perda do consumidor, no caso do impresso, que acompanha e se informa pela internet, meio que apesar das possibilidades multimídias ainda não oferece retorno financeiro. [...] No Brasil, o campo da Comunicação Organizacional evoluiu nos últimos quarenta anos das reflexões operacionais sobre o jornalismo empresarial – produzido no contexto da administração científica e de uma sociedade politicamente e economicamente fechada – para uma comunicação que, na contemporaneidade, deve ser produzida para uma sociedade mais aberta, em termos comportamentais, e, no entanto, mais complexa no que se refere aos desafios econômicos, sociais e ecológicos[...] (Nassar, 2008, pg. 73) As mídias digitais se caracterizam, de lá para cá [anos 90], por grande abrangência, alta interatividade e velocidade de intervenção no debate social, além de sua utilização por não-especialistas, como produtores de conteúdos e acontecimentos midiáticos. (NASSAR, 2008, pg. 194). Por que buscar como meio de trabalhos publicações institucionais? A resposta está no crescimento e tendência de expansão do setor. A pesquisa da ABERJ sobre Comunicação Interna de 2007 que destaca o crescimento da comunicação corporativa pelo aumento de investimento das empresas nessa área.
  • 4. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 5 O aumento de investimento em mídias institucionais, seja pela diversificação no plano de mídia ou pela necessidade de falar com públicos específicos é fator comprobatório da tese de que as mídias tradicionais estão perdendo espaço. Atualmente, o consumidor busca produtos com que tem identificação. O mercado institucional tem esse forte apelo e diferencial, pois a produção é especifica para determinado nicho. Assim sendo, existe o enaltecimento do individuo desassociando-o da massa. 2.1 MICRO-ESFERAS DE INFLUÊNCIA E O ENFRAQUECIMENTO DAS MÍDIAS TRADICIONAIS Em análise mais profunda do cenário da comunicação midiática no Brasil revelará um processo, cuja tendência parece ser a divisão de mercado, de ampliação de espaços próprios de expressão para setores que até há pouco tempo só tinham voz na medida em que interessassem ao agendamento da mídia tradicional. A percepção de tal divisão é notada pelo surgimento de inúmeras publicações que especializadas ou não dividem a atenção do público, cuja predileção existe pelos assuntos em que tem interesse. Tamanha é a divisão e oportunidade de espaço para exposição que até organizações sociais de caráter religioso, organizações não governamentais, instituições de ensino e segmentos do poder político e judiciário têm hoje à disposição canais de TV aberta, emissoras de rádios ou programas especiais periódicos nos mais diferentes veículos de comunicação. (SANT´ANNA, 2009) À primeira vista, seria possível observar tal fenômeno apenas como esforços das organizações que têm propósito de ampliar sua capacidade de alcance ao proporcionar informação dirigida aos públicos de interesse conquistando além de audiência, vantagens para si, econômicas e ou políticas. No entanto, esta visão reducionista e superficial deixaria à margem uma avaliação mais aprofundada de objetivos e implicações que derivam do processo, não permitindo que alcançasse a natureza, em certa medida, revolucionária, ou seja, é contundente considerar que o aumento desse tipo de comunicação e a divisão de poder das mídias tradicionais que passam a ter como concorrentes as mídias corporativas.
  • 5. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 6 Este processo implica o deslocamento desses setores, antes restritos à condição de fontes de informação, apenas informativo, agora como produtores de mídias da fontes. Assim sendo, cria-se uma classificação especifica: Jornalismo das Fontes e considerar os profissionais que nela atuam de Jornalistas das Fontes. “A ação informativa das fontes engloba também a produção de inúmeras estruturas que atuam como agências de notícias, algumas das quais especializadas em preparar e difundir para as mídias tradicionais informações já formatadas para a veiculação imediata na televisão e no rádio, os chamados rádio releases, tele releases ou ainda releases eletrônicos. Esses produtos encontram excelente aceitação por parte da mídia tradicional, uma vez que apresentam conteúdo satisfatório, são gratuitos e se mostram economicamente interessantes às estruturas reduzidas das redações jornalísticas tradicionais. A sociedade brasileira, portanto, se organiza cada vez mais para falar diretamente à opinião pública sem intermediários”. (SANT’ANNA,2006) 2.2 INFLUÊNCIA NO MEIO – A FORMAÇÃO DE OPINIÃO Os meios de comunicação que transmitem informações, idéias, entretenimento; também são formadores de opinião. Um exemplo clássico é a influência exercida pelas novelas brasileiras na moda das ruas. Indianas, ciganas, praianas enfim, são tendências que a mídia cria e as pessoas transportam para a vida.. O mesmo fenômeno ocorre com as revistas institucionais. Por meio da publicação, a organização detentora de sua propriedade dissemina sua ideologia, expõe suas perspectivas sobre o fato e contesta situações que não lhe são convenientes. Além de influenciar o público, a publicação quando alcança status de idoneidade, quer por sua abrangência e ou seriedade, adquire poder para conseguir benefícios para si e para seu meio de atuação como, por exemplo, governo, categorias econômicas correlacionadas e imprensa de interesse. Tal influência na esfera pública é comprovada pelos números levantados nos estudos de Venâncio A. de Lima:
  • 6. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 7 [...] a televisão no Brasil tem um grupo claramente hegemônico: a Rede Globo, que completou 40 anos em 2005, controlava, em junho do mesmo ano, 119 emissoras entre próprias e afiliadas. Produziu cerca de 70% de toda a sua programação e manteve, em 2003, sua participação média no mercado televisivo em cerca de 54%. Suas novelas são exportadas para vários países e já alcançaram (em 2005) cerca de 70 milhões de telespectadores por ano no exterior. Em 2005, a Rede Globo – sem incluir as afiliadas – teve um faturamento líquido de 2,3 bilhões de reais. Isso representa cerca de três vezes o faturamento da Rede Record e do SBT juntas. Com essa estrutura, a Rede Globo se tornou um importante ator político, participando, ao longo dos anos, às vezes de forma clara e direta, das mais importantes decisões políticas do país. (LIMA, 2007, p. 457) 2.3 - O VÍNCULO ENTRE PODER E MÍDIA “Quem detém a informação, detém o fator central de desenvolvimento” (GUARESCHI, 2000). Considerando o desenvolvimento do poder apenas como técnica, o poder alcançou este grau máximo de excelência ao conseguir a invisibilidade do processo de domínio e, por conseqüência, de quem o detém. Galbraith (1999) definiu-o como a capacidade de um indivíduo ou grupo de obter de outro indivíduo ou grupo de indivíduos a submissão as suas vontades. Em outras palavras, o castigo aplicado na época da escravatura, geralmente pelo uso de chicote em um servo, o mantinha consciente do domínio exercido pelo feitor. O chicote por sua vez era o símbolo de poder. Atualmente de modo menos doloroso, mas não menos torturante, o trabalhador exerce suas funções à força, que é claramente perceptível, da necessidade e expectativa de compensação econômica. O grande potencializador desta “tortura” moderna é o consumismo que está injetado nas veias da atual sociedade. (JAMESON, 2006) Guareschi nos oferece um exemplo de como a comunicação pode ser um instrumento vigoroso de construção de realidades a partir do que se denominou “milagre brasileiro”. Um claro de como a comunicação constrói a realidade foi o que Mattelart (1973) chamou o processo de “maior exercício de marketing internacional do Brasil” a campanha foi feita pelo governo brasileiro no início da década de 70. Ao preço de meio milhão de dólares, o governo brasileiro reuniu, num consórcio, as quatro maiores agências publicitárias do país (todas elas penetradas de capital norte- americano) e planejou a campanha de “criação” do “milagre brasileiro”, com
  • 7. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 8 anúncios redigidos em cinco línguas e enviados aos maiores diários e revistas do bloco capitalista. Com isso, o governo encheu o balão do milagre brasileiro que viria a se esvaziar pouco tempo depois, misteriosamente... (GUARESCHI, 2004, pg. 14) 2.4 - RELAÇÃO ENTRE JORNALISMO E PROPAGANDA O jornalismo – profissão - traz consigo o romantismo e forte e ideologia com princípios de defensor da verdade e guardião da sociedade. A figura do jornalista é conceituada na sociedade como um super-herói repleto de virtudes. Um exemplo clássico é a personagem Super Homem/Clark Kent que mesmo tendo todas as possibilidades ao alcance das mãos age sempre com idoneidade, austeridade e compaixão, mesmo em situações em que qualquer um seria perdoado se cometesse um erro. Já os profissionais do marketing são vistos como Lex´s Lutors, figura, segundo o produto midiático, que é capaz de utilizar de qualquer recurso para lucrar. (SHUSTER E SIEGEL 1938) Dados os estereótipos, a relação entre jornalismo e propaganda que por mais contraditórias e antagônicas que possam ser no senso comum, são atividades que estão muito próximas. Entretanto nesta correlação os pesos e medidas são diferentes. O jornalismo é dependente da propaganda que gera receita possibilitando a atividade. Já o marketing, nesta abordagem, é auto-suficiente por não depender do jornalismo para existir. No entanto a propaganda sofre ruídos e no formato de publicidade – ou texto jornalístico – a barreira de defesa do leitor é muito mais fácil de ser vencida pela mensagem. Interação e cooperação mútua são os termos que guiam essas áreas da comunicação na atualidade. O fato é que o exercício do jornalismo tem custo elevado, no caso de publicações mais elaboradas este custo é maior ainda. Como manter a qualidade de um produto, se os custos para sua produção é alto? Aí é que entra o marketing como mantenedor e capacitador de arrecadação de recursos. Aproximação entre as atividades é motivada pela necessidade de lucro. A afirmação apresenta uma situação que existe desde o primórdio do jornalismo moderno. Essa relação foi debatida no Curso de Jornalismo da Abril em 2005, segundo relato no artigo de Fabiano Ávila:
  • 8. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 9 [...] Segundo o diretor superintendente da Abril e estudioso da relação entre marketing e jornalismo, Laurentino Gomes, quando o jornalista busca tornar o material jornalístico interessante e agradável, está fazendo marketing. Para aumentar a polêmica, defendeu em sua palestra no Curso Abril que a reportagem nada mais é do que uma poderosa ferramenta de marketing, que permite sistematizar a busca de informações, ordená-las de forma compreensível na linguagem do leitor e satisfazê-lo em suas necessidades. Diversas lições do marketing sempre foram, consciente ou inconscientemente, aplicadas ao jornalismo. Em relação à fidelidade do público, por exemplo, o marketing ensina que clientes muito satisfeitos tornam-se "apóstolos". São aqueles apaixonados, capazes de defender um produto em qualquer circunstância. As redações sempre buscaram formar esses seguidores criando espaços para suas manifestações e atendendo quando possível a suas reivindicações. [...] Outro comparativo que também exemplifica a idéia sobre este assunto é ver marketing e jornalismo e como estado e igreja, ou seja, respectivamente administrativo e redação. No entanto, diferente da tendência que há para estados cada vez mais desassociados da religião, a relação entre marketing e jornalismo, ideologicamente antagônica, está cada vez mais próxima. Sobre a função do jornalista é disseminada na academia a importância da verdade e compromisso com a sociedade, sendo que "tem uma delegação ou representação tácita que o autoriza a ser os ouvidos e os olhos remotos do público" (LAGE, 2001, pg.23). Normalmente o jornalismo deve ser independente para seu livre exercício, mas é questionável a influência de patrocinadores e interesses comerciais e políticos da empresa jornalística. Na prática percebemos que os fatores financeiros falam mais alto. Em jornais impressos é frequente a diminuição de textos para inserção de anúncio publicitários, por exemplo. Sobre a conceituação de marketing, de forma errônea, o termo é usado como vocábulo alternativo para vendas, sendo que muitas vezes é vulgarizado e ao seu significado é agregada a figura de ilusionista. É colocado, desta forma preconceituosa como manipulador de uma situação para a melhor aceitação do público. Peter Drucker ao explanar sobre a forma de captação de recursos e obtenção de resultados em uma empresa, explica que independente da atividade os recursos e a cobertura dos custos estão fora da empresa, sendo o maior patrimônio desta o conhecimento – agregado pela parte cientifica e social advinda do intelecto dos seus colaboradores - e a capacidade de usá-lo. (DRUCKER, 1998)
  • 9. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 10 Tendo como partida que o conhecimento é o maior bem de uma empresa, enaltece a importância do marketing como ferramenta para captação de recursos e obtenção de resultados, fatores determinantes para uma empresa jornalística funcionar. Ressaltadas as qualidades, faz-se necessário discutir o que realmente força esse relacionamento cada vez mais próximo entre jornalismo e marketing. O ombusdman da Folha de São Paulo em 1995, Marcelo Leite, publicou artigo que é bastante importante para o desenvolvimento dessa parte do trabalho. 34 No artigo, intitulado como “Marketing, jornalismo e isenção”, o texto relaciona o aumento de custos da produção jornalística como maior fator da aproximação das redações com o marketing. O concubinato de conveniência entre marketing e jornalismo ainda não produziu prole capaz de fundar uma dinastia, mas já espalhou alguns bastardos pela imprensa brasileira. Um deles é o que se poderia chamar de matéria paga gratuita, na falta de apelido menos contraditório. Submetidos à alta dos preços do papel e à concorrência de outros meios, jornais e revistas recorrem cada vez mais a promoções para manter ou elevar as tiragens. Fascículos, CDs, sorteios _há apêndices para todos os gostos nas bancas. As pessoas compram, sinal de que a estratégia está correta (ou seja, funciona, conforme a lógica estreita dos tempos atuais).O abastardamento do jornalismo não decorre dos próprios brindes, alguns dos quais até podem ajudar a educar este país inculto. O problema está no uso do já racionado espaço editorial _aquele destinado a notícias e reportagens, não a anúncios_ para a promoção dessas iniciativas estranhas às redações. Neste terreno, a maioria dos jornais e revistas têm telhados de vidro. Das reportagens da Folha sobre seus atlas às do jornal "O Estado de S.Paulo sobre os encartes da revista "National Geographic que está para lançar, não faltam exemplos de anúncios fantasiados de notícias. Não são poucos os leitores que percebem esse desvio e se queixam, indignados, ao ombudsman. [...] Antagônicos ou não, de fato as duas áreas estão a cada dia mais próximas, haja visto que a atuação jornalista há muito se tornou negócio. Empresas jornalísticas, como outras empresas visam lucro. O marketing proporciona situações que possibilitam melhores resultados financeiros ao jornalismo. Cabe à discussão da questão, o exercício da ética do jornalista.
  • 10. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 11 2.5 JORNALISMO E PROPAGANDA NAS MÍDIAS INSTITUCIONAIS Nas mídias institucionais a relação com o marketing pode ser vista em outro sentido, uma vez que o produto em si é feito com o objetivo de disseminar ideologia por meio do conteúdo da pauta, como discutido no tópico Pauta Protecionista do capítulo anterior. O propósito destas mídias é complacente com esta relação. Basta ressaltar que este tipo de comunicação, compreendido também como jornalismo de influência (SANT´ANNA, 2009) segundo consideração do autor, existe alto potencial desses veículos tornarem-se ferramentas de propaganda. As empresas têm objetivos fixados no exercício do jornalismo “obter a participação positiva, com intensidade moral dos trabalhadores” (TORQUATO, 2004, pg. 26). Sobre suposta dependência do jornalismo institucional, que pode e muito depreciar a atividade jornalística, Sant´anna discorre sobre esse aspecto diz: [...] Inicialmente, a alegação de que, nos jornalismo das fontes não existe oposição ou independência na relação jornalista versus fonte pode até ser verdadeira, mas não é suficiente para descaracterizar tal atividade como jornalística. De maneira geral, no jornalismo a relação fonte-jornalista pode suscitar interesses e satisfações comuns aos dois lados. Entre jornalistas e fontes é factível a existência de uma relação de identidade ou de complementaridade, pelas quais os dois pólos comungam os mesmos objetivos e as mesmas realidades e colaboram de maneira sistemática e intencional na produção jornalística. [...] (SANT´ANNA, 2009 , pg. 511) 2.6 CREDIBILIDADE - FATOR DIFERENCIAL Apesar da relatada proximidade entre marketing e jornalismo é preciso ressaltar o diferencial que a imprensa, por meio da atuação do jornalista proporciona: credibilidade. Este é o fator mais importante em publicações. O jornalismo, antes de tudo e por definição tem compromisso com a população. Quanto maior a idoneidade, maior é a confiança do público. Atualmente, observa-se que devido a exigências de mercado e financeiras muitos veículos estão abrindo mão da credibilidade pela audiência, seja no papel ou na tela de TV.
  • 11. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 12 O jornalista Luciano Martins, publicou um artigo no site do Observatório da imprensa sobre a troca de credibilidade por audiência: [...] em vez de procurar se diferenciar na complexidade das mídias, as empresas jornalísticas buscam se beneficiar por todos os meios dos volumes de audiência dos meios de entretenimento, aderindo ao discurso ligeiro da mídia eletrônica e eventualmente até mesmo emprestando a seriedade de suas páginas a invenções de produtores e marqueteiros, em especial no chamado mercado de cultura. (MARTINS, 2005) Revistas e outras mídias que utilizam do jornalismo não devem perder essa característica. O consumidor impõe menos barreiras à informação jornalística do que a publicitária e o jornalismo não deve ser o falso dessa relação. Perder o fator credibilidade é como perder a identidade jornalística. Luciano Martins, no mesmo artigo reitera a importância da credibilidade na produção jornalística: A credibilidade, portanto, é valor que se inicia e se fecha dentro do ambiente estrito do jornalismo, esteja ele expresso em papel, numa tela de computador ou no telefone celular. Portanto, as chances de empresas jornalísticas conseguirem sobreviver, no ambiente de rápidas transformações que estamos vivendo, dependem em grande parte de sua capacidade de romper o círculo de auto-referências e se lançar à conquista da confiança de grandes e diversificadas massas de cidadãos. (MARTINS, 2005) 3 CONCLUSÃO O caráter revolucionário das Mídias das Fontes é indiscutível, entretanto seu anseio é o mesmo da mídia tradicional, a defesa de interesse. No Caso das Mídias das Fontes é a busca por voz na sociedade e interação entre seus pares. O mercado aponta uma forte tendência de aprimoramento das mídias institucionais. No entanto alguns fatores são primordiais como credibilidade e ética para cria e manter a confiança do público. É preciso levar em consideração que neste novo cenário midiático, as informações produzidas por estes atores sociais – instituições- disputam a audiência da sociedade com os
  • 12. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 13 veículos e meios das mídias tradicionais. Neste sentido, passam gradualmente a reduzir o monopólio do agendamento da realidade, antes sob os critérios e interesses unicamente dos agentes tradicionais. Com base nas obras de especialistas em comunicação por meio de pesquisa bibliográfica, bem como estudo de caso este artigo revela a força das mídias institucionais/segmentadas e demonstra que o poder destes periódicos esta bem além de meros boletins de notícias. Os nichos estão cada vez mais específicos, existem publicações especializadas em tratamento de pele, esportes como golf, sinuca e até mesmo publicações sobre frutas e legumes. Mas o que está por traz dessa grande quantidade de informação gerada a cada instante. Dentro desse universo colocasse em discussão a neutralidade jornalística versus a intenção da publicação desde a formação de opinião, influencia do meio e intenções de marketing. A disponibilidade de veículos de comunicação segmentados, especializados e dirigidos a públicos específicos podem ser uma boa solução de marketing para falar diretamente ao público de interesse. Os desafios para os profissionais de comunicação estão a cada dia mais complexos. Vivemos um momento em que a desinformação é reinante. A atenção do publico é talvez, um dos pontos mais difíceis dentro do processo de comunicação. Essas mídias, em especifico têm forte caráter de regulação e orientação ao seu leitor, tão logo o bloqueio e recusa a informação/propaganda é menos resistente devido ao interessado consumir esse conteúdo com interesse e minúcia. Um formato de falar com o cliente bastante recorrente é o formato editorial que não é novidade em jornalismo e muito menos em propaganda. No entanto é bastante recorrente, haja vista que a credibilidade do veículo pesam na eleição de idoneidade do leitor em relação à conteúdo. As mídias das fontes fazem parte de um processo de revolução comunicacional em que as mídias de massa em posse de oligarquias e a serviço de favorecimento e do lucro em beneficio próprio estão a cada dia perdendo força. As mídias impressas, rádios e TV vivem dilemas e buscam soluções para a perda de audiência e principalmente nas vendas. A segmentação é a resposta para toda essa crise e é também o grande desafio. Eleger grupos que compartilhem das mesmas ideias dos veículos e trabalhar de acordo com os
  • 13. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 14 interesses desses grupos não é um mecanismo simples. No caso das mídias de massa que vivem do lucro pela grande escala, o problema torna-se mais complicado. As Mídias das Fontes possuem essa característica e tem maior desenvoltura no relacionamento e resposta as ansiedades do seu interlocutores. A comunicação vive uma grande revolução, as mídias das fontes já obtiveram seu espaço e em cada micro-esfera busca consolidação. No ambiente institucional, o enfraquecimento veio por parte da iniciativa das organizações que criaram meios próprios de interagir com o público de interesse e buscar notoriedade social. Mas, e no âmbito das pessoas comuns?Deixamos aqui a questão, quais serão os agentes desse processo de democratização da comunicação. As redes sociais são meios de infomação ou desinformação? Ética e garantia dos direitos autorais serão colocados de lado. O novo milênio já revela que muitas mudanças ainda estão por vir nos meios de comunicação e por enquanto apenas uma afirmativa parece ser uma boa aposta: A segmentação. 4 REFERENCIAS 4.1 BIBLIOGRAFIA CHINEM, Rivaldo.Assessoria de imprensa : como fazer / São Paulo : Summus, 2003. COSTA OLIVEIRA, Maria José da; CALDAS, Graça. Jornalistas e Relações Públicas: uma Relação de Parceria em Prol da Comunicação Integrada. In: LOPES, Boanerges; VIEIRA, Roberto FONSECA (Orgs.). 2004 DANTAS, Audálio / Repórteres / São Paulo. Senac 2004 - 2ª edição DOTY, Dorothy I.Divulgação jornalística e relações publicas / Rio de Janeiro : Cultrix, 1996. DRUCKER, Peter. Administrando para obter Resultados. Tradução de Nivaldo Montingelli Jr. São Paulo: Pioneira, 1998.
  • 14. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 15 GALBRAITH, John Kenneth, 1908-.Anatomia do poder / tradução de Hilário Torloni; Supervisão de Carlos A. Malferrari São Paulo : Pioneira, 1999 GUARESCHI , Pedrinho A. (coordenador) ; Gisley Romanzini Lazzarotto/Comunicação e controle social / [et al.]Petrópolis : Vozes, 2004, JAMESON, Fredric; Pós-modernismo : a logica cultural do capitalismo tardio /; tradução Maria Elisa Cevasco. São Paulo Ática 2006 KUNSCH, Margarida M.K.–Novos Desafios para Profissional de Comunicação/disponível: <http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/relacoespublicas/teoriaseconceitos/0084.htm> acesso em: 03 jun. 2011 22:03h KUCINSKI, Bermardo - Jornalistas e Revolucionários nos Tempos da Imprensa Alternativa/ São Paulo: Edusp 2003 LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2001. LAMBERT, J., Scientific and Technical Journals. London: Clive Bingley. 1985. LEITE, Marcelo/ Marketing, jornalismo e Isenção) Ombustman/ Folha Online <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ombudsman/omb_19950611_1.htm>acesso em: 21 jul 2011.20:55:00 LIMA, Venício A. Televisão. In: WILLIANS, Robert. Palavra-chave: um vocabulário de cultura e sociedade? São Paulo: Boitempo, 2007. LOPES, Boanerges; VIEIRA, Roberto Fonseca (Orgs). Jornalismo e Relações Públicas: ação e reação. Rio de Janeiro: Mauad, 2004. 199 p. 39 MARTINS, Luciano/ Jornalismo e credibilidade, Saídas para mídia / Observatório da Imprensa 2005 <http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=357SAI001> acesso em 20 de maio. 20011 19:35.00
  • 15. A COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL COMO FERRAMENTA DE MARKETING 16 MOREIRA DOS SANTOS, João Imprensa Empresarial/ Lisboa: Edições ASA 1. Ed.1995. NASSAR, Paulo.. A mensagem como centro da rede de relacionamentos. In: DI FELICE, Massimo. Do público para as redes: a comunicação digital e as novas formas de participação social (Org). 1ed. São Caetano do Sul, SP/ Difusão, 2008a. cap. 7, p. 191-201. RÜDIGER, Francisco.Tendências do jornalismo / Porto Alegre : Editora da UFRGS, 2003. SANT´ANNA, Francisco / Mídias das Fontes: o difusor do jornalismo corporativo. Disponível em <http://bocc.ubi.pt/pag/santanna-francisco-midia-fontes.pdf> acesso em: 30 maio 2011. 01:30:09 SANT´ANNA, Francisco / Mídias das Fontes: Um novo ator no cenário jornalístico brasileiro. Um olhar sobre a ação midiática do Senado Federal / Brasília/ Editora Senado Federal 2009. SIEGEL, Jerry e SHUSTER, Joe/ adventures of Superman. DC Comics – Time Warner 1938. SIQUEIRA, Ethevaldo. Revolução Digital. São Paulo / 1º edição. Saraiva 2007 SIQUEIRA, Elisabete Stradiotto; SPERS, Valéria Rueda Elias. Os desafios das organizações no contexto pós-moderno. Impulso – Revista de Ciências Sociais e Humanas. UNIMEP, Piracicaba: nº 29, p. 155-167, 2001. TALESE, Gay.O reino e o poder : uma história do New York Times/ tradução Pedro Maia Soares São Paulo : Companhia das Letras, 2003, c1995 TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de Comunicação Organizacional e Política. São Paulo: Pioneira Thomsom, 2004 VIANA, Francisco/ Jornalismo institucional. O que é isso?. Coluna Radar/ São Paulo; Disponível em:<http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3162587-EI6783,00- Jornalismo+institucional+O+que+e+isso.html> acesso em: 03 jun. 2009. 23:05:00