1. O documento discute as relações entre ciência, tecnologia e desenvolvimento sustentável, questionando se a ciência atual centrada no crescimento econômico pode apoiar uma sociedade sustentável.
2. É apresentado o Programa de Projetos Demonstrativos, que apoia experiências locais de produção inovadoras e sustentáveis para subsidiar políticas públicas.
3. Dados preliminares de quatro redes de agroecologia mostram a funcionalidade econômica e ecológica de sistemas agroflorestais e a import
Dia 2 - Simpósio 3 - Políticas publicas para integrar beneficios econômicos e...
Redes de conhecimento e inovações sustentáveis
1. Redes Gestoras de
Conhecimento e
Sistemas de
Produção
Inovadores
Uma Nova Ciência para uma
Sociedade Justa e Sustentável?!?
Zaré A. B. Soares - CONTAG
2. O DESENVOLVIMENTO
PARA O SÉCULO XXI
Questões em aberto
• Equidade, Emprego e Renda;
• Sustentabilidade (biodiversidade / água / clima).
O que a ciência tem a ver com isso?
Ou a ciência e o mito da “melhor decisão”.
6. Questões Provocadoras
• Qual o papel da Ciência e Tecnologia em nossa
sociedade?
• Quais as relações entre Ciência, Tecnologia e
Desenvolvimento?
• A ciência e tecnologia de uma civilização
centrada no paradigma do crescimento econômico
pode ser a mesma de uma sociedade centrada no
paradigma da sustentabilidade ?
• A Ciência e Tecnologia para uma agricultura familiar
sustentável poderia ter mesma base paradigmática que
a do agronegócio? Que características teria essa
“nova” Ciência e Tecnologia?
7. Abordagens sobre as relações entre Ciência
Tecnologia e Sociedade e suas variantes.
FOCO na C&T entende o Foco na SOCIEDADE: o
desenvolvimento da C&T como um desenvolvimento da C&T não é
processo de avanço contínuo, linear, endógeno, mas influenciado pela
inexorável seguindo um caminho próprio. sociedade.
O conteúdo da C&T não influência a As características da C&T são
sociedade em termos qualitativos. Está socialmente determinadas, variante
associado a uma vertente denominada chamada de Tese Fraca da não-
de Neutralidade Científica. neutralidade.
A C&T determina o desenvolvimento Devido a sua funcionalidade, a C&T é
econômico e social. Variante conhecida um instrumento de manutenção do
como Determinismo Tecnológico. status quo ou seja ela inibe a
mudança social. Conhecida como
Tese Forte da não-neutralidade.
DAGNINO, Renato: Neutralidade da Ciência e Determinismo Tecnológico, Editora Unicamp, 2008.
8. Estado da arte deste debate
Segundo Dagnino
• A ciência e a tecnologia, assim como seus produtos não
são neutras. Uma máquina – produto tecnológico - em
seu contexto está impregnada de conteúdo ideológico e
cultural;
• Existe nas sociedades modernas uma aproximação
cada vez maior entre ciência e política, produzindo o
que chamamos de tecnocracia, a tese da neutralidade
científica sustenta essa aproximação;
• A tese da neutralidade científica e tecnológica é uma
falácia a serviço da manutenção do status quo;
• Existem vários “caminhos” tecnológicos possíveis e a
construção de uma sociedade mais justa e sustentável
passa necessariamente por mudanças nas bases
paradigmáticas em que se apóiam nossos sistemas de
produção de conhecimento.
9. Características dos Caminhos
Tecnológicos em Disputa
(Segundo Dagnino)
O Caminho Hegemônico O Caminho Contra-hegemônico
Acumulação. Ênfase em sistemas Valorização dos diversos conhecimentos
tecnológicos fechados, focados na (diálogo de saberes) seus portadores /
produção de mais valia e concentração dos produtores e suas capacidades, ênfase em
excedentes social do trabalho nos agentes sistemas tecnológicos abertos (mais
econômicos privados. facilidade em sua apropriação e
adaptação). Construção de autonomias.
Alienação: ênfase e valorização no Valorização dos recursos humanos e
conhecimento acadêmico (restrito a um naturais locais, da sua diversidade e no
nicho), e em recursos tecnológicos fortalecimento das suas capacidades em
controlados pelos agentes econômicos interagir de forma positiva. Interação
privados. positiva entre os ciclos ecológicos e os de
reprodução social e econômica das
famílias. Base para a construção de
estratégias focadas na sustentabilidade.
10. Redes Gestoras de
1. Uma boa parte das inovações
Conhecimento e socioambientais, relacionadas com a
processos de Inovação construção de processos de
desenvolvimento em bases mais justas e
sustentáveis, são resultado de ações de
Alguns Pressupostos instituições da sociedade civil e de
movimentos sociais.
2. O conhecimento
necessário para a
construção e a
disseminação destas
inovações depende das
interações entre de um
amplo conjunto de atores
que detêm
conhecimentos
específicos e parciais
sobre aquela
determinada realidade.
3. O conhecimento do agricultor/a, principalmente no
que se refere às interações entre o homem e o ambientes,
e as suas conseqüências é um tipo de conhecimento
imprescindível para a construção destas inovações.
11. Programa de Projetos
Demonstrativos - PDA
Desafio
Demonstrar através de experiências locais inovadoras a possibilidade
concreta de promoção do desenvolvimento sustentável, conciliando geração
de renda e conservação, e a partir dos conhecimentos construídos, subsidiar
a formulação de políticas públicas que contribuam para a ampliação da
escala de impacto destas práticas.
Questão
Motivadora.
“Pode uma sociedade
aprender ?”
12. Histórico
Criado em 1995.
Governo Brasileiro
Organismos de Cooperação Internacional dos Países do G7
Sociedade Civil da Amazônia (GTA) e da Mata Atlântica (RMA).
Implementado pelo MMA no âmbito do PPG7.
Principal apoio atualmente é da Cooperação Internacional Alemã.
PDA Fase 1 (1995-2003)
194 projetos apoiados
147 na Amazônia
47 na Mata Atlântica
Temas: Sistemas
Agroflorestais e Restauração,
Manejo Florestal, Manejo de
Recursos Aquáticos, Produção,
beneficiamento e
comercialização de produtos
não madeireiros.
13. NOVA FASE
2004 – Presente
Pontos de partida:
Acúmulo de aprendizados gerados até o presente
Fortalecimento da articulação das ações por territórios
Construção de estratégias de trabalho em redes
Proposta:
Fortalecimento e Consolidação de uma Rede de Inovação
Socioambiental orientada para a negociação de políticas publicas.
Projetos:
Mata Atlântica: 122 (PDA Mata Atlântica)
Amazônia: 68 (Consolidação e Padeq)
Temas: Agroecologia, Agrofloresta, Restauração Florestal, Gestão Unidades de
Conservação, Corredores Ecológicos, Serviços Ambientais, Uso Sustentável de
Produtos da Sociobiodiversidade, Ecoturismo, etc.
16. Pessoas e Famílias Envolvidas
22.018 famílias e 40.227 pessoas
Participam dos Projetos PDA
Pessoas Capacitadas por cursos 31.427
Pessoas Envolvidas em Intercâmbios: 13.570
Pessoas Capacitadas em Gestão Participativa de
UCs 3.418.
17. Resultados em Restauração
Restauração Recuperação sem
Finalidade Econômica Área - HA
Área recuperada em RLs 720,51
Área recuperada em APPs 532,5
Área total APPs + RLs 2101,7
Mudas produzidas e plantadas anualmente: 1.406.685
Estimativa de mudas produzidas e plantadas ao longo do programa: 11 milhões
18. Restauração com SAFs
Famílias envolvidas 5.530
Área a ser implantada 2.047,84 (ha)
Área já implantada 1.400,72 (ha)
Mudas plantadas ano 882.050
19.
20.
21. PDA Hoje:
Encerramento das chamadas de âmbito local e regional:
cenário definido.
Principal foco:
Construção de instrumentos que contribuam para
fortalecer as estratégias de geração de conhecimento
para subsidiar pol. publicas: Ex.: fortalecimento de
redes de conhecimento, para sistematização,
comunicação e negociação de políticas públicas, e
avançando em estratégias de transversalidade na
gestão ambiental.
Estratégias em implementação:
• Projetos de geração de conhecimento e
negociação de políticas publicas em Rede (S.A.
Água, UC, SAFs, Agroecologia Crédito, ATER,
Licenciamento Ambiental);
• Estudo para a avaliação da funcionalidade
econômica e ecológica dos Safs;
• Avaliação dos serviços ambientais associados
aos SAFs (CO, Biodiversidade e Balanço de
energia);
22. Redes de Inovação Socioambiental
Gestão do Conhecimento / Inovação
Experimentação Sistematização
.
/ Inovação Experiências
Território
/ Rede
Negociação
de Políticas
Publicas
23. Visão de Conhecimento do PDA
Centros de
PDA elaboração
de políticas
Suporte Fluxo de públicas
Técnico Conhecime
ntos
Outros
atores
qualificados
Outros
atores
interessados
Experiências Inovadoras
24. ESTUDO: “REDES DE CONHECIMENTO EM SISTEMAS DE
PRODUÇÃO INOVADORES COM FOCO EM SISTEMAS
AGROFLORESTAIS E EXTRATIVISMO”
Consultores: Alvori Cristo dos Santos e Jorge Luiz Vivan
Objetivo: Avaliação da funcionalidade econômica e ecológica de Sistemas
Agroflorestais, e elaboração de subsídios para a negociação de políticas
publicas no âmbito de quatro redes de promoção da agroecologia.
Atividades:
• Mobilização e animação das Redes;
• Analise de 30 experiências a partir de parâmetros ecológicos e econômicos;
• Construção e implementação das estratégias de negociação das políticas
25. Rede Ecovida de Agroecologia
Organizações:
• Cooperafloresta
• AS PTA
• Centro Vianei
• Centro Ecológico
• Ecocitrus
8 Estudos de Caso
26. Rede Amazônia Ocidental
•Organizações:
• FETAGRO
• RECA
• APRURAN
• AJOPAM
6 Estudos de Caso
27. Rede de ATER Nordeste
Organizações:
• Sasop
• Centro Sabia
• ASPTA
• CEPEMA
8 Estudos de Caso
28. Rede Amazônia Oriental
Organizações:
• GTNA
• MNEPA
• Colônia Z16
• Marabá
6 Estudos de caso
29. Alguns Dados Preliminares
Zé
Agricultor Sérgio Baiano Rafael Mitinori Jones Pedreco Ferreira
Organização / Reca Coopera C. Sabiá CANTA C. Sabiá GTNA Idaco
Rede RO PR PE PA PE PA RJ
Idade da
Experiência 12 anos 10 anos 13 anos 12 anos 13 anos 15 anos 8 anos
Área da Propriedade
(Ha) 18,00 6,00 8,80 300,00 0,95 9,00 29
Área de SAF / UTH
(Ha / UTH) 5,00 6,00 2,65 1,11 1,06 9,00 2,88
Produção por área
de SAF (Kg/Ha) 1.104,00 2.667,68 2.863,45 1.309,40 11.816,68 1.450,15 507,29
Preço por unidade
produzida (R$/Kg) 1,793 0,596 1,415 3,529 1,731 1,052 5,761
Custo por unidade de
produzida (R$/kg) 0,879 0,015 0,105 2,940 0,130 0,063 0,142
30. Remuneração do Trabalho
Ze
Agricultor Sergio Baiano Rafael Jones Pedreco Ferreira
Produtividade anual
do trabalho
(R$/Ano) 5.050,00 9.301,12 9.938,40 19.971,95 12.913,80 8.209,30
Produtividade
mensal do trabalho
(R$/mes) 420,83 775,09 828,20 1.664,33 1.076,15 684,11
Produtividade diaria
do trabalho (R$/dia) 19,13 35,23 37,65 75,65 48,92 48,92
Despesa familiar
mensal (R$/mes) - 375,00 1.000,00 500,00 350,00 208,53
Renda familiar
mensal (R$/mes) 420,83 400,09 (171,80) 1.164,33 726,15 475,58
31. Alguns Indicadores de Funcionalidade
Ecológica dos Sistemas
Agricultores
Zé
Grupos por Func. Sergio Baiano Rafael Mitinori Jones Pedreco
Ferreira
Ecológica Sucessão
% Pop. Total
Pioneiras
0,00 4,72 2,97 0,00 0,86 0,00 6,71
Secundária de vida curta
0,00 14,21 54,91 64,45 32,86 1,58 1,86
Secundárias de vida média
78,79 42,82 33,03 0,00 11,6 12,22 4,08
Secundárias de vida longa
18,18 24,09 7,66 2,67 44,51 83,93 57,09
Clímax
3,03 14,15 1,43 32,88 10,17 2,28 30,58
Numero de Espécies 4,0 89 105 5,0 73 121 119
População (m2/planta): 30,30 0,41 2,59 2,93 1,08 6,36 0,70
32. José Ferreira – Paraty RJ
Entorno do PNSB.
Família: 5 pessoas
7,8 ha / 12 ≠ modelos de SAFs
119 espécies.
Sistema orientado
para segurança
alimentar e autonomia
remuneração líquida
mensal: R$ 475,78
33. Projetos PDA em Rede
Prop. - Rede Tema Políticas
Cetra – Rede ATER Agroecologia e uso sustentável PNATER
Nordeste
AMANE Unidades de Conservação SEUC PE e AL
ISA – Rede Cantareira SA Água Programa Produtor de Águas ANA,
SABESP
SABIÁ ATER para Transição PNATER em Assentamentos
agroecologica
IMCA – Rede Ecovida Sistemas Agroflorestais PRONAF Floresta – Legislação
CTA – Articulação Mineira Sistemas Agroflorestais PRONAF Floresta – Legislação
Agroecologia
AS-PTA – GT Agroecologia e uso sustentável ATER e Crédito
Financiamento ANA
FASE – Articulação Agroecologia, integração de Políticas incidentes sobre a transição
Nacional de Agroecologia Políticas em bases territoriais agroecológica e de Desenvolvimento
territorial
CEDRO Comercialização Produtos agro- PAA, CONAB
ecológicos e segurança alimentar
INS. TERRA – Rede S.A. Água Programa Produtor de Águas RJ,
Águas e Floretas RJ ICMS Ecológico
IPEMA – Rede Juçara Produção Legislação e Legislação Ambiental,
Licenciamento de Polpa de Juçara Beneficiamento e Comercialização
34. Programa de Inovação em
Agroecologia Orientado
para Políticas Públicas
Um possível futuro
para o PDA ??
35. Obrigado !!!
Zaré Augusto Brum Soares
Engenheiro Agrônomo
Msc. em Desenvolv. Agric e
Soc.
Assessor Pol. Agrária
CONTAG
zare.brum@contag.org.br