Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
AF - 1º
1. Centro de Formação de Escolas do Porto Ocidental Dinamizador: Professor Carlos Jorge Gestão, administração e mediação de conflitos: que possibilidades?
3. Desafios da educação para a convivência numa nova sociedade Mudanças sociais e Educação Conceitos/concepções Tipologias, prevenção e resolução Dinamizador: Professor Carlos Jorge
4. A nossa leitura da realidade não captar todas as experiências vividas e não consegue compreender os variados significado e experiencias humanas que o sujeito experimenta. A nossa compreensão da realidade é sempre parcial. Mas poderemos aproximar-nos de uma melhor compreensão da realidade e das mudanças sociais afinando a nossa sensibilidade interpretativa. sensibilidade interpretativa A nossa leitura da realidade não captar todas as experiências vividas e não consegue compreender os variados significado e experiencias humanas que o sujeito experimenta. A nossa compreensão da realidade é sempre parcial. Mas poderemos aproximar-nos de uma melhor compreensão da realidade e das mudanças sociais afinando a nossa sensibilidade interpretativa. Desta leitura da realidade, resumida de maneira inacabada, entrelaçámos aquelas mudanças sociais que de modo mais significativo influíram nas práticas educativas. Dinamizador: Professor Carlos Jorge
5. Mudança Social A respeito do tema Mudança Social é recorrente considerar duas correntes em disputa: Exogenistas Endogenistas A Mudança Social Resulta, sobretudo, da existência de “estímulos” externo (ou exógenos) à sociedade. A Mudança Social É explicada por factores internos (ou endógenos) ao meio. Cf. Ferreira, J. C., Peixoto, J., Carvalho, A. S., Raposo, R., Graça, J. C., & Marques, R. ([1995] 1996). Sociologia. Lisboa: McGraw-Hill. Dinamizador: Professor Carlos Jorge
6. Mudanças sociais Os cientistas sociais têm, na sistematização de Sousa Santos (1994), pontos de vista de diferenciados acerca das mudanças sociais: a) Uns consideram como problema fundamental o confronto de modelos de sociedade (sociedade liberal moderna versus sociedade comunista ou capitalista e referem o fim da História (Fukuyama, 1992); Outros entendem que, antes de todos os problemas, está o problema da incapacidade da sociedade delimitar e perceber os problemas fundamentais. São as concepções pós-modernas (Lyotard, Maffesolli); Outros, ainda, questionam os pressupostos epistemológicos, admitindo que foram eles os grandes responsáveis pelo abandono da reflexão sobre os problemas fundamentais (Habermas, Derrida, Foulcault, Wallerstein); Um quarto grupo defende que a sociedade capitalista avançada esgotou as virtualidades do desenvolvimento social e que se atingiu uma desregulação global e um impasse de soluções (Touraine, Chantal Mouffe, Giddens). Santos, Boaventura de Sousa (1994). Pela mão de Alice. O Social e o Político na Pós-Modernidade. Porto: Edições Afrontamento. Dinamizador: Professor Carlos Jorge
7. Mudanças na Sociedade Para melhor entendermos as mudanças na sociedade observemos, segundo Toffler (2006), três vagas de riquezas que preencheram as nossas sociedades ao longo dos tempos: 2ª Vaga 3ª Vaga 4º Mundo 1ª Vaga Castells (2003) alerta para o surgimento de um quarto mundo trazido pelos desafios do informacionalismo onde o processo de reestruturação social é acompanhado de fenómenos como a pobreza, as desigualdades e a exclusão social. Criou a civilização agrária. A agricultura permitiu o cultivo dos campos e a emergência de uma forma de comércio a fim de trocar, comprar ou vender os produtos agrários. Iniciou-se nos finais do século XIX sob o signo da Revolução Industrial. Surgem as fábricas, as linhas de montagem, as grandes indústrias e a produção em massa que usurpando o poder das elites agrárias criam o monopólio do industrialismo. A que vigora atualmente está associada à sociedade do conhecimento, às novas tecnologias e uma preocupação “em servir, pensar, conhecer e experimentar” Castells , M. (2003). O fim do milénio. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. Dinamizador: Professor Carlos Jorge
8. Processos de socialização Do Estado Educador (com as suas referencias coletivas): Igreja, pátria e família Às transformações sociais, culturais e politicas, aliadas à emergência de novos modos de organização e funcionamento das instituições e consequente perda de referencias legitimadoras da socialização. O Estado Regulador e os novos (e velhos) mandatos da escola da atualidade Dinamizador: Professor Carlos Jorge
9. Referencias coletivas: Igreja, pátria e família. O Estado Novo desenvolveu, desde a aprovação da constituição de 1933 (institucionalização da ditadura Salazarista), políticas que assentavam em diversas trilogias: Dinamizador: Professor Carlos Jorge
11. Referencias coletivas: Igreja, pátria e família “Nós não compreenderíamos, nós não poderíamos consentir, que a escola portuguesa fosse neutra” António Oliveira Salazar 28 de Janeiro de 1934 Dinamizador: Professor Carlos Jorge
12. Que papel atribuía Salazar à escola portuguesa? “Deus, Pátria, Família” Dinamizador: Professor Carlos Jorge
13. Diretor-geral do Ensino Secundário, Dr. Pires de Lima, in nº 9/35 BOLETIM DO LICEU NORMAL DE LISBOA - PEDRO NUNES “Um dos elementos da desagregação é a frequente negação da ideia da família e da ideia da Pátria, quando da ideia da família e da ideia de Pátria está consubstanciada a virtude, a paz, a tranquilidade, a verdadeira felicidade humana, e a Pátria não é mais do que uma grande família” Diretor-geral do Ensino Secundário, Dr. Pires de Lima, in nº 9/35 “Ninguém pode sentir-se diminuído por cumprir ordens, e antes todos devem orgulhar-se de as bem cumprir, mesmo quando no seu íntimo discordem da doutrina que as ordens encerram” Diretor-geral do Ensino Secundário, In n.º 9/35 Dinamizador: Professor Carlos Jorge
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16. Os Mandatos da Escola Salazarista A Escola era a sagrada oficina das almas, inculcava a exaltação patriótica, a mitificação dos valores históricos e a supremacia da raça lusitana, a defesa dos valores da civilização cristã, a exaltação da disciplina, da obediência e do cumprimento do dever como condição necessária para o progresso e a defesa da pátria. (cf. Mónica, Filomena, 1978; Luís Torgal, 1989; Mattoso, 1994; Rosas & Brito, 1996a; (Rosas & Brito, 1996)
17. Do Estado Novo à Atualidade A complexidade da vida social está diretamente correlacionada com a complexidade dos conflitos, quer eles sejam individuais ou coletivos, que ai se despoletam. Dinamizador: Professor Carlos Jorge
18. Estado educador Quando os sistemas educativos eram concebidos e estavam organizados como estruturas rígidas, regras definidas e uma hierarquia claramente estabelecida, o conflito não emergia como categoria autónoma sendo antes concebido como um comportamento indisciplinado ou disfuncional à imagem das organizações militares onde as relações de poder estão estabelecidas de modo claro e o seu desrespeito é severamente sancionado. Dinamizador: Professor Carlos Jorge
19. O Estado Regulador: Os novos (e velhos) mandatos da escola da atualidade Não existe acordo quanto aos valores que a orientam As interpretações das normas legais são múltiplas e conflituantes Os objetivos são pouco claros e conflituais As tecnologias de planeamento e de avaliação são pouco claras e pouco rigorosas Os processos de tomada de decisão e de responsabilização são incertos e ambíguos Costa, M. E. (2003). Gestão de Conflitos na Escola. Lisboa: Universidade Aberta.
20. A mudança na instituição educacional Mudanças Sociais e Sistema Educativo O sistema educativo passou a estar no centro das atenções dos cientistas sociais, entre outros, e a motivar comentários acerca do desajustamento entre as mudanças ocorridas na sociedade e a lentidão do processo de reformas que se impunha na educação. As mudanças registadas na sociedade do conhecimento, a partir da segunda metade do século XX, influenciaram os sistemas educativos incentivando uma emergente onda de reformas. Dinamizador: Professor Carlos Jorge
21. Mudanças sociais e Educação Estádios do Processo de Maturação dos Sistemas Educativos (A mudança da sociedade nos últimos 50 anos, (2) as consequências da mudança na instituição educacional e (3) o fenómeno da exclusão escolar em Portugal.) Paradigmas de uma sociedade em mudança: A educação orientada à Produção A educação orientada ao consumo A educação orientada ao Cliente A educação orientada à Inovação Carneiro, R. 1994, “A Dinâmica de Evolução dos Sistemas Educativos” in C. E. e Sociedades, nº 6, pp. 1 3 - 59) Carneiro, R 2001, Fundamentos da Educação e Aprendizagem – 21 Ensais para o Século XXI, FML, pp. 91 - 119 Dinamizador: Professor Carlos Jorge
26. Conceitos/concepções Desatando os nós Quando falamos de conflitos é necessário aproximarmo-nos das características das diversas teorias do conflito existentes e procurar entender e compreender as diversas definições e abordagens a que se referem. Antes de tudo é necessário construir uma imagem aproximada do espaço social dos conflitos. Podemos distinguir una série de âmbitos do conflito, segundo o nível da realidade social em que o conflito aparece. Dinamizador: Professor Carlos Jorge
27. Dinamizador: Professor Carlos Jorge Meso Micro Macro "cara a cara" Desenvolve relações Interpessoais na família, escola, na sala de aula e no grupo de pares Compreende as inter-relações entre dois ou mais dos principais microssistemas: família e a escola e o grupo de pares da comunidade de pertença O contexto cultural que influencia as variáveis dos níveis anteriores, constituído pelos conjunto de valores, crenças, acontecimentos históricos, etc. âmbitos do conflito: rede de inter-relações (Do gr. mikrós, «pequeno») (Do gr. makrós, «grande») (Do gr. mésos, «médio»)
28. Dinamizador: Professor Carlos Jorge Exossistema Cronossistema É constituído pelo estatuto socioeconómico dos pais, o seu emprego, a rede social de apoio da família, a politica, etc. Diz respeito ao tempo em que o desenvolvimento ocorre; ou seja, determinados momentos temporais podem ser mais decisivos para o desenvolvimento do sujeito que outros, devido às mudanças que nele se processam. âmbitos do conflito: rede de inter-relações
29. Níveis do Sistema Educativo A análise das escolas enquanto organizações situa-se a um nível de análise meso, a um nível que se localiza entre as análises do sistema educativo, de nível macro, e as análises no âmbito da sala de aula a um nível micro. As análises organizacionais não ignoram o nível macro em que as escolas se inserem, nem tão pouco a dimensão micro que na escola toma lugar, pelo contrário, devem servir para «contextualizar todas as instâncias e dimensões presentes no ato educativo» (Nóvoa, 1995) Nóvoa, António, 1995, “Para uma análise das instituições escolares”, inAntónio Nóvoa (coord.), As organizações escolares em análise, Publicações Dom Quixote, Lisboa Dinamizador: Professor Carlos Jorge
31. Matrioska e o conflito: que relação? Uma matrioska ou boneca russa é constituída por outras bonecas que são colocadas umas dentro das outras, da maior (exterior) até a menor (a única que não é oca. Dinamizador: Professor Carlos Jorge
32. Matrioska e o conflito: que relação? Um conflito que se apresenta com uma determinada dimensão social pode ser influenciado e influenciar outras dimensões. Podemos encontrar um conflito interpessoal que pode ser interpretado à luz de uma constelação conflitual superior ("macro"): os casos de divórcio de casamentos mistos na ex-Jugoslávia. Um conflito limitado pode conter/despoletar um conflito maior. Um acontecimento aparentemente irrelevante pode dar lugar à transformação de um conflito latente num conflito manifesto: recordemos os acontecimentos de 1991, nos Estados Unidos, onde alguns polícias brancos, depois de terem maltratado um negro, Rodney King, provocaram, como consequência, revoltas que estalaram nos bairros negros de Los Angeles. Noutros casos é a dimensão macro que explica a sublevação de fenómenos conflituais. Em nenhum caso a relação causal entre as muitas dimensiones e absolutamente rígida. Dinamizador: Professor Carlos Jorge