1. O documento discute as veredas e sua dinâmica hidrológica na região dos cerrados brasileiros, e os impactos da construção de barragens para irrigação.
2. As veredas representam ambientes úmidos que dependem da oscilação sazonal do lençol freático, mas não armazenam grandes volumes d'água.
3. As chapadas com solos porosos são as principais armazenadoras de água da região, não as veredas, e a construção de barragens pode aumentar a
1. A FUNÇÃO DAS VEREDAS NA HIDROLOGIA
REGIONAL E OS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DE
BARRAMENTOS PARA IRRIGAÇÃO
FENICAFE - 2015
Prof. Antonio Giacomini Ribeiro
2.
3. A FUNÇÃO DAS VEREDAS NA HIDROLOGIA
REGIONAL E OS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DE
BARRAMENTOS PARA IRRIGAÇÃO
1. Aspectos climato-hidrológicos da região dos
cerrados e a necessidade do armazenamento das
águas superficiais
2. Veredas
2.1. Conceitos
2.2. Gênese e evolução geomorfológica
2.3. A dinâmica das águas no ambientes das veredas e no
entorno
3. Capacidade armazenadora das chapadas com
vertentes latossólicas
7. O ARMAZENAMENTO DE ÁGUA EM
BARRAGENS RURAIS NOS CHAPADÕES
DO BRASIL CENTRAL
8. O ARMAZENAMENTO DE ÁGUA EM
BARRAGENS RURAIS NOS CHAPADÕES
DO BRASIL CENTRAL
9. VEREDA
CONCEITO
Ambiente de elevada umidade, com solos
hidromórficos e com fitofisionomia de formação
savânica típica de campo úmido. Geralmente
apresenta a palmeira buriti, arbórea e
emergente, em meio a agrupamentos mais ou
menos densos de espécies arbustivo-
herbáceas, circundadas por uma faixa de
campo limpo.
10. VEREDA
CONCEITO
Lei Nº 12.655 DE 25/05/2012
Código Florestal Brasileiro
Vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em
solos hidromórficos, usualmente com a palmeira
arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente,
sem formar dossel, em meio a agrupamentos de
espécies arbustivo-herbáceas;
17. VEREDAS
DINÂMICA HIDROLÓGICA SAZONAL
No período chuvoso do ano verifica-se
uma intensa infiltração das águas pluviais
com a consequente elevação do nível
freático (NA). A elevação do NA nos
terrenos adjacentes resulta na migração
da água no sentido da vereda, o que leva
à saturação.
18. FIGURA 06 - Movimento da água em uma vereda de vale no período
chuvoso do ano.
19. VEREDAS
DINÂMICA HIDROLÓGICA SAZONAL
No período seco do ano, em razão do baixo
índice pluviométrico, o aporte de água para
a vereda diminui ao mesmo tempo em que
o lençol freático sofre depleção no seu
nível. Como resultado o nível da água
freática (NA) na vereda também sofre um
rebaixamento.
20. FIGURA 07 - Movimento da água em uma vereda de vale no período seco
do ano.
21. DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS
As veredas representam ambientes em
que a oscilação do lençol freático é o
principal fator responsável pelo seu
desenvolvimento e evolução.
22. DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS
A condição de saturação hídrica do solo
das veredas deve-se, principalmente, à
pressão lateral da água freática das
formações superficiais do entorno delas..
23. DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS
As veredas se constituem em drenos
naturais para as águas freáticas
24. DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS
As veredas podem ser consideradas
como drenos entulhados, que acabam por
impedir a livre exsudação das águas que
provém do entorno.
25. DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS
O pacote sedimentar que sustenta o
ambiente da vereda é constituído, em sua
maior parte, por materiais argilosos com
baixa capacidade de retenção hídrica.
26. DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS
As veredas, por si só, não representam
significativa reserva de água com
capacidade para a para a manutenção dos
cursos d’água.
Pouco significativos também são os
volumes hídricos envolvidos.
27. DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS
A imensa disponibilidade de água na
região encontra-se nas chapadas, onde
se associam o relevo plano e a natureza
porosa dos materiais sedimentares,
induzindo à intensa infiltração das águas
pluviais.
Práticas agrícolas conservacionista
tendem a incrementar os processos de
infiltração das águas de chuva.
28. DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS
As chapadas com as suas vertentes
latossólicas alongadas são as reais
armazenadoras e provedoras das águas
que abastecem os córregos e rios da
região.
29. CAPACIADE ARMAZENADORA DAS CHAPADAS COM
VERTENTES LATOSSÓLICAS
Exemplo 1 –
BACIA DO RIO CLARO (MG)
Unidade de Paisagem da Chapada Úmida
31. BACIA DO RIO CLARO (MG)
U P – Chapada Úmida
Área=4.641.600 m2
Espessura da camada saturada=15 m
Vol. da camada saturada = 6.962.400.000 m3
Porosidade da camada saturada = 9 a 11%
Água de recuperável pela drenagem
superficial a 9%=626.616.000 m3
Água de recuperável pela drenagem
superficial a 11%=765.864.000 m3
32. CAPACIADE ARMAZENADORA DAS CHAPADAS COM
VERTENTES LATOSSÓLICAS
Exemplo 2 –
BACIA DO RIBEIRÃO SANTA JULIANA
(MG)
Unidade de Paisagem da Chapada Seca
33.
34. BACIA DO RIB. Sta JULIANA (MG)
U P – Chapada Seca
Área=339.230.000 m2
Espessura da camada saturada=10 m
Vol. da camada saturada = 3.392.300.000 m3
Porosidade da camada saturada = 5 a 8%
Água de recuperável pela drenagem
superficial a 5%=169.615.000 m3
Água de recuperável pela drenagem
superficial a 8%=271.384.000 m3
35. CONCLUSÃO
• A introdução de barramentos em veredas
provoca o retardamento do fluxo da água
recuperável pela drenagem superficial, pois
a formação do lago da barragem provoca a
elevação do nível da água do lençol freático
no entorno do reservatório.
36. CONCLUSÃO
A implantação de barramento na
vereda provoca o aumento da capacidade
de retenção das águas armazenadas nas
chapadas latossólicas com vertentes
alongadas
.
37. CONCLUSÃO
Assim, o real “represamento” das
águas ocorre nas formações superficiais
latossólicas do entorno das áreas
inundadas