SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
Os parasitas são uma parte essencial de cada comunidade terrestre. A sua presença torna-se
mais evidente se causar doenças, em particular zoonoses e outras de importância económica
e, por vezes, adapta-se às modificações evolutivas do seu hospedeiro (Bray et al., 1999;
Boxshall, 20010).
Consequentemente, cada vez mais inúmeros trabalhos efectuados evidenciam que os
parasitas são um elemento importante da biodiversidade.
Na biologia dos peixes, os estudos parasitológicos têm, cada vez mais, uma importância
económica crescente, porque se verifica que os parasitas podem servir como marcadores
naturais para a identificação do stock de peixes (Klimpel et al., 2003; Klimpel e Piatkowsk,
2004). Além disso, os parasitas podem ainda ajudar a analisar a dieta das espécies dos peixes,
servindo como indicadores biológicos da espécie da presa e de sua origem. Visto que as
análises do estômago de determinados peixes (geralmente os peixes do oceano profundo) são
geralmente difíceis de efectuar, devido à grande diferença de pressão a que são submetidos
durante a captura, que provoca a extrusão do estômago e consequente perda do conteúdo
estomacal, os parasitas podem fornecer informação detalhadas no relacionamento trófico
imediato na altura da amostragem. Isto porque os estudos parasitológicos tornam possível
inferir interacções tróficas precedentes (Rhode, 1993; Poulin, 1995). Os helmintas, tais como
digenéticos, céstodes e nemátodes, são particularmente úteis para tais estudos, por causa do
seu ciclo de vida indirecto, geralmente associado à cadeia alimentar (Bush et al., 2001).
Em conclusão, os parasitas podem fornecer informação sobre os habitats e o nível trófico da
espécie estudada dos peixes dentro do ecossistema marinho (Klimpel et al., 2003). Deste
modo é importante conhecer os habitats, distribuição e hábitos alimentares dos hospedeiros
em análise para efeitos de estudos parasitológicos. Por exemplo alguns misidáceos podem
efectuar migrações verticais entre as camadas subsuperficiais e os 7.000 m de profundidade.
Fluxos de detritos constituem outra fonte de energia (fito e zoo-plancton e carcaças de animais
de maiores dimensões). Sazonalidade no domínio profundo provocada pelo fluxo diferenciado
de detritos nas regiões temperadas (Pedersen e Zeller, 2001). As diferenças dos hábitos
alimentares entre machos e fêmeas podem também afectar a taxa de infecção com
endoparasitas (Rohde, 2005).
Referências bibliográficas
Boxshall, 2000. Parasitic copepods (Copepoda: Siphonostomatoida) from deep-sea and mid-
water fishes. Systematic Parasitology 47: 173-181
Bray et al., 1999. Digenean parasites of deep-sea teleosts: a review and case studies of
intrageneric phylogenies. Parasitology 119:125-144
Bush et al., 2001. Parasitism: the diversity and ecology of animal parasites. Ed Cambridge.
Cambridge. 566 pp.
Klimpel et al., 2003. Klimpel, S.; Seehagen, A.; Palm, H. 2003. Metazoan parasites and feeding
behaviour of four small-sized fish species from the central North Sea. Parasitol. Res. 91: 290-
297
Klimpel e Piatkowsk, 2004. Sampling of deep-sea fishes from German research cruises and
deep-sea fish parasitology – an overview.IFM-GEOMAR. MAR-ECO Pedersen e Zeller, 2001. A
mass balance model for the West Greenland marine ecosystem.
Poulin, 1995. Phylogeny, ecology, and the richness of parasite communities in vertebrates.
Ecol Monogr 65:283–302
Rhode, 1993. Rhode, K. 1993. Ecology of marine parasites. Wallingford, CAB International. 298
pp.
Rohde, 2005. Marine Parasitology. CABI Publishing. 565 pp.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Principais causas da extinção de animais e plantas
Principais causas da extinção de animais e plantasPrincipais causas da extinção de animais e plantas
Principais causas da extinção de animais e plantasMariana Rosa
 
Biologia da conservação primack & rodrigues
Biologia da conservação   primack & rodriguesBiologia da conservação   primack & rodrigues
Biologia da conservação primack & rodriguesSanta1304
 
Aula 3 - ameacas a biodiversidade e extincao de espécies
Aula 3 - ameacas a biodiversidade e extincao de espéciesAula 3 - ameacas a biodiversidade e extincao de espécies
Aula 3 - ameacas a biodiversidade e extincao de espéciessandrosilvaufgd
 
Biogeografia histórica e ecológica1 1
Biogeografia histórica e ecológica1 1Biogeografia histórica e ecológica1 1
Biogeografia histórica e ecológica1 1marianax3
 
Animais em Extinção
Animais em ExtinçãoAnimais em Extinção
Animais em Extinçãokyzinha
 
Biologia da conservaçao definitivo
Biologia da conservaçao definitivoBiologia da conservaçao definitivo
Biologia da conservaçao definitivoAlessandra Targino
 
Historia da biogeografia
Historia da biogeografiaHistoria da biogeografia
Historia da biogeografiaunesp
 
MetapopulaçõEs
MetapopulaçõEsMetapopulaçõEs
MetapopulaçõEsern
 
Extinçao das especies animais e consequências
Extinçao das especies animais e consequências Extinçao das especies animais e consequências
Extinçao das especies animais e consequências luz_19
 
Desflorestação e extinção de espécies
Desflorestação e extinção de espécies Desflorestação e extinção de espécies
Desflorestação e extinção de espécies DaraSilva3d
 
A malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
A malacofauna terrestre do distrito de Vai VoltaA malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
A malacofauna terrestre do distrito de Vai VoltaAmanda Oliveira
 
Fragmentos Florestais - Ecossistemologia
Fragmentos Florestais - EcossistemologiaFragmentos Florestais - Ecossistemologia
Fragmentos Florestais - EcossistemologiaCarlos Alberto Monteiro
 

Mais procurados (20)

Principais causas da extinção de animais e plantas
Principais causas da extinção de animais e plantasPrincipais causas da extinção de animais e plantas
Principais causas da extinção de animais e plantas
 
Biologia da conservação primack & rodrigues
Biologia da conservação   primack & rodriguesBiologia da conservação   primack & rodrigues
Biologia da conservação primack & rodrigues
 
Aula 3 - ameacas a biodiversidade e extincao de espécies
Aula 3 - ameacas a biodiversidade e extincao de espéciesAula 3 - ameacas a biodiversidade e extincao de espécies
Aula 3 - ameacas a biodiversidade e extincao de espécies
 
Td 6 biologia ii
Td 6   biologia iiTd 6   biologia ii
Td 6 biologia ii
 
Biogeografia histórica e ecológica1 1
Biogeografia histórica e ecológica1 1Biogeografia histórica e ecológica1 1
Biogeografia histórica e ecológica1 1
 
Palestra CBN 2018
Palestra CBN 2018Palestra CBN 2018
Palestra CBN 2018
 
Animais em Extinção
Animais em ExtinçãoAnimais em Extinção
Animais em Extinção
 
Nematoides bioindicadores da qualidade do solo
Nematoides bioindicadores da qualidade do soloNematoides bioindicadores da qualidade do solo
Nematoides bioindicadores da qualidade do solo
 
Biologia da conservaçao definitivo
Biologia da conservaçao definitivoBiologia da conservaçao definitivo
Biologia da conservaçao definitivo
 
Historia da biogeografia
Historia da biogeografiaHistoria da biogeografia
Historia da biogeografia
 
Biogeografia 1
Biogeografia 1Biogeografia 1
Biogeografia 1
 
MetapopulaçõEs
MetapopulaçõEsMetapopulaçõEs
MetapopulaçõEs
 
Aula 03
Aula 03Aula 03
Aula 03
 
Extinçao das especies animais e consequências
Extinçao das especies animais e consequências Extinçao das especies animais e consequências
Extinçao das especies animais e consequências
 
Desflorestação e extinção de espécies
Desflorestação e extinção de espécies Desflorestação e extinção de espécies
Desflorestação e extinção de espécies
 
A malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
A malacofauna terrestre do distrito de Vai VoltaA malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
A malacofauna terrestre do distrito de Vai Volta
 
Biologia da Conservação
Biologia da ConservaçãoBiologia da Conservação
Biologia da Conservação
 
Aula02 biogeografia
Aula02 biogeografiaAula02 biogeografia
Aula02 biogeografia
 
Reino protoctista
Reino protoctistaReino protoctista
Reino protoctista
 
Fragmentos Florestais - Ecossistemologia
Fragmentos Florestais - EcossistemologiaFragmentos Florestais - Ecossistemologia
Fragmentos Florestais - Ecossistemologia
 

Semelhante a Importância dos Parasitas na Biodiversidade e Ecologia dos Peixes

biodiversidade (1).pdf
biodiversidade (1).pdfbiodiversidade (1).pdf
biodiversidade (1).pdfPabloFirmino2
 
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreirosTrindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreirosFURG
 
Paleoenvironmental interpretations of Middle Pleistocene from benthic foramin...
Paleoenvironmental interpretations of Middle Pleistocene from benthic foramin...Paleoenvironmental interpretations of Middle Pleistocene from benthic foramin...
Paleoenvironmental interpretations of Middle Pleistocene from benthic foramin...Micael Luã Bergamaschi
 
Composition and seasonal changes in filamentous algae in floating mats2015.en.pt
Composition and seasonal changes in filamentous algae in floating mats2015.en.ptComposition and seasonal changes in filamentous algae in floating mats2015.en.pt
Composition and seasonal changes in filamentous algae in floating mats2015.en.ptedmilsonrobertobraga
 
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasilMudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasilJoão Vitor Soares Ramos
 
Estudos biogeográficos e relaçãoes entre mundança climática global e declíni...
 Estudos biogeográficos e relaçãoes entre mundança climática global e declíni... Estudos biogeográficos e relaçãoes entre mundança climática global e declíni...
Estudos biogeográficos e relaçãoes entre mundança climática global e declíni...Miguel Rocha Neto
 

Semelhante a Importância dos Parasitas na Biodiversidade e Ecologia dos Peixes (20)

biodiversidade (1).pdf
biodiversidade (1).pdfbiodiversidade (1).pdf
biodiversidade (1).pdf
 
37 cleber macrofitas
37 cleber macrofitas37 cleber macrofitas
37 cleber macrofitas
 
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreirosTrindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
Trindade et al. 2010. macrófitas do campus carreiros
 
Projeto i. rachovii (met. cientifica)
Projeto i. rachovii (met. cientifica)Projeto i. rachovii (met. cientifica)
Projeto i. rachovii (met. cientifica)
 
Artigo bioterra v15_n2_03
Artigo bioterra v15_n2_03Artigo bioterra v15_n2_03
Artigo bioterra v15_n2_03
 
Cinzas
CinzasCinzas
Cinzas
 
Paleoenvironmental interpretations of Middle Pleistocene from benthic foramin...
Paleoenvironmental interpretations of Middle Pleistocene from benthic foramin...Paleoenvironmental interpretations of Middle Pleistocene from benthic foramin...
Paleoenvironmental interpretations of Middle Pleistocene from benthic foramin...
 
Composition and seasonal changes in filamentous algae in floating mats2015.en.pt
Composition and seasonal changes in filamentous algae in floating mats2015.en.ptComposition and seasonal changes in filamentous algae in floating mats2015.en.pt
Composition and seasonal changes in filamentous algae in floating mats2015.en.pt
 
R0594 2
R0594 2R0594 2
R0594 2
 
Artigo bioterra v19_n2_03
Artigo bioterra v19_n2_03Artigo bioterra v19_n2_03
Artigo bioterra v19_n2_03
 
112 1269543456 resumo
112 1269543456 resumo112 1269543456 resumo
112 1269543456 resumo
 
R0746 1
R0746 1R0746 1
R0746 1
 
18
1818
18
 
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasilMudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
 
Estudos biogeográficos e relaçãoes entre mundança climática global e declíni...
 Estudos biogeográficos e relaçãoes entre mundança climática global e declíni... Estudos biogeográficos e relaçãoes entre mundança climática global e declíni...
Estudos biogeográficos e relaçãoes entre mundança climática global e declíni...
 
Phytoplankton
PhytoplanktonPhytoplankton
Phytoplankton
 
Limnologia oficial (3)
Limnologia  oficial (3)Limnologia  oficial (3)
Limnologia oficial (3)
 
Anfíbios - livro vermelho fauna Brasileira
Anfíbios - livro vermelho fauna BrasileiraAnfíbios - livro vermelho fauna Brasileira
Anfíbios - livro vermelho fauna Brasileira
 
Artigo_Bioterra_V23_N2_10
Artigo_Bioterra_V23_N2_10Artigo_Bioterra_V23_N2_10
Artigo_Bioterra_V23_N2_10
 
02
0202
02
 

Mais de João Soares

DANÇAR O ZEN: APRENDIZADO E POÉTICAS DE UM PROCESSO
DANÇAR O ZEN: APRENDIZADO E POÉTICAS DE UM PROCESSODANÇAR O ZEN: APRENDIZADO E POÉTICAS DE UM PROCESSO
DANÇAR O ZEN: APRENDIZADO E POÉTICAS DE UM PROCESSOJoão Soares
 
How Google enables Big Oil’s greenwashing-Final Report
How Google enables Big Oil’s greenwashing-Final ReportHow Google enables Big Oil’s greenwashing-Final Report
How Google enables Big Oil’s greenwashing-Final ReportJoão Soares
 
The Entropy Law and the Economic Process
The Entropy Law and the Economic ProcessThe Entropy Law and the Economic Process
The Entropy Law and the Economic ProcessJoão Soares
 
E-Livro - Elogio da Loucura, por Erasmo de Roterdão
E-Livro - Elogio da Loucura, por Erasmo de RoterdãoE-Livro - Elogio da Loucura, por Erasmo de Roterdão
E-Livro - Elogio da Loucura, por Erasmo de RoterdãoJoão Soares
 
Constituição da República Portuguesa 1976
Constituição da República Portuguesa 1976Constituição da República Portuguesa 1976
Constituição da República Portuguesa 1976João Soares
 
War is a crime against humanity: The Story of War Resisters’ International
War is a crime against humanity: The Story of War Resisters’ InternationalWar is a crime against humanity: The Story of War Resisters’ International
War is a crime against humanity: The Story of War Resisters’ InternationalJoão Soares
 
Extending Russia: Competing from Advantageous Ground
Extending Russia: Competing from Advantageous GroundExtending Russia: Competing from Advantageous Ground
Extending Russia: Competing from Advantageous GroundJoão Soares
 
Pensar Portugal – A modernidade de um país antigo
Pensar Portugal – A modernidade de um país antigoPensar Portugal – A modernidade de um país antigo
Pensar Portugal – A modernidade de um país antigoJoão Soares
 
Vista do Ethos Mundial - Um consenso mínimo entre os humanos.pdf
Vista do Ethos Mundial - Um consenso mínimo entre os humanos.pdfVista do Ethos Mundial - Um consenso mínimo entre os humanos.pdf
Vista do Ethos Mundial - Um consenso mínimo entre os humanos.pdfJoão Soares
 
Bulletin of the Atomic Scientisits 2024-Doomsday-Clock-Statement
Bulletin of the Atomic Scientisits 2024-Doomsday-Clock-StatementBulletin of the Atomic Scientisits 2024-Doomsday-Clock-Statement
Bulletin of the Atomic Scientisits 2024-Doomsday-Clock-StatementJoão Soares
 
The Man in The High Castle Philip K. Dick
The Man in The High Castle Philip K. DickThe Man in The High Castle Philip K. Dick
The Man in The High Castle Philip K. DickJoão Soares
 
o homem do castelo alto - philip k. dick
o homem do castelo alto - philip k. dicko homem do castelo alto - philip k. dick
o homem do castelo alto - philip k. dickJoão Soares
 
Falsas catástrofes invisíveis e ameaças de destruição
Falsas catástrofes invisíveis e ameaças de destruiçãoFalsas catástrofes invisíveis e ameaças de destruição
Falsas catástrofes invisíveis e ameaças de destruiçãoJoão Soares
 
Cronologia das organizações de direita (1973-1976)
Cronologia das organizações de direita (1973-1976)Cronologia das organizações de direita (1973-1976)
Cronologia das organizações de direita (1973-1976)João Soares
 
Introdução ao pensamento feminista negro
Introdução ao pensamento feminista negroIntrodução ao pensamento feminista negro
Introdução ao pensamento feminista negroJoão Soares
 
Queer Palestine and the Empire of Critique
Queer Palestine and the Empire of CritiqueQueer Palestine and the Empire of Critique
Queer Palestine and the Empire of CritiqueJoão Soares
 
Livro - Modernidade liquida por Zygmunt Bauman
Livro - Modernidade liquida por Zygmunt BaumanLivro - Modernidade liquida por Zygmunt Bauman
Livro - Modernidade liquida por Zygmunt BaumanJoão Soares
 
Um Manifesto Anarquista - Louisa Sarah Bevington
Um Manifesto Anarquista - Louisa Sarah BevingtonUm Manifesto Anarquista - Louisa Sarah Bevington
Um Manifesto Anarquista - Louisa Sarah BevingtonJoão Soares
 
Inquérito aos Hábitos de Leitura dos Estudantes do 1.º Ciclo do Ensino Superi...
Inquérito aos Hábitos de Leitura dos Estudantes do 1.º Ciclo do Ensino Superi...Inquérito aos Hábitos de Leitura dos Estudantes do 1.º Ciclo do Ensino Superi...
Inquérito aos Hábitos de Leitura dos Estudantes do 1.º Ciclo do Ensino Superi...João Soares
 
Tese Doutoramento sobre a "cunha" em Portugal - João Ribeiro
Tese  Doutoramento sobre a "cunha" em Portugal - João RibeiroTese  Doutoramento sobre a "cunha" em Portugal - João Ribeiro
Tese Doutoramento sobre a "cunha" em Portugal - João RibeiroJoão Soares
 

Mais de João Soares (20)

DANÇAR O ZEN: APRENDIZADO E POÉTICAS DE UM PROCESSO
DANÇAR O ZEN: APRENDIZADO E POÉTICAS DE UM PROCESSODANÇAR O ZEN: APRENDIZADO E POÉTICAS DE UM PROCESSO
DANÇAR O ZEN: APRENDIZADO E POÉTICAS DE UM PROCESSO
 
How Google enables Big Oil’s greenwashing-Final Report
How Google enables Big Oil’s greenwashing-Final ReportHow Google enables Big Oil’s greenwashing-Final Report
How Google enables Big Oil’s greenwashing-Final Report
 
The Entropy Law and the Economic Process
The Entropy Law and the Economic ProcessThe Entropy Law and the Economic Process
The Entropy Law and the Economic Process
 
E-Livro - Elogio da Loucura, por Erasmo de Roterdão
E-Livro - Elogio da Loucura, por Erasmo de RoterdãoE-Livro - Elogio da Loucura, por Erasmo de Roterdão
E-Livro - Elogio da Loucura, por Erasmo de Roterdão
 
Constituição da República Portuguesa 1976
Constituição da República Portuguesa 1976Constituição da República Portuguesa 1976
Constituição da República Portuguesa 1976
 
War is a crime against humanity: The Story of War Resisters’ International
War is a crime against humanity: The Story of War Resisters’ InternationalWar is a crime against humanity: The Story of War Resisters’ International
War is a crime against humanity: The Story of War Resisters’ International
 
Extending Russia: Competing from Advantageous Ground
Extending Russia: Competing from Advantageous GroundExtending Russia: Competing from Advantageous Ground
Extending Russia: Competing from Advantageous Ground
 
Pensar Portugal – A modernidade de um país antigo
Pensar Portugal – A modernidade de um país antigoPensar Portugal – A modernidade de um país antigo
Pensar Portugal – A modernidade de um país antigo
 
Vista do Ethos Mundial - Um consenso mínimo entre os humanos.pdf
Vista do Ethos Mundial - Um consenso mínimo entre os humanos.pdfVista do Ethos Mundial - Um consenso mínimo entre os humanos.pdf
Vista do Ethos Mundial - Um consenso mínimo entre os humanos.pdf
 
Bulletin of the Atomic Scientisits 2024-Doomsday-Clock-Statement
Bulletin of the Atomic Scientisits 2024-Doomsday-Clock-StatementBulletin of the Atomic Scientisits 2024-Doomsday-Clock-Statement
Bulletin of the Atomic Scientisits 2024-Doomsday-Clock-Statement
 
The Man in The High Castle Philip K. Dick
The Man in The High Castle Philip K. DickThe Man in The High Castle Philip K. Dick
The Man in The High Castle Philip K. Dick
 
o homem do castelo alto - philip k. dick
o homem do castelo alto - philip k. dicko homem do castelo alto - philip k. dick
o homem do castelo alto - philip k. dick
 
Falsas catástrofes invisíveis e ameaças de destruição
Falsas catástrofes invisíveis e ameaças de destruiçãoFalsas catástrofes invisíveis e ameaças de destruição
Falsas catástrofes invisíveis e ameaças de destruição
 
Cronologia das organizações de direita (1973-1976)
Cronologia das organizações de direita (1973-1976)Cronologia das organizações de direita (1973-1976)
Cronologia das organizações de direita (1973-1976)
 
Introdução ao pensamento feminista negro
Introdução ao pensamento feminista negroIntrodução ao pensamento feminista negro
Introdução ao pensamento feminista negro
 
Queer Palestine and the Empire of Critique
Queer Palestine and the Empire of CritiqueQueer Palestine and the Empire of Critique
Queer Palestine and the Empire of Critique
 
Livro - Modernidade liquida por Zygmunt Bauman
Livro - Modernidade liquida por Zygmunt BaumanLivro - Modernidade liquida por Zygmunt Bauman
Livro - Modernidade liquida por Zygmunt Bauman
 
Um Manifesto Anarquista - Louisa Sarah Bevington
Um Manifesto Anarquista - Louisa Sarah BevingtonUm Manifesto Anarquista - Louisa Sarah Bevington
Um Manifesto Anarquista - Louisa Sarah Bevington
 
Inquérito aos Hábitos de Leitura dos Estudantes do 1.º Ciclo do Ensino Superi...
Inquérito aos Hábitos de Leitura dos Estudantes do 1.º Ciclo do Ensino Superi...Inquérito aos Hábitos de Leitura dos Estudantes do 1.º Ciclo do Ensino Superi...
Inquérito aos Hábitos de Leitura dos Estudantes do 1.º Ciclo do Ensino Superi...
 
Tese Doutoramento sobre a "cunha" em Portugal - João Ribeiro
Tese  Doutoramento sobre a "cunha" em Portugal - João RibeiroTese  Doutoramento sobre a "cunha" em Portugal - João Ribeiro
Tese Doutoramento sobre a "cunha" em Portugal - João Ribeiro
 

Importância dos Parasitas na Biodiversidade e Ecologia dos Peixes

  • 1. Os parasitas são uma parte essencial de cada comunidade terrestre. A sua presença torna-se mais evidente se causar doenças, em particular zoonoses e outras de importância económica e, por vezes, adapta-se às modificações evolutivas do seu hospedeiro (Bray et al., 1999; Boxshall, 20010). Consequentemente, cada vez mais inúmeros trabalhos efectuados evidenciam que os parasitas são um elemento importante da biodiversidade. Na biologia dos peixes, os estudos parasitológicos têm, cada vez mais, uma importância económica crescente, porque se verifica que os parasitas podem servir como marcadores naturais para a identificação do stock de peixes (Klimpel et al., 2003; Klimpel e Piatkowsk, 2004). Além disso, os parasitas podem ainda ajudar a analisar a dieta das espécies dos peixes, servindo como indicadores biológicos da espécie da presa e de sua origem. Visto que as análises do estômago de determinados peixes (geralmente os peixes do oceano profundo) são geralmente difíceis de efectuar, devido à grande diferença de pressão a que são submetidos durante a captura, que provoca a extrusão do estômago e consequente perda do conteúdo estomacal, os parasitas podem fornecer informação detalhadas no relacionamento trófico imediato na altura da amostragem. Isto porque os estudos parasitológicos tornam possível inferir interacções tróficas precedentes (Rhode, 1993; Poulin, 1995). Os helmintas, tais como digenéticos, céstodes e nemátodes, são particularmente úteis para tais estudos, por causa do seu ciclo de vida indirecto, geralmente associado à cadeia alimentar (Bush et al., 2001). Em conclusão, os parasitas podem fornecer informação sobre os habitats e o nível trófico da espécie estudada dos peixes dentro do ecossistema marinho (Klimpel et al., 2003). Deste modo é importante conhecer os habitats, distribuição e hábitos alimentares dos hospedeiros em análise para efeitos de estudos parasitológicos. Por exemplo alguns misidáceos podem efectuar migrações verticais entre as camadas subsuperficiais e os 7.000 m de profundidade. Fluxos de detritos constituem outra fonte de energia (fito e zoo-plancton e carcaças de animais de maiores dimensões). Sazonalidade no domínio profundo provocada pelo fluxo diferenciado de detritos nas regiões temperadas (Pedersen e Zeller, 2001). As diferenças dos hábitos alimentares entre machos e fêmeas podem também afectar a taxa de infecção com endoparasitas (Rohde, 2005). Referências bibliográficas Boxshall, 2000. Parasitic copepods (Copepoda: Siphonostomatoida) from deep-sea and mid- water fishes. Systematic Parasitology 47: 173-181 Bray et al., 1999. Digenean parasites of deep-sea teleosts: a review and case studies of intrageneric phylogenies. Parasitology 119:125-144 Bush et al., 2001. Parasitism: the diversity and ecology of animal parasites. Ed Cambridge. Cambridge. 566 pp. Klimpel et al., 2003. Klimpel, S.; Seehagen, A.; Palm, H. 2003. Metazoan parasites and feeding behaviour of four small-sized fish species from the central North Sea. Parasitol. Res. 91: 290- 297
  • 2. Klimpel e Piatkowsk, 2004. Sampling of deep-sea fishes from German research cruises and deep-sea fish parasitology – an overview.IFM-GEOMAR. MAR-ECO Pedersen e Zeller, 2001. A mass balance model for the West Greenland marine ecosystem. Poulin, 1995. Phylogeny, ecology, and the richness of parasite communities in vertebrates. Ecol Monogr 65:283–302 Rhode, 1993. Rhode, K. 1993. Ecology of marine parasites. Wallingford, CAB International. 298 pp. Rohde, 2005. Marine Parasitology. CABI Publishing. 565 pp.