O documento discute conceitos-chave de ecossistemas, incluindo espécie, comunidade, biótopo, ecossistema e nicho ecológico. Também aborda fatores ambientais como temperatura, água, luz e solo e como eles influenciam os organismos, com exemplos de adaptações como camuflagem, fototropismo e halofitismo.
2. (Factores abióticos ou ambientais) (Comunidade)
Ecossistema = Biótopo + Comunidade + Inter-relações
3. Conceitos importantes
- Indivíduo é a unidade de vida que se manifesta. É um representante de uma espécie.
- Espécie é o conjunto de indivíduos altamente semelhantes, que na natureza são capazes de se reproduzirem,
produzindo descendentes férteis.
- População é o conjunto de organismos de uma mesma espécie que habitam uma determinada área.
- Comunidade ou biocenose é o conjunto de espécies diferentes que sofrem interferência umas nas outras num
mesmo ecossistema.
- Biotópo constitui, de uma forma genérica, os fatores físicos e químicos essenciais para o bem-estar da comunidade
que compõe uma área geográfica.
- Ecossistema é o conjunto formado por todas as comunidades que vivem e interagem em determinada região e
pelos fatores abióticos que atuam sobre essas comunidades
- Habitat é, normalmente, usado em referência a uma ou mais espécies, no sentido de estabelecer os locais e as
condições ambientais onde essas populações habitam.
- Nicho Ecológico é o modo de vida de cada espécie no seu habitat. Representa o conjunto de atividades que a
espécie desempenha, incluindo relações alimentares, obtenção de abrigos e locais de reprodução. Dito de outra
forma: como, onde e à custa de quem a espécie se alimenta, para quem serve de alimento, quando, como e onde busca
abrigo, como e onde se reproduz.
4.
5. Conceito biológico de espécie
O conceito mais aceite entre a comunidade cientifica é o conceito biológico que define a espécie em termos da
capacidade de reprodução entre indivíduos de diferentes populações.
Assim, uma espécie é constituída por grupos de populações naturais compostas de indivíduos que se reproduzem
entre si, produzindo descendência fértil e que estão reprodutivamente isolados de outros grupos semelhantes.
No exemplo:
antigamente consideradas espécies
distintas:
Lobo – Canis lupus
Cão – Canis familiaris
hoje em dia é consensual que o cão e o lobo
pertencem à mesma espécie; assim:
Lobo – Canis lupus
Cão – Canis lupus familiaris
As diferentes raças de cães foram
conseguidas por selecção artificial durante
a domesticação levada a cabo pelo Homem.
Significado da monenclatura:
Canis – género
Canis lupus – espécie
Canis lupus familiaris –subespécie
Questão: que se pode concluir sobre o cruzamento entre lobos e cães?
6. Hibridização na Natureza
Hibridização refere-se à descendência híbrida resultante do cruzamento entre dois animais ou plantas de espécies
diferentes.
Geralmente, o cruzamento entre duas espécies vegetais ou animais distintas é impossível pois os genes são incompatíveis.
Nos casos em que é produzida descendência, os denominados híbridos, estes são estéreis (salvo raras exceções…).
Ligre – híbrido entre um leão e um tigre fêmea Mula (fêmea) ou Macho (macho) – híbrido entre burro e égua
Tricale – híbrido entre trigo e centeio A Laranja é o resultado do cruzamento entre a cimboa e a tangerina
7. Distribuição global dos principais Ecossistemas/Biomas
Questão: qual é o ecossistema predominante na Península Ibérica? Quais as suas principais características?
8. Influência da Temperatura
Endotérmicos (têm a capacidade de manter a temperatura
corporal constante – animais de “sangue-quente”)
Aves e mamíferos
Conseguem sobreviver em temperaturas muito variáveis)
Poiquilotérmicos (temperatura corporal varia com a
temperatura ambiente – animais de “sangue-frio”)
Anfíbios e répteis
Não toleram grandes variações de temperatura, por
exemplo, os peixes)
Carpa – peixe de águas frias Guppys – peixe de águas quentes
10. Influência da Água
De acordo com as necessidades específicas dos seres vivos relativamente à água, podemos classificá-los como:
Hidrófilos (aquáticos)
Higrófilos (elevadas necessidades de água; vivem em
locais húmidos)
Mesófilos (necessidades moderadas de água)
Xerófilos (elevada tolerância à falta de água; vivem em
ambientes secos)
11. Influência da Luz – Camuflagem
Durante o outono e no inverno, a pele da lebre-do-ártico é branca para evitar os predadores, camuflando-se na neve; na
primavera e no verão a pele fica acastanhada parecendo-se com o solo.
A raposa-do-ártico, predador natural da lebre, faz uso da mesma adaptação.
12. Influência da Luz – Fototropismo
Designação dada ao movimento ou crescimento dos seres vivos,
especialmente das plantas, com destaque para o girassol, em resposta a
estímulos luminosos.
Um facto curioso é que partes da
mesma planta apresentam
movimentos diferentes:
- os caules aproximam-se da fonte
luminosa e, portanto, têm
fototropismo positivo;
- já as raízes curvam-se em
direcção oposta à fonte luminosa,
apresentando fototropismo
negativo.
Abaixo: fototropismo negativo
evidenciado pelos morcegos.
13. Influência da Luz – Fotoperíodo
A resposta fisiológica dos organismos em relação à duração dos dias (período iluminado) e das noites (período escuro),
ou seja, à duração do período de luz de um determinado lugar.
Planta de dias longos Planta de dias curtos
Diapausa - Redução do crescimento e do
desenvolvimento de insectos e outros animais, que se
observa em determinadas estações do ano.
Pode ser desencadeada por um evento externo, como a
redução da duração dos dias durante o outono
Migrações – muitos movimento migratórios são
desencadeados pela duração do fotoperíodo.
Migração anual da andorinha.
14. Influência da Luz – Bioluminescência
Capacidade de produção de luz por alguns seres vivos.
O peixe-diabo negro (Melanocetus johnsonii) é uma
espécie de peixe encontrada em profundidades que
variam entre 100 e 2 mil metros. É capaz de atrair suas
presas com uma falsa isca, uma espécie de saliência
luminescente que se agita sobre a cabeça
O pirilampo possui órgãos bioluminescentes
localizados na parte inferior do abdómen, que servem
para atrair as fêmeas.
15. Influência do Solo
Plantas Halófitas (sendo essencialmente terrestres, estão
adaptadas a viverem no mar ou próximo dele, sendo
tolerantes à salinidade dos solos)
Cardo marítimo Estorno-das-dunas
pH dos solos - as hortênsias funcionam como indicadores
de pH, pois em solos ácidos suas flores ficam azuis, em
solos com pH próximo do neutro exibem coloração creme e
em solos alcalinos suas flores são cor de rosa.
Plantas de solos arenosos – nestes solos muito
permeáveis, a água e nutrientes desaparecem rapidamente
por infiltração; algumas plantas desenvolveram tubérculos
para armazenamento e longas raízes para procurar água.
Plantas carnívoras – como vivem em solos pobres
adaptaram-se a capturar pequenos animais, principalmente
insetos, que digerem e dos quais extraem sais minerais; na
imagem uma orvalhinha, uma planta carnívora de Portugal.
Exemplos de animais adaptados a viver no solo
Toupeira comum Escaravelho Minhocas