O documento discute os principais conceitos de macroeconomia e política econômica brasileira, incluindo: (1) política fiscal e monetária, (2) tripé econômico do Brasil com câmbio flutuante, meta de inflação e meta fiscal, (3) pedaladas fiscais e (4) indicadores macroeconômicos como inflação e PIB.
4. Introdução
A política macroeconômica é basicamente o que define as políticas
econômicas aplicadas de um país, sendo dividida, basicamente em:
Política fiscal;
Política monetária;
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5. Política Fiscal
Principal instrumento de política econômica do setor público, sendo basicamente
resumida como o planejamento orçamentário do Estado;
Orçamento é a diferença entre receita e despesas em um período;
O orçamento pode indicar um superávit ou um déficit;
As alterações de receita e gastos podem ser feitas em inúmeros segmentos da
economia, podendo:
Diminuir a tributação para setores específicos da indústria de forma a incentivar o
investimento daquele segmento;
Aumentar os gastos com infraestrutura (rodovias, portos, sistema de transmissão de
energia, etc);
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6. Quando se tem um superávit, existe a sinalização de que as contas estão sendo pagas e
de que está sobrando dinheiro, o que permite que se pague a dívida pública;
Além disso, o setor público teria uma folga para investir em áreas precisam de
impulso, ou então para reduzir impostos e estimular a economia.
Com a redução de impostos, sobra mais dinheiro para os agentes consumirem ou
investirem, o que aumenta o PIB – soma de tudo que foi produzido no país.
Da mesma forma que o aumento de investimento direto por parte do governo tem a
tendência de promover crescimento do PIB.
Porém, o crescimento do PIB pode resultar em pressões inflacionárias, principalmente se for
puxado pelo crescimento do consumo, pois o aumento da demanda (procura) por produtos
leva a um aumento do nível de preços (inflação).
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7. Política Monetária
Esta está relacionada, de forma geral, à disponibilidade de dinheiro na
economia;
Assim, as políticas monetárias que visam aumentar o dinheiro em circulação
são consideradas política monetária expansionistas; E o contrário, é
considerado política monetária contracionista;
As variações nas taxas de juros é um bom exemplo de política monetária.
Quando o Banco Central reduz a taxa Selic, está incentivando o aumento do
crédito, fazendo assim que se tenha uma maior circulação de dinheiro;
A mesma ideia vale quando falamos de papel-moeda;
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8. Conclusão
Ambas as políticas caminham juntas e não podem ser analisadas
separadamente;
A partir das mesmas induz-se o crescimento econômico e o aumento do bem
estar da população;
Entre os objetivos dessas políticas, podemos destacar:
Crescimento do PIB;
Queda do desemprego;
Estabilização inflacionária;
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10. Introdução
O tripé macroeconômico é o conjunto de três pilares que sustentam a
condução da política econômica brasileira:
Câmbio flutuante;
Meta de Inflação;
Meta fiscal (superávit);
O tripé econômico foi lançado em 1999, por Armínio Fraga – presidente do
Banco Central na época - para combater a crise fiscal que assolava o país;
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11. Armínio Fraga, então presidente do BC, em entrevista ao programa Roda Viva em
14 de junho de 1999, conforme reproduzimos abaixo:
“O que se tem hoje é uma mudança que dá à taxa de câmbio uma função
diferente da função que ela tinha antes. Antes o Governo dizia para a taxa de
câmbio: ‘Você toma conta da inflação’ e dizia para a taxa de juros: ‘Você toma
conta do balanço de pagamentos’, que é um regime de taxa de câmbio fixa. Hoje
nós estamos escalando o time de forma diferente. Nós estamos dizendo para taxa
de câmbio: ‘você toma conta do balanço de pagamentos’ e para taxa de juros:
‘você toma conta da inflação’. Agora, nada disso funciona sem uma boa política
fiscal.”
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13. Câmbio Flutuante
O câmbio flutuante nada mais é do que a determinação do preço de uma
moeda, baseado primariamente pelas leis de oferta e demanda;
Assim, a taxa cambial do Real (o seu preço em divisa estrangeira), depende
exclusivamente da procura por reais no mercado internacional, em relação às
outras moedas;
O câmbio flutuante é adotado por grande maioria dos países, sendo
responsável por definir o valor do dólar, euro, libra, e assim por diante;
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14. Um exemplo: quando investidores estrangeiros e turistas
trocam dólares por reais para gastar no Brasil, dizemos
que o real se fortaleceu ante o dólar, pois sua demanda
cresceu.
Pela mesma lógica, se o interesse por investir ou viajar ao
Brasil cai e as pessoas começam a trocar reais por dólares
para gastar no exterior, o real sofre desvalorização ante
o dólar.
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15. Meta de Inflação
Esta serve como referência para o avanço dos preços, medido pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE;
Quem define a meta é o Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo
ministro da economia, presidente do BC e secretário especial de Fazenda, do
Ministro da Economia;
Todo ano é determinado um valor central para a meta de inflação a uma
faixa de tolerância de 1,5 pontos percentual, para mais ou para menos, tendo
assim o teto e o piso da meta, respectivamente;
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16. Por exemplo: se a meta de inflação para 2022 é de 3,0%, o resultado do IPCA
acumulado de janeiro a dezembro deve estar entre 1,5% e 4,5%.
A partir daí, o BC é responsável por executar a política monetária de forma a
manter o IPCA dentro desta faixa, usando como ferramenta principal a taxa
básica de juros, a taxa Selic.
Para isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne
periodicamente para avaliar a situação da economia e decidir se eleva, corta
ou mantém a Selic estável.
Quando há um quadro de inflação acelerada, o Copom eleva a Selic para
tornar o crédito mais caro e desaquecer a economia, o que pressiona o
consumo e desacelera os preços.
Por outro lado, se a inflação está próxima do piso, o Copom corta a Selic de
forma a baratear o crédito, facilitar empréstimos e investimentos e aquecer a
atividade econômica.
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17. Meta Fiscal
A meta fiscal é determinada pelo Congresso, através da Lei Orçamentária Anual (LOA);
Basicamente, podemos defini-la como a regra que limita quanto o governo pode gastar por
ano em serviços públicos, investimentos, pagamentos de salários, entre outras despesas;
A princípio, o objetivo da meta fiscal é forçar o Executivo a atingir o superávit primário, ou
seja, garantir que a arrecadação do governo seja maior que o gasto público no ano;
Obs.: O termo primário significa que o cálculo desconsidera o pagamento dos juros da dívida
pública, que são aplicados posteriormente;
No entanto, devido ao grave quadro de desequilíbrio das contas públicas brasileiras nos
últimos anos, a meta fiscal tem sido utilizada para limitar o crescimento do déficit fiscal.
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20. O governo precisa repassar dinheiro para os bancos – públicos e privados – que por
sua vez, cuidam dos programas e benefícios sociais;
Nos anos que antecederam o impeachment o governo atrasou vários desses
repasses. A suspeita é que os atrasos funcionariam como uma forma de cumprir as
metas fiscais ;
Assim, o dinheiro não repassado era usado para aumentar artificialmente
o superávit primário. E a essa prática de atraso de repasses com o objetivo de
maquiar as contas públicas foi dado o nome de pedaladas fiscais;
Segundo o TCU, cerca de R$ 40 bilhões estiveram envolvidos nessas manobras,
entre os anos de 2012 e 2014. Atrasos semelhantes foram registrados em governos
anteriores, mas envolveram somas de recursos muito menores;
Na interpretação de alguns especialistas, esse uso de dinheiro dos bancos para
cobrir o atraso dos repasses do governo é um tipo de financiamento da União. Em
outras palavras, é como se os bancos tivessem emprestado dinheiro ao governo. O
problema é que o artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe empréstimos
entre a União e instituições financeiras que ela controla.
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24. Introdução
Existem alguns indicadores da macroeconomia que influenciam de maneira
direta e indireta o mercado de capitais;
Os mais relevantes são:
Inflação e Índices de Inflação (IPCA e IGP-M);
Produto Interno Bruto (PIB);
Taxa Básica de Juros (Selic);
Taxa de Câmbio;
Taxa de Certificado de Depósito Interbancário (CDI);
Taxa Referencial (TR);
Desemprego;
Consumo;
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26. Introdução
Uma das variáveis que mais percebemos no nosso dia a dia;
É a famosa frase que sempre ouvimos:
“na minha época, meu dinheiro comprava mais coisas...”
A inflação diz respeito à taxa do aumento de preços na economia em um
determinado período, podendo ser expressa se referindo a um ano ou o
acúmulo dos últimos 12 meses;
Assim, podemos definir a inflação como a perca do poder aquisitivo de uma
moeda, ao passar do tempo;
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27. Na prática, a inflação representa um aumento no nível dos preços. Por
exemplo, se um produto custa R$100,00, com uma inflação de 5% passará a
custar R$105,00;
Sendo a inflação medida pelos índices IPCA e IGP-M;
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28. IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo considerado o
índice oficial de inflação no Brasil;
Ele mede a variação de preços de produtos (produtos este que comumente
são comprados pela população, como comida, roupas, combustível, entre
outros) e serviços para o comprador final;
Em outras palavras, calcula as mudanças de preço de vários tipos de itens,
onde cada produto tem um peso associado ao mesmo;
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29. IGP-M
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) é calculado e divulgado
mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio
Vargas (FGV IBRE), sendo uma medida abrangente, uma vez que compara os
preços que chegam na ponta final de venda e os meios de processo;
Assim, enquanto o IPCA considera a variação de preços de produtos e serviços
para o consumidor final, o IGP-M leva em conta a oscilação doe preços em
todos os estágios de produção;
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30. O IGP-M é composto por três indicadores, com pesos respectivos de 60%, 30%
e 10%, sendo eles:
IPAM-M (Índice de preços ao produtor Amplo do Mercado): preços de produtos
industriais e agrícolas no setor de atacado, como minério de ferro, cana de açúcar
e milho;
IPC-M (Índices de Preços ao Consumidor-Mercado): preços de bens e serviços que
compõe as despesas comuns de famílias, como alimentos e produtos de limpeza;
INCC-M (Índice Nacional do Custo de Construção-Mercado): Valor dos custos de
construções de imóveis, como materiais, equipamentos e mão de obra;
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31. O IGP-M costuma ser utilizado no reajuste de contratos de aluguéis de imóveis
e em tarifas públicas, como a conta de luz;
Assim, se ele cresce muito além da inflação oficial do país (IPCA), o reajuste
dessas contas pode crescer muito além do poder de compra da população;
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32. Por que a inflação é ruim?
Uma alta inflação deve ser evitada, uma vez que corrói o poder de compra
da população;
Isso ocorre quando os salários não seguem o aumento da inflação;
Uma alta na inflação ainda pode trazer contigo:
Desvalorização da moeda;
Aumento da taxa de juros;
Aumento do custo das importações;
Desemprego;
Aumento da especulação financeira;
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33. Deflação é boa?
A deflação é a diminuição dos preços. Ao diminuir os preços, aumenta-se o
poder de compra da população a curto prazo, desde que os salários se
mantenham;
Porém, a deflação é tão evitada quanto a inflação, uma vez que num cenário
de deflação prolongada as pessoas não consomem;
Tal fato ocorre uma vez que as pessoas ficam aguardando uma nova redução
nos preços, adiando o consumo;
Falta de consumo desacelera a economia, causando desemprego e quedas no
PIB;
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34. Deve-se investir em ações em uma
inflação?
Em um cenário de inflação foi visto que ocorre uma alta no preço dos
produtos de bens e serviços, sendo estes ofertados pelas empresas que estão
na bolsa;
Assim, é esperado que a receita da empresa acompanhe a inflação e
portanto, que os seus dividendos também.
Ainda uma outra forma de se proteger da inflação é investir em títulos de
renda fixa atrelados ao IPCA.
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35. Regime de Metas de Inflação
Quando a meta de inflações não é cumprida, o presidente do BC deve
endereçar uma carta ao ministro da fazenda, justificando a razão do
descumprimento e elencando as medidas para se ajustar à meta;
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