O documento discute as diferenças entre microeconomia e macroeconomia. A microeconomia estuda o comportamento de indivíduos e empresas no mercado, enquanto a macroeconomia analisa a economia como um todo, examinando forças que afetam grupos de agentes econômicos e indicadores agregados como PIB, inflação e balança comercial. As duas áreas são complementares, com a macroeconomia fornecendo políticas para dinamizar atividades microeconômicas.
3. A macroeconomia é o estudo do comportamento da economia como um
todo. Examina as forças que afetam empresas, consumidores e
trabalhadores no seu conjunto. A macroeconomia contrasta com a
microeconomia, que estuda os preços, as quantidades e os mercados
individualmente. (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 326)
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Microeconomia e Macroeconomia
4. Nota-se então que ambas se diferenciam pela perspectiva que adotam para
observar a economia;
A macroeconomia encara as coisas de uma forma mais ampla, ou seja, as
maiores preocupações estão relacionadas aos Estados, economias nacionais e
relações internacionais, ou seja, analisa os aspectos microeconômicos e forma
agregada;
A partir da análise macroeconômica que surgem indicadores como PIB
(Produto interno Bruto), inflação, juros, câmbio, balança comercial, entre
outros;
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5. A microeconomia, por outro lado, se encarrega de estudar os detalhes;
Estuda o indivíduo e suas ações, empresas e outras partes do processo
produtivo;
A microeconomia desenvolve estudos a partir de teorias importantes:
Teoria do consumidor: busca entender o comportamento e as escolhas das pessoas
na economia;
Teoria de empresa: focada nas corporações e na relação entre capital e trabalho;
Teoria da produção: análise minuciosa da evolução do processo produtivo.
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6. Cada grande área da economia levanta tipos de perguntas bastante distintos;
A macroeconomia se interessa, por exemplo:
Pelo resultado das contas públicas e suas consequências para a dívida pública, para
os juros, investimentos e para o resultado da produção (o PIB);
A microeconomia olha para questões como:
diferenças salariais entre diferentes grupos da sociedade (homens e mulheres,
brancos e negros);
funcionamento dos diversos setores econômicos;
Motivações das decisões dos consumidores.
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7. Deve-se lembrar sempre que ambos os conceitos são complementares entre
si;
Todos os indicadores macroeconômicos que vemos diariamente em jornais,
noticiários ou em seu smartphone são resultados de um enorme conjunto de
ações tomadas por indivíduos, firmas e instituições;
Assim, os resultados macroeconômicos podem ser melhor analisados no
contexto microeconômico, e vice-versa;
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8. Uma maneira fácil de verificar esta inter-relação é por meio do fluxo
monetário da economia;
Neste fluxo, é apresentado uma visão esquemática dos agentes econômicos,
onde as decisões são tomadas pelas:
Famílias: donas dos recursos produtivos necessários à produção, e como
consumidores, gerando demanda pelos bens e serviços produzidos e ofertados pelas
empresas;
Empresas: donas dos meios de produção que compram os recursos produtivos para
processá-los e transformá-los em bens e serviços, procurados pelos consumidores;
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9. 9
Os agentes interagem nos mercados de
bens e serviços, onde as famílias
buscam satisfazer suas necessidades e
desejos comprando mercadorias e
serviços ofertados pelas empresas;
A segunda interação desses agentes
acontece no mercado de fatores de
produção, no qual as famílias (donas
dos recursos produtivos) ofertam esses
recursos às empresas;
Observe que no fluxo monetário, os
recursos produtivos são fornecidos por
meio de remunerações ou incentivos
monetários;
Tais recursos logo são processados e
transformados pelas empresas em bens
e serviços, que são ofertados às
famílias;
10. Assim, o ciclo do fluxo monetário vai se fechando continuamente, pois os
donos do recurso recebem o recurso monetário, que se torna a fonte de renda
para o consumo do que as empresas oferecem;
Observe ainda que toda esta análise está presente na microeconomia, uma
vez que a mesma estuda o comportamento dos interesses econômicos dos
consumidores e dos produtores, em função da dinâmica do mercado;
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11. Será que o fluxo apresentado anteriormente é harmônico, ou seja, não
apresenta grandes oscilações?
No mundo real, a economia apresenta ciclos de crescimento (aquecimento do
mercado) e decrescimento (crises econômicas), em função das oscilações no
comportamento dos agentes econômicos;
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12. Grande parte das oscilações acontecem pelos seguintes motivos:
Mudanças no nível de poupança das famílias - quando as famílias desejam
economizar mais do que o normal ocorre uma redução no fluxo monetário reduzindo
as compras. Assim as empresas apresentam grandes estoques de produto e logo
começam a reduzir sua produção, que por sua vez reduz a demanda de recursos
produtivos, reduzindo assim a renda das famílias.
Mudanças nos tributos cobrados pelo governo uma arrecadação do governo
maior do que a habitual gera uma redução da renda das reduzindo o fluxo
monetário;
Mudanças no saldo líquido da balança comercial - se há um aumento nas
importações, mantendo as exportações, ocorrerá a diminuição da renda disponível
na economia, uma vez que parte da renda vai para o exterior por meio da compra de
produtos importados. Isso acontece porque essa renda paga pelos produtos
importados beneficia as empresas lá de fora, no exterior, e não as empresas
nacionais, logo, é um fluxo negativo.
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13. Nesse contexto é que a análise macroeconômica começa a interagir com a
microeconômica;
Por meio de análises no contexto macroeconômico o governo desenvolve
políticas econômicas, podendo interferir no fluxo monetário, buscando
impedir os vazamentos do fluxo econômico, influenciando, entre outras coisas
o mercado de capitais
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14. Vazamento da poupança:
O sistema financeiro aumenta o nível de empréstimos para incentivar o
consumo;
Vazamento do saldo líquido da Balança Comercial:
Por meio de incentivos e políticas de comércio exterior, busca-se aumentar as
exportações;
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15. Lembre-se, precisamos compreender a mecânica econômica para
compreender melhor o funcionamento do mercado de capitais, uma vez que
este está relacionado com a moeda local;
Para entender e aplicar no mercado de capitais, temos de analisar como está
a economia atualmente, se políticas monetárias estão sendo aplicadas para
evitar uma crise financeira ou se o mercado está em ascensão;
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16. Assim, a macroeconomia é uma ferramenta de análise efetiva para delinear
políticas monetárias;
No contexto macroeconômico, a política econômica utiliza dados vindos de
grandes agregados macroeconômicos, visando dinamizar as atividades econômicas
da microeconomia;
Ou seja, analisando os agregados macroeconômicos dinamiza-se as atividades
econômicas dos agentes econômicos atuantes no mercado;
A microeconomia analisa o comportamento individual dos agentes econômicos
quando observa-se suas particularidades (comportamento do consumidor,
comportamento da empresa e articulação do governo nas atividades econômicas);
Note, mais uma vez, que as duas estão relacionadas e que uma não pode existir
sem a outra;
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19. Introdução
A política macroeconômica é basicamente o que define as políticas
econômicas aplicadas de um país, sendo dividida, basicamente em:
Política fiscal;
Política monetária;
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20. Política Fiscal
Principal instrumento de política econômica do setor público, sendo basicamente
resumida como o planejamento orçamentário do Estado;
Orçamento é a diferença entre receita e despesas em um período;
O orçamento pode indicar um superávit ou um déficit;
As alterações de receita e gastos podem ser feitas em inúmeros segmentos da
economia, podendo:
Diminuir a tributação para setores específicos da indústria de forma a incentivar o
investimento daquele segmento;
Aumentar os gastos com infraestrutura (rodovias, portos, sistema de transmissão de
energia, etc);
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21. Quando se tem um superávit, existe a sinalização de que as contas estão sendo pagas e
de que está sobrando dinheiro, o que permite que se pague a dívida pública;
Além disso, o setor público teria uma folga para investir em áreas precisam de
impulso, ou então para reduzir impostos e estimular a economia.
Com a redução de impostos, sobra mais dinheiro para os agentes consumirem ou
investirem, o que aumenta o PIB – soma de tudo que foi produzido no país.
Da mesma forma que o aumento de investimento direto por parte do governo tem a
tendência de promover crescimento do PIB.
Porém, o crescimento do PIB pode resultar em pressões inflacionárias, principalmente se for
puxado pelo crescimento do consumo, pois o aumento da demanda (procura) por produtos
leva a um aumento do nível de preços (inflação).
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22. Política Monetária
Esta está relacionada, de forma geral, à disponibilidade de dinheiro na
economia;
Assim, as políticas monetárias que visam aumentar o dinheiro em circulação
são consideradas política monetária expansionistas; E o contrário, é
considerado política monetária contracionista;
As variações nas taxas de juros é um bom exemplo de política monetária.
Quando o Banco Central reduz a taxa Selic, está incentivando o aumento do
crédito, fazendo assim que tenha-se uma maior circulação de dinheiro;
A mesma ideia vale quando falamos de papel-moeda;
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23. Conclusão
Ambas as políticas caminham juntas e não podem ser analisadas
separadamente;
A partir das mesmas induz-se o crescimento econômico e o aumento do bem
estar da população;
Entre os objetivos dessas políticas, podemos destacar:
Crescimento do PIB;
Queda do desemprego;
Estabilização inflacionária;
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25. Introdução
O tripé macroeconômico é o conjunto de três pilares que sustentam a
condução da política econômica brasileira:
Câmbio flutuante;
Meta de Inflação;
Meta fiscal (superávit);
O tripé econômico foi lançado em 1999, por Armínio Fraga – presidente do
Banco Central na época - para combater a crise fiscal que assolava o país;
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26. Armínio Fraga, então presidente do BC, em entrevista ao programa Roda Viva em
14 de junho de 1999, conforme reproduzimos abaixo:
“O que se tem hoje é uma mudança que dá à taxa de câmbio uma função
diferente da função que ela tinha antes. Antes o Governo dizia para a taxa de
câmbio: ‘Você toma conta da inflação’ e dizia para a taxa de juros: ‘Você toma
conta do balanço de pagamentos’, que é um regime de taxa de câmbio fixa. Hoje
nós estamos escalando o time de forma diferente. Nós estamos dizendo para taxa
de câmbio: ‘você toma conta do balanço de pagamentos’ e para taxa de juros:
‘você toma conta da inflação’. Agora, nada disso funciona sem uma boa política
fiscal.”
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28. Câmbio Flutuante
O câmbio flutuante nada mais é do que a determinação do preço de uma
moeda, baseado primariamente pelas leis de oferta e demanda;
Assim, a taxa cambial do Real (o seu preço em divisa estrangeira), depende
exclusivamente da procura por reais no mercado internacional, em relação às
outras moedas;
O câmbio flutuante é adotado por grande maioria dos países, sendo
responsável por definir o valor do dólar, euro, libra, e assim por diante;
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29. Um exemplo: quando investidores estrangeiros e turistas trocam dólares por
reais para gastar no Brasil, dizemos que o real se fortaleceu ante o dólar,
pois sua demanda cresceu.
Pela mesma lógica, se o interesse por investir ou viajar ao Brasil cai e as
pessoas começam a trocar reais por dólares para gastar no exterior, o real
sofre desvalorização ante o dólar.
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30. Meta de Inflação
Esta serve como referência para o avanço dos preços, medido pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE;
Quem define a meta é o Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo
ministro da economia, presidente do BC e secretário especial de Fazenda, do
Ministro da Economia;
Todo ano é determinado um valor central para a meta de inflação a uma
faixa de tolerância de 1,5 pontos percentual, para mais ou para menos, tendo
assim o teto e o piso da meta, respectivamente;
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31. Por exemplo: se a meta de inflação para 2022 é de 3,0%, o resultado do IPCA
acumulado de janeiro a dezembro deve estar entre 1,5% e 4,5%.
A partir daí, o BC é responsável por executar a política monetária de forma a
manter o IPCA dentro desta faixa, usando como ferramenta principal a taxa
básica de juros, a taxa Selic.
Para isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne
periodicamente para avaliar a situação da economia e decidir se eleva, corta
ou mantém a Selic estável.
Quando há um quadro de inflação acelerada, o Copom eleva a Selic para
tornar o crédito mais caro e desaquecer a economia, o que pressiona o
consumo e desacelera os preços.
Por outro lado, se a inflação está próxima do piso, o Copom corta a Selic de
forma a baratear o crédito, facilitar empréstimos e investimentos e aquecer a
atividade econômica.
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32. Meta Fiscal
A meta fiscal é determinada pelo Congresso, através da Lei Orçamentária Anual (LOA);
Basicamente, podemos defini-la como a regra que limita quanto o governo pode gastar por
ano em serviços públicos, investimentos, pagamentos de salários, entre outras despesas;
A princípio, o objetivo da meta fiscal é forçar o Executivo a atingir o superávit primário, ou
seja, garantir que a arrecadação do governo seja maior que o gasto público no ano;
Obs.: O termo primário significa que o cálculo desconsidera o pagamento dos juros da dívida
pública, que são aplicados posteriormente;
No entanto, devido ao grave quadro de desequilíbrio das contas públicas brasileiras nos
últimos anos, a meta fiscal tem sido utilizada para limitar o crescimento do déficit fiscal.
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35. O governo precisa repassar dinheiro para os bancos – públicos e privados – que por
sua vez, cuidam dos programas e benefícios sociais;
Nos anos que antecederam o impeachment o governo atrasou vários desses
repasses. A suspeita é que os atrasos funcionariam como uma forma de cumprir as
metas fiscais ;
Assim, o dinheiro não repassado era usado para aumentar artificialmente
o superávit primário. E a essa prática de atraso de repasses com o objetivo de
maquiar as contas públicas foi dado o nome de pedaladas fiscais;
Segundo o TCU, cerca de R$ 40 bilhões estiveram envolvidos nessas manobras,
entre os anos de 2012 e 2014. Atrasos semelhantes foram registrados em governos
anteriores, mas envolveram somas de recursos muito menores;
Na interpretação de alguns especialistas, esse uso de dinheiro dos bancos para
cobrir o atraso dos repasses do governo é um tipo de financiamento da União. Em
outras palavras, é como se os bancos tivessem emprestado dinheiro ao governo. O
problema é que o artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe empréstimos
entre a União e instituições financeiras que ela controla.
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