Portugal segue tradições católicas no Natal, como comer bacalhau na ceia de consoada e assistir à missa do galo. Cada região tem pratos e doces típicos, como rabanadas no norte e filhós no centro. Muitas tradições remontam à idade média e refletem a herança cultural portuguesa.
3. Portugal é
predominantemente
católico e os
portugueses seguem a
maioria das tradições da
Igreja Católica
Ocidental.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
4. Portugal pode ser
pequeno em
quilómetros, mas é
grande em tradições e
receitas, sobretudo as
que estão relacionadas
com quadras festivas.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
5. A gastronomia
portuguesa é rica e
cheia de sabores e isso
reflecte-se,
principalmente, nas
alturas de festa, como é
o caso das tradições de
Natal.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
6. Se pudéssemos percorrer
o país de Norte a Sul na
altura do Natal (ilhas
incluídas) iamos
certamente ter a
experiência gastronómica
da nossa vida.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
7. Cada região tem as suas tradições, o
seu modo de fazer as coisas, os seus
ingredientes típicos, os seus segredos
culinários.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
8. Sabia que o prato típico do Minho
na noite da Consoada é o polvo?
Ou que é tradição comer roupa
velha ao almoço do dia 25 na
Beira Alta?
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
9. O natal em Portugal é celebrado
de diferentes formas
dependendo da região ou até
mesmo do seio familiar em
questão, pois cada um opta por
passar a noite de consoada e o
dia de natal da maneira que
preferir.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
10. Nalgumas regiões, como
em Bragança, Guarda
ou Castelo Branco,
ainda se queima um
madeiro durante a noite,
numa grande fogueira
no adro da Igreja.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
11. Serve de ponto de
encontro para reunir
amigos e vizinhos e
desejar um Feliz Natal.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
12. Ainda assim há
tradições que por mais
diferenças que possam
existir entre famílias e
lugares, vão sendo
convencionalmente
praticadas nesta época
festiva.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
13. A comida que é
tradicionalmente
cozinhada e degustada
nestes dias acaba por se
repetir e ser comum em
muitos pontos do país.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
14. Com mais ou menos frequência as famílias portuguesas
costumam escolher pratos tradicionais como o bacalhau, o
polvo ou o famoso peru de natal, mas há também outras
especialidades que vão variando de acordo com a região
portuguesa em questão.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
15. Em matérias de doces
existem algumas
diferenças em termos
regionais, pois as iguarias
natalícias típicas que
encontramos na região sul
são diferentes das do
centro ou do norte.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
16. Mais a norte de
Portugal, na zona do
Porto, não seria natal
sem as deliciosas
rabanadas (muitas
vezes “embebedadas”
com vinho do Porto),
sem o cheirinho a
aletria ou o sabor dos
formigos.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
Os formigos são, por excelência, o doce
natalício da região do Alto Minho. São feitos
com pão de trigo duro, que se esfarela para
dentro dum pote ao lume, com água e mel,
mexendo-se sempre.
17. A tradição dos formigos tem
origem romana, mas
popularizou-se no Norte do
país, sobretudo em lares mais
pobres, como uma maneira de
tornar doces as sobras de pão
que juntavam ao mel que
produziam, aos ovos que as
suas galinhas davam, à casca
do limão, criando este doce
como produto final.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
18. E porque o Natal não é só passado à mesa para ir
desgastando todo a aconchego que o natal traz à
barriga, é costume encontrar nas ruas das cidades
muitas atividades nesta quadra, tais como as
emblemáticas luzes de natal, pistas de gelo, mercado
ou rodas gigantes.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
19. Em muitos desses mercados de
rua também encontramos
também alguns dos pratos típicos
das várias regiões de Portugal,
como o bolo-rei que está ano
após ano presente nas casas dos
portugueses, as filhós que
também vemos um pouco por
todo o país, as azevias ou ainda
as rabanadas mais conhecidas
nesta zona por fatias douradas.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
20. Uma filhó (plural filhós)
ou filhós (plural filhoses), é uma
especialidade gastronómica portuguesa,
muito comum nas regiões do interior por
altura do Natal. É feita
com farinha e ovos, por vezes também
com abóbora e raspa de laranja, frita
em azeite, ou outros óleos vegetais.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
21. Muitas vezes é polvilhada
de açúcar e canela. Em Portugal é
também conhecida simplesmente
"fritos". Em algumas aldeias são
conhecidos como "bolos fritos". A
palavra filhó, à semelhança do que
acontece com a
palavra galega filloa, é derivada
do latim foliola (pequena folha ou
mesmo pequena filha).
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
22. No séc. XVI Gil Vicente
escrevia sobre as filhós:
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
23. “mando-vos eu sospirar pola padeira d’Aveiro que
haveis de chegar à venda e entam ali desalbardar e
albardar o vendeiro senam tever que nos venda
vinho a seis, cabra a três pão de calo, filhós de
manteiga moça fermosa, lençóis de veludo casa
juncada, noite longa chuva com pedra, telhado novo
a candea morta e a gaita à porta. Apre zambro
empeçarás olha tu nam te ponha eu o colos na
rabadilha e verás”.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
24. Para além das
tradições que são
comuns um pouco por
todo o país há quatro
tradicionais que se
encontram ligadas
umbilicalmente às
regiões onde tiveram o
seu berço:
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
25. Caretos de Varge
Também conhecidas por Festa dos Rapazes, celebra
o retorno do sol, que no dia 24 de Dezembro
começa, no hemisfério norte, a crescer, dando mais
horas ao dia e menos à noite.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
26. Pinheiro de Guimarães
No dia 29 de Novembro, a
cidade de Guimarães corta
um gigante pinheiro e
carrega-o, com a ajuda de
bois, até ao seu centro
histórico, até ser por lá
levantado. Pelo meio, o povo
bate com toda a força que
tem no braço em gigantes
tambores.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
27. Caretos de Ousilhão
Muito semelhante à já
falada festa dos Caretos d
Varge. Também aqui, por
ocasião do renascimento d
sol, rapazes vestem as sua
misteriosas máscaras e
dançam ao astro que acab
de se fortalecer,
precisamente no dia 25 de
Dezembro.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
28. Bananeiro de Braga
Na noite de 24 de
Dezembro, a cidade de
Braga reúne-se numa
pequena taberna, ao som de
gaiteiros com as suas gaitas-
de-fole galegas. A razão?
Comer uma banana
acompanhada por um
moscatel – um vinho doce
típico português.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
29. É costume a família
inteira juntar-se à volta
do pinheiro de Natal e
do presépio na véspera
de Natal, seguido da
Missa do Galo à meia-
noite.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
30. A ceia de Natal é
normalmente composta
de bacalhau com couve
e tradicionalmente era
servida depois da Missa
do Galo.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
31. Mas há 100 anos era
bem diferente: a ceia de
Natal apenas existia no
Porto e restante norte de
Portugal. o Porto para
baixo, a véspera de
Natal era passada no
mais rígido e rigoroso
jejum.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
32. A partir do início do
Advento, as famílias
faziam jejum de carne e,
na véspera de Natal, no
Sul do país, era jejum
total até à Missa do
Galo.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
33. No Porto, aí, sim, havia uma
tradição de jantar em família,
com bacalhau – cozido ou em
pastéis –, polvo guisado, arroz
de polvo ou outros pratos sem
carne. Na véspera de Natal, a
família reunia-se à mesa para
celebrar a festa em conjunto.
A missa do Galo não fazia parte
da tradição portuense.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
34. Quando foi viver para
Lisboa, no final do
século XIX, o escritor
Ramalho Ortigão
indignou-se mesmo
contra aquilo a que
chamou "uma invasão
do lar pela sacristia", um
"intrometimento
sacerdotal" que
interrompia um jantar
com uma missa.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
José Duarte Ramalho Ortigão foi um
escritor português.
Nascimento: 24 de outubro de
1836, Santo Ildefonso, Porto
Falecimento: 27 de setembro de
1915, Lisboa
35. Os padres, sem de
modo algum lhes
discutirmos o muito que
eles sabem do pecado,
não sabem nada acerca
da família”, escreveu.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
36. No Norte, ninguém
rezava pelo Menino
Jesus à meia-noite. A
essa hora toda a gente
estava sentada à mesa,
à volta de um polvo ou
de um bacalhau.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
37. Só as famílias da
nobreza nortenha fugiam
à tradição.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
38. Numa investigação sobre
"os alimentos nos rituais
familiares portugueses",
Maria Antónia Lopes, do
Centro de História da
Sociedade e da Cultura, da
Universidade de Coimbra,
publicou um menu de uma
ceia de Natal de uma
família nobre do Norte, em
1891:
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
39. Puré de jardineira, arroz
de fantasia caseira,
costeletas nacionais e
"ervilhas idem" e couve
flor composta. Para
sobremesa, bolo
experimental, pudim
incógnito e broas de
Natal, entre outros.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
40. E porque começamos a comer bacalhau no Natal?
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
41. O bacalhau de Natal
Na Ceia de Natal manda
a tradição portuguesa
que se coma bacalhau
com batatas e couves
cozidas, regado com um
bom azeite extra-virgem.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
42. Algumas famílias optam
por cozinhar o bacalhau
de outras formas ou
então optam pelo polvo
ou perú assado...
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
43. Mas não há tradição
maior que comer
bacalhau cozido na noite
do dia 24 de Dezembro
(a noite de consoada).
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
A origem do nome “Consoada” vem do
Latim "consolata", de "consolare",
"consolar".
44. A tradição do bacalhau
no Natal, surgiu
na Idade Média, com o
calendário cristão, onde
as pessoas
faziam jejum, na altura
das principais festas
católicas: o Natal e
a Páscoa.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
45. Como não se podia
comer carne nestas
alturas, e o bacalhau era
o peixe mais barato,
começou por se comer
bacalhau.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
46. A carne estava apenas
reservada para o almoço
de Natal, no dia 25 de
Dezembro.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
47. Com o tempo, o jejum
na altura do Natal foi
desaparecendo, mas a
tradição de comer
bacalhau persiste até
aos dias de hoje...
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
48. A palavra “Bacalhau”
tem origem na palavra
latina “baccalaureu”.
É aos viquingues que se
atribui a descoberta do
bacalhau, que mais do
que para definir o peixe
define sobretudo o
método de conservação.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
49. A falta de sal na época
destes intrépidos
conquistadores dos mares
fazia com que estes se
limitassem a secar o peixe
ao ar livre, até ficar duro,
para depois se cortar em
pedaços, servindo de
alimento preferencial nas
grandes viagens.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
50. Contudo, deve-se aos
bascos o comércio do
bacalhau pela Europa e a
introdução deste na
Península Ibérica.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
51. Inicialmente era um
alimento acessível para
a mesa das famílias com
menos posses, mas a
partir da II Guerra
Mundial apenas as
famílias mais ricas
tinham a oportunidade
consumir com
regularidade esta.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
52. Para as restantes
famílias o bacalhau
tornou-se receita para
ocasiões especiais como
o Natal.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
53. A Doçaria
Fazem parte do Natal
também vários bolos e
doces, sendo o mais
famoso o Bolo-rei.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
54. E já agora... Conhece a
origem da tradição do
Bolo-Rei?
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
55. Não é possível falar em
doces típicos sem falar
em Bolo Rei... Haverá
algum doce de Natal
mais típico, em Portugal,
do que este?
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
56. Por trás deste bolo
existe uma simbologia
com cerca de 2000 anos
de existência... Diz a
lenda que o
bolo representa os
presentes que os três
Reis Magos deram ao
Menino Jesus aquando
do seu nascimento:
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
57. a côdea simboliza o
ouro; as frutas
cristalizadas e secas,
representam a mirra; e o
aroma do bolo
simboliza o incenso.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
58. De forma redonda, com
um buraco no centro, é
feito de uma massa
branca e macia, onde se
juntam frutos secos e
frutas cristalizadas.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
59. Tradicionalmente, no interior
do bolo havia uma fava seca
e um pequeno brinde,
normalmente feito de metal
ou cerâmica, e a quem lhe
saísse a fava tinha o dever
de pagar o próximo bolo rei,
já o brinde dava sorte a
quem o encontrasse.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
61. Contrariamente ao que
muita gente pensa, a
tradição surgiu em
França, no tempo de
Luís XIV, para as festas
do Ano Novo e do Dia
de Reis.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
62. No entanto, com a
Revolução Francesa, em
1789, a iguaria foi
proibida por causa do
seu nome...
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
63. Felizmente, e como o
negócio era rentável, os
pasteleiros continuaram
a confecioná-lo sob o
nome de gâteau des
san-cullottes.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
64. Em Portugal, a primeira
pastelaria a vender e a
confeccionar o Bolo-Rei foi a
Confeitaria Nacional, em
Lisboa, de um conhecido
confeiteiro, o Sr. Gregório,
por volta do ano de 1870,
bolo esse feito através duma
receita trazida de Paris.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
65. O bolo-rei popularizado
em Portugal no século
XIX segue uma receita
originária do sul
de Loire, um bolo em
forma de coroa feito de
massa lêveda e
importada para Portugal
por Baltazar
Castanheiro Júnior.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
66.
67. No Porto, o bolo-rei foi
introduzido em 1890, por
iniciativa da Confeitaria
Cascais, segundo uma
receita que o
proprietário, Francisco
Júlio Cascais, trouxera
de Paris.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
68.
69. Doçaria (cont.) Para além do bacalhau,
do peru em muitas
casas e do bolo-rei
como principal iguaria
doce na casa dos
portuenses, também as
rabanadas são presença
assídua na mesa
nortenha.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
70. O que não imaginava é
que essa iguaria tem
origem em Espanha,
mais concretamente em
Madrid.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
71. A Rabanada é um doce
de pão de trigo (pão-de-
forma, baguete ou outro) em
fatias que, depois de molhadas
em leite, vinho (no Minho usa-
se vinho verde tinto ou branco)
ou calda de açúcar, são
passadas por ovos e fritas. Na
Invicta é habitual “embebedá-
las” com Vinho do Porto.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
72. Outrora, a palavra
"rabanada" era apenas
utilizada ao norte do rio
Mondego e ao
mesmo doce atribuía-se,
a partir da margem sul
do referido rio, o nome
de fatia-dourada, ou
fatia-de-parida.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
73. História
A rabanada aparece
documentada no século
XV, citado por Juan del
Encina: «mel e muitos
ovos para fazer
rabanadas», ao
aparecer como prato
indicado para a
recuperação pós-partos.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
74. As primeiras receitas
remontam ao livro de
cozinha de Domingo
Hernández de
Maceras (1607) e "Arte
de cozina, pastelería,
vizcochería y
conservería"
de Francisco Martínez
Motiño (1611).
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
75. A rabanada era, no
início do século XX,
muito comum
nas tabernas de Madrid
e era servida
com jarros de vinho
"razos").
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
76. Uma das rabanadas
atuais que tem dado
muito que falar é a
rabanada poveira, feita
com pão “bijou” e
“decorado” à base de
frutos secos (passas,
noz, pinhão, amêndoa) e
casca de limão.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
77. A Aletria
A aletria é outro prato
que ninguém dispensa à
mesa da consoada:
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
78. Sabia que aletria cem do
árabe al-irtiâ ou
simplesmente itriya, que
é a palavra usada para
designar massa.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
79. No "Libre de sent soví"
de autor anónimo e
escrito em catalão no
século XIV, há uma
referência a
"alatria" em duas
receitas de origem
árabe, numa delas a
aletria era cozinhada em
leite de amêndoas e
mel.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
80. Por isso a
aletria portuguesa, tem
origem na longínqua
história da península
ibérica, anteriormente
designada por Al-
Andalus.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
81. Faz-se um pouco por tudo
o país, com mais ou menos
massa, com ou sem
gemas, coberta por canela.
Nas Beiras a aletria é de
consistência compacta,
para se poder cortar à fatia,
já no Minho a
sua consistência é mais
cremosa.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
91. Mas não é só de
gastronomia que vive a
tradição natalícia
portuense. De
significado profundo é a
Missa do Galo.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
92. A “Missa do Galo”, que
acontece à meia-noite
do dia 24 de dezembro,
foi instituída pelo Papa
São Telesforo no ano
143.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
Missa do Galo na Igreja da Lapa, Porto
93. Desde o século IV, um
hino latino cantado na
cerimónia do Natal
aponta o nascimento do
Cristo no meio da noite.
Daí o costume de
assumir a meia-noite
como hora do
nascimento de Jesus.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
Provavelmente da autoria de
Machado de Castro, este Presépio do
Século XVIII pode ser visto na
entrada da Igreja dos Grilos, no
Porto
94. Mas de onde surgiu a
expressão “Missa do
Galo”? Existem várias
explicações que versam
sobre a origem dessa
denominação.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
Este fragmento de um retábulo do Século
XV, representa “A Adoração dos Magos” e
pode ser encontrada na Casa-Museu
Guerra Junqueiro nas traseiras da Sé do
Porto.
95. Uma delas, de origem romana, conta que, naquele
24 de dezembro, foi a única vez que o galo cantou
à meia-noite, antecipando o anúncio do nascimento
de Jesus.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
Este Presépio está em exposição na Igreja
de Santo Ildefonso, perto da Rua de Santa
Catarina e da Praça da Batalha.
O Menino Jesus ainda não está colocado
porque, segundo a tradição, por nascer no
dia 25 de Dezembro só neste dia pode ser
colocado.
96. O galo era considerado
uma ave sagrada no
antigo Império Romano.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
Vitral na Igreja da Lapa
97. O animal passou a simbolizar vigilância, fidelidade
e testemunho cristão. Tanto que, nas Igrejas mais
antigas, há a figura da ave nos seus campanários.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
98. Outra lenda diz que,
antes de baterem as 12
badaladas da meia-noite
do dia 24 de dezembro,
cada lavrador da
província de Toledo,
Espanha, matava um
galo em memória daquele
que cantou quando Pedro
negou Jesus.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
99. A ave era levada para a
Igreja e, depois, doada
aos pobres, garantindo-
lhes um Natal mais feliz.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
100. Há ainda uma terceira
explicação: a que diz
que a comunidade
cristã de Jerusalém ia
em peregrinação a
Belém para participar da
Missa do Natal na
primeira vigília da noite
dos judeus, na hora do
primeiro canto do galo.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
101. Presépio e a Árvore de
Natal
De hábito muito recente
na casa dos portuenses
e dos portugueses em
geral é o presépio e a
árvore de Natal.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
Presépio do séc. XVIII, de Machado de
Castro, com quatro reis magos, Igreja S.
José das Taipas, no Porto.
102. O Presépio:
Para os cristãos, o
presépio é das mais
antigas tradições de
celebração do Natal.
Normalmente montado ao
lado da árvore e dos
presentes, recria o
nascimento do menino
Jesus num estábulo.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
O presépio tradicional português é
candidato, tal como outros presépios
tradicionais europeus, a património
imaterial da humanidade. Trata-se de uma
candidatura conjunta que inclui, além de
Portugal, outros países como Alemanha,
Suíça, Espanha e Itália e que foi
apresentada no início de 2018.
103. A sua origem, na forma
atual, remonta ao século
XVI, mas há registo de
presépios desde o
século III.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
Maior presépio em movimento do mundo, é
português e fica São Paio de Oleiros, em Santa
Maria da Feira.
104. Foi criado, diz a
tradição, por São
Francisco de Assis em
1223. O Santo montou o
primeiro presépio numa
gruta, na Itália, perto de
Assis.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
105. Árvore de Natal
A primeira referência à
árvore de Natal no
formato atual data do
século XVI. Na
Alemanha todas as
famílias decoravam
pinheirinhos de natal
com papéis coloridos,
frutas e doces.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
106. A tradição espalhou-se
por toda a Europa e
chegou aos Estados
Unidos no início de
1800.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
107. Desde essa altura que a
popularidade da árvore de natal
tem aumentado. Reza a lenda
de que o pinheiro foi escolhido
como símbolo do Natal por
causa da sua forma triangular e
que de acordo com a tradição
cristã representa a Santíssima
Trindade: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
Tradições Portuguesas de Natal
Património Cultural
Lenda das três árvores: um pinheiro, uma
oliveira e uma palmeira e das luzes do Pinheiro