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GEOGRAFIA
Editora Exato 8
GUERRA FRIA
1. INTRODUÇÃO
Com o término da II Guerra Mundial (1939-
1945), o mundo passou por uma forte alteração na
ordem política, econômica e social. Esse período ini-
ciou-se com a mudança do foco de hegemonia, antes
determinado pela Europa, principalmente pela su-
premacia do Reino Unido, para a formação de dois
grandes blocos de sistemas que marcaram a guerra
fria (capitalismo e socialismo).
Essa nova configuração mundial marcada pela
bipolaridade, foi derivada de um expansionismo na-
tural, no sentido de que ambos os sistemas (capita-
lismo e socialismo) tinham o intuito de buscar
garantir novos espaços no Globo.
A Guerra Fria, ou paz armada, caracterizou-se
por ser uma disputa ideológica, econômica, política,
tecnológica e militar. Contudo, nunca determinou
uma disputa direta entre as potências, mesmo tendo
ocorrido disputas em áreas de influência, principal-
mente na Ásia e África.
2. ORIGEM DA GUERRA FRIA
Conferência de Bretton Woods
Essa conferência ocorreu em 1944, nos Esta-
dos Unidos, e determinou a instauração do dólar co-
mo moeda mundial, definindo uma nova ordem
econômica, que estimulava o desenvolvimento capi-
talista e uma maior integração mundial, influindo a-
inda mais na presença mundial dos Estados Unidos
como potência. Nessa mesma conferência, foram cri-
ados o FMI (Fundo Monetário Internacional), Bird
(Banco Mundial) e o Gatt que em 1995 foi substituí-
do pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
Conferência de Yalta
Foi realizada uma conferência entre os Estados
Unidos, Inglaterra e União Soviética, onde a União
Soviética destacou a necessidade de uma área de in-
fluência, que foi determinada como a área do leste
europeu, criando assim uma área de segurança junto
a suas fronteiras.
Conferência de Potsdan
Essa conferência traçou os rumos da Alemanha
no pós-II Guerra. A Alemanha, derrotada na guerra,
foi dividida em 4 (quatro) grandes zonas, uma para
cada potência vitoriosa na II Guerra Mundial, ou seja,
Estados Unidos, França, Reino Unido e União Sovié-
tica. Contudo a França e o Reino Unido cederam suas
áreas de influência para o líder capitalista, os Estados
Unidos. Posteriormente, os Estados Unidos criaram a
RFA (República Federativa Alemã), capitalista e com
a capital sediada em Bonn. Do outro lado, a União
Soviética criou a RDA (República Democrática Ale-
mã), socialista e com capital em Berlim. Essa divisão
foi marcada pela construção do Muro de Berlim, que
foi um dos maiores símbolos da guerra fria.
França
Mar
do
Norte
Reino
Unido Grã
Bretanha
Holanda
Bélgica
Luxemburgo
França
Suíça
França
EUA
Áustria
URSS
Dinamarca Mar
Báltico
Tchecoslováquia
URSS
Polônia
Doutrina Truman
Plano desenvolvido pelo então presidente nor-
te-americano Henry Truman, e consistia em deter ao
máximo o avanço do socialismo pelo mundo. Esse
princípio norteou as discussões na Guerra Fria, tor-
nando-se o foco político principal do início desse pe-
ríodo histórico.
Plano Marshall
Caracterizou-se como um dos principais meca-
nismos da Doutrina Truman, o plano Marshall tinha
como fundamento a ajuda econômica aos países eu-
ropeus destruídos pela II Guerra Mundial. Esse plano
tinha como intuitos: auxiliar no crescimento econô-
mico dos países europeus; proporcionar um aqueci-
mento da economia norte-americana (indústria e
comércio); e manter a presença dos Estados Unidos
no Continente europeu, como forma de conter o a-
vanço do socialismo na região. Esse plano foi esten-
dido a todos os países da Europa, inclusive a União
Soviética, contudo da parte socialista apenas a antiga
Iugoslávia aceitou a ajuda econômica.
3. A GUERRA FRIA PEGA FOGO
Com a criação da OTAN (Organização do Tra-
tado do Atlântico Norte), em 1949, da qual faziam
parte os Estados Unidos, o Canadá e vários países da
Europa ocidental, a guerra fria ganha formalmente
caráter mundial, pois dentre as bases da OTAN esta-
va a cláusula que determinava que qualquer a ataque
a um membro capitalista da OTAN seria um ataque a
Editora Exato 9
todos os membros, promovendo assim a possibilida-
de de um contra-ataque maciço.
No ano de 1955, o bloco socialista concretizou
seu plano de ajuda militar mútua, intitulado de Pacto
de Varsóvia, o qual tinha as mesmas bases da OTAN.
Esses fatos desenharam um clima de tensão
muito grande, pois qualquer país membro dos blocos
poderia ocasionar uma guerra mundial, que com cer-
teza seria uma guerra de extinção da humanidade.
No ano de 1955, ocorreu a Conferência de
Bandung (Indonésia), na qual participaram 30 países
da África e Ásia, buscaram desenvolver nessa confe-
rência uma posição de neutralidade, frente à guerra
fria, foi nessa conferência que surgiu o termo Tercei-
ro Mundo. Esses países não conseguiram impor o
princípio da autodeterminação política, já que esta-
vam atrelados política e economicamente às potên-
cias dominantes.
Bloqueio de Berlim Ocidental, buscando de-
sestabilizar Berlim Ocidental, os soviéticos bloquea-
ram o abastecimento para a região. Os Estados
Unidos, pressionados, buscaram uma saída através da
ponte aérea. Eram cerca de mil aterrissagens diárias,
para suprir de alimentos e fontes energéticas essa re-
gião, esse período marcou um clima de forte tensão
na região.
Crise dos Mísseis Cubanos: em outubro de
1962, aviões de espionagem dos Estados Unidos des-
cobriram instalações de mísseis nucleares em Cuba.
Esses mísseis poderiam chegar facilmente ao territó-
rio norte-americano. Esse episódio, que durou duas
semanas, serviu para demonstrar que a hipótese de
uma guerra nuclear era apenas uma questão de opor-
tunidade e vontade política.
4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA GUERRA
FRIA
Corrida Armamentista
A corrida armamentista foi um dos pilares cen-
trais da guerra fria. No final da II Guerra Mundial, os
Estados Unidos lançaram duas bombas nucleares no
Japão demonstraram ao mundo que possuíam armas
nucleares. Esse ato foi uma represália aos japoneses,
uma demonstração de força militar para o bloco soci-
alista. No ano de 1949, foi a vez da União Soviética
realizar com sucesso seus testes com armas nuclea-
res, mostrando que também estavam aptos a partici-
par de uma guerra mundial. A partir desse contexto,
os países líderes dos blocos capitalista e socialista in-
vestiam cada vez mais em armas, utilizando uma
grande parcela do PIB dos países em armamento, que
muitas vezes foi utilizado para abastecer guerrilheiros
e grupos paramilitares no mundo inteiro.
Corrida Aeroespacial
A era dos foguetes foi inaugurada pelos sovié-
ticos no ano de 1957, ano em que eles lançaram o
primeiro foguete, que colocou na órbita da terra o
primeiro satélite, o Sputnik 1. No mesmo ano os so-
viéticos lançaram o segundo foguete, chamado Sput-
nik 2, o qual transportava os primeiros seres vivos,
destaque para a cadelinha Laika. Os Estados Unidos
buscaram a partir desses fatos desenvolver um pro-
grama espacial mais eficiente, criando, em 1958, a
Nasa, órgão encarregado de coordenar as pesquisas
espaciais. Contudo, no ano de 1961, os soviéticos
lançaram um foguete com o primeiro homem, Iúry
Gagárin, o qual descreveu a terra como um imenso
planeta azul. Os Estados Unidos nesse período reali-
zaram vultosos investimentos, sendo destacados co-
mo promessa, seriam os primeiros homens a pisar na
Lua. A promessa foi cumprida em 20 de julho de
1969, dia em que o mundo parou para olhar o homem
andar sobre a superfície da Lua. A Apollo 11 foi a
primeira nave tripulada a chegar à Lua, nela estavam
Neil Armstrong, Edwin Aldrin, Michael Collins.
Em 1996, os soviéticos lançaram o primeiro
módulo da Estação Orbital Mir, essa estação serviu
de campo de pesquisa e posteriormente a abertura po-
lítica tornou-se também um ponto de apoio para pro-
gramas espaciais. Não possuindo mais recursos para
a sua manutenção e melhoria, a MIR ficou “sucatea-
da”, sendo destruída em março de 2001. Atualmente
o maior destaque na questão espacial é a Estação Or-
bital Internacional, um consórcio entre as maiores po-
tências do Globo, buscando realizar experiências
variadas na órbita da terra.
Questão Olímpica
Os Jogos Olímpicos do período foram marca-
dos por fortes disputas entre os Estados Unidos e a
União Soviética (potências que lideram os blocos),
cada novo recorde batido, cada medalha conquistada
era tratada não só como uma vitória do atleta, mas
uma vitória do sistema.
Questão tecnológica
Descobertas e pesquisas no campo tecnológico
também nortearam esse período, principalmente na
descoberta de produtos. O mercado dos Estados Uni-
dos foi abastecido de novos produtos, trazidos do
Know How militar, e que ajudaram a produzir mer-
cadorias mais eficientes, seguras e lucrativas. Do la-
do socialista, os empreendimentos eram pouco
acessíveis à população, normalmente rotulados como
segredos de estado, isso fez com que as conquistas da
ciência fossem pouco difundidas no campo social.
Editora Exato 10
5. A GUERRA FRIA E A INFLUÊNCIA NOS
GOVERNOS
A Guerra Fria foi marcada pela busca de novas
áreas de influência geopolítica no Globo. Na região
européia, as áreas já estavam praticamente configu-
radas, com isso as duas potências buscaram influen-
ciar áreas de formação recente, principalmente na
África e Ásia. As potências utilizavam tanto da di-
plomacia, quanto da opressão para manter a presença
dentro do território. Nesse período, foi comum uma
das potências apoiarem grupos de guerrilheiros con-
tra o governo instaurado, tendo em vista que era ne-
cessário gerar a instabilidade para provar que o
governo não era viável. Essa forma de tática política
foi utilizada tanto pelo bloco socialista, quanto pelo
capitalista, e se caracteriza como um dos principais
responsáveis pela crise política e pelas guerras civis
presentes, sobretudo, na África.
Na Ásia, a política foi bem parecida, destacan-
do nesse período três grandes incidentes:
Divisão da Coréia entre as duas superpo-
tências, em 1945 (o Norte pró-socialista, e
o Sul pró-capitalista), esse fato acabou ge-
rando uma guerra nesse país entre 1950 e
1953. Diante da intenção das tropas do Nor-
te de unificar a Coréia em torno do sistema
socialista, os Estados Unidos entraram dire-
tamente no conflito armado, ao lado das
tropas do Sul em defesa do sistema capita-
lista. O resultado foi uma grande quantida-
de de coreanos mortos e a região dividida.
Guerra do Vietnã (1960-1973), durante a
qual tropas americanas combateram os
guerrilheiros do Vietnã do Sul e o exército
do Vietnã do Norte, empenhados em unifi-
car o país sob controle do governo socialis-
ta. Os Estados Unidos foram derrotados e o
Vietnã foi unificado sob regime socialista.
Intervenção militar soviética no Afeganis-
tão (1979-1989), sob a alegação de impedir
o acirramento da crise política do país. O
objetivo era instituir um governo pró-
soviético, contudo, mesmo com a ajuda da
superpotência, o governo não conseguiu
vencer a resistência.
No continente americano a presença dos Esta-
dos Unidos foi fortemente representada pela instala-
ção de governos ditatoriais na América Latina,
inclusive no Brasil.
6. CRISE NO BLOCO SOCIALISTA E FIM DA
GUERRA FRIA
Com a ascensão ao poder do líder Mikhail
Gorbatchev, a União Soviética iniciou uma mudança
radical. Gorbatchev implantou a Glasnost (reestrutu-
ração política) e a Perestroika (reestruturação econô-
mica), a fim de buscar melhorar a crise em que estava
inserido devido à falência do Estado e à falta de in-
vestimentos tecnológicos. A União Soviética já vinha
atravessando uma crise intensa desde o início da dé-
cada de 1980; Gorbatchev apenas iniciou a passagem
desse país para uma nova realidade, o capitalismo.
Posteriormente às mudanças na União Soviéti-
ca houve um forte processo de desmoronamento do
bloco socialista do leste europeu. Esse movimento
passou a ser conhecido como efeito dominó e acarre-
tou o movimento pró-democracia na região, marcada
muitas vezes por conflitos sangrentos e fragmentação
do território.
O fim da Guerra Fria teve como marco a queda
do Muro de Berlim, símbolo maior da guerra fria,
pois dividia um país em duas ideologias diferentes. A
Alemanha posteriormente concretizou o projeto de
reunificação.
7. LEITURA COMPLEMENTAR
Guerra Fria – Terror de Estado, Política e Cultura
O abismo que havia entre os dois blocos – a
impossibilidade da convivência pacífica e democráti-
ca a longo prazo – fez com que o discurso político
perdesse qualquer credibilidade. Todos sabiam que
quando os representantes das superpotências falavam
em paz, na verdade estavam preparando a guerra. O
fim da Guerra Fria não teve como conseqüência a re-
vitalização do discurso político. Ao contrário, as dis-
paridades entre Norte e Sul, as injustiças sociais, os
escândalos de corrupção na esfera administrativa, o
despontar de líderes racistas e xenófobos – tudo isso
contribuiu para esvaziar ainda mais a crença de que
as palavras, o diálogo, possa resolver os graves pro-
blemas que afetam a humanidade. O próprio surgi-
mento de correntes neonazistas é um sintoma de que
a lógica da exclusão do outro continua profundamen-
te sedimentada em camadas da população, ainda que
o “inimigo” não seja mais o comunista (ou o capita-
lista), mas sim o negro, o judeu, o islâmico, o turco, o
argelino etc.
Poderíamos nos alongar quase que indefinida-
mente neste capítulo conclusivo, mostrando que a
Guerra Fria ainda faz sentir seus efeitos em cada as-
pecto da vida cotidiana; por exemplo, as experiências
nucleares francesas no atol de Mururoa, realizadas
em 1995, apesar dos protestos da população mundial,
que agitaram os fantasmas do holocausto nuclear de
Hirosma e Nagasaki. Mas acreditamos que isso seria
“chover no molhado”. O leitor estará perfeitamente
habilitado a identificar essas “sobrevivências” da
Guerra Fria no mundo contemporâneo. O importante
é conduzir a reflexão crítica para as possibilidades de
superação da perversa lógica do enfrentamento, como
se essa fosse a única possibilidade de resolver as di-
vergências.
Editora Exato 11
O que podemos fazer para ajudar a melhorar
nosso próprio mundo e o das futuras gerações? Acre-
ditamos que a única possibilidade reside na prática de
tudo aquilo que a Guerra Fria não fez: estimular o di-
álogo sem preconceitos; ouvir o que o outro tem a di-
zer sem acreditarmos, a priori, que ele está errado e
que nós somos os únicos detentores da “verdade”,
desenvolver a tolerância, a flexibilidade e, sobretudo,
valorizar a vida humana acima de todas as coisas. Es-
sas são, acreditamos, as premissas para uma resolu-
ção digna e real dos problemas que afetam a
humanidade. E exatamente por isso é tão importante
estudarmos a Guerra Fria: para verificarmos que a
negação do diálogo – um caminho aparentemente
mais fácil, livre e desimpedido –é, de fato, uma ave-
nida para o impasse e para a tragédia.
José Arbex Jr. Guerra Fria. Pág. 208/209.
A questão Brasileira
A tentativa brasileira de produzir sua própria
bomba atômica esteve associada a um projeto nacio-
nalista, desenvolvido durante a ditadura militar. Para
alguns generais brasileiros, possuir a bomba era a ú-
nica forma de assegurar ao Brasil uma posição hege-
mônica na América do Sul. É claro que a pretensão à
hegemonia no subcontinente não foi criada pelos mi-
litares. Ao contrário, é muito mais antiga e tem sua
base “natural” na extensão territorial do país e em sua
localização geográfica. Os vários conflitos com a Ar-
gentina na época do Império, no século XIX, e a
permanente situação de tensão com Buenos Aires, ao
longo do século XX, até os anos 90, são um reflexo
da disputa pela hegemonia, travada de maneira mais
ou menos declarada entre os dois países.
O programa para a construção da bomba nu-
clear brasileira foi iniciado, secretamente, em 1979.
Sempre que “vazava” alguma informação na impren-
sa sobre os planos, os militares negavam com vee-
mência. Mas o fato é que havia um “programa
paralelo” atômico brasileiro, ao lado do programa o-
ficial (a construção de usinas nucleares em Angra dos
Reis, com tecnologia alemã, segundo um acordo as-
sinado em 1975). Esse “programa paralelo” foi reco-
nhecido publicamente e desativado, em 1990, pelo
então presidente Fernando Collor de Mello. O pro-
grama já estava tão avançado que os generais chega-
ram a cavar um poço na base da Aeronáutica,
localizada na Serra do Cachimbo, no Pará, destinado
a testes nucleares subterrâneos. O poço apresentava
320 metros de profundidade e 1 metro de diâmetro,
dimensões suficientes para detonar uma bomba com
potência equivalente à que destruiu Hiroshima.
Mas o clima de desconfiança mútua e a acele-
ração dos programas nucleares não eram “privilégio”
do Brasil e da Argentina. A corrida armamentista
criou uma mentalidade internacional militarista, em
que não havia lugar para o diálogo pacífico como
meio de solucionar os conflitos. O resultado é que se
multiplicaram focos regionais de tensão, e os gover-
nos tenderam a estocar enormes arsenais de armas
convencionais. Mesmo ditaduras miseráveis, como as
existentes na África, compravam as armas conven-
cionais mais sofisticadas disponíveis no mercado. O
Brasil foi um dos países que se beneficiaram desse
mercado, ainda hoje um dos mais prósperos do mun-
do.
José Arbex Jr. Guerra Fria. Pág. 50/51.
ESTUDO DIRIGIDO
1 No final da Segunda Guerra Mundial, as super-
potências encontraram-se frente a frente. Nesse
período foram realizados vários acordos e confe-
rências, dentre elas uma de grande importância
para a geopolítica da Europa foi a Conferência de
Yalta. Explique o que foi essa Conferência.
2 A guerra fria foi um sistema marcado por uma
paz altamente instável (sem segurança). Explique
porque a guerra mundial era improvável e a paz
era impossível.
3 Durante o período da Guerra Fria, foram consoli-
dados vários acordos entre os Estados Unidos e a
União Soviética, as grandes forças desse momen-
to histórico. Dentre esses acordos, mereceu des-
taque o Acordo de Potsdam, que consistiu na
divisão da Alemanha, derrotada na II Guerra
Mundial. Considerando os fatores de formação e
de continuidade desse acordo, elabore uma sínte-
se dos motivos políticos e econômicos que leva-
ram o Reino Unido e a França a cederem aos
Estados Unidos suas áreas de influência no terri-
tório alemão.
4 Dentro da órbita mundial, quais os fatores que
levaram a URSS a um processo de queda política
e econômica até a sua fragmentação e extinção.
EXERCÍCIOS
1 Guerra Fria significou:
a) o Início da II Guerra Mundial.
Editora Exato 12
b) um plano dos Estados Unidos para combater o
terrorismo no Oriente Médio.
c) uma guerra pelo domínio da Antártica.
d) um conflito entre as duas maiores potências
posteriormente à II guerra mundial: Estados
Unidos e União Soviética.
e) plano dos Estados Unidos para diminuir a onda
crescente de desemprego no seu país.
2 São aspectos da Guerra Fria, exceto:
a) corrida armamentista.
b) corrida aeroespacial.
c) corrida olímpica.
d) corrida tecnológica.
e) corrida por alimentos.
3 São fatores que iniciaram a Guerra Fria, exceto:
a) Doutrina Truman.
b) Criação da Otan (Organização do Tratado do
Atlântico Norte).
c) Plano de Paz, criando um país com os dois sis-
temas.
d) Divisão da Alemanha e criação do Muro de
Berlim.
e) Plano Marshall, com ajuda econômica aos paí-
ses destruídos pela II guerra.
4 A Guerra Fria acabou com a queda e fragmenta-
ção da União Soviética, em 1991. São aspectos
que impulsionaram a crise no socialismo, exceto:
a) Forte endividamento ocasionado pelo investi-
mento em armas e na questão aeroespacial.
b) Falta de participação da população que gerava
um descontentamento.
c) Pequeno espaço territorial da União Soviética,
o que dificultava a sua influência política.
d) Baixa presença no mercado internacional.
e) Crise econômica constante nos países aliados.
5 Sobre a Guerra, é correto afirmar que:
a) houve uma guerra direta e sangrenta entre Es-
tados Unidos e União Soviética.
b) países subdesenvolvidos ficaram à parte desse
conflito
c) ó conflito teve como pilar central a Ásia.
d) a guerra fria foi marcada pela busca de novas
áreas de influência em todo o Globo.
e) por várias vezes foram utilizadas armas nuclea-
res.
GABARITO
Estudo Dirigido
1 Foi realizada uma conferência entre os Estados
Unidos, Inglaterra e União Soviética, onde a Uni-
ão Soviética destacou a necessidade de uma área
de influência, que foi determinada como a área
do leste europeu, criando assim uma área de se-
gurança junto a suas fronteiras.
2 Com a criação da OTAN (Organização do Trata-
do do Atlântico Norte), em 1949, da qual faziam
parte os Estados Unidos, o Canadá e vários países
da Europa ocidental, a Guerra Fria ganha for-
malmente caráter mundial, pois, dentre as bases
da OTAN, estava a cláusula que determinava que
qualquer ataque a um membro capitalista da O-
TAN seria um ataque a todos os membros, pro-
movendo assim a possibilidade de um contra-
ataque maciço. No ano de 1955, o bloco socialis-
ta concretizou seu plano de ajuda militar mútua,
intitulado de Pacto de Varsóvia, que tinha as
mesmas bases da OTAN. Esses fatos desenharam
um clima de tensão muito grande, pois qualquer
país membro dos blocos poderia ocasionar uma
guerra mundial, que com certeza seria uma guerra
de extinção da humanidade.
3 O Reino Unido e França participaram diretamen-
te dos conflitos da II Grande Guerra Mundial, es-
se fator acarretou problemas de ordem econômica
para esses países (reconstrução), com isso não
havia dinheiro para financiar o crescimento e a
reconstrução da Alemanha, com isso cederam su-
as áreas para os Estados Unidos.
4 Com a ascensão ao poder do líder Mikhail Gor-
batchev, a União Soviética iniciou uma mudança
radical. Gorbatchev implantou a Glasnost (rees-
truturação política) e a Perestroika (reestrutura-
ção econômica), a fim de buscar melhorar a crise
em que estava inserido devido à falência do Esta-
do e à falta de investimentos tecnológicos. A U-
nião Soviética já vinha atravessando uma crise
intensa desde o início da década de 1980, Gor-
batchev apenas iniciou a passagem desse país pa-
ra uma nova realidade, o capitalismo.
Posteriormente às mudanças na União Soviética,
houve um forte processo de desmoronamento do
bloco socialista do leste europeu, esse movimento
passou a ser conhecido como efeito dominó e a-
carretou o movimento pró-democracia na região,
marcada muitas vezes por conflitos sangrentos e
fragmentação do território. O fim da guerra fria
teve como marco a queda do Muro de Berlim,
símbolo maior da guerra fria, pois dividia um país
em duas ideologias diferentes. A Alemanha pos-
teriormente concretizou o projeto de reunificação.
Editora Exato 13
Exercícios
1 D
2 E
3 C
4 C
5 D

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Guerra Fria e a origem dos blocos capitalista e socialista

  • 1. GEOGRAFIA Editora Exato 8 GUERRA FRIA 1. INTRODUÇÃO Com o término da II Guerra Mundial (1939- 1945), o mundo passou por uma forte alteração na ordem política, econômica e social. Esse período ini- ciou-se com a mudança do foco de hegemonia, antes determinado pela Europa, principalmente pela su- premacia do Reino Unido, para a formação de dois grandes blocos de sistemas que marcaram a guerra fria (capitalismo e socialismo). Essa nova configuração mundial marcada pela bipolaridade, foi derivada de um expansionismo na- tural, no sentido de que ambos os sistemas (capita- lismo e socialismo) tinham o intuito de buscar garantir novos espaços no Globo. A Guerra Fria, ou paz armada, caracterizou-se por ser uma disputa ideológica, econômica, política, tecnológica e militar. Contudo, nunca determinou uma disputa direta entre as potências, mesmo tendo ocorrido disputas em áreas de influência, principal- mente na Ásia e África. 2. ORIGEM DA GUERRA FRIA Conferência de Bretton Woods Essa conferência ocorreu em 1944, nos Esta- dos Unidos, e determinou a instauração do dólar co- mo moeda mundial, definindo uma nova ordem econômica, que estimulava o desenvolvimento capi- talista e uma maior integração mundial, influindo a- inda mais na presença mundial dos Estados Unidos como potência. Nessa mesma conferência, foram cri- ados o FMI (Fundo Monetário Internacional), Bird (Banco Mundial) e o Gatt que em 1995 foi substituí- do pela OMC (Organização Mundial do Comércio). Conferência de Yalta Foi realizada uma conferência entre os Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética, onde a União Soviética destacou a necessidade de uma área de in- fluência, que foi determinada como a área do leste europeu, criando assim uma área de segurança junto a suas fronteiras. Conferência de Potsdan Essa conferência traçou os rumos da Alemanha no pós-II Guerra. A Alemanha, derrotada na guerra, foi dividida em 4 (quatro) grandes zonas, uma para cada potência vitoriosa na II Guerra Mundial, ou seja, Estados Unidos, França, Reino Unido e União Sovié- tica. Contudo a França e o Reino Unido cederam suas áreas de influência para o líder capitalista, os Estados Unidos. Posteriormente, os Estados Unidos criaram a RFA (República Federativa Alemã), capitalista e com a capital sediada em Bonn. Do outro lado, a União Soviética criou a RDA (República Democrática Ale- mã), socialista e com capital em Berlim. Essa divisão foi marcada pela construção do Muro de Berlim, que foi um dos maiores símbolos da guerra fria. França Mar do Norte Reino Unido Grã Bretanha Holanda Bélgica Luxemburgo França Suíça França EUA Áustria URSS Dinamarca Mar Báltico Tchecoslováquia URSS Polônia Doutrina Truman Plano desenvolvido pelo então presidente nor- te-americano Henry Truman, e consistia em deter ao máximo o avanço do socialismo pelo mundo. Esse princípio norteou as discussões na Guerra Fria, tor- nando-se o foco político principal do início desse pe- ríodo histórico. Plano Marshall Caracterizou-se como um dos principais meca- nismos da Doutrina Truman, o plano Marshall tinha como fundamento a ajuda econômica aos países eu- ropeus destruídos pela II Guerra Mundial. Esse plano tinha como intuitos: auxiliar no crescimento econô- mico dos países europeus; proporcionar um aqueci- mento da economia norte-americana (indústria e comércio); e manter a presença dos Estados Unidos no Continente europeu, como forma de conter o a- vanço do socialismo na região. Esse plano foi esten- dido a todos os países da Europa, inclusive a União Soviética, contudo da parte socialista apenas a antiga Iugoslávia aceitou a ajuda econômica. 3. A GUERRA FRIA PEGA FOGO Com a criação da OTAN (Organização do Tra- tado do Atlântico Norte), em 1949, da qual faziam parte os Estados Unidos, o Canadá e vários países da Europa ocidental, a guerra fria ganha formalmente caráter mundial, pois dentre as bases da OTAN esta- va a cláusula que determinava que qualquer a ataque a um membro capitalista da OTAN seria um ataque a
  • 2. Editora Exato 9 todos os membros, promovendo assim a possibilida- de de um contra-ataque maciço. No ano de 1955, o bloco socialista concretizou seu plano de ajuda militar mútua, intitulado de Pacto de Varsóvia, o qual tinha as mesmas bases da OTAN. Esses fatos desenharam um clima de tensão muito grande, pois qualquer país membro dos blocos poderia ocasionar uma guerra mundial, que com cer- teza seria uma guerra de extinção da humanidade. No ano de 1955, ocorreu a Conferência de Bandung (Indonésia), na qual participaram 30 países da África e Ásia, buscaram desenvolver nessa confe- rência uma posição de neutralidade, frente à guerra fria, foi nessa conferência que surgiu o termo Tercei- ro Mundo. Esses países não conseguiram impor o princípio da autodeterminação política, já que esta- vam atrelados política e economicamente às potên- cias dominantes. Bloqueio de Berlim Ocidental, buscando de- sestabilizar Berlim Ocidental, os soviéticos bloquea- ram o abastecimento para a região. Os Estados Unidos, pressionados, buscaram uma saída através da ponte aérea. Eram cerca de mil aterrissagens diárias, para suprir de alimentos e fontes energéticas essa re- gião, esse período marcou um clima de forte tensão na região. Crise dos Mísseis Cubanos: em outubro de 1962, aviões de espionagem dos Estados Unidos des- cobriram instalações de mísseis nucleares em Cuba. Esses mísseis poderiam chegar facilmente ao territó- rio norte-americano. Esse episódio, que durou duas semanas, serviu para demonstrar que a hipótese de uma guerra nuclear era apenas uma questão de opor- tunidade e vontade política. 4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA GUERRA FRIA Corrida Armamentista A corrida armamentista foi um dos pilares cen- trais da guerra fria. No final da II Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram duas bombas nucleares no Japão demonstraram ao mundo que possuíam armas nucleares. Esse ato foi uma represália aos japoneses, uma demonstração de força militar para o bloco soci- alista. No ano de 1949, foi a vez da União Soviética realizar com sucesso seus testes com armas nuclea- res, mostrando que também estavam aptos a partici- par de uma guerra mundial. A partir desse contexto, os países líderes dos blocos capitalista e socialista in- vestiam cada vez mais em armas, utilizando uma grande parcela do PIB dos países em armamento, que muitas vezes foi utilizado para abastecer guerrilheiros e grupos paramilitares no mundo inteiro. Corrida Aeroespacial A era dos foguetes foi inaugurada pelos sovié- ticos no ano de 1957, ano em que eles lançaram o primeiro foguete, que colocou na órbita da terra o primeiro satélite, o Sputnik 1. No mesmo ano os so- viéticos lançaram o segundo foguete, chamado Sput- nik 2, o qual transportava os primeiros seres vivos, destaque para a cadelinha Laika. Os Estados Unidos buscaram a partir desses fatos desenvolver um pro- grama espacial mais eficiente, criando, em 1958, a Nasa, órgão encarregado de coordenar as pesquisas espaciais. Contudo, no ano de 1961, os soviéticos lançaram um foguete com o primeiro homem, Iúry Gagárin, o qual descreveu a terra como um imenso planeta azul. Os Estados Unidos nesse período reali- zaram vultosos investimentos, sendo destacados co- mo promessa, seriam os primeiros homens a pisar na Lua. A promessa foi cumprida em 20 de julho de 1969, dia em que o mundo parou para olhar o homem andar sobre a superfície da Lua. A Apollo 11 foi a primeira nave tripulada a chegar à Lua, nela estavam Neil Armstrong, Edwin Aldrin, Michael Collins. Em 1996, os soviéticos lançaram o primeiro módulo da Estação Orbital Mir, essa estação serviu de campo de pesquisa e posteriormente a abertura po- lítica tornou-se também um ponto de apoio para pro- gramas espaciais. Não possuindo mais recursos para a sua manutenção e melhoria, a MIR ficou “sucatea- da”, sendo destruída em março de 2001. Atualmente o maior destaque na questão espacial é a Estação Or- bital Internacional, um consórcio entre as maiores po- tências do Globo, buscando realizar experiências variadas na órbita da terra. Questão Olímpica Os Jogos Olímpicos do período foram marca- dos por fortes disputas entre os Estados Unidos e a União Soviética (potências que lideram os blocos), cada novo recorde batido, cada medalha conquistada era tratada não só como uma vitória do atleta, mas uma vitória do sistema. Questão tecnológica Descobertas e pesquisas no campo tecnológico também nortearam esse período, principalmente na descoberta de produtos. O mercado dos Estados Uni- dos foi abastecido de novos produtos, trazidos do Know How militar, e que ajudaram a produzir mer- cadorias mais eficientes, seguras e lucrativas. Do la- do socialista, os empreendimentos eram pouco acessíveis à população, normalmente rotulados como segredos de estado, isso fez com que as conquistas da ciência fossem pouco difundidas no campo social.
  • 3. Editora Exato 10 5. A GUERRA FRIA E A INFLUÊNCIA NOS GOVERNOS A Guerra Fria foi marcada pela busca de novas áreas de influência geopolítica no Globo. Na região européia, as áreas já estavam praticamente configu- radas, com isso as duas potências buscaram influen- ciar áreas de formação recente, principalmente na África e Ásia. As potências utilizavam tanto da di- plomacia, quanto da opressão para manter a presença dentro do território. Nesse período, foi comum uma das potências apoiarem grupos de guerrilheiros con- tra o governo instaurado, tendo em vista que era ne- cessário gerar a instabilidade para provar que o governo não era viável. Essa forma de tática política foi utilizada tanto pelo bloco socialista, quanto pelo capitalista, e se caracteriza como um dos principais responsáveis pela crise política e pelas guerras civis presentes, sobretudo, na África. Na Ásia, a política foi bem parecida, destacan- do nesse período três grandes incidentes: Divisão da Coréia entre as duas superpo- tências, em 1945 (o Norte pró-socialista, e o Sul pró-capitalista), esse fato acabou ge- rando uma guerra nesse país entre 1950 e 1953. Diante da intenção das tropas do Nor- te de unificar a Coréia em torno do sistema socialista, os Estados Unidos entraram dire- tamente no conflito armado, ao lado das tropas do Sul em defesa do sistema capita- lista. O resultado foi uma grande quantida- de de coreanos mortos e a região dividida. Guerra do Vietnã (1960-1973), durante a qual tropas americanas combateram os guerrilheiros do Vietnã do Sul e o exército do Vietnã do Norte, empenhados em unifi- car o país sob controle do governo socialis- ta. Os Estados Unidos foram derrotados e o Vietnã foi unificado sob regime socialista. Intervenção militar soviética no Afeganis- tão (1979-1989), sob a alegação de impedir o acirramento da crise política do país. O objetivo era instituir um governo pró- soviético, contudo, mesmo com a ajuda da superpotência, o governo não conseguiu vencer a resistência. No continente americano a presença dos Esta- dos Unidos foi fortemente representada pela instala- ção de governos ditatoriais na América Latina, inclusive no Brasil. 6. CRISE NO BLOCO SOCIALISTA E FIM DA GUERRA FRIA Com a ascensão ao poder do líder Mikhail Gorbatchev, a União Soviética iniciou uma mudança radical. Gorbatchev implantou a Glasnost (reestrutu- ração política) e a Perestroika (reestruturação econô- mica), a fim de buscar melhorar a crise em que estava inserido devido à falência do Estado e à falta de in- vestimentos tecnológicos. A União Soviética já vinha atravessando uma crise intensa desde o início da dé- cada de 1980; Gorbatchev apenas iniciou a passagem desse país para uma nova realidade, o capitalismo. Posteriormente às mudanças na União Soviéti- ca houve um forte processo de desmoronamento do bloco socialista do leste europeu. Esse movimento passou a ser conhecido como efeito dominó e acarre- tou o movimento pró-democracia na região, marcada muitas vezes por conflitos sangrentos e fragmentação do território. O fim da Guerra Fria teve como marco a queda do Muro de Berlim, símbolo maior da guerra fria, pois dividia um país em duas ideologias diferentes. A Alemanha posteriormente concretizou o projeto de reunificação. 7. LEITURA COMPLEMENTAR Guerra Fria – Terror de Estado, Política e Cultura O abismo que havia entre os dois blocos – a impossibilidade da convivência pacífica e democráti- ca a longo prazo – fez com que o discurso político perdesse qualquer credibilidade. Todos sabiam que quando os representantes das superpotências falavam em paz, na verdade estavam preparando a guerra. O fim da Guerra Fria não teve como conseqüência a re- vitalização do discurso político. Ao contrário, as dis- paridades entre Norte e Sul, as injustiças sociais, os escândalos de corrupção na esfera administrativa, o despontar de líderes racistas e xenófobos – tudo isso contribuiu para esvaziar ainda mais a crença de que as palavras, o diálogo, possa resolver os graves pro- blemas que afetam a humanidade. O próprio surgi- mento de correntes neonazistas é um sintoma de que a lógica da exclusão do outro continua profundamen- te sedimentada em camadas da população, ainda que o “inimigo” não seja mais o comunista (ou o capita- lista), mas sim o negro, o judeu, o islâmico, o turco, o argelino etc. Poderíamos nos alongar quase que indefinida- mente neste capítulo conclusivo, mostrando que a Guerra Fria ainda faz sentir seus efeitos em cada as- pecto da vida cotidiana; por exemplo, as experiências nucleares francesas no atol de Mururoa, realizadas em 1995, apesar dos protestos da população mundial, que agitaram os fantasmas do holocausto nuclear de Hirosma e Nagasaki. Mas acreditamos que isso seria “chover no molhado”. O leitor estará perfeitamente habilitado a identificar essas “sobrevivências” da Guerra Fria no mundo contemporâneo. O importante é conduzir a reflexão crítica para as possibilidades de superação da perversa lógica do enfrentamento, como se essa fosse a única possibilidade de resolver as di- vergências.
  • 4. Editora Exato 11 O que podemos fazer para ajudar a melhorar nosso próprio mundo e o das futuras gerações? Acre- ditamos que a única possibilidade reside na prática de tudo aquilo que a Guerra Fria não fez: estimular o di- álogo sem preconceitos; ouvir o que o outro tem a di- zer sem acreditarmos, a priori, que ele está errado e que nós somos os únicos detentores da “verdade”, desenvolver a tolerância, a flexibilidade e, sobretudo, valorizar a vida humana acima de todas as coisas. Es- sas são, acreditamos, as premissas para uma resolu- ção digna e real dos problemas que afetam a humanidade. E exatamente por isso é tão importante estudarmos a Guerra Fria: para verificarmos que a negação do diálogo – um caminho aparentemente mais fácil, livre e desimpedido –é, de fato, uma ave- nida para o impasse e para a tragédia. José Arbex Jr. Guerra Fria. Pág. 208/209. A questão Brasileira A tentativa brasileira de produzir sua própria bomba atômica esteve associada a um projeto nacio- nalista, desenvolvido durante a ditadura militar. Para alguns generais brasileiros, possuir a bomba era a ú- nica forma de assegurar ao Brasil uma posição hege- mônica na América do Sul. É claro que a pretensão à hegemonia no subcontinente não foi criada pelos mi- litares. Ao contrário, é muito mais antiga e tem sua base “natural” na extensão territorial do país e em sua localização geográfica. Os vários conflitos com a Ar- gentina na época do Império, no século XIX, e a permanente situação de tensão com Buenos Aires, ao longo do século XX, até os anos 90, são um reflexo da disputa pela hegemonia, travada de maneira mais ou menos declarada entre os dois países. O programa para a construção da bomba nu- clear brasileira foi iniciado, secretamente, em 1979. Sempre que “vazava” alguma informação na impren- sa sobre os planos, os militares negavam com vee- mência. Mas o fato é que havia um “programa paralelo” atômico brasileiro, ao lado do programa o- ficial (a construção de usinas nucleares em Angra dos Reis, com tecnologia alemã, segundo um acordo as- sinado em 1975). Esse “programa paralelo” foi reco- nhecido publicamente e desativado, em 1990, pelo então presidente Fernando Collor de Mello. O pro- grama já estava tão avançado que os generais chega- ram a cavar um poço na base da Aeronáutica, localizada na Serra do Cachimbo, no Pará, destinado a testes nucleares subterrâneos. O poço apresentava 320 metros de profundidade e 1 metro de diâmetro, dimensões suficientes para detonar uma bomba com potência equivalente à que destruiu Hiroshima. Mas o clima de desconfiança mútua e a acele- ração dos programas nucleares não eram “privilégio” do Brasil e da Argentina. A corrida armamentista criou uma mentalidade internacional militarista, em que não havia lugar para o diálogo pacífico como meio de solucionar os conflitos. O resultado é que se multiplicaram focos regionais de tensão, e os gover- nos tenderam a estocar enormes arsenais de armas convencionais. Mesmo ditaduras miseráveis, como as existentes na África, compravam as armas conven- cionais mais sofisticadas disponíveis no mercado. O Brasil foi um dos países que se beneficiaram desse mercado, ainda hoje um dos mais prósperos do mun- do. José Arbex Jr. Guerra Fria. Pág. 50/51. ESTUDO DIRIGIDO 1 No final da Segunda Guerra Mundial, as super- potências encontraram-se frente a frente. Nesse período foram realizados vários acordos e confe- rências, dentre elas uma de grande importância para a geopolítica da Europa foi a Conferência de Yalta. Explique o que foi essa Conferência. 2 A guerra fria foi um sistema marcado por uma paz altamente instável (sem segurança). Explique porque a guerra mundial era improvável e a paz era impossível. 3 Durante o período da Guerra Fria, foram consoli- dados vários acordos entre os Estados Unidos e a União Soviética, as grandes forças desse momen- to histórico. Dentre esses acordos, mereceu des- taque o Acordo de Potsdam, que consistiu na divisão da Alemanha, derrotada na II Guerra Mundial. Considerando os fatores de formação e de continuidade desse acordo, elabore uma sínte- se dos motivos políticos e econômicos que leva- ram o Reino Unido e a França a cederem aos Estados Unidos suas áreas de influência no terri- tório alemão. 4 Dentro da órbita mundial, quais os fatores que levaram a URSS a um processo de queda política e econômica até a sua fragmentação e extinção. EXERCÍCIOS 1 Guerra Fria significou: a) o Início da II Guerra Mundial.
  • 5. Editora Exato 12 b) um plano dos Estados Unidos para combater o terrorismo no Oriente Médio. c) uma guerra pelo domínio da Antártica. d) um conflito entre as duas maiores potências posteriormente à II guerra mundial: Estados Unidos e União Soviética. e) plano dos Estados Unidos para diminuir a onda crescente de desemprego no seu país. 2 São aspectos da Guerra Fria, exceto: a) corrida armamentista. b) corrida aeroespacial. c) corrida olímpica. d) corrida tecnológica. e) corrida por alimentos. 3 São fatores que iniciaram a Guerra Fria, exceto: a) Doutrina Truman. b) Criação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). c) Plano de Paz, criando um país com os dois sis- temas. d) Divisão da Alemanha e criação do Muro de Berlim. e) Plano Marshall, com ajuda econômica aos paí- ses destruídos pela II guerra. 4 A Guerra Fria acabou com a queda e fragmenta- ção da União Soviética, em 1991. São aspectos que impulsionaram a crise no socialismo, exceto: a) Forte endividamento ocasionado pelo investi- mento em armas e na questão aeroespacial. b) Falta de participação da população que gerava um descontentamento. c) Pequeno espaço territorial da União Soviética, o que dificultava a sua influência política. d) Baixa presença no mercado internacional. e) Crise econômica constante nos países aliados. 5 Sobre a Guerra, é correto afirmar que: a) houve uma guerra direta e sangrenta entre Es- tados Unidos e União Soviética. b) países subdesenvolvidos ficaram à parte desse conflito c) ó conflito teve como pilar central a Ásia. d) a guerra fria foi marcada pela busca de novas áreas de influência em todo o Globo. e) por várias vezes foram utilizadas armas nuclea- res. GABARITO Estudo Dirigido 1 Foi realizada uma conferência entre os Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética, onde a Uni- ão Soviética destacou a necessidade de uma área de influência, que foi determinada como a área do leste europeu, criando assim uma área de se- gurança junto a suas fronteiras. 2 Com a criação da OTAN (Organização do Trata- do do Atlântico Norte), em 1949, da qual faziam parte os Estados Unidos, o Canadá e vários países da Europa ocidental, a Guerra Fria ganha for- malmente caráter mundial, pois, dentre as bases da OTAN, estava a cláusula que determinava que qualquer ataque a um membro capitalista da O- TAN seria um ataque a todos os membros, pro- movendo assim a possibilidade de um contra- ataque maciço. No ano de 1955, o bloco socialis- ta concretizou seu plano de ajuda militar mútua, intitulado de Pacto de Varsóvia, que tinha as mesmas bases da OTAN. Esses fatos desenharam um clima de tensão muito grande, pois qualquer país membro dos blocos poderia ocasionar uma guerra mundial, que com certeza seria uma guerra de extinção da humanidade. 3 O Reino Unido e França participaram diretamen- te dos conflitos da II Grande Guerra Mundial, es- se fator acarretou problemas de ordem econômica para esses países (reconstrução), com isso não havia dinheiro para financiar o crescimento e a reconstrução da Alemanha, com isso cederam su- as áreas para os Estados Unidos. 4 Com a ascensão ao poder do líder Mikhail Gor- batchev, a União Soviética iniciou uma mudança radical. Gorbatchev implantou a Glasnost (rees- truturação política) e a Perestroika (reestrutura- ção econômica), a fim de buscar melhorar a crise em que estava inserido devido à falência do Esta- do e à falta de investimentos tecnológicos. A U- nião Soviética já vinha atravessando uma crise intensa desde o início da década de 1980, Gor- batchev apenas iniciou a passagem desse país pa- ra uma nova realidade, o capitalismo. Posteriormente às mudanças na União Soviética, houve um forte processo de desmoronamento do bloco socialista do leste europeu, esse movimento passou a ser conhecido como efeito dominó e a- carretou o movimento pró-democracia na região, marcada muitas vezes por conflitos sangrentos e fragmentação do território. O fim da guerra fria teve como marco a queda do Muro de Berlim, símbolo maior da guerra fria, pois dividia um país em duas ideologias diferentes. A Alemanha pos- teriormente concretizou o projeto de reunificação.
  • 6. Editora Exato 13 Exercícios 1 D 2 E 3 C 4 C 5 D