O documento descreve o mundo pós-Segunda Guerra Mundial, quando os EUA e a URSS emergiram como superpotências em antagonismo. Isso levou à divisão do mundo em blocos capitalistas e comunistas e à Guerra Fria. O documento também discute os primeiros movimentos de independência das colônias europeias.
1. Instituto Educativo de Lordemão HISTÓRIA / TIC “O Mundo Saído Da Guerra” Trabalho realizado no âmbito das disciplinas de ITIC/História por: Gustavo Assunção - 9ºC Nº10 João Costa – 9ºC Nº14 Coimbra, Maio de 2011
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3. Introdução No final da 2ª Guerra Mundial, os EUA e a URSS tornaram-se duas superpotências, contudo, mais tarde, tornou-se patente um cerrado antagonismo entre estas, devido à circunstância de ambas quererem alargar as suas áreas de influência. Este antagonismo foi-se realçando ao longo do tempo, devido também ao facto de as duas desejarem a hegemonia e supremacia mundial, levando-as a manifestar hostilidade, caracterizada não por um conflito directo mas sim por uma intensa rivalidade política. Também no final da 2ª Guerra Mundial, iniciou-se um processo de descolonização por todo o mundo, levando à independência política de várias colónias europeias. 2
4. FIGURA 2- Corrida ao Armamento, “Guerra Fria” FIGURA 1- Antagonismo EUA, URSS 3
5. Reconstrução e Política de BlocosA Hegemonia Americana No fim da 2º Guerra Mundial (1945), os EUA, além de não terem sofrido os efeitos devastadores no seu território, ainda beneficiaram com o abastecimento de diversos bens de consumo, de equipamentos militares aos Aliados e também com os empréstimos monetários à Europa. Assim, a sua indústria continuou a desenvolver-se e a sua economia prosperou. 60 % da produção mundial pertencia aos EUA, revelando-se assim a sua hegemonia a nível mundial. Com isto, rapidamente se tornaram na primeira superpotência. 4
6. A Expansão do Mundo Socialista na Europa de Leste e na Ásia A URSS apesar de ter sofrido os efeitos da guerra, depressa recuperou a sua economia, onde desenvolveu, principalmente, a indústria de material bélico. Neste período deu-se uma forte expansão do comunismo, por parte de Estaline, nomeadamente nos territórios da Ásia, com a República Popular da China, por MaoTsé-Tung e Europa de Leste. Assim, o antagonismo entre os E.U.A e a URSS agravou-se, levando à divisão da Europa e do mundo (Bloco Ocidental e Bloco Leste). FIGURA 3- MaoTsé-Tung 5
8. O Antagonismo dos Grandes Blocos: “A Guerra Fria” O presidente norte-americano HarryTruman, assustado com a crescente influência da URSS, iniciou um plano de contenção do comunismo conhecido por ”Doutrina de Truman”. Como a Europa, destruída pela guerra, era um terreno favorável à agitação e à propaganda comunista, procurou-se criar condições económicas que impedissem o avanço daquela ideologia. Assim, em 1947, o presidente Truman e o seu secretário de estado George Marshall aconselharam ao Congresso dos EUA a aplicação de um programa de recuperação da Europa, o “Plano Marshall”. 7
10. O Plano Marshall Os objectivos do Plano Marshall eram, então, os seguintes: Acelerar a recuperação económica da Europa Ocidental através da injecção de capitais, de modo a recuperar um mercado que garantisse a colocação dos produtos americanos; Reafirmar e reforçar a hegemonia dos E.U.A, consolidando o Bloco Ocidental liderado por aquele país; Impedir a expansão do comunismo. Este plano de recuperação não foi aceite por Estaline, que forçou os países sob sua influência a recusarem a ajuda. O Plano Marshall contribuiu para que os países que aderiram (18 países) se fossem restabelecendo economicamente. Assim, em três anos, a Europa recuperou a economia que tinha antes da guerra. 9
12. A Reacção da URSS A URSS, reagindo a este plano, e para evitar o alastrar da influência, criou: O KOMINFORM (1947) - órgão de controlo de todos os partidos comunistas europeus; O COMECON (1949) - conselho de ajuda económica mútua, que definia a política de apoio financeiro da URSS aos Estados-membros. Iniciou-se, assim, um período de grande tensão nas relações internacionais que viria a ficar conhecido por “Guerra Fria”. FIGURA 6- Estaline 11
13. Os primeiros episódios da Guerra Fria A questão alemã No final da 2ª Guerra Mundial, o território Alemão foi “desnazificado” e repartido em quatro partes, as quais foram distribuídas pelos EUA, França, Grã-Bretanha e URSS. Igualmente, a cidade de Berlim foi dividida e repartida por estas mesmas potências. Mais tarde, os países do ocidente decidiram unificar as suas áreas de domínio, criando a RFA – República Federal Alemã. Isto não agradou a Estaline, uma vez que violava a conferência de Potsdam, levando este a interditar qualquer comunicação com Berlim. Em 1949, foi acordada a divisão do território Alemão em dois estados, a RFA e a RDA – República Democrática Alemã. Descontente com a fuga da população para o ocidente, em 1961, Estaline ordenou a construção do muro de Berlim, que continuava a ser um foco de tensão. 12
15. Conflitos no Sudoeste Asiático Devido à ameaça de expansão do regime comunista no oriente, os EUA viram-se obrigados a criar bases militares para o auxílio de vários estados asiáticos. Isto viria a originar conflitos como a Guerra da Coreia e a Guerra da Indochina onde tanto os EUA como a URSS apoiariam os seus aliados. FIGURA 8- Guerra da Indochina 14
16. O Armamento e as Alianças Devido aos conflitos no oriente passou a ser visível uma estabilidade assente no terror, patente em acções como a “corrida” ao armamento nuclear, enquanto, ao mesmo tempo, ambos desenvolviam a investigação técnico-científica para o aperfeiçoamento das armas nucleares, a formação de alianças como a NATO (Organização do Tratado das Nações Unidas) em 1949, por parte dos EUA, e o Pacto de Varsóvia em 1955, por parte da URSS. Estas superpotências acabariam também por aliar-se a vários outros países, alastrando a “Guerra Fria” a todo o mundo, e criar organismos de espionagem como a CIA, pelos EUA, e a KGB, pela URSS. 15
18. A Coexistência Pacífica Com a morte de JosephStalin, em 1953, e a subida ao poder de um novo dirigente soviético, estabeleceram-se relações diplomáticas entre a URSS e os EUA, também agora com um novo presidente. Ambos os dirigentes se mostravam abertos ao diálogo, o que levou ambos a, evitando um conflito nuclear, travar a corrida aos armamentos e a promover a cooperação internacional. Apesar desta procura de entendimento, o clima de tensão manteve-se, ameaçando a paz. FIGURA 11- Coexistência Pacifica 17
19. A recusa da dominação Europeia: os primeiros movimentos de independência O fim da 2ª Guerra Mundial e a existência de zonas sob a influência das duas superpotências aceleraram o processo de descolonização de territórios que se encontravam sob o domínio de várias nações (independência política de muitas colónias, sobretudo na Ásia e na África). Para estes processos de crescente contestação ao domínio colonial, contribuíram factores como o enfraquecimento do poder da Europa; a posição da ONU em defesa do direito de autodeterminação dos povos e o apoio das superpotências (EUA ou URSS) à independência das colónias com o objectivo de alargar a sua influência nesses territórios e a formação das elites dos países colonizados. Neste contexto surgiram líderes e formaram-se grupos que iniciaram processos de luta de libertação nacional. A luta pela liberdade e pela autodeterminação teve diferentes caminhos, uns pacíficos e outros violentos. 18
20. Diferentes formas de resistência A luta pela emancipação tomou, então, diferentes formas nas várias colónias, tendo havido a via pacífica, com o uso da palavra em vez das armas, como terá sido o caso da Índia, e o recurso à violência, onde se utilizaram, nomeadamente, técnicas de guerrilha, provocando o desgaste das colónias em questão, como sucedeu, por exemplo, na Indonésia. A propaganda foi uma importante “arma” na luta pela independência de algumas colónias, visto que permitia “passar o recado” independentista. FIGURA 12- MahatmaGhandi 19
22. Conclusão A partir deste trabalho concluímos que os EUA e a URSS se envolveram numa acesa disputa a fim de espalhar as suas doutrinas económicas e políticas, e que uma pequena rivalidade pode originar um grande conflito como é caso da “Guerra Fria”. Concluímos também que o recurso a armas nunca deve ter lugar, muito menos sem antes fazer uso da palavra, seguindo o exemplo de MahatmaGhandi. 21