SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Baixar para ler offline
Manuel Maria Barbosa du Bocage
A morte de D. Inês
A Morte de D. Inês
Cantata por Manoel Maria Barbosa du Bucage
1824.
Com a licença da Mesa do Desembargo do Paço.
As Filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo, chorando, memoram.
“Camões, Lusiad. Cant. 3.”
A morte de Inês de Castro
Cantata
A Ulina
Da miseranda Inês o caso triste,
Nos tristes sons que a magoa desafina,
Envia o terno Elmano á terna Ulina,
Em cujos olhos seu prazer consiste.
Paixão que se a sentir não lhe resiste
Nem nos brutos certões Alma ferina,
Beleza funestou quasi divina,
De que a memória em lágrimas existe.
Lê, suspira, meu Bem, vendo hum composto
De raras perfeições aniquilado
Por mãos do Crime, á Natureza oposto.
Tu és cópia de Inês, encanto amado,
Tu tens seu coração, tu tens seu rosto...
Ah! Defendam-te os Céus de ter seu Fado.
CANTATA.
Longe do caro Esposo Inês formosa
Na margem do Mondego,
As amorosas faces aljofrava
De mavioso pranto.
Os melindrosos, cândidos penhores
Do Tálamo furtivo,
Os Filhinhos gentis, imagem dela,
No regaço da Mãe serenos gozam
O sono da Inocência.
Coro subtil de alígeros Favónios,
Que os ares embrandece,
Ora enlevado afaga
Com as plumas azuis o Par mimoso,
Ora, solto, inquieto
Em leda travessura, em doce brinco,
Pela Amante saudosa,
Pelos tenros Meninos se reparte,
E com ténue murmúrio vai prender-se
Das áureas tranças nos anéis brilhantes.
Primavera louçã, Quadra macia
Da ternura, e das flores,
Que á bela Natureza o seio esmaltas,
Que no prazer de Amor ao Mundo apuras
O prazer da existência,
Tu de Inês lacrimosa
As mágoas não distrais com teus encantos.
Debalde o Rouxinol, cantor de amores,
Nos versos naturais os sons varia,
O límpido Mondego em vão serpeia
C'um benigno sussurro, entre boninas
De lustroso matiz, almo perfume;
Em vão se doira o Sol de luz mais viva,
Os Céus de mais pureza em vão se adornam
Por divertir-te, ó Castro:
Objectos de alegria Amor enjoam
Se Amor é desgraçado.
A meiga voz dos zefiros, do rio
Não te convida o sono:
Só de já fatigada
Na luta de amargosos pensamentos,
Cerras, mísera, os olhos;
Mão não ha para ti, para os Amantes
Sono plácido, e mudo;
Não dorme a fantasia, Amor não dorme:
Ou gratas ilusões, ou negros sonhos
Assomando na ideia, espertam, rompem
O silêncio da Morte.
Ah! Que fausta Visão de Inês se apossa!
Que cena, que espectáculo assombroso
A paixão lhe afigura aos olhos d'alma!
Em marmóreo salão de altas colunas
A Sólio majestoso, e rutilante
Junto ao régio Amador se crê subida;
Graças de neve a púrpura lhe envolve,
Pende augusto docel do tecto de oiro;
Rico Diadema de radioso esmalte
Lhe cobre as tranças, mais formosas que ele;
Nos luzentes degraus do Trono excelso
Pomposos Cortesãos o orgulho acurvam;
A Lisonja sagaz lhe adoça os lábios,
O Monstro da Política se aterra,
E se Inês perseguia, Inês adora.
Ela escuta os extremos,
Os vivas populares, vê o Amante
Nos olhos estudar-lhe as leis que dita;
O prazer a transporta, Amor a encanta;
Prémios, dádivas mil ao Justo, ao Sábio
Magnânima confere,
Rainha esquece o que sofreu Vassala:
De sublimes acções orna a Grandeza,
Felicita os mortais, do ceptro é digna,
Impera em corações... mas Céus! Qu'estrondo
O sonho encantador lhe desvanece!
Inês sobressaltada
Desperta, e de repente aos olhos turvos
Da vistosa ilusão lhe foge o quadro.
Ministros do Furor, três vis Algozes,
De buídos punhais a dextra armada,
Contra a bela Infeliz bramindo avançam.
Ella grita, ella treme, ela descora,
Os Frutos da ternura ao seio aperta,
Invocando a piedade, os Céus, o Amante;
Mas de mármore aos ais, de bronze ao pranto,
Á suave atracção da formosura,
Vós, bruto Assassinos,
No peito lhe enterrais os ímpios ferros.
Cai nas sombras da Morte
A Vítima de Amor, lavada em sangue,
As rosas, os jasmins da face amena
Para sempre desbotam.
Dos olhos se lhe some o doce lume,
E no fatal momento
Balbucia, arquejando: “Esposo, Esposo.”
Os tristes Inocentes
Á triste Mãe se abraçam,
E soltam de agonia inútil choro.
Ao suspiro exalado,
Final suspiro da formosa extinta,
Os Amores acodem.
Mostra a Prole de Inês, e a tua, ó Vénus,
Igual consternação, e igual beleza:
Uns dos outros os cândidos Meninos
Só nas azas diferem,
(Que jazem pelo campo em mil pedaços
Carcazes de marfim, virotes de oiro)
Súbito voam dois do Coro alado:
Este, raivoso, a demandar vingança
No Tribunal de Jove,
Aquele a conduzir o infausto anúncio
Ao descuidado Amante.
Nas cem tubas da Fama o grão desastre
Irá pelo Universo:
Hão de chorar-te, Inês, na Hircania os Tigres,
No torrado Certão da Líbia fera
As Sérpes, os Leões hão de chorar-te.
Do Mondego, que atónito recua,
Do sentido Mondego as alvas Filhas
Em tropel doloroso
Das urnas de cristal eis vem surgindo,
Eis, atentas no horror do caso infando,
Terríveis maldições dos lábios vibram
Aos Monstros infernais, que vão fugindo.
Já coroam de cipreste a Malfadada,
E, arrepejando as nítidas madeixas,
Lhe urdem saudosas, lúgubres endeixas.
Tu, Eco, as decoraste,
E, cortadas dos ais, assim ressoam
Nos côncavos penedos, que magoam:
Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores:
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.
Mísero Esposo,
Desata o pranto,
Que o teu encanto
Já não é teu.
Sua alma pura
Nos céus se encerra:
Triste da Terra
Porque a perdeu!
Contra a cruenta
Raiva ferina
Face divina
Não lhe valeu.
Tem roto o seio,
Tesouro oculto,
Bárbaro insulto
Se lhe atreveu.
De dor, e espanto
No carro de oiro
O Numen loiro
Desfaleceu.
Aves sinistras
Aqui piaram,
Lobos uivarão,
O chão tremeu.
Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores:
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.
FIM DA CANTATA.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Pablo Neruda Vinte poemas de amor e uma cancao desesperada
Pablo Neruda Vinte poemas de amor e uma cancao desesperadaPablo Neruda Vinte poemas de amor e uma cancao desesperada
Pablo Neruda Vinte poemas de amor e uma cancao desesperadaCarlos Elson Cunha
 
Arcadismo em portugal e no brasil.
Arcadismo em portugal e no brasil.Arcadismo em portugal e no brasil.
Arcadismo em portugal e no brasil.Ajudar Pessoas
 
Prosa no brasil
Prosa no brasilProsa no brasil
Prosa no brasilrafabebum
 
Livro do Poeta Daniel Amaral - O Floral Poético
Livro do Poeta Daniel Amaral - O Floral PoéticoLivro do Poeta Daniel Amaral - O Floral Poético
Livro do Poeta Daniel Amaral - O Floral PoéticoDaniel Amaral
 
LIVRO DE POESIAS DE DANIEL D'AMARAL - O FLORAL POÉTICO
LIVRO DE POESIAS DE DANIEL D'AMARAL - O FLORAL POÉTICOLIVRO DE POESIAS DE DANIEL D'AMARAL - O FLORAL POÉTICO
LIVRO DE POESIAS DE DANIEL D'AMARAL - O FLORAL POÉTICODaniel Amaral
 
Semana da Poesia em Miranda do Corvo
Semana da Poesia  em Miranda do CorvoSemana da Poesia  em Miranda do Corvo
Semana da Poesia em Miranda do Corvocriscouceiro
 
Bocage Sonetos E Outros Poemas
Bocage Sonetos E Outros PoemasBocage Sonetos E Outros Poemas
Bocage Sonetos E Outros PoemasFlávio Mello
 
Arcadismo ou neoclassicismo
Arcadismo ou neoclassicismoArcadismo ou neoclassicismo
Arcadismo ou neoclassicismorafabebum
 
Castro alves navio negreiro
Castro alves   navio negreiroCastro alves   navio negreiro
Castro alves navio negreiroTalita Travassos
 
Poesia no brasil
Poesia no brasilPoesia no brasil
Poesia no brasilrafabebum
 
Romantismo - Gerações Poéticas
Romantismo - Gerações PoéticasRomantismo - Gerações Poéticas
Romantismo - Gerações PoéticasEntrelinhas Curso
 
Parque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, OeirasParque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, OeirasBESL
 
Poemas
PoemasPoemas
Poemasxyagox
 
VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018
VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018
VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018Sérgio Pitaki
 

Mais procurados (20)

Pablo Neruda Vinte poemas de amor e uma cancao desesperada
Pablo Neruda Vinte poemas de amor e uma cancao desesperadaPablo Neruda Vinte poemas de amor e uma cancao desesperada
Pablo Neruda Vinte poemas de amor e uma cancao desesperada
 
Espumas flutuantes
Espumas flutuantesEspumas flutuantes
Espumas flutuantes
 
Arcadismo em portugal e no brasil.
Arcadismo em portugal e no brasil.Arcadismo em portugal e no brasil.
Arcadismo em portugal e no brasil.
 
Prosa no brasil
Prosa no brasilProsa no brasil
Prosa no brasil
 
Livro do Poeta Daniel Amaral - O Floral Poético
Livro do Poeta Daniel Amaral - O Floral PoéticoLivro do Poeta Daniel Amaral - O Floral Poético
Livro do Poeta Daniel Amaral - O Floral Poético
 
LIVRO DE POESIAS DE DANIEL D'AMARAL - O FLORAL POÉTICO
LIVRO DE POESIAS DE DANIEL D'AMARAL - O FLORAL POÉTICOLIVRO DE POESIAS DE DANIEL D'AMARAL - O FLORAL POÉTICO
LIVRO DE POESIAS DE DANIEL D'AMARAL - O FLORAL POÉTICO
 
Semana da Poesia em Miranda do Corvo
Semana da Poesia  em Miranda do CorvoSemana da Poesia  em Miranda do Corvo
Semana da Poesia em Miranda do Corvo
 
Um sonho chamado poesia
Um sonho chamado poesiaUm sonho chamado poesia
Um sonho chamado poesia
 
Bocage Sonetos E Outros Poemas
Bocage Sonetos E Outros PoemasBocage Sonetos E Outros Poemas
Bocage Sonetos E Outros Poemas
 
Arcadismo ou neoclassicismo
Arcadismo ou neoclassicismoArcadismo ou neoclassicismo
Arcadismo ou neoclassicismo
 
Parque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, OeirasParque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, Oeiras
 
Castro alves navio negreiro
Castro alves   navio negreiroCastro alves   navio negreiro
Castro alves navio negreiro
 
Poesia no brasil
Poesia no brasilPoesia no brasil
Poesia no brasil
 
O romantismo
O romantismoO romantismo
O romantismo
 
Romantismo - Gerações Poéticas
Romantismo - Gerações PoéticasRomantismo - Gerações Poéticas
Romantismo - Gerações Poéticas
 
Parque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, OeirasParque dos Poetas, Oeiras
Parque dos Poetas, Oeiras
 
Poemas
PoemasPoemas
Poemas
 
Parque dos poetas
Parque dos poetasParque dos poetas
Parque dos poetas
 
VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018
VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018
VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018
 
Sessão leitura poética 2014
Sessão leitura poética 2014Sessão leitura poética 2014
Sessão leitura poética 2014
 

Destaque

Chris wooding a teia do mundo 01 - os tecedores de saramyr (2)
Chris wooding   a teia do mundo 01 - os tecedores de saramyr (2)Chris wooding   a teia do mundo 01 - os tecedores de saramyr (2)
Chris wooding a teia do mundo 01 - os tecedores de saramyr (2)Ariovaldo Cunha
 
Carl sagan o cérebro de broca
Carl sagan   o cérebro de brocaCarl sagan   o cérebro de broca
Carl sagan o cérebro de brocaAriovaldo Cunha
 
Barbara cartland a deusa grega
Barbara cartland   a deusa gregaBarbara cartland   a deusa grega
Barbara cartland a deusa gregaAriovaldo Cunha
 
Carl sagan um pálido ponto azul
Carl sagan   um pálido ponto azulCarl sagan   um pálido ponto azul
Carl sagan um pálido ponto azulAriovaldo Cunha
 
Barbara cartland a luz da grecia
Barbara cartland   a luz da greciaBarbara cartland   a luz da grecia
Barbara cartland a luz da greciaAriovaldo Cunha
 
Barbara cartland a cobicada lady lindsey
Barbara cartland   a cobicada lady lindseyBarbara cartland   a cobicada lady lindsey
Barbara cartland a cobicada lady lindseyAriovaldo Cunha
 
Christian jacq pedra de luz 3 - paneb o ardente
Christian jacq   pedra de luz 3 - paneb o ardenteChristian jacq   pedra de luz 3 - paneb o ardente
Christian jacq pedra de luz 3 - paneb o ardenteAriovaldo Cunha
 
Carlos drummond de andrade história de dois amores
Carlos drummond de andrade   história de dois amoresCarlos drummond de andrade   história de dois amores
Carlos drummond de andrade história de dois amoresAriovaldo Cunha
 
Bocage a virtude laureada
Bocage   a virtude laureadaBocage   a virtude laureada
Bocage a virtude laureadaAriovaldo Cunha
 
Christian jacq barragem no nilo
Christian jacq barragem no niloChristian jacq barragem no nilo
Christian jacq barragem no niloAriovaldo Cunha
 
Carlos r zafon o principe da nevoa(pt-br)
Carlos r zafon   o principe da nevoa(pt-br)Carlos r zafon   o principe da nevoa(pt-br)
Carlos r zafon o principe da nevoa(pt-br)Ariovaldo Cunha
 

Destaque (13)

A game of thrones #06
A game of thrones #06A game of thrones #06
A game of thrones #06
 
Chris wooding a teia do mundo 01 - os tecedores de saramyr (2)
Chris wooding   a teia do mundo 01 - os tecedores de saramyr (2)Chris wooding   a teia do mundo 01 - os tecedores de saramyr (2)
Chris wooding a teia do mundo 01 - os tecedores de saramyr (2)
 
Carl sagan o cérebro de broca
Carl sagan   o cérebro de brocaCarl sagan   o cérebro de broca
Carl sagan o cérebro de broca
 
Barbara cartland a deusa grega
Barbara cartland   a deusa gregaBarbara cartland   a deusa grega
Barbara cartland a deusa grega
 
Carl sagan um pálido ponto azul
Carl sagan   um pálido ponto azulCarl sagan   um pálido ponto azul
Carl sagan um pálido ponto azul
 
Barbara cartland a luz da grecia
Barbara cartland   a luz da greciaBarbara cartland   a luz da grecia
Barbara cartland a luz da grecia
 
Barbara cartland a cobicada lady lindsey
Barbara cartland   a cobicada lady lindseyBarbara cartland   a cobicada lady lindsey
Barbara cartland a cobicada lady lindsey
 
Christian jacq pedra de luz 3 - paneb o ardente
Christian jacq   pedra de luz 3 - paneb o ardenteChristian jacq   pedra de luz 3 - paneb o ardente
Christian jacq pedra de luz 3 - paneb o ardente
 
Carlos drummond de andrade história de dois amores
Carlos drummond de andrade   história de dois amoresCarlos drummond de andrade   história de dois amores
Carlos drummond de andrade história de dois amores
 
Curso de arquivologia
Curso de arquivologiaCurso de arquivologia
Curso de arquivologia
 
Bocage a virtude laureada
Bocage   a virtude laureadaBocage   a virtude laureada
Bocage a virtude laureada
 
Christian jacq barragem no nilo
Christian jacq barragem no niloChristian jacq barragem no nilo
Christian jacq barragem no nilo
 
Carlos r zafon o principe da nevoa(pt-br)
Carlos r zafon   o principe da nevoa(pt-br)Carlos r zafon   o principe da nevoa(pt-br)
Carlos r zafon o principe da nevoa(pt-br)
 

Semelhante a Bocage a morte de dona inês

Alexandre herculano mocidade e morte
Alexandre herculano   mocidade e morteAlexandre herculano   mocidade e morte
Alexandre herculano mocidade e morteTulipa Zoá
 
Segunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia românticaSegunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia românticama.no.el.ne.ves
 
E-book de Almeida Garrett, Camões
E-book de Almeida Garrett, CamõesE-book de Almeida Garrett, Camões
E-book de Almeida Garrett, CamõesCarla Crespo
 
Aula 24 simbolismo
Aula 24   simbolismoAula 24   simbolismo
Aula 24 simbolismoMauro Marcel
 
Bocage improvisos de bocage
Bocage   improvisos de bocageBocage   improvisos de bocage
Bocage improvisos de bocageAriovaldo Cunha
 
Poemas de Olavo Bilac
Poemas de Olavo BilacPoemas de Olavo Bilac
Poemas de Olavo BilacMax Pessanha
 
Alexandre herculano o soldado
Alexandre herculano   o soldadoAlexandre herculano   o soldado
Alexandre herculano o soldadoTulipa Zoá
 
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e SouzaPORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e SouzaBlogSJuniinho
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iVinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ijcmucuge
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iVinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ijcmucuge
 
Poemas de Egídio Assis de Andrade
Poemas de Egídio Assis de AndradePoemas de Egídio Assis de Andrade
Poemas de Egídio Assis de AndradeJosiane Amaral
 

Semelhante a Bocage a morte de dona inês (20)

Alexandre herculano mocidade e morte
Alexandre herculano   mocidade e morteAlexandre herculano   mocidade e morte
Alexandre herculano mocidade e morte
 
105
105105
105
 
Segunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia românticaSegunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia romântica
 
E-book de Almeida Garrett, Camões
E-book de Almeida Garrett, CamõesE-book de Almeida Garrett, Camões
E-book de Almeida Garrett, Camões
 
Aula 24 simbolismo
Aula 24   simbolismoAula 24   simbolismo
Aula 24 simbolismo
 
Poemas da juventude de machado
Poemas da juventude de machadoPoemas da juventude de machado
Poemas da juventude de machado
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Bocage improvisos de bocage
Bocage   improvisos de bocageBocage   improvisos de bocage
Bocage improvisos de bocage
 
Poemas de Olavo Bilac
Poemas de Olavo BilacPoemas de Olavo Bilac
Poemas de Olavo Bilac
 
Poetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistasPoetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistas
 
Alexandre herculano o soldado
Alexandre herculano   o soldadoAlexandre herculano   o soldado
Alexandre herculano o soldado
 
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e SouzaPORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
PORTUGUÊS: Obras, Cruz e Souza
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iVinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-i
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iVinicius de-moraes-novos-poemas-i
Vinicius de-moraes-novos-poemas-i
 
Alma Inquieta
Alma InquietaAlma Inquieta
Alma Inquieta
 
SIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptxSIMBOLISMO.pptx
SIMBOLISMO.pptx
 
Crisalidas
CrisalidasCrisalidas
Crisalidas
 
Mestresda poesiapps
Mestresda poesiappsMestresda poesiapps
Mestresda poesiapps
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Poemas de Egídio Assis de Andrade
Poemas de Egídio Assis de AndradePoemas de Egídio Assis de Andrade
Poemas de Egídio Assis de Andrade
 

Mais de Ariovaldo Cunha

A saga do tio patinhas %23 02
A saga do tio patinhas %23 02A saga do tio patinhas %23 02
A saga do tio patinhas %23 02Ariovaldo Cunha
 
A saga do tio patinhas # 01
A saga do tio patinhas # 01A saga do tio patinhas # 01
A saga do tio patinhas # 01Ariovaldo Cunha
 
A saga do tio patinhas %23 03
A saga do tio patinhas %23 03A saga do tio patinhas %23 03
A saga do tio patinhas %23 03Ariovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 017 - german jet aces of world war 2
Osprey   aircraft of the aces 017 - german jet aces of world war 2Osprey   aircraft of the aces 017 - german jet aces of world war 2
Osprey aircraft of the aces 017 - german jet aces of world war 2Ariovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 016 - spitfire mark v aces 1941-45
Osprey   aircraft of the aces 016 - spitfire mark v aces 1941-45Osprey   aircraft of the aces 016 - spitfire mark v aces 1941-45
Osprey aircraft of the aces 016 - spitfire mark v aces 1941-45Ariovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 014 - p-38 lightning aces of the pacific and cb
Osprey   aircraft of the aces 014 - p-38 lightning aces of the pacific and cbOsprey   aircraft of the aces 014 - p-38 lightning aces of the pacific and cb
Osprey aircraft of the aces 014 - p-38 lightning aces of the pacific and cbAriovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 015 - soviet aces of ww2
Osprey   aircraft of the aces 015 - soviet aces of ww2Osprey   aircraft of the aces 015 - soviet aces of ww2
Osprey aircraft of the aces 015 - soviet aces of ww2Ariovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 013 - japanese army air force aces 1937-45
Osprey   aircraft of the aces 013 - japanese army air force aces 1937-45Osprey   aircraft of the aces 013 - japanese army air force aces 1937-45
Osprey aircraft of the aces 013 - japanese army air force aces 1937-45Ariovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 012 - spitfire mk i&ii aces - 1939-1941
Osprey   aircraft of the aces 012 - spitfire mk i&ii aces - 1939-1941Osprey   aircraft of the aces 012 - spitfire mk i&ii aces - 1939-1941
Osprey aircraft of the aces 012 - spitfire mk i&ii aces - 1939-1941Ariovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 011 - bf 109 d & e aces 1939-41
Osprey   aircraft of the aces 011 - bf 109 d & e aces 1939-41Osprey   aircraft of the aces 011 - bf 109 d & e aces 1939-41
Osprey aircraft of the aces 011 - bf 109 d & e aces 1939-41Ariovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 008 - corsair aces of world war ii
Osprey   aircraft of the aces 008 - corsair aces of world war iiOsprey   aircraft of the aces 008 - corsair aces of world war ii
Osprey aircraft of the aces 008 - corsair aces of world war iiAriovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 007 - mustang aces of the ninth & fifteenth...
Osprey   aircraft of the aces 007 - mustang aces of the ninth & fifteenth...Osprey   aircraft of the aces 007 - mustang aces of the ninth & fifteenth...
Osprey aircraft of the aces 007 - mustang aces of the ninth & fifteenth...Ariovaldo Cunha
 
Osprey aircraft of the aces 006 - focke-wulf fw 190 aces of the russian front
Osprey   aircraft of the aces 006 - focke-wulf fw 190 aces of the russian frontOsprey   aircraft of the aces 006 - focke-wulf fw 190 aces of the russian front
Osprey aircraft of the aces 006 - focke-wulf fw 190 aces of the russian frontAriovaldo Cunha
 
Revista o pato donald edição 530
Revista o pato donald   edição 530Revista o pato donald   edição 530
Revista o pato donald edição 530Ariovaldo Cunha
 

Mais de Ariovaldo Cunha (20)

A saga do tio patinhas %23 02
A saga do tio patinhas %23 02A saga do tio patinhas %23 02
A saga do tio patinhas %23 02
 
A saga do tio patinhas # 01
A saga do tio patinhas # 01A saga do tio patinhas # 01
A saga do tio patinhas # 01
 
24 subterrâneo #04
24   subterrâneo #0424   subterrâneo #04
24 subterrâneo #04
 
24 subterrâneo #03
24   subterrâneo #0324   subterrâneo #03
24 subterrâneo #03
 
24 subterrâneo #02
24   subterrâneo #0224   subterrâneo #02
24 subterrâneo #02
 
A saga do tio patinhas %23 03
A saga do tio patinhas %23 03A saga do tio patinhas %23 03
A saga do tio patinhas %23 03
 
24 subterrâneo #05
24   subterrâneo #0524   subterrâneo #05
24 subterrâneo #05
 
24 subterrâneo #01
24   subterrâneo #0124   subterrâneo #01
24 subterrâneo #01
 
A bomba (1948)
A bomba (1948)A bomba (1948)
A bomba (1948)
 
Osprey aircraft of the aces 017 - german jet aces of world war 2
Osprey   aircraft of the aces 017 - german jet aces of world war 2Osprey   aircraft of the aces 017 - german jet aces of world war 2
Osprey aircraft of the aces 017 - german jet aces of world war 2
 
Osprey aircraft of the aces 016 - spitfire mark v aces 1941-45
Osprey   aircraft of the aces 016 - spitfire mark v aces 1941-45Osprey   aircraft of the aces 016 - spitfire mark v aces 1941-45
Osprey aircraft of the aces 016 - spitfire mark v aces 1941-45
 
Osprey aircraft of the aces 014 - p-38 lightning aces of the pacific and cb
Osprey   aircraft of the aces 014 - p-38 lightning aces of the pacific and cbOsprey   aircraft of the aces 014 - p-38 lightning aces of the pacific and cb
Osprey aircraft of the aces 014 - p-38 lightning aces of the pacific and cb
 
Osprey aircraft of the aces 015 - soviet aces of ww2
Osprey   aircraft of the aces 015 - soviet aces of ww2Osprey   aircraft of the aces 015 - soviet aces of ww2
Osprey aircraft of the aces 015 - soviet aces of ww2
 
Osprey aircraft of the aces 013 - japanese army air force aces 1937-45
Osprey   aircraft of the aces 013 - japanese army air force aces 1937-45Osprey   aircraft of the aces 013 - japanese army air force aces 1937-45
Osprey aircraft of the aces 013 - japanese army air force aces 1937-45
 
Osprey aircraft of the aces 012 - spitfire mk i&ii aces - 1939-1941
Osprey   aircraft of the aces 012 - spitfire mk i&ii aces - 1939-1941Osprey   aircraft of the aces 012 - spitfire mk i&ii aces - 1939-1941
Osprey aircraft of the aces 012 - spitfire mk i&ii aces - 1939-1941
 
Osprey aircraft of the aces 011 - bf 109 d & e aces 1939-41
Osprey   aircraft of the aces 011 - bf 109 d & e aces 1939-41Osprey   aircraft of the aces 011 - bf 109 d & e aces 1939-41
Osprey aircraft of the aces 011 - bf 109 d & e aces 1939-41
 
Osprey aircraft of the aces 008 - corsair aces of world war ii
Osprey   aircraft of the aces 008 - corsair aces of world war iiOsprey   aircraft of the aces 008 - corsair aces of world war ii
Osprey aircraft of the aces 008 - corsair aces of world war ii
 
Osprey aircraft of the aces 007 - mustang aces of the ninth & fifteenth...
Osprey   aircraft of the aces 007 - mustang aces of the ninth & fifteenth...Osprey   aircraft of the aces 007 - mustang aces of the ninth & fifteenth...
Osprey aircraft of the aces 007 - mustang aces of the ninth & fifteenth...
 
Osprey aircraft of the aces 006 - focke-wulf fw 190 aces of the russian front
Osprey   aircraft of the aces 006 - focke-wulf fw 190 aces of the russian frontOsprey   aircraft of the aces 006 - focke-wulf fw 190 aces of the russian front
Osprey aircraft of the aces 006 - focke-wulf fw 190 aces of the russian front
 
Revista o pato donald edição 530
Revista o pato donald   edição 530Revista o pato donald   edição 530
Revista o pato donald edição 530
 

Último

Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 

Último (20)

Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 

Bocage a morte de dona inês

  • 1. Manuel Maria Barbosa du Bocage A morte de D. Inês
  • 2. A Morte de D. Inês Cantata por Manoel Maria Barbosa du Bucage 1824. Com a licença da Mesa do Desembargo do Paço.
  • 3. As Filhas do Mondego a morte escura Longo tempo, chorando, memoram. “Camões, Lusiad. Cant. 3.”
  • 4. A morte de Inês de Castro Cantata
  • 5. A Ulina Da miseranda Inês o caso triste, Nos tristes sons que a magoa desafina, Envia o terno Elmano á terna Ulina, Em cujos olhos seu prazer consiste. Paixão que se a sentir não lhe resiste Nem nos brutos certões Alma ferina, Beleza funestou quasi divina, De que a memória em lágrimas existe. Lê, suspira, meu Bem, vendo hum composto De raras perfeições aniquilado Por mãos do Crime, á Natureza oposto. Tu és cópia de Inês, encanto amado, Tu tens seu coração, tu tens seu rosto... Ah! Defendam-te os Céus de ter seu Fado.
  • 6. CANTATA. Longe do caro Esposo Inês formosa Na margem do Mondego, As amorosas faces aljofrava De mavioso pranto. Os melindrosos, cândidos penhores Do Tálamo furtivo, Os Filhinhos gentis, imagem dela, No regaço da Mãe serenos gozam O sono da Inocência. Coro subtil de alígeros Favónios, Que os ares embrandece, Ora enlevado afaga Com as plumas azuis o Par mimoso, Ora, solto, inquieto Em leda travessura, em doce brinco, Pela Amante saudosa, Pelos tenros Meninos se reparte, E com ténue murmúrio vai prender-se Das áureas tranças nos anéis brilhantes. Primavera louçã, Quadra macia Da ternura, e das flores, Que á bela Natureza o seio esmaltas, Que no prazer de Amor ao Mundo apuras O prazer da existência, Tu de Inês lacrimosa As mágoas não distrais com teus encantos. Debalde o Rouxinol, cantor de amores, Nos versos naturais os sons varia, O límpido Mondego em vão serpeia
  • 7. C'um benigno sussurro, entre boninas De lustroso matiz, almo perfume; Em vão se doira o Sol de luz mais viva, Os Céus de mais pureza em vão se adornam Por divertir-te, ó Castro: Objectos de alegria Amor enjoam Se Amor é desgraçado. A meiga voz dos zefiros, do rio Não te convida o sono: Só de já fatigada Na luta de amargosos pensamentos, Cerras, mísera, os olhos; Mão não ha para ti, para os Amantes Sono plácido, e mudo; Não dorme a fantasia, Amor não dorme: Ou gratas ilusões, ou negros sonhos Assomando na ideia, espertam, rompem O silêncio da Morte. Ah! Que fausta Visão de Inês se apossa! Que cena, que espectáculo assombroso A paixão lhe afigura aos olhos d'alma! Em marmóreo salão de altas colunas A Sólio majestoso, e rutilante Junto ao régio Amador se crê subida; Graças de neve a púrpura lhe envolve, Pende augusto docel do tecto de oiro; Rico Diadema de radioso esmalte Lhe cobre as tranças, mais formosas que ele; Nos luzentes degraus do Trono excelso Pomposos Cortesãos o orgulho acurvam; A Lisonja sagaz lhe adoça os lábios, O Monstro da Política se aterra, E se Inês perseguia, Inês adora. Ela escuta os extremos, Os vivas populares, vê o Amante
  • 8. Nos olhos estudar-lhe as leis que dita; O prazer a transporta, Amor a encanta; Prémios, dádivas mil ao Justo, ao Sábio Magnânima confere, Rainha esquece o que sofreu Vassala: De sublimes acções orna a Grandeza, Felicita os mortais, do ceptro é digna, Impera em corações... mas Céus! Qu'estrondo O sonho encantador lhe desvanece! Inês sobressaltada Desperta, e de repente aos olhos turvos Da vistosa ilusão lhe foge o quadro. Ministros do Furor, três vis Algozes, De buídos punhais a dextra armada, Contra a bela Infeliz bramindo avançam. Ella grita, ella treme, ela descora, Os Frutos da ternura ao seio aperta, Invocando a piedade, os Céus, o Amante; Mas de mármore aos ais, de bronze ao pranto, Á suave atracção da formosura, Vós, bruto Assassinos, No peito lhe enterrais os ímpios ferros. Cai nas sombras da Morte A Vítima de Amor, lavada em sangue, As rosas, os jasmins da face amena Para sempre desbotam. Dos olhos se lhe some o doce lume, E no fatal momento Balbucia, arquejando: “Esposo, Esposo.” Os tristes Inocentes Á triste Mãe se abraçam, E soltam de agonia inútil choro. Ao suspiro exalado, Final suspiro da formosa extinta, Os Amores acodem.
  • 9. Mostra a Prole de Inês, e a tua, ó Vénus, Igual consternação, e igual beleza: Uns dos outros os cândidos Meninos Só nas azas diferem, (Que jazem pelo campo em mil pedaços Carcazes de marfim, virotes de oiro) Súbito voam dois do Coro alado: Este, raivoso, a demandar vingança No Tribunal de Jove, Aquele a conduzir o infausto anúncio Ao descuidado Amante. Nas cem tubas da Fama o grão desastre Irá pelo Universo: Hão de chorar-te, Inês, na Hircania os Tigres, No torrado Certão da Líbia fera As Sérpes, os Leões hão de chorar-te. Do Mondego, que atónito recua, Do sentido Mondego as alvas Filhas Em tropel doloroso Das urnas de cristal eis vem surgindo, Eis, atentas no horror do caso infando, Terríveis maldições dos lábios vibram Aos Monstros infernais, que vão fugindo. Já coroam de cipreste a Malfadada, E, arrepejando as nítidas madeixas, Lhe urdem saudosas, lúgubres endeixas. Tu, Eco, as decoraste, E, cortadas dos ais, assim ressoam Nos côncavos penedos, que magoam: Toldam-se os ares, Murcham-se as flores: Morrei, Amores, Que Inês morreu.
  • 10. Mísero Esposo, Desata o pranto, Que o teu encanto Já não é teu. Sua alma pura Nos céus se encerra: Triste da Terra Porque a perdeu! Contra a cruenta Raiva ferina Face divina Não lhe valeu. Tem roto o seio, Tesouro oculto, Bárbaro insulto Se lhe atreveu. De dor, e espanto No carro de oiro O Numen loiro Desfaleceu. Aves sinistras Aqui piaram, Lobos uivarão, O chão tremeu. Toldam-se os ares, Murcham-se as flores: Morrei, Amores, Que Inês morreu.