Este documento descreve duas espécies de lagartas (Agraulis vanillae vanillae e Dione juno juno) que se alimentam e danificam as folhas da planta de maracujá. Detalha o ciclo de vida e danos causados pelas lagartas, bem como métodos recomendados de controle, incluindo a remoção manual, uso de Bacillus thuringiensis ou de inseticidas registrados.
1. Lepidópteros desfolhadores do maracujazeiro
(Passiflora edulis: Passifloraceae)
LEPIDÓPTEROS DESFOLHADORES
INTRODUÇÃO
Sítios consultados
SALVATORI, F. M.; MENDES, C. C.; SÁ, W.; SILVEIRA, A. C.
Entomologia Agrícola – Faculdade Cantareira
No cultivo do maracujá podem surgir 2 espécies principais de lagartas
que se alimentam das folhas e prejudicam o crescimento das plantas
e a qualidade do produto. São elas Agraulis vanillae vanillae (Linnaeus,
1758) (Lepidoptera: Nymphalidae) e Dione juno juno (Cramer)
(Lepidoptera: Nymphalidae), a maior incidência ocorre no período seco
do ano, normalmente nos meses de abril a agosto.
O objetivo principal deste trabalho foi coletar e relatar sobre as
lagartas existentes na cultura do maracujá no município de São Paulo
e pesquisar sobre seu ciclo biológico, danos e medidas de controle.
A. vanillae vanillae (Linnaeus, 1758) (Lepidoptera: Nymphalidae) é conhecida
vulgarmente por fritilária-do-Golfo ou borboleta-paixão esta espécie de
borboleta pertence a família Nymphalidae. São borboletas alaranjadas com
aproximadamente 70 mm de envergadura, possuem manchas pretas que se
alongam desde a margem exterior até as nervuras internas, e 3 pintas pretas
com o núcleo branco nas asas anteriores, a face inferior é castanha fortemente
marcada por manchas de cor branco-prateada. A fêmea é idêntica ao macho,
no entanto possui a coloração um pouco mais escura e com manchas um pouco
maiores.
D. juno juno (Cramer) (Lepidoptera: Nymphalidae) é uma borboleta que apresenta asas
de coloração alaranjada, com margens pretas e envergadura de 60 mm, a lagarta D.
juno juno pertence a família Nymphalidae, sendo considerada praga chave para a
cultura do maracujazeiro, pois ocorre todos os anos causando danos severos as
plantas. Esta espécie encontra-se distribuída nas Antilhas, Guiana, Suriname, Guiana
Francesa, Trinidade, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai
e Argentina, segundo Hayward (1964) e D"Abrera (1984) citados por Toledo (1991).
Seu ciclo de vida (ovo até adulto) é de 19 a 27 dias, passando por todos os ínstares.
HOSPEDEIRO
O maracujá pertence a família Passifloraceae, sendo o seu fruto de valor
comercial, fonte de vitaminas A, C e do complexo B, apresenta também boa
quantidade de sais minerais como ferro, sódio, cálcio e fósforo.
Desde a antiguidade o efeito sedativo do maracujá é explorado, no entanto essa
não é a sua única utilização, pois oferece também efeitos como calmante,
hipnótico, sonífero e tonificante.
Suas folhas agem nos seguintes sintomas: Asma, convulsão, crises nervosas e
neurastênicas, espasmos, excitação nervosa, fadiga, inquietação, hiperatividade,
nervosismo e insônia. São muito utilizadas em tratamentos de distúrbios de
ansiedade.
MÉTODOS DE CONTROLE RECOMENDADO
Em razão dos prejuízos decorrentes do ataque destes insetos, devem ser
estabelecidas estratégias para a implantação de programas de manejo integrado
de pragas na cultura, devido a preocupação com insetos polinizadores, inimigos
naturais e os resíduos tóxicos no fruto.
Em áreas pequenas, recomenda-se o controle por meio da catação manual e, em
extensas, indica-se um inseticida biológico à base de Bacillus thuringiensis.
Existem outros produtos registrados para a cultura, à base de clorfenapir e
cloridrato de cartape, que poderão ser utilizados. No caso de optar por
inseticidas, o produtor precisará de um receituário agronômico, com orientações
de dose, cuidados na aplicação e período de carência do produto.
Impressão: arboreo.net