[1] O documento discute o desenvolvimento e perspectivas da aquicultura em Mato Grosso do Sul, Brasil. [2] A piscicultura tem crescido no estado, mas ainda é menor do que avicultura e suinocultura. [3] O documento analisa tendências, desafios e oportunidades para o setor no estado, incluindo a necessidade de reduzir custos, agregar valor e melhorar a comercialização.

1. Desenvolvimento e Perspectiva da
Aqüicultura em Mato Grosso do Sul
2ª Conferência Estadual de Aqüicultura e Pesca do
Mato Grosso do Sul
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Apresentação:
Angelo Mateus Prochmann
Campo Grande,
2006

2. Perspectivas de desenvolvimento da Aqüicultura
 Piscicultura - Apesar da existência dessa atividade já há mais de 10 anos em
MS, ela nunca teve tanta evidência quanto está tendo nos dias atuais;
• Ainda incipiente se comparada com a Avicultura e a Suinocultura;
• MS e no Brasil - tem se desenvolvido principalmente como atividade
rural integrada aos sistemas de exploração agrícolas existentes e a
partir do aumento dos pesqueiros particulares (pesque-pague);
• Aspectos Ambientais - Estabilização da Pesca (esgotamento dos
estoques naturais de peixe e da forma convencional de pesca tem
favorecido o crescimento da atividade; Conservação dos Recursos
Hídricos (elemento muito importante para a produtividade dos tanques).
• Aspectos Sociais - alternativa para comunidades ribeirinhas, pescadores
e assentamentos rurais e para a geração de emprego (1 para 3 ha);
• Aumento da demanda por carnes brancas - tem apresentado
crescimento. Consumo de pescado no Brasil estimado entre 6,5 a 6,9kg
per capita (FAO, 2002); Acesso (ex. litoral X interior), preço e forma de
preparo são os fatores apontados que limitam a expansão do consumo.

3. Criação de peixe em água doce no Brasil, em 2000
Número de Piscicultores no Brasil, em 2000
Estados Nº de piscicultores % Acre 2.500 2,54
Rio Grande do Sul 24.381 24,74 Espírito Santo 1.242 1,26
Santa Catarina 23.244 23,58 Goiás 675 0,68
Paraná 22.047 22,37 Rondônia 646 0,66
Minas Gerais 10.400 10,55 Mato Grosso 525 0,53
São Paulo 5.827 5,91 Mato Grosso do Sul 490 0,49
Bahia 4.318 4,38 Outros 2362 2,39

4. Número de Instituições de
Pesquisa no Brasil, em 1998
Criação de peixe em água doce
no Centro-Oeste, em 1998
FONTE: VALENTI. W. et al. Aqüicultura no Brasil: bases
para um desenvolvimento sustentável. Brasília: CNPq,
2000, 178 p.
Centro-Oeste - pouco mais de 1.800
piscicultores ocupando 2.100 hectares de
área cultivada (2000).

5. Criação de Peixes em cativeiro em MS, ano 1998/1999

6. Criação de Peixes em cativeiro em MS, ano 2001/2002
As 3 MR correspondem a
84,78% do total

7. Comparativo da Criação de Peixes em cativeiro em MS,
anos 1998/1999 e 2001/2002
Microrregião Produção Estimada
geográfica Entre 1998 e 1999 (T)* Percentual Entre 2001/2002 (T)** Percentual
Dourados 635,6 39,39% 4240,4 62,02%
Campo Grande 162,8 10,09% 777,8 11,38%
Iguatemi 201,2 12,47% 753,6 11,02%
Alto Taquari 25,8 1,60% 339,6 4,97%
Bodoquena 37,8 2,34% 219,5 3,21%
Três Lagoas 321,0 19,89% 159,7 2,34%
Aquidauana 4,8 0,30% 97,1 1,42%
Cassilândia 10,8 0,67% 82,2 1,20%
Paranaíba 201,1 12,46% 81,8 1,20%
Nova Andradina 12,7 0,79% 66,3 0,97%
Baixo Pantanal - - 18,6 0,27%
Total 1613,6 6837,01
FONTE: *MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Estado da Produção. Caracterização, diagnóstico e projeto de
fortalecimento da piscicultura no Estado de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, 1999, p. 21 a 44. ** DELEGACIA
FEDERAL DE AGRICULTURA. Diagnóstico da Piscicultura Comercial de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, 2003.
p.3.

8. PRODUÇÃO INSUMOS
Piscicultura em Mato Grosso do Sul
PRODUÇÃO DE ALEVINOS
ENGORDA
INDUSTRIALIZAÇÃO
CARNE/CARCAÇA SIMPLES ABATE
TRANSFORMAÇÃO
HAMBÚRGER IN
EMPANADOS NATURA
EMBUTIDOS POSTAS
PATÊS
FILÉ
OUTROS
OUTROS
DISTRIBUIÇÃO
EXPORTAÇÃO
PEIXES SUPERMERCADOS RESTAURANTES FEIRAS PESQUE-PAGUE
EXÓTICOS E PEIXARIAS
CONSUMIDOR FINAL

9. Piscicultura em Mato Grosso do Sul
• 4º lugar - produção de peixe através da piscicultura, no Centro-Oeste;
• 11º lugar – produção de peixe no Brasil (1998);
• Foram identificados 535 piscicultores entre 2001 e 2002;
• 96 são donos de estabelecimentos que possuem áreas para a pesca
esportiva (pesque-pague).
• Dos 96 pesque-pague identificados, apenas 9 estavam devidamente
registrados com licença ambiental na SEMA.
• Entre 2001 e 2002, as áreas destinadas à piscicultura passaram para
1.752,25 hectares de lâmina d’água (436 ha e 813m3 de tanque-rede em
1998/99);
• Auto-suficiente em alevinos (produção estimada em 55 milhões);
• 39 estabelecimentos produzindo alevinos (somente 10 devidamente
registrados);
• Alevino - peixes ornamentais para EUA, Alemanha e Japão;
• Exportados 800 kg em 2000;

10. Piscicultura em Mato Grosso do Sul
 O sistema de criação predominante é o semi-intensivo, em tanques
escavados, que corresponde a mais de 80% dos sistemas utilizados na
produção.
 Forte tendência de Concentração em pólos de produção
• Motivo: próximo a grandes centros consumidores, água, acesso a
rodovias, produção de grãos, etc.
• Exemplo: Microrregião de Dourados e Campo Grande.
 Grande número de pequenos produtores (95% em 1998);
 Produtividade estimada em tanques-solo atingiu 3,9 toneladas (2001/02)
• Entre os produtores registrados na SEAP, a produtividade média foi
de 4,85 toneladas por hectare de lâmina d’água.
 Em 1999, apenas 21% dos produtores recebiam assistência técnica, sendo
que o aprendizado do produtor tem ocorrido, na maioria das vezes,
através do trabalho diário nos cativeiros.
 Baixa utilização de ração comercial (extrusada, peletizada - 35%).

11.  A Competitividade da Piscicultura em Mato Grosso do Sul
• O desenvolvimento aponta para a especialização como condição
de transição para a expansão da atividade;
 Gerar maiores níveis de valor agregado;
 Reduzir custos de transação;
 Os principais gargalos identificados:
• Alto custo dos insumos apropriados (ex. ração);
• Carência de assistência técnica de mão-de-obra;
• Baixa agregação de valor;
• Deficiências na comercialização e sazonalidade da produção;
• Desconhecimento do mercado consumidor;
• Inobservância das legislações ambientais e sanitárias.
 Diretrizes e Prioridades
a) Verticalização da cadeia produtiva da piscicultura;
b) Fortalecimento da pequena produção;
c) Gestão da informação;
d) Geração e difusão de tecnologias;
e) Melhorias da qualidade do produto;