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(AGRO)BIODIVERSIDADE TROPICAL:
  CÓDIGO FLORESTAL E RIO + 20



                   Paulo Kageyama
                     ESALQ/USP


                 Repórter do Futuro -
                      Amazônia
               IEA-São Paulo, 16/06/2012
LARGEA - ESALQ / USP
    Laboratório Reprodução Genética Espécies Arbóreas

   Estudo da Biodiversidade das Florestas Tropicais
    com Técnicas de Genética Molecular;
   Aplicação desses Conhecimentos em Projetos
    SocioAmbientais nos diversos Biomas;
   Esses Conhecimentos tomam Importância cada
    vez maior no Debate Internacional e Nacional:
     –   Biodiversidade - Convenção da Biodiversidade*
     –   Mudanças Climáticas – Convenção do Clima
     –   Código Florestal - Congr. Nacional; Sociedade
     –   Rio + 20: Internacional – Economia Verde
BIODIVERSIDADE - CONTEXTO MUNDIAL

   O BRASIL É O PAÍS DE MAIOR BIODIVERSIDADE
    DO PLANETA: E DAÍ? IMPORTÂNCIA SOCIO-
    AMBIENTAL, RESPONSABILIDADES E DESAFIOS;
   IMPORTÂNCIA: PERPECTIVAS PARA A SUA
    CONSERVAÇÃO* E, PRINCIPALMENTE, O USO
    SUSTENTÁVEL* E REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS**;
   O BRASIL POSSUI CERCA DE 20-25% DE TODA A
    BIODIVERSIDADE DO PLANETA, COM BIOMAS
    TROPICAIS COM ALTA BIODIVERSIDADE.
“A AMAZÔNIA É A PRINCIPAL QUESTÃO: POR QUE?”
         “MAIOR E 85% AINDA EM PÉ”
QUANTIFICAÇÃO DA DIVERSIDADE DE
            ESPÉCIES DA FLORESTA TROPICAL

   DIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA (REIS, 1996)
    –   NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS = 35%
    –   NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES: LIANAS/EPÍFITAS = 42%
    –   NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES: ARBUSTOS/ERVAS = 23%

   EM 1 SÓ HECTARE DE MATA ATLÂNTICA
    –   NÚMERO MÉDIO: 150 ESPÉCIES DE ÁRVORES/HA
    –   NÚMERO TOTAL DE PLANTAS: 500 ESPÉCIES; E
    –   50.000 ESPÉCIES DE ANIMAIS/MICRORGANISMOS

    ANTÍTESE: 1 SÓ GENÓTIPO/TRANSGÊNICO EM MILHARES DE
     HA NA MONOCULTURA DA AGROPECUÁRIA E FLORESTA
BIODIVERSIDADE TROPICAL?

O número de espécies de insetos e microrganismos
é cerca de 100 vezes maior que o total de
espécies vegetais (Kricher, 1997);

Porém, a Biomassa vegetal é 800 vezes maior do
que a de insetos e microrganimos*;

Na Floresta Tropical as plantas estão verdinhas,
sem sinais de ataques de animais/microrganismos;

Segredo-Evolução: Compostos secundários químicos
que as plantas produzem para se defender; Com
Uso nas Indústrias de Biotecnologia: Biopirataria*
CONVENÇÕES DE DIVERSIDADE BIOLÓGICA
    E DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
   Principais resultados da Rio 92 - Conferência
    da ONU para Meio Ambiente; (RIO +20 !)
   Acordo negociado entre Governos dos Países
    das Nações Unidas (191); (188) e (143)
   Tratado Internacional com Força de Lei*, para
    Países que ratificam a Convenção;
   Compromisso de cumprir as Decisões aprova-
    das nas COPs (Conference of Parties);
    “Quem não ratificou nem a Convenção da
    Biodiversidade e nem o Protocolo de Kioto
                 e Por que Não?”
BIOPIRATARIA E BIODIVERSIDADE
(Uso Sustentável e Repartição de Benefícios)


   Lei de Acesso aos Recursos Genéticos e
    Repartição Justa e Equitativa de Benefícios
    dos Recursos Genéticos da Biodiversidade*;

   Regime Internacional de Acesso aos
    Recursos Genéticos; Proposta feita na COP 8
    Curitiba-PR; (COP 10 Protocolo Nagóia)*.
Lei de Acesso ao Material Genético e
  seus Produtos, aos Conhecimentos
Tradicionais Associados e Repartição de
 Benefícios (discutida no CGEN/MMA
 por dois anos; na Casa Civil até hoje).
Plantas, animais,     Material Genético e seus Produtos
                                                          Produtos
fungos e
microorganismos                                           comerciais
                            Genes                         Fármacos


                                   CARACTERÍSTICAS
                          Biomoléculas
                                          E
Variedades Crioulas
                                      PROPRIEDADES
                           Extratos                       Cosméticos
                                       FUNCIONAIS
Conhecimentos
Tradicionais Associados                                   Cultivares
Quais os problemas para a Lei de Acesso?
i) A biopirataria corre solta, sem a
   repartição justa de benefícios;
ii) Os conhecimentos tradicionais não são
    valorizados, e sim explorados: povos
    indígenas, comunidades tradicionais, ..
iii) A biodiversidade é um patrimônio
    nacional; a quem cabe os benefícios?
  Em Contrapartida: Desmatamento !!!
DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA
2/3* DAS EMISSÕES DE CARBONO DO BRASIL
COP 15 (2010) Copenhage: Brasil redução 38% ?

 EXPLORAÇÃO MADEIREIRA PREDATÓRIA

 PECUÁRIA EXTENSIVA (APÓS MADEIRA)
     - AMAZÔNIA: 45 MI HA ( 0,9 CABEÇA/Ha);
     - EX-PECUÁRIA: 20 MI HA (ABANDONADA);

 SOJA INTENSIVA: CERRADO DA AMAZÔNIA

   « A PECUÁRIA É PARA REFORMA AGRÁRIA E O
      AGRONEGÓCIO QUE NOS ENVENENA* »
USO DAS TERRAS NO BRASIL (850 Mi Ha)
  Uso da Terra              Área (Ha) Porcentagem
---------------------------------------------------------------------------
Pecuária Total                200 Mi             22%
Agronegócio                     80 Mi            10%
Agricult Familiar              100 Mi            12%
Amazônia                       450 Mi             50% (17%)*
   Pecuária                        45 Mi         60%
   Abandonada                      20 Mi         30%
   Agricultura                     10 Mi          10%
---------------------------------------------------------------------------
Pecuária no Brasil tem produtividade de 1,2 cab/ha;
   Amazônia menos de 1,0 cab/ha; ideal: 2-3 cab/ha
Soja e Gado: Avanço na Amazônia




As setas indicam os corredores de expansão. Área cultivada
com soja e gado, na Amazônia Brasileira. Fonte:
IBGE. Pecuária: menos de 1 cab/Ha*
Plano de Ação para Prevenção e Controle
do Desmatamento na Amazônia - CEDAm*

 GRUPO PERMANENTE DE TRABALHO INTERMINISTERIAL
        SOBRE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

       Instituído por Decreto de 3 de julho de 2003

Reuniu 13 ministérios coordenados pela Casa Civil
          da Presidência da República
29,1
                                                                                                 27,2
                                                                                          24,6
                                                                                   23,1


                                             18,2                      18,2 18,2                        18,7
   17,6                                                    17,4 17,3
                               14,9
          13,8          13,8                                                                                   14
                                                    13,2
                 11,1
                                                                                                                    9,6




                                                            03/04
   91/92




                                                            00/01




                                                            06/07
   88/89
   89/90
   90/91

   93/94

   95/96
   96/97
                                                            97/98
                                                            98/99
                                                            99/00

                                                            01/02
                                                            02/03

                                                            04/05
                                                            05/06
   94/95




            Taxa de Desmatamento da
          Amazônia Brasileira – 1988/2010
2008: 13 Km2; 2009/11: 07 Km2; 2012: 07 Km2
CUSTO PARA MANTER A BIODIVERSIDADE*

   REDUZIR DESMATAMENTO E MANEJO SUSTENTÁVEL

    –   PLANO DE COMBATE AO DESMATAMENTO:
            A ESTRUTURA PARA AS AÇÕES NA AMAZÔNIA DO GT
             INTERMINISTARIAL CUSTOU EM TORNO DE US$ 50 MI / ANO. A
             REDUÇÃO DE 500 MI HA CUSTOU CERCA DE US$ 100/HA/ANO;

    –   RECUPERAÇÃO DA FLORESTA:
            O PLANTIO MISTO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA A
             RESTAURAÇÃO FLORESTAL, OU “REFAZER” A FLORESTA, TEM
             FICADO CERCA DE US$ 2.000 / HA;

    –   MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA:
            MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA, COM MANUTENÇÃO DO
             RECURSO E A BIODIVERSIDADE. QUAL O CUSTO PARA MANTER
             O SERINGUEIRO NA RESEX? US$ 20,00 / HA / ANO.
Aplicação: Uso da Biodiversidade*          (30 a)




   Biodiversidade e o Uso como Ferramenta nos
    Agroecossistemas = Equilíbrio Ecológico;
   1- Amazônia: Ilhas de Alta Produtividade de
    Seringueiras - IAPs, no Acre;
   2- Mata Atlântica: Restauração de Áreas
    Degradadas com Espécies Nativas;
   3- Plantações de Exóticas com APPs e RLs
    como Buffer de Biodiversidade;
   4- Agricultura Familiar: Construção de Novos
    Sistemas de Produção com Biodiversidade;
   Considerações Finais: Que lições tirar para o
    Uso dessa nossa Biodiversidade?
Biodiversidade Tropical
   A Biodiversidade é a responsável pelo
    delicado equilíbrio nas florestas tropicais,
    pois biodiversidade e equilíbrio sempre
    estão associados nesses ecossistemas.
   O que é então essa tal Biodiversidade
    Tropical e como a mesma pode ser
    referência para os agroecossistemas?
   Existem experiências de êxito em como
    essa biodiversidade pode ser utilizada
    como ferramenta nos Agrossistemas?
Biodiversidade Dentro e Entorno do Talhão
ILHAS DE ALTA PRODUTIVIDADE – IAPs
 SERINGUEIRAS DO ACRE – AMAZÔNIA
 (RESEX CHICO MENDES – 1990/95*)
RESEX NO ACRE – CONSERVAÇÃO E USO
ILHAS DE ALTA PRODUTIVIDADE – IAPs
          ACRE - AMAZÔNIA
 A SERINGUEIRA É NATIVA DA AMAZÔNIA E POR
ISSO É ATACADA PELO FUNGO MAL DAS FOLHAS
(Mycrociclus ulei), IMPEDINDO PLANTAÇÕES NA
REGIÃO DE ORIGEM, OU NA AMAZÔNIA;

 O PLANTIO DE PEQUENAS ILHAS (1 Ha)-IAPs DE
SERINGUEIRA NO MEIO DA FLORESTA (RESEX)
TEVE SUCESSO, POIS A PLANTA FOI PROTEGIDA
PELA BIODIVERSIDADE AO REDOR;

• A BIODIVERSIDADE NO ENTORNO DA ÁREA
PRODUTIVA (TALHÃO) PODE SER IMPORTANTE
PARA O EQUILÍBRIO DOS CULTIVOS, MESMO QUE
SEJAM MONOCULTIVOS CLONAIS.*(Tomate, Eucal)
RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES COM
ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES NATIVAS
       (CESP/ESALQ – 1988/2000)
RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES COM
    ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES
 A Tecnologia para a Restauração de Áreas
Degradadas no Brasil, a partir dos 80, teve resultados
muito importantes, para a valorização das espécies
nativas e para a restauração de matas ciliares;
 O plantio de cerca de 100 ou mais espécies nativas
diferentes juntas por hectare foi tornado possível a
partir da pesquisa desenvolvida por universidades e
instituições de pesquisas nessas duas últimas décadas;

•Os dois conceitos fundamentais utilizados para essa
restauração foram basicamente: i) a diversidade de
espécies (100) e ii) a sucessão ecológica (P,I,T,C).
RESTAURAÇÃO: BIODIVERSIDADE E SUCESSÃO
MODELO BÁSICO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE GRUPOS ECOLÓGICOS
                   (BUDOWSKI, 1966)
ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES E
       EQUILÍBRIO DO ECOSSISTEMA

 Não se tem constatado ataque de pragas e/ou doenças,
em nenhuma dessas 100 espécies, o que parece
surpreendente, comparando-se com outras culturas;

 Mesmo as formigas cortadeiras, as mais temíveis e
incontroláveis por meios naturais, não têm necessitado
mais do seu controle, após os dois anos do plantio;

 Deve-se creditar o não ataque de pragas e doenças
nessas plantações mistas à alta diversidade de espécies,
à maneira do que ocorre nas florestas naturais.
PROJETO (APLICAÇÃO):


       RESTAURAÇÃO FLORESTAL E
    QUANTIFICAÇÃO DE SEQUESTRO DE
         CARBONO NA AES TIETÊ
MDL/ONU – Convenção de Mudanças Climáticas

    Cooperação: ESALQ/USP e AES Tietê
          2008-2013 – 10 000 Ha
Objetivo geral

Dar suporte técnico-científico às diferentes
etapas do plantio de restauração, visando à
maximização    da   remoção    de   carbono
atmosférico e também da restauração da
biodiversidade, por métodos que visam
aprimorar as técnicas existentes.
RESTAURAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

 Importância da cooperação universidade x empresa: avanço da

  pesquisa e contribuição com novas tecnologias;

 Implementação da Metodologia ARAM 0010 nas condições de

  restauração de áreas degradadas ciliares; CMC/ONU

 Consolidação e continuidade de 20 anos de pesquisa da ESALQ/USP

  através do Projeto Carbono AES;

 O projeto visa contribuir com o meio ambiente, assim como com

  comunidades vizinhas (social).
Sequestro de C em reflorestamentos heterogêneos
                                            com espécies nativas
                        170
                        160
                        150
                        140
                        130
Estoque de C (t C/ha)




                        120
                        110
                        100
                         90
                         80
                         70
                         60
                         50
                         40
                         30
                         20
                         10
                          0
                              0    2    4    6   8   10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
                                                        Idade (anos)

                              Melo e Durigan, 2006   CURVA AES    Dados AES   Suganuma, 2007
PLANTIOS DE EUCALIPTOS COM APPs
       E RESERVAS LEGAIS
   (EMPRESA FLORESTAL – 2008)
PLANTIOS DE EUCALIPTOS CLONAIS
       COM APPs E RESERVAS LEGAIS

 Os plantios de florestas no Brasil, basicamente com
espécies exóticas (Eucalyptus e Pinus), teve grande
impulso com os incentivos fiscais e se consolidou,
embora com débitos sociais/ambientais;
 O setor de plantações florestais foi o pioneiro em
incorporar as APPs e RLs em suas plantações, por
importante e significativo segmento do setor;
 Plantações florestais não têm esquemas de
proteção às pragas e doenças a partir de
agrotóxicos por avião*; as APPs e RLs - ou a
biodiversidade - é a única ferramenta.
Uma especie/clones

                Plantação Florestal
                           x
                     Floresta Natural
                          (APP)



              80-100 espécies diferentes
PLANTIOS DE EUCALIPTOS COM APPs,
     RESERVAS LEGAIS E CORREDORES

 Pesquisas têm mostrado que talhões clonais de
Eucaliptos, com baixa diversidade genética, com
áreas de APPs e RLs no entorno* apresentam
muito menor ataque de pragas e doenças;

 Dessa forma, a biodiversidade nativa tem sido
uma ferramenta importante para possibilitar o
não uso em grande escala de agrotóxicos nos
empreendimentos de florestas de exóticas*(Ex?).
AGROBIODIVERSIDADE NA
AGRICULTURA FAMILIAR – SAFs e SSPs
(Assentamentos Reforma Agrária 1995/2012)
BIODIVERSIDADE EM PEQUENAS
      PROPRIEDADES FAMILIARES
 Agricultores Familiares vêm usando   técnicas
de SAFs-Sistemas Agroflorestais, com espécies
arbóreas e agrícolas na áreas de produção,
com maior equilíbrio nos agroecossistemas;
 Espécies de luz e de sombra são associadas
em modelos adequados, usando os nutrientes do
solo com as raízes profundas das árvores e as
raízes rasas das plantas agrícolas*.
 NACE/ESALQ: Pesquisas com Assentamentos
Rurais – Sistemas de Produção baseados na
Biodiversidade e Agroecologia (1995-2012)*
Exemplo de estrutura que queremos !!
“PROJ BIOENERGIA COM BIODIVERSIDADE
 E SEGURANÇA ALIMENTAR - PONTAL (SP)”
 Projeto mais recente, financiado pelo MDA:
Uso de Palmeira Nativa da Região-Macaúba,
que produz 10 vezes mais do que a Soja (sic);
SAF de Macaúba* com plantas alimentares;
 Pesquisa Participativa com a Comunidade, com
parcerias Locais: APTA, Embrapa, IAC, INCRA,
ITESP e Empresa Esmagadora, com um forte
componente de Formação, Educação e Extensão;
 O desafio, como dito, é: como ampliar essa
forma de produção + sustentável de Agricultura
para a comunidade de 6 Mil Famílias do Pontal !
Mapeamento de Populações
Nativas de Macaúba (5 Mil Ha ?)
Produtividade da Macaúba




                                                  Rendimento óleo (kg/
No de plantas no projeto   densidade de plantio          ha)
piloto: 540 pl em 01 ha      nas APD (ind/ha)
                                                  Hipótese A   Hipótese B


Potencial!                         500             8 000       10 500

“O MDA realizou de 4-6 Jun 2012, Workshop com as
Instituições envolvidas, para promover a Macaúba”*
“PROJ ASSENTAMENTO SUSTENTÁVEL NO
        EXTREMO SUL DA BAHIA”
 Fomos convidados pela Empresa Fibria* a
fazer com o MST um Projeto de Assentamento
Sustentável, com princípios da Agroecologia,
com Cessão das Terras para Reforma Agrária;
 O MST aceitou a proposta propondo que junto
com o Projeto de Assentamento fosse criado um
Centro   de    Formação   e    Educação   sobre
Agroecologia e SAFs, visando a comunidade;
 O Centro de Formação foi inaugurado com a
presença do Governador da Bahia; Pesquisadores
da ESALQ, junto com Técnicos e Agricultores do
MST, iniciaram o Projeto em Junho de 2012.
Bela Manhã, 5 anos de acampamento (lona!)
Recepção pelos Acampados do
       MST Local !
Objetivos e estrutura do Centro de
      Formação do Sul da Bahia
Centro referência regional – Agroecologia

Área demonstrativa de tecnologias adequadas

Centro de educação sócio-ambiental

Modelo de eficiência ambiental

Formação : Agricultores, Técnicos, Comunidade
Cadeias Produtivas e Agroindústrias

   Fruticultura tropical – em SAFs
   Hortifrutigranjeiros – Orgânicos
   Condimentos e Medicinais (Fiocruz)
   Leite e derivados - Pequenos Animais
   Cacau orgânico - Cabruca
   Produtos Florestais não madeireiros
    –   Sementes Florestais, Mel , Ornamentais, etc

   Produtos Madeiros de alto valor agregado


    Embasamento técnico e científico para
     viabilizar as Cadeias Produtivas !!!
CULTIVO ORGÂNICO EM APIAÍ-SP NO
           VALE DO RIBEIRA (IAP*)


   PLANTIO   DE   TOMATE    RODEADO    DE
    BIODIVERSIDADE (ORGÂNICO), EM PEQUENAS
    CLAREIRAS NA MATA ATLÂNTICA;
   POSSIBILIDADE TAMBÉM DO PLANTIO DE
    OUTRAS     ESPÉCIES NATIVAS,   MUITO
    ATACADAS POR PRAGAS E/OU DOENÇAS;
   É A BIODIVERSIDADE NO ENTORNO DA ÁREA
    PRODUTIVA, FAZENDO O PAPEL DE BUFFER,
    PROTEGENDO O TALHÃO CARRO-CHEFE.
Produção agroecológica de Tomate




                                   Controle biológico - ISCA
COMPARAÇÃO DE CULTIVO DE TOMATE
   CONVENCIONAL E ORGÂNICO EM APIAI-SP

Cultivos         Produtividade           Custo             Retorno
 Tipos           por 1000 pés            Produção          Econômico
----------------------------------------------------------------------------
Convencional             200 Cx          5.000,00           1.000,00

Orgânico (Mata) 50 Cx(100 cx) 700,00                         800,00*
----------------------------------------------------------------------------
   Tomas & Kageyama (2011, Diss Mestrado)

Obs: Preço/Cx: R$ 30; Convencional: 36 aplicações*
Cultivo da Banana no Vale do Ribeira:
    Convencional X Orgânico (SAF)
     Melo, C.V. (2009) – Eldorado-SP

Tipo Cultivo          Convencional SAF Orgânico
------------------------------------------------------------------
No Pessoas                     7                          6
Ha em Uso                       6                         5
Hs Semana                      36                        45
M.O Contratada                10                           0
M.O Mutirão                     0                        0,5
------------------------------------------------------------------
RESUMO FINAL DO PROJETO DA BANANA


Produtividade Convencional SAF Orgânico
-----------------------------------------------------------------
Kg/Pl Banana                   30,6                      6,8

Custo Produção              7.812,30                 172,30

Renda Liqu/Ha               1.858,60                2.572,10
-----------------------------------------------------------------
Obs. Conceito de Produtividade ?
CONSIDERAÇÃO FINAIS
   Brasil: País de Maior Biodiversidade: a Convenção da
    Biodiversidade atende muito mais a Conservação do
    que o Uso Sustentável e Repartição de Benefícios;
   A Biodiversidade pode ser Ferramenta de Equilíbrio:
    agroecossistemas construídos com alta diversidade
    são altamente vantajosos para a Agricultura Familiar;
   Tem-se questionado as tecnologias que vêm sendo
    adotadas para o meio rural, baseadas no uso cada vez
    maior de agrotóxicos* (Saúde Humana);
   Áreas mal usadas da Pecuária (200 M Ha): prioritárias
    para a Reforma Agrária e a Produção de Alimentos
    Saudáveis e Socialmente Justas (Cod Ftal e Rio + 20).
Prof. Paulo Kageyama
ESALQ. Universidade de São Paulo
      pkageyama@usp.br

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  • 1. (AGRO)BIODIVERSIDADE TROPICAL: CÓDIGO FLORESTAL E RIO + 20 Paulo Kageyama ESALQ/USP Repórter do Futuro - Amazônia IEA-São Paulo, 16/06/2012
  • 2. LARGEA - ESALQ / USP Laboratório Reprodução Genética Espécies Arbóreas  Estudo da Biodiversidade das Florestas Tropicais com Técnicas de Genética Molecular;  Aplicação desses Conhecimentos em Projetos SocioAmbientais nos diversos Biomas;  Esses Conhecimentos tomam Importância cada vez maior no Debate Internacional e Nacional: – Biodiversidade - Convenção da Biodiversidade* – Mudanças Climáticas – Convenção do Clima – Código Florestal - Congr. Nacional; Sociedade – Rio + 20: Internacional – Economia Verde
  • 3. BIODIVERSIDADE - CONTEXTO MUNDIAL  O BRASIL É O PAÍS DE MAIOR BIODIVERSIDADE DO PLANETA: E DAÍ? IMPORTÂNCIA SOCIO- AMBIENTAL, RESPONSABILIDADES E DESAFIOS;  IMPORTÂNCIA: PERPECTIVAS PARA A SUA CONSERVAÇÃO* E, PRINCIPALMENTE, O USO SUSTENTÁVEL* E REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS**;  O BRASIL POSSUI CERCA DE 20-25% DE TODA A BIODIVERSIDADE DO PLANETA, COM BIOMAS TROPICAIS COM ALTA BIODIVERSIDADE. “A AMAZÔNIA É A PRINCIPAL QUESTÃO: POR QUE?” “MAIOR E 85% AINDA EM PÉ”
  • 4. QUANTIFICAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES DA FLORESTA TROPICAL  DIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA (REIS, 1996) – NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS = 35% – NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES: LIANAS/EPÍFITAS = 42% – NÚMERO TOTAL DE ESPÉCIES: ARBUSTOS/ERVAS = 23%  EM 1 SÓ HECTARE DE MATA ATLÂNTICA – NÚMERO MÉDIO: 150 ESPÉCIES DE ÁRVORES/HA – NÚMERO TOTAL DE PLANTAS: 500 ESPÉCIES; E – 50.000 ESPÉCIES DE ANIMAIS/MICRORGANISMOS ANTÍTESE: 1 SÓ GENÓTIPO/TRANSGÊNICO EM MILHARES DE HA NA MONOCULTURA DA AGROPECUÁRIA E FLORESTA
  • 5. BIODIVERSIDADE TROPICAL? O número de espécies de insetos e microrganismos é cerca de 100 vezes maior que o total de espécies vegetais (Kricher, 1997); Porém, a Biomassa vegetal é 800 vezes maior do que a de insetos e microrganimos*; Na Floresta Tropical as plantas estão verdinhas, sem sinais de ataques de animais/microrganismos; Segredo-Evolução: Compostos secundários químicos que as plantas produzem para se defender; Com Uso nas Indústrias de Biotecnologia: Biopirataria*
  • 6. CONVENÇÕES DE DIVERSIDADE BIOLÓGICA E DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS  Principais resultados da Rio 92 - Conferência da ONU para Meio Ambiente; (RIO +20 !)  Acordo negociado entre Governos dos Países das Nações Unidas (191); (188) e (143)  Tratado Internacional com Força de Lei*, para Países que ratificam a Convenção;  Compromisso de cumprir as Decisões aprova- das nas COPs (Conference of Parties); “Quem não ratificou nem a Convenção da Biodiversidade e nem o Protocolo de Kioto e Por que Não?”
  • 7. BIOPIRATARIA E BIODIVERSIDADE (Uso Sustentável e Repartição de Benefícios)  Lei de Acesso aos Recursos Genéticos e Repartição Justa e Equitativa de Benefícios dos Recursos Genéticos da Biodiversidade*;  Regime Internacional de Acesso aos Recursos Genéticos; Proposta feita na COP 8 Curitiba-PR; (COP 10 Protocolo Nagóia)*.
  • 8. Lei de Acesso ao Material Genético e seus Produtos, aos Conhecimentos Tradicionais Associados e Repartição de Benefícios (discutida no CGEN/MMA por dois anos; na Casa Civil até hoje).
  • 9. Plantas, animais, Material Genético e seus Produtos Produtos fungos e microorganismos comerciais Genes Fármacos CARACTERÍSTICAS Biomoléculas E Variedades Crioulas PROPRIEDADES Extratos Cosméticos FUNCIONAIS Conhecimentos Tradicionais Associados Cultivares
  • 10. Quais os problemas para a Lei de Acesso? i) A biopirataria corre solta, sem a repartição justa de benefícios; ii) Os conhecimentos tradicionais não são valorizados, e sim explorados: povos indígenas, comunidades tradicionais, .. iii) A biodiversidade é um patrimônio nacional; a quem cabe os benefícios? Em Contrapartida: Desmatamento !!!
  • 11. DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA 2/3* DAS EMISSÕES DE CARBONO DO BRASIL COP 15 (2010) Copenhage: Brasil redução 38% ?  EXPLORAÇÃO MADEIREIRA PREDATÓRIA  PECUÁRIA EXTENSIVA (APÓS MADEIRA) - AMAZÔNIA: 45 MI HA ( 0,9 CABEÇA/Ha); - EX-PECUÁRIA: 20 MI HA (ABANDONADA);  SOJA INTENSIVA: CERRADO DA AMAZÔNIA « A PECUÁRIA É PARA REFORMA AGRÁRIA E O AGRONEGÓCIO QUE NOS ENVENENA* »
  • 12. USO DAS TERRAS NO BRASIL (850 Mi Ha) Uso da Terra Área (Ha) Porcentagem --------------------------------------------------------------------------- Pecuária Total 200 Mi 22% Agronegócio 80 Mi 10% Agricult Familiar 100 Mi 12% Amazônia 450 Mi 50% (17%)* Pecuária 45 Mi 60% Abandonada 20 Mi 30% Agricultura 10 Mi 10% --------------------------------------------------------------------------- Pecuária no Brasil tem produtividade de 1,2 cab/ha; Amazônia menos de 1,0 cab/ha; ideal: 2-3 cab/ha
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  • 15. Soja e Gado: Avanço na Amazônia As setas indicam os corredores de expansão. Área cultivada com soja e gado, na Amazônia Brasileira. Fonte: IBGE. Pecuária: menos de 1 cab/Ha*
  • 16. Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia - CEDAm* GRUPO PERMANENTE DE TRABALHO INTERMINISTERIAL SOBRE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA Instituído por Decreto de 3 de julho de 2003 Reuniu 13 ministérios coordenados pela Casa Civil da Presidência da República
  • 17. 29,1 27,2 24,6 23,1 18,2 18,2 18,2 18,7 17,6 17,4 17,3 14,9 13,8 13,8 14 13,2 11,1 9,6 03/04 91/92 00/01 06/07 88/89 89/90 90/91 93/94 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 01/02 02/03 04/05 05/06 94/95 Taxa de Desmatamento da Amazônia Brasileira – 1988/2010 2008: 13 Km2; 2009/11: 07 Km2; 2012: 07 Km2
  • 18. CUSTO PARA MANTER A BIODIVERSIDADE*  REDUZIR DESMATAMENTO E MANEJO SUSTENTÁVEL – PLANO DE COMBATE AO DESMATAMENTO:  A ESTRUTURA PARA AS AÇÕES NA AMAZÔNIA DO GT INTERMINISTARIAL CUSTOU EM TORNO DE US$ 50 MI / ANO. A REDUÇÃO DE 500 MI HA CUSTOU CERCA DE US$ 100/HA/ANO; – RECUPERAÇÃO DA FLORESTA:  O PLANTIO MISTO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA A RESTAURAÇÃO FLORESTAL, OU “REFAZER” A FLORESTA, TEM FICADO CERCA DE US$ 2.000 / HA; – MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA:  MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA, COM MANUTENÇÃO DO RECURSO E A BIODIVERSIDADE. QUAL O CUSTO PARA MANTER O SERINGUEIRO NA RESEX? US$ 20,00 / HA / ANO.
  • 19. Aplicação: Uso da Biodiversidade* (30 a)  Biodiversidade e o Uso como Ferramenta nos Agroecossistemas = Equilíbrio Ecológico;  1- Amazônia: Ilhas de Alta Produtividade de Seringueiras - IAPs, no Acre;  2- Mata Atlântica: Restauração de Áreas Degradadas com Espécies Nativas;  3- Plantações de Exóticas com APPs e RLs como Buffer de Biodiversidade;  4- Agricultura Familiar: Construção de Novos Sistemas de Produção com Biodiversidade;  Considerações Finais: Que lições tirar para o Uso dessa nossa Biodiversidade?
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  • 21. Biodiversidade Tropical  A Biodiversidade é a responsável pelo delicado equilíbrio nas florestas tropicais, pois biodiversidade e equilíbrio sempre estão associados nesses ecossistemas.  O que é então essa tal Biodiversidade Tropical e como a mesma pode ser referência para os agroecossistemas?  Existem experiências de êxito em como essa biodiversidade pode ser utilizada como ferramenta nos Agrossistemas? Biodiversidade Dentro e Entorno do Talhão
  • 22. ILHAS DE ALTA PRODUTIVIDADE – IAPs SERINGUEIRAS DO ACRE – AMAZÔNIA (RESEX CHICO MENDES – 1990/95*)
  • 23. RESEX NO ACRE – CONSERVAÇÃO E USO
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  • 25. ILHAS DE ALTA PRODUTIVIDADE – IAPs ACRE - AMAZÔNIA  A SERINGUEIRA É NATIVA DA AMAZÔNIA E POR ISSO É ATACADA PELO FUNGO MAL DAS FOLHAS (Mycrociclus ulei), IMPEDINDO PLANTAÇÕES NA REGIÃO DE ORIGEM, OU NA AMAZÔNIA;  O PLANTIO DE PEQUENAS ILHAS (1 Ha)-IAPs DE SERINGUEIRA NO MEIO DA FLORESTA (RESEX) TEVE SUCESSO, POIS A PLANTA FOI PROTEGIDA PELA BIODIVERSIDADE AO REDOR; • A BIODIVERSIDADE NO ENTORNO DA ÁREA PRODUTIVA (TALHÃO) PODE SER IMPORTANTE PARA O EQUILÍBRIO DOS CULTIVOS, MESMO QUE SEJAM MONOCULTIVOS CLONAIS.*(Tomate, Eucal)
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  • 28. RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES COM ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES NATIVAS (CESP/ESALQ – 1988/2000)
  • 29. RESTAURAÇÃO DE MATAS CILIARES COM ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES  A Tecnologia para a Restauração de Áreas Degradadas no Brasil, a partir dos 80, teve resultados muito importantes, para a valorização das espécies nativas e para a restauração de matas ciliares;  O plantio de cerca de 100 ou mais espécies nativas diferentes juntas por hectare foi tornado possível a partir da pesquisa desenvolvida por universidades e instituições de pesquisas nessas duas últimas décadas; •Os dois conceitos fundamentais utilizados para essa restauração foram basicamente: i) a diversidade de espécies (100) e ii) a sucessão ecológica (P,I,T,C).
  • 30. RESTAURAÇÃO: BIODIVERSIDADE E SUCESSÃO MODELO BÁSICO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE GRUPOS ECOLÓGICOS (BUDOWSKI, 1966)
  • 31. ALTA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES E EQUILÍBRIO DO ECOSSISTEMA  Não se tem constatado ataque de pragas e/ou doenças, em nenhuma dessas 100 espécies, o que parece surpreendente, comparando-se com outras culturas;  Mesmo as formigas cortadeiras, as mais temíveis e incontroláveis por meios naturais, não têm necessitado mais do seu controle, após os dois anos do plantio;  Deve-se creditar o não ataque de pragas e doenças nessas plantações mistas à alta diversidade de espécies, à maneira do que ocorre nas florestas naturais.
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  • 34. PROJETO (APLICAÇÃO): RESTAURAÇÃO FLORESTAL E QUANTIFICAÇÃO DE SEQUESTRO DE CARBONO NA AES TIETÊ MDL/ONU – Convenção de Mudanças Climáticas Cooperação: ESALQ/USP e AES Tietê 2008-2013 – 10 000 Ha
  • 35. Objetivo geral Dar suporte técnico-científico às diferentes etapas do plantio de restauração, visando à maximização da remoção de carbono atmosférico e também da restauração da biodiversidade, por métodos que visam aprimorar as técnicas existentes.
  • 36. RESTAURAÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS  Importância da cooperação universidade x empresa: avanço da pesquisa e contribuição com novas tecnologias;  Implementação da Metodologia ARAM 0010 nas condições de restauração de áreas degradadas ciliares; CMC/ONU  Consolidação e continuidade de 20 anos de pesquisa da ESALQ/USP através do Projeto Carbono AES;  O projeto visa contribuir com o meio ambiente, assim como com comunidades vizinhas (social).
  • 37. Sequestro de C em reflorestamentos heterogêneos com espécies nativas 170 160 150 140 130 Estoque de C (t C/ha) 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Idade (anos) Melo e Durigan, 2006 CURVA AES Dados AES Suganuma, 2007
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  • 39. PLANTIOS DE EUCALIPTOS COM APPs E RESERVAS LEGAIS (EMPRESA FLORESTAL – 2008)
  • 40. PLANTIOS DE EUCALIPTOS CLONAIS COM APPs E RESERVAS LEGAIS  Os plantios de florestas no Brasil, basicamente com espécies exóticas (Eucalyptus e Pinus), teve grande impulso com os incentivos fiscais e se consolidou, embora com débitos sociais/ambientais;  O setor de plantações florestais foi o pioneiro em incorporar as APPs e RLs em suas plantações, por importante e significativo segmento do setor;  Plantações florestais não têm esquemas de proteção às pragas e doenças a partir de agrotóxicos por avião*; as APPs e RLs - ou a biodiversidade - é a única ferramenta.
  • 41. Uma especie/clones Plantação Florestal x Floresta Natural (APP) 80-100 espécies diferentes
  • 42. PLANTIOS DE EUCALIPTOS COM APPs, RESERVAS LEGAIS E CORREDORES  Pesquisas têm mostrado que talhões clonais de Eucaliptos, com baixa diversidade genética, com áreas de APPs e RLs no entorno* apresentam muito menor ataque de pragas e doenças;  Dessa forma, a biodiversidade nativa tem sido uma ferramenta importante para possibilitar o não uso em grande escala de agrotóxicos nos empreendimentos de florestas de exóticas*(Ex?).
  • 43. AGROBIODIVERSIDADE NA AGRICULTURA FAMILIAR – SAFs e SSPs (Assentamentos Reforma Agrária 1995/2012)
  • 44. BIODIVERSIDADE EM PEQUENAS PROPRIEDADES FAMILIARES  Agricultores Familiares vêm usando técnicas de SAFs-Sistemas Agroflorestais, com espécies arbóreas e agrícolas na áreas de produção, com maior equilíbrio nos agroecossistemas;  Espécies de luz e de sombra são associadas em modelos adequados, usando os nutrientes do solo com as raízes profundas das árvores e as raízes rasas das plantas agrícolas*.  NACE/ESALQ: Pesquisas com Assentamentos Rurais – Sistemas de Produção baseados na Biodiversidade e Agroecologia (1995-2012)*
  • 45.
  • 46. Exemplo de estrutura que queremos !!
  • 47. “PROJ BIOENERGIA COM BIODIVERSIDADE E SEGURANÇA ALIMENTAR - PONTAL (SP)”  Projeto mais recente, financiado pelo MDA: Uso de Palmeira Nativa da Região-Macaúba, que produz 10 vezes mais do que a Soja (sic); SAF de Macaúba* com plantas alimentares;  Pesquisa Participativa com a Comunidade, com parcerias Locais: APTA, Embrapa, IAC, INCRA, ITESP e Empresa Esmagadora, com um forte componente de Formação, Educação e Extensão;  O desafio, como dito, é: como ampliar essa forma de produção + sustentável de Agricultura para a comunidade de 6 Mil Famílias do Pontal !
  • 48. Mapeamento de Populações Nativas de Macaúba (5 Mil Ha ?)
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  • 50. Produtividade da Macaúba Rendimento óleo (kg/ No de plantas no projeto densidade de plantio ha) piloto: 540 pl em 01 ha nas APD (ind/ha) Hipótese A Hipótese B Potencial! 500 8 000 10 500 “O MDA realizou de 4-6 Jun 2012, Workshop com as Instituições envolvidas, para promover a Macaúba”*
  • 51. “PROJ ASSENTAMENTO SUSTENTÁVEL NO EXTREMO SUL DA BAHIA”  Fomos convidados pela Empresa Fibria* a fazer com o MST um Projeto de Assentamento Sustentável, com princípios da Agroecologia, com Cessão das Terras para Reforma Agrária;  O MST aceitou a proposta propondo que junto com o Projeto de Assentamento fosse criado um Centro de Formação e Educação sobre Agroecologia e SAFs, visando a comunidade;  O Centro de Formação foi inaugurado com a presença do Governador da Bahia; Pesquisadores da ESALQ, junto com Técnicos e Agricultores do MST, iniciaram o Projeto em Junho de 2012.
  • 52. Bela Manhã, 5 anos de acampamento (lona!)
  • 53. Recepção pelos Acampados do MST Local !
  • 54. Objetivos e estrutura do Centro de Formação do Sul da Bahia Centro referência regional – Agroecologia Área demonstrativa de tecnologias adequadas Centro de educação sócio-ambiental Modelo de eficiência ambiental Formação : Agricultores, Técnicos, Comunidade
  • 55. Cadeias Produtivas e Agroindústrias  Fruticultura tropical – em SAFs  Hortifrutigranjeiros – Orgânicos  Condimentos e Medicinais (Fiocruz)  Leite e derivados - Pequenos Animais  Cacau orgânico - Cabruca  Produtos Florestais não madeireiros – Sementes Florestais, Mel , Ornamentais, etc  Produtos Madeiros de alto valor agregado Embasamento técnico e científico para viabilizar as Cadeias Produtivas !!!
  • 56. CULTIVO ORGÂNICO EM APIAÍ-SP NO VALE DO RIBEIRA (IAP*)  PLANTIO DE TOMATE RODEADO DE BIODIVERSIDADE (ORGÂNICO), EM PEQUENAS CLAREIRAS NA MATA ATLÂNTICA;  POSSIBILIDADE TAMBÉM DO PLANTIO DE OUTRAS ESPÉCIES NATIVAS, MUITO ATACADAS POR PRAGAS E/OU DOENÇAS;  É A BIODIVERSIDADE NO ENTORNO DA ÁREA PRODUTIVA, FAZENDO O PAPEL DE BUFFER, PROTEGENDO O TALHÃO CARRO-CHEFE.
  • 57. Produção agroecológica de Tomate Controle biológico - ISCA
  • 58. COMPARAÇÃO DE CULTIVO DE TOMATE CONVENCIONAL E ORGÂNICO EM APIAI-SP Cultivos Produtividade Custo Retorno Tipos por 1000 pés Produção Econômico ---------------------------------------------------------------------------- Convencional 200 Cx 5.000,00 1.000,00 Orgânico (Mata) 50 Cx(100 cx) 700,00 800,00* ---------------------------------------------------------------------------- Tomas & Kageyama (2011, Diss Mestrado) Obs: Preço/Cx: R$ 30; Convencional: 36 aplicações*
  • 59. Cultivo da Banana no Vale do Ribeira: Convencional X Orgânico (SAF) Melo, C.V. (2009) – Eldorado-SP Tipo Cultivo Convencional SAF Orgânico ------------------------------------------------------------------ No Pessoas 7 6 Ha em Uso 6 5 Hs Semana 36 45 M.O Contratada 10 0 M.O Mutirão 0 0,5 ------------------------------------------------------------------
  • 60. RESUMO FINAL DO PROJETO DA BANANA Produtividade Convencional SAF Orgânico ----------------------------------------------------------------- Kg/Pl Banana 30,6 6,8 Custo Produção 7.812,30 172,30 Renda Liqu/Ha 1.858,60 2.572,10 ----------------------------------------------------------------- Obs. Conceito de Produtividade ?
  • 61. CONSIDERAÇÃO FINAIS  Brasil: País de Maior Biodiversidade: a Convenção da Biodiversidade atende muito mais a Conservação do que o Uso Sustentável e Repartição de Benefícios;  A Biodiversidade pode ser Ferramenta de Equilíbrio: agroecossistemas construídos com alta diversidade são altamente vantajosos para a Agricultura Familiar;  Tem-se questionado as tecnologias que vêm sendo adotadas para o meio rural, baseadas no uso cada vez maior de agrotóxicos* (Saúde Humana);  Áreas mal usadas da Pecuária (200 M Ha): prioritárias para a Reforma Agrária e a Produção de Alimentos Saudáveis e Socialmente Justas (Cod Ftal e Rio + 20).
  • 62. Prof. Paulo Kageyama ESALQ. Universidade de São Paulo pkageyama@usp.br