O documento resume o contexto histórico de Portugal entre os séculos XVI e XVII, período marcado pela submissão ao domínio espanhol em 1580, reconquista da independência em 1640 e descoberta de ouro no Brasil. Aborda também a Reforma Protestante liderada por Lutero e a Contrarreforma Católica, além das principais características do estilo artístico Barroco nesse período.
2. 1580 → Portugal se submete ao
domínio português
1756 → Início do Neoclassicismo
3.
Contexto Histórico
Desaparecimento de D.
Sebastião;
O Rei da Espanha, Filipe II,
realizou a integração de
Portugal ao império espanhol,
após dois anos de disputas
pela sucessão de D. Sebastião,
desaparecido na Batalha de
Alcácer Quibir.
4.
Contexto Histórico
Declínio do império
português;
Declínio comercial e naval do
reino mesmo com as exportações
do açúcar brasileiro;
Mito do sebastianismo;
O povo achava que D.
Sebastião voltaria para
redimir Portugal.
5.
Contexto Histórico
• Perda de colônias orientais
e de parte do território
brasileiro;
• Em 1640, após conflito
militar, Portugal
reconquista sua
independência levando ao
trono o primeiro rei da
dinastia de Bragança: D.
João IV;
6.
Contexto Histórico
• Portugal vive um novo
período de riqueza com a
descoberta do ouro em
Minas Gerais, o que
permitiu a D. João V a
construção de palácios e
templos monumentais;
• Portugal e Espanha
tornam-se os baluartes
da Contrarreforma;
7.
Contexto Histórico
Reforma, liderada por Martim Lutero;
Movimento religioso do séc. XVI que deu
origem ao protestantismo
em toda Europa, iniciada
por Martinho Lutero na
Alemanha.
Foi um movimento de rup-
tura da Igreja Católica, que
deu origem a igreja cristã.
8.
Reforma Protestante
Martinho Lutero foi um
monge alemão.
Ele foi o primeiro
reformador a ter sucesso.
Lutero questionava a ação
da igreja, fazendo duras
críticas à venda de
indulgências, de relíquias
sagradas e a simonia.
Colocou estas e outras
críticas nas suas 95 teses.
9.
Reforma Protestante
Foi expulso da Igreja e
excomungado pelo
papa.
Lutero, com a proteção
dos nobres alemães,
fundou a Igreja
Luterana Alemã.
Foi o primeiro a
traduzir a Bíblia para
uma língua nacional
popular (o alemão).
10.
Contrarreforma
A Igreja Católica reagiu
à reforma através do
CONCÍLIO DE
TRENTO.
O Concílio de Trento
foi uma reunião de
todos dos líderes da
Igreja Católica em
busca de soluções para
a impedir a expansão
do protestantismo.
11.
Contrarreforma
- A criação do Tribunal
do Santo Ofício
- Manter os dogmas da
Igreja, os sete
sacramentos e a
hierarquia do clero.
- Confirmar o celibato.
- Acabar com os abusos
(indulgências, venda de
relíquias, simonia, etc)
- A criação da
Companhia de Jesus.
13.
Características do Barroco
O Barroco foi prenunciado
no Maneirismo renascentista.
Maneirismo é o nome
empregado para designar as
manifestações artísticas
desde 1520, momento
quando se inicia a crise do
renascimento, até o início do
século XVII.
Todo esse período foi
marcado por uma série de
mudanças na Europa, que
envolveram os movimentos
religiosos reformistas e a
consolidação do
absolutismo em diversos
países.
14.
Cultismo ou Gongorismo;
Conceptismo;
Teocentrismo x Antropocentrismo;
Culto do contraste;
Conflito entre o “eu” e o mundo;
Pessimismo;
Fusionismo;
Feismo;
Rebuscamento linguístico.
Características do Barroco
15.
O cultismo caracteriza-se pelo uso de linguagem
rebuscada, culta, extravagante, repleta de jogos de
palavras e do emprego abusivo de figuras de estilo,
como a metáfora e a hipérbole.
Exemplo:
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo. (Gregório de
Matos)
Cultismo ou Gongorismo
16.
O conceptismo é marcado pelo jogo de ideias, de
conceitos, seguindo um raciocínio lógico,
nacionalista, que utiliza uma retórica aprimorada.
Exemplo:
Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três
coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se
pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de
noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz,
há mister espelho e há mister olhos. (Pe. Antônio Vieira)
Conceptismo
17.
O rebuscamento da arte
barroca é reflexo do dilema
em que vivia o homem do
seiscentismo (os anos de
1600). Daí as preferências por
temas opostos: espírito e
matéria, perdão e pecado,
bem e mal, céu e inferno.
Tudo isso gerava a
preocupação com a brevidade
da vida (carpe diem).
Atropocentrismo x Teocentrismo
18.
No culto de contraste, o poeta barroco se sente
dividido, confuso. A obra é marcada pelo dualismo:
carne X espírito, vida X morte, luz X sombra, racional
X místico. Por isso, o emprego de antíteses.
Culto do contraste
19.
No conflito entre o “eu” e o mundo, o artista
encontra-se dividido entre a fé e a razão.
Exemplo:
Buscando a Cristo
A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados
(Gregório de Matos)
Conflito entre o “eu” e o mundo
20.
Essa consciência da transitoriedade da vida
conduz frequentemente à ideia de morte, tida
como a expressão máxima da fugacidade da
vida. A incerteza da vida e o medo da morte
fazem da arte barroca uma arte pessimista,
marcada por um desencantamento com o
próprio homem e com o mundo.
Pessimismo
21.
No fusionismo, todos os artistas
barrocos expõem os contrários,
querendo assim incluí-los no meio de
analogias sensoriais, de imagens, de
metáforas, que mostram a unidade, a
identidade, se valendo do jogo do jogo
de oposições e contrastes.
Fusionismo
22.
Dentro dessa característica,
pode-se dizer que o equilíbrio
clássico foi rompido, e ao mesmo
tempo se opondo à simetria,
harmonia, elegância dos
clássicos. O barroco tem
preferência pelos aspectos
sangrentos, dolorosos e cruéis,
ou seja, ocorre uma atração
pelo belo horrendo, ou seja, pelo
espetáculo clássico, acabando
com as imagens por causa do
exagero.
Feismo
23. Todo o rebuscamento que
aflora na arte barroca é reflexo
do dilema, do conflito entre o
terreno e o celestial, o homem
e Deus (antropocentrismo e
teocentrismo), o pecado e o
perdão, a religiosidade
medieval e o paganismo
renascentista, o material e o
espiritual, que tanto
atormenta o homem do século
XVII.
Rebuscamento linguístico
24.
Pintura Barroca
O realismo sombrio de
alguns pintores do Barroco
destaca a decadência
humana trazida pela
passagem do tempo. Nessa
obra, vemos São Paulo no
fim de sua vida. O crânio
que ele contempla é uma
metáfora da mortalidade
humana (O eremita, de
Jusepe Ribera)
25.
Pintura Barroca
Nesse quadro de
Caravaggio podemos
observar o uso
magistral da técnica do
chiaroscuro (mistura de
luz e sombras), que se
tornou uma das marcas
da estética barroca
(Deposição de Cristo,
1602-1603).
28.
fugacidade da vida e instabilidade das coisas;
morte, expressão máxima da efemeridade das coisas;
concepção do tempo como agente da morte e da
dissolução das coisas;
castigo, como decorrência do pecado;
arrependimento;
narração de cenas trágicas;
erotismo;
misticismo;
apelo à religião.
Temas da literatura barroca
29.
Pe. Antônio Vieira (1608-1697)
“Devemos dar muitas graças a Deus por fazer este homem
católico, porque se não o fosse poderia dar muito cuidado a
Igreja de Deus”
• Nasceu em Lisboa, mas com apenas seis
anos de idade mudou-se com a família para a
Bahia;
• Sua ação foi decisiva para a promulgação
da “Lei da Liberdade dos Índios”, em 1655;
• Foi perseguido pela inquisição, que cassou-lhe
a palavra em 1667.
Principal Autor do Barroco
Português
30.
• Depois de anos em Roma conseguiu a isenção da
inquisição, concedida por Clemente X
• Seus últimos anos foram vividos na Bahia, onde
organizou suas obras para publicação;
• Morreu em Salvador em 18 de julho de 1697.
Pe. Antônio Vieira
31.
• Sermões (perto de 200, organizados em 16
volumes);
• Cartas (cerca de 500, publicadas em 3 volumes)
Postumamente:
• História do futuro;
• Esperanças de Portugal;
Principais Obras
32.
• Conceptista;
• Obtém efeitos extraordinários sem exageros sintáticos ou
rebuscamentos metafóricos;
• Discurso engenhoso, inventivo, original, sem ser pedante
e obscuro;
Estilo
33.
Seus sermões seguem rigorosamente a estrutura
clássica (introdução – desenvolvimento – conclusão)
1- Exórdio ou Introdução
. Tema: citação de um texto bíblico em que se
fundamenta toda a argumentação.
. Exposição: apresentação do assunto por meio de uma
questão, que será analisada e respondida ao longo da
argumentação.
Estrutura dos Sermões
34. 2. DEMONSTRAÇÃO ou ARGUMENTAÇÃO: é o
desenvolvimento do tema apresentado. O orador
responde à questão suscitada procurando convencer o
ouvinte. Para isso apresenta argumentos, contra-
argumentos e exemplos.
3. PERORAÇÃO ou CONCLUSÃO: o orador procura
despertar no auditório sentimentos que decorram da
argumentação.
35.
É um dos textos mais conhecidos
e mais citados do autor, talvez
porque nele Vieira analisa a arte de
pregar. Trata-se, portanto, de um
texto barroco sobre o estilo
barroco.
Sermão da Sexagésima