2. Reflexão
A escola contemporânea tem novos contornos e
novos desafios. Nas escolas existem as primeiras
gerações que cresceram com o comando à distância
numa das mãos e o rato na outra, os chamados
nativos digitais ou geração digital, que estão a
revolucionar os conceitos de ensino, de
aprendizagem e de conhecimento.
3. A Web, meio por excelência para a construção de
conhecimento, interface de encantos e
desencantos, permite repensar e construir novas
formas de comunicar e ter acesso rápido e flexível
à informação, para aprender e conhecer.
Esta modalidade de fazer conhecimento coloca o
aluno no centro da sua própria aprendizagem e
exige novas competências às escolas, bibliotecas,
docentes e professores bibliotecários.
4. A Web 2.0 pode então ser definida, como diz
Carlos Pinheiro e João Paulo Proença, como uma
nova atitude e como uma nova forma de as
pessoas se relacionarem com a internet,
possibilitando a interação e a conexão por meio
de comunidades de utilizadores, que criam
conteúdos e avaliam os que encontram,
resultando numa atividade coletiva, uma espécie
de cérebro global.
5. O conceito de web 2.0 também se disseminou às
bibliotecas, como não podia deixar de ser, tornando-as
em biblioteca 2.0, termo concebido por Michael Casey,
em 2005, sinónimo de uma nova postura de intervenção
e interação, contextualizada com a web 2.0. Maness
(2006) aponta algumas características que definem a
Biblioteca 2.0 na sua ação perante os utilizadores: A
participação do utilizador na criação de conteúdos, a
disponibilização de serviços e coleções com
componentes multimédia, a interação social (síncrona e
assíncrona) e a inovação ao serviço da comunidade.
6. Na sequência do que foi referido e acrescentando a
velocidade com que as alterações tecnológicas se
processam e se diluem no tempo (novas webs),
torna-se imperioso, e ao mesmo tempo um grande
desafio, quer para a escola, quer para as bibliotecas,
dar respostas atualizadas aos utilizadores, que são
exigentes, sequiosos e que são os principais
portadores das novidades tecnológicas, nas escolas.
7. As bibliotecas, para se aproximarem do modelo de
biblioteca 2.0 precisam de melhorar os seus serviços,
responder às necessidades dos utilizadores; propor
novos serviços para angariar novos utilizadores,
implicar e envolver os utilizadores e a comunidade,
oferecer serviços multimédia atrativos e facilitadores
de interação.
As bibliotecas, todos os dias, têm de fechar uma porta
e abrirem uma nova, não podem cristalizar ou parar no
tempo, necessitam de acompanhar o desenvolvimento
tecnológico, a par e passo, sob pena de ficarem
obsoletas, pouco atrativas e não corresponderem às
expectativas dos seus utilizadores.
8. Para conseguir que uma biblioteca responda a estes
objetivos, David Lee King, bibliotecário de Topeka &
Shawnee County Public Library, apresentou uma teoria
a que chamou “as ondas da biblioteca 2.0”. King
baseou-se nas ondas que uma pedra cria ao cair num
lago e explicava, desta forma gráfica, a transformação
de uma biblioteca tradicional numa biblioteca 2.0. Cada
elo crescente da forma gráfica significava a evolução e
o enriquecimento das bibliotecas, usando para o efeito
ferramentas da web 2.0, tais como: motores de busca,
bases de dados on line, correio eletrónico, blogues,
conversas digitais, vídeos, podcasting, média, redes
sociais, wikis, etc.
9. Em suma, as bibliotecas, para se tornarem em
bibliotecas 2.0, precisam de dar passos largos na
aplicação das ferramentas 2.0, investir na formação e
qualificação dos recursos humanos existentes, centrar
a sua ação no utilizador e nos seus interesses,
desenvolver a literacia digital, potenciar ambientes
digitais de aprendizagem, promover a interação e a
construção coletiva de conteúdos, definir políticas de
criação de novas ferramentas, novas formas de
disponibilização da informação, novos ambientes de
contacto com o público, alargar a coleção a novos
formatos, transformar o espaço da BE num ponto de
acesso a documentos fora de portas.
10. A biblioteca escolar é a pedra basilar do conhecimento
e cabe-lhe a séria tarefa de incentivar, acompanhar e
apoiar a escola na mudança, enquadrando-se,
plenamente, no contexto da sociedade do
conhecimento atual e na constante revolução
tecnológica.
http://www.youtube.com/watch?v=6VcxMjUIF50