Trecho de Ensaio acadêmico A “chacina” do Salitre e os diferentes
enfoques dado pelo Jornal de Juazeiro, Jornal A Tarde, Correio da Bahia e
Jornal da Bahia, no ano de 1984 - escrito pela Jornalista Érica Daiane
Costa em agosto de 2007, na época estudante da UNEB/Juazeiro-BA)
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
D. jose rodrigues e o coronelismo midiatico na bahia
1. DOM JOSÉ RODRIGUES E O CORONELISMO
MIDIÁTICO NA BAHIA
Entenda o acontecimento...
Em 1984, vivia-se o sexto ano, consecutivo, de seca na região. A imprensa
regional noticiava bastante as querelas existentes relacionadas à questão
agrária e ao uso da água para irrigação, à medida que crescia o número de
empresários que migravam para o Vale do Salitre. Esses empresários
compravam motobombas potentes e com elas desviavam água do riacho
para irrigar suas grandes lavouras situadas na parte superior do curso do
rio. A população, localizada às margens do curso médio e inferior, ficava
sem água para as plantações, para os animais e até para beber. Diante
dessa realidade, os produtores prejudicados e a comunidade do Baixo
Salitre começam a discutir medidas que solucionassem os problemas que
tomavam proporções inesperadas. A situação se agravava a cada dia. No
dia 6 de fevereiro de 1984, os lavradores da comunidade de Campo dos
Cavalos (Baixo Salitre) reuniram-se e desligaram a energia elétrica,
fornecida pela Coelba – empresa baiana de fornecimento de energia
elétrica – que alimentava as motobombas do Alto Salitre. No dia seguinte,
enviaram uma comissão à Juazeiro para exigir do prefeito, na época Jorge
Khoury, e de autoridades competentes uma solução para o conflito que se
instalara. [...] Por volta das 15 horas do dia 07 de fevereiro, apareceram em
Campo dos Cavalos os produtores do Alto Salitre: Otacílio Nunes de Souza
Padilha Neto e Joaquim Amando Agra (conhecido como Quincas), dois
grandes plantadores de cebola, sendo que o primeiro era funcionário do
Banco do Brasil. De acordo com informações colhidas em entrevista com
moradores do Salitre envolvidos no acontecimento, os dois chegaram
armados de revólveres, dispostos a religarem a energia. Em vez de
tentarem dialogar com os lavradores – que se encontravam reunidos no
local desde a manhã do dia 06 –, começaram a proferir xingamentos, e, ao
serem empurrados por alguns dos agricultores, passaram a disparar tiros
contra a multidão. Quando acabou a munição de Otacílio e Quincas, os
ribeirinhos os mataram com tiros e um dos presentes atingiu a garganta de
uma das vítimas com uma faca. [...] O fato ficou conhecido como a “Chacina
do Salitre” e, durante meses, foi tema de discussão na sociedade
juazeirense, principalmente devido ao destaque dado pela mídia na época.
Os arquivos dos jornais podem ser encontrados no Alguns agricultores foram presos, foragidos, julgados. Mas, em 1994, o
Museu Regional do São Francisco e nos arquivos da último julgamento absolveu os envolvidos, com exceção do Sr. J. C. A que
fugiu.” (Trecho de Ensaio acadêmico A “chacina” do Salitre e os diferentes
Diocese de Juazeiro - BA. O ensaio completo pode enfoques dado pelo Jornal de Juazeiro, Jornal A Tarde, Correio da Bahia e
ser solicitado à autora. Jornal da Bahia, no ano de 1984 - escrito pela Jornalista Érica Daiane
Costa em agosto de 2007, na época estudante da UNEB/Juazeiro-BA)