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Filosofia da Linguagem: Um passeio histórico por diferentes Teorias da Linguagem
Aline Carolina dos Santos Mehedin1
Resumo
O presente artigo tem por objetivo analisar os vários períodos históricos e
filosóficos com foco na Filosofia da Linguagem. A metodologia situa-se nos estudos da
Idade Antiga, da Idade Média, da Idade Moderna e da Idade Contemporânea e os
filósofos da Linguagem mais importantes e representativos de cada época, como
Platão, Aristóteles, Boécio, Guilherme de Ockham, Hobbes, Rousseau, Frege,
Wittgenstein, entre outros. Complementam a análise superficialmente, os estudos de
algumas outras áreas da Linguagem, como a Linguística e a Semântica. Foram
analisadas algumas obras filosóficas de suma importância de várias épocas na intenção
de se ter uma visão do entendimento sobre a Linguagem nos diferentes períodos
históricos. Os estudos, como é inerente à Filosofia, levantaram muitos questionamentos
acerca do que é Linguagem e para que serve a Linguagem e revelaram que a
Linguagem costuma ser estudada como fenômeno do Pensamento e é também
diretamente ligada à Filosofia do Conhecimento e também da Lógica. Os estudos
revelaram também que o entendimento sobre a Linguagem foi por muitas vezes cíclico,
com filósofos retomando questões de pensadores anteriores e tentando solucionar ou
aperfeiçoar suas teorias.
Palavras-chave: Filosofia. Linguagem. Teorias da Linguagem. Conhecimento. Lógica.
1
Professora particular de Língua Inglesa, Tradutora e Revisora dos pares ING <>BPOR. E-mail:
amconsultoriaingles.aline@gmail.com.
2
Introdução
Neste artigo, será apresentada a análise de algumas Teorias da Linguagem
desenvolvidas por filósofos nos diferentes períodos históricos, da Idade Antiga aos dias
de hoje.
O suporte teórico da presente análise será pautado em Obras Filosóficas
importantes conhecidas dos principais pensadores da Filosofia da Linguagem. Muitos
desses pensadores não foram Filósofos da Linguagem per se. No entanto, mesmo
pertencendo a diferentes campos da Filosofia, contribuíram de forma grandiosa para
este campo do conhecimento.
Como a Filosofia da Linguagem é um campo vasto que se abre a diferentes
entendimentos e interpretações, não se pretende com este trabalho responder
nenhuma questão, apenas analisar as diferentes formas de se pensar a Linguagem
filosoficamente e historicamente.
A Filosofia da Linguagem
A linguagem existe desde os primórdios dos tempos. Sabe-se que até os animais
têm sua própria forma de comunicação, seja através de cheiros, de sons ou
comportamento. O ser humano usa a linguagem falada e a escrita para expressar suas
ideias e sentimentos e comunicar-se com seus pares. A linguagem dos seres humanos
possui muitas características, particularidades e nuances e por isso foi acolhida como
objeto de estudo de várias áreas do conhecimento, como a Linguística, a
Neurolinguística, a Semântica, a Pragmática, a Análise do Discurso, a Psicolinguística e
a Filosofia da Linguagem, entre outras. A área de estudo principal do presente trabalho
é a Filosofia da Linguagem, porém, tratar-se-á superficialmente sobre algumas outras
áreas da Linguagem também.
3
Quando o homem se comunica com seus pares, muitas vezes corre o risco de
ser mal entendido, mal interpretado e não ter sua mensagem claramente transmitida.
Foram essas interpretações mal feitas ou falhas que deram, de alguma forma, início aos
estudos filosóficos da linguagem, pois foi a partir dos primeiros problemas de
entendimento que os homens começaram a se perguntar a respeito da linguagem, do
seu papel, da sua função, de seus interlocutores e de suas particularidades. Foi a partir
de problemas de interpretação e de compreensão que a linguagem passou a receber
uma atenção especial por parte de alguns pensadores, até tornar-se, oficialmente, um
campo de estudo da Filosofia.
A Filosofia da Linguagem investiga a natureza da linguagem humana, sua
origem e uso, a relação entre significado e verdade e como a linguagem está
relacionada à compreensão humana e ao pensamento humano, assim como a sua
relação com a realidade em si. Questões e problematizações da Filosofia da Linguagem
incluem estudar seus significados e referentes e se as pessoas precisam da linguagem
para desenvolver seu pensamento – será que nós pensamos em certa língua - ou
simplesmente pensamos e então utilizamos uma língua para traduzir nossos
pensamentos?
A linguagem tem sido uma grande preocupação de filósofos desde Platão. No
entanto, a linguagem apenas ganhou força como campo de estudos da Filosofia em
tempos mais recentes, com os filósofos Gottlob Frege (1873-1925), Bertrand Russell
(1872-1970) e Ludwig Wittgenstein (1889-1951), para os quais a linguagem tem um
papel fundamental na Filosofia, o que os fez criar conceitos muito importantes para o
estudo dela.
1. A Filosofia da Linguagem em Diferentes Períodos
1.1. Período Antigo – Filosofia Clássica (4000 a.C.-476 d.C)
O período Antigo é geralmente contado a partir do desenvolvimento da escrita
pelos sumérios que aconteceu em torno de 4000 a.C.; estendo-se até a queda do
4
Império Romano, em 476 d.C. Foi um período em que surgiram várias civilizações e
que compreendia a Antiguidade Oriental, a Grécia Antiga e a Roma Antiga. Nessa
época, existiam duas correntes filosóficas: a Filosofia Oriental e a Filosofia Clássica
Grega, a qual será explorada no presente trabalho. Os grandes filósofos da Filosofia
Grega Antiga foram Sócrates, Platão, Aristóteles, Pitágoras, entre outros.
1.1.1. A Linguagem em Parmênides, Platão e Aristóteles
Parmênides (515-445 a.C.) foi um filósofo da área da Metafísica e foi bastante
influenciado pelo pensamento extremamente lógico e científico de Pitágoras. Ele não foi
necessariamente um estudioso da linguagem; no entanto, suas indagações sobre a
mente e o pensamento influenciaram muito nos estudos de Filosofia da Linguagem.
Para Parmênides, se algo existe (é), essa mesma coisa não pode também não existir
(não é) e ele defendia que aquilo que se pensa deveria corresponder-se com aquilo que
é e que se algo não existe, esse algo não pode ser pensado, e, portanto, não pode ser
comunicado ou expressado. Para muitos historiadores, Parmênides criou a lógica e o
argumento que embasava toda a sua lógica era que não pode haver um pensamento
que corresponde a um nome que não é um nome de uma coisa que realmente existe.
Quando você pensa, você pensa em alguma coisa, quando você usa um nome, este
deve corresponder a alguma coisa.
Platão (427-347a.C.) foi bastante influenciado pelo pensamento de Parmênides,
tanto que escreveu um diálogo chamado Parmênides no qual Parmênides, Sócrates e
Zenão de Eleia discutem a unidade e a multiplicidade das coisas e a teoria das formas
de Platão. Entretanto, é em sua obra Crátilo que Platão discute a questão da
Linguagem. O diálogo pode ser dividido em duas partes: a primeira, a mais extensa, é a
conversa entre Sócrates e Hermógenes; e a segunda, entre Sócrates e Crátilo. Platão
discute e refuta, através de diálogos, duas hipóteses existentes na época a respeito da
função e da formação das palavras e como se dão os nomes às coisas. A primeira
hipótese, a convencionalista (nomos), defendida por Hermógenes, defendia a justeza
ou correção dos nomes como sendo uma mera convenção e acordo. A segunda
hipótese, a naturalista (physis), defendida por Crátilo, admitia haver uma correção dos
5
nomes por natureza atribuídos a cada um dos seres. A obra não tem caráter conclusivo
e é ainda hoje utilizada como um material muito importante e significativo nos estudos
da Filosofia da Linguagem.
Aristóteles (384 – 322 a.C.) não foi um filósofo da linguagem per se e não possui
uma obra dedicada especialmente aos Estudos da Linguagem. No entanto, é possível
encontrar em várias de suas obras um pouco de sua visão em relação a esse campo de
estudos. Diferentemente do que possa parecer, em função de não existir nenhuma obra
específica sobre a Linguagem de autoria do filósofo, o fenômeno da Linguagem é
questão fundamental na filosofia de Aristóteles, analisada não só como expressão do
pensamento racional, que engloba as questões relativas à lógica e às condições de
realidade, mas também vista como possibilidade de diferentes formas de expressão que
se encontram na poesia, no teatro, na retórica, no uso diário, etc. São vários os
exemplos, ao longo de algumas de suas obras, em que as questões relativas ao
fenômeno da Linguagem são discutidas por Aristóteles. Aristóteles foi o primeiro
estudioso a trazer uma questão muito importante no que diz respeito à Linguagem: a
arbitrariedade dos signos linguísticos, que mais tarde na história seria explorada e
aprofundada por Ferdinand de Sausurre, um dos pais da Linguística. Por isso, de
acordo com o linguista romeno Eugenio Coseriu, no seu livro Lições de Linguística
Geral (1980, p. 4), “a linguística moderna, em sua colocação essencial, não é
absolutamente nova, antes retorna às suas tradições mais antigas. Trata-se de um
retorno não declarado explicitamente e até mesmo por vezes ignorado pelos próprios
linguistas”. Aristóteles já tinha tratado sobre a questão dos signos na Grécia Antiga, na
obra chamada Pèri Hermeneías. Coseriu, ao tratar da arbitrariedade do signo em
relação ao objeto a que ele se refere, ainda afirma o seguinte:
Ouve-se falar frequentemente da teoria da arbitrariedade do signo linguístico
(arbitraire du signe, na terminologia de Saussure), segundo a qual as palavras
consideradas em si não são motivadas naturalmente, isto é, não existe relação
de causa entre a palavra e a coisa significada ou designada. A palavra mesa
não se assemelha de modo nenhum ao objeto “mesa” nem ao respectivo
conceito, e neste sentido é arbitrária. Esta teoria também foi atribuída a
Saussure. Em recente artigo sobre o problema, demonstrei que se trata, porém,
de uma tradição iniciada com Aristóteles e que o arbitraire du signe é a forma
moderna da teoria aristotélica segundo a qual o signo funciona não
naturalmente, mas kata syntheken “segundo uma instituição”, de acordo com as
tradições estabelecidas socialmente (COSERIU, 1980).
6
Os filósofos sofistas e universalistas contribuíram muito no campo da Filosofia da
Linguagem, mesmo não tendo estudado a Linguagem por si só, mas como uma parte
fundamental da Filosofia em si e também como parte intrínseca da Filosofia do
Conhecimento e do Pensamento.
1.2. Período Medieval ou Médio (476 d.C.-1453)
O período Médio ou Medieval iniciou-se com a queda do Império Romano em
476 d.C e estendeu-se até a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em
1453. Este período costuma ser dividido em Idade Média Alta (séc. V – séc. IX) e Idade
Média Baixa (séc. X – séc. XV) e foi marcado por grandes acontecimentos como as
Invasões Bárbaras, a expansão e dominação da Igreja Católica e as Cruzadas, a
expansão do Islã, o Império Bizantino e o início e fim do Feudalismo. Foi um período
chamado de Idade das Trevas, pois a Europa perdeu praticamente toda a cultura e o
conhecimento herdados da Grécia e da Roma Antigas e a igreja católica dominou o
ensino. Destacaram-se neste período os filósofos cristãos, como Santo Agostinho,
Tomás de Aquino e Guilherme de Ockham.
1.2.1. A Linguagem para os Nominalistas Porfírio, Boécio, Abelardo e Guilherme de
Ockham
Antes de tudo é importante tratarmos um pouco sobre o que viria a ser o
Nominalismo. O Nominalismo é uma doutrina de pensamento da área da Metafísica que
surgiu no final do Périodo Médio. Nominalismo é a doutrina na qual conceitos abstratos,
termos gerais ou universais não existem independentemente, existem somente como
nomes.
Por isso, vários objetos rotulados pelo mesmo termo não têm nada em comum
exceto pelo nome; ou seja, somente particulares físicos de verdade são reais e os
7
universais existem somente subsequentes a coisas em particular, sendo, assim,
somente abstrações verbais.
O Nominalismo surgiu como uma reação ao problema dos universais e em
particular, à solução de Platão para esse problema, conhecida como o Realismo
Platônico, que sustenta que os objetos abstratos como os universais e as formas
existem por elas mesmas e são completamente independentes do mundo físico, e que
certos objetos físicos meramente exemplificam ou representam o universal. Os
nominalistas questionam onde exatamente estes universais possam estar e acham
muito incomum e pouco possível que possa haver uma única coisa que possa existir em
muitos lugares simultaneamente.
O Nominalismo tem, pelo menos, duas variedades. Em uma delas, ele existe
como uma rejeição aos objetos abstratos; na outra, como uma rejeição aos universais.
Portanto, uma linha do Nominalismo defende que não existem objetos abstratos,
somente concretos e a outra linha defende que não existem universais. Os filósofos
nominalistas defendiam que os universais não são entidades reais que existam fora da
mente dos indivíduos, mas um vocábulo aceito convencionalmente e utilizado para
referir-se a alguma coisa, mas não a coisa em si.
Na busca de solução para o problema dos universais, Porfírio de Tiro (234?-
205?), fundador do Neoplatonismo e discípulo de Plotino, formula outro problema,
colocando a questão de maneira que os gêneros e as espécies sejam ou realidade que
subsiste em si mesma ou são concepções de espírito.
Boécio (480-525), filósofo e tradutor de obras gregas, entre elas as de
Aristóteles, era grande conhecedor de literatura e filosofia grega e latina. Ele, por sua
vez, tentou solucionar o problema deixado por Porfírio. Para Boécio, que estudou a
fundo as obras de Aristóteles, os termos universais não podem ser individuais, porque
gêneros e espécies são comuns a muitos indivíduos.
No campo da lógica, Pedro Abelardo (1079-1142), que foi muito influenciado por
Aristóteles, Porfírio e Boécio, forneceu uma resposta nominalista com relação ao
problema dos universais. Segundo Abelardo, o universal não poderia ser pensado como
uma coisa, mas como um predicado. Nesse sentido, ele rejeita as ideias de Porfírio e de
Boécio e constrói uma proposta de pensar o universal como um nome (nominália).
8
Para Guilherme de Ockham (1285-1347), o universal não é uma entidade
ontológica e nem uma afecção da alma, ou seja, uma entidade real, mas é apenas um
nome que damos às coisas, sendo esses nomes de uso convencional para nos
referirmos a essas coisas. Ockham considera aberta a possibilidade de que o termo
“universal” possa ser um singular, pois, apesar de se referir a várias coisas, a palavra
“universal” é única e não várias. Nas palavras de Ockham, uma das suas definições de
“singular”:
Saiba-se, pois, primeiramente que se toma “singular” em dois sentidos. Na
primeira acepção, o vocábulo “singular” significa tudo quanto é uma coisa e não
várias. Compreendido “singular” desta maneira, aqueles que julgam ser o
universal uma qualidade da mente, predicável de muitas coisas (representando-
as e não em si mesmas), precisam dizer que todo universal é verdadeira e
realmente singular. Com efeito, assim como toda palavra, por mais comum que
seja por convenção, é verdadeira e realmente singular e numericamente una,
visto ser uma só e não várias, também a intenção mental que significa muitas
coisas é verdadeira e realmente singular e numericamente una, visto ser uma
só coisa e não várias, ainda que signifique mais coisas. (OCKHAM, 1973)
2
Como se pode ver, o Período Médio foi bastante rico em discussões
relacionadas ao Conhecimento, ao Pensamento e à Linguagem. As discussões mais
relevantes foram os contrastes entre o Universalismo e o Nominalismo.
1.3. Período Moderno (do Renascimento ao Iluminismo -1453-1789)
O Período Moderno ou Período Pós-Medieval, que iniciou-se em 1453 e se
estendeu até 1789, ano da Revolução Francesa, foi um período muito rico na história.
Entre os principais eventos do período estão a expansão marítima europeia, fim do
Feudalismo e a Revolução Comercial e o Mercantilismo, a Reforma Protestante e a
2
“Est autem primo sciendum quod ‘singulare’ dupliciter accipitur. Uno modo hoc nomen ‘singulare’ significat omne
illud quod est unum et non plura. Et isto modo tenentes quod universale est quaedam qualitas mentis praedicabilis de
pluribus, non tamen pro se sed pro illis pluribus, dicere habent quod quodlibet universale est vere et realiter singulare:
quia sicut quaelibet vox, quantumcumque communis per institutionem, est vere et realiter singularis et una numero
quia est una et non plures, ita intentio animae, significans plures res extra, est vere et realiter singularis et una
numero, quia est una et non plures res, quamvis significet plures res” (Summa Log. I, c. 14)
9
Contrarreforma, a conquista e colonização do Novo Mundo, a Revolução Francesa, a
invenção da imprensa e a expansão do conhecimento através de maiores números de
publicações.
A primeira fase deste período, chamada de Renascentismo ou Renascença,
estendeu-se do século XIV ao século XVII e significou um renascimento de valores e de
uma forma de pensar mais clássica, ressuscitando um grande interesse na cultura
clássica grega e latina. Com o Renascentismo, questões como o domínio da fé e a
grande autoridade da religião deram vez a uma filosofia mais humanística, focada mais
no uso individual da razão e da autonomia de pensamento. Foi um período de grandes
transformações políticas, culturais, artísticas, científicas e econômicas. No final do
século XVII e início do século XVIII, surgiu o Iluminismo, também conhecido como a Era
das Luzes que vinha iluminar um período de trevas. Aqui, neste sentido a Luz era o
conhecimento e a liberdade e as trevas eram a doutrinação, tanto religiosa quanto
política e econômica. O Iluminismo veio reforçar as transformações ocorridas durante o
Renascentismo e apoiava tudo o que dizia respeito à condição do homem como
indivíduo e sua felicidade; atacando sistematicamente tudo aquilo que era considerado
contrário à busca da felicidade, da justiça e da igualdade. Foi durante este que período
que a ideia de sociedade ganhou novos parâmetros, levando em consideração a
melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos, seja em aspectos sociais, políticos,
econômicos, entre outros.
Durante o Período Moderno existiram duas principais correntes de pensamento
bem distintas, o Racionalismo e o Empirismo. O Racionalismo teve nomes importantes
como René Descartes, Gottfried Wilhelm Leibniz e Baruch de Spinoza, segundo os
quais o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual e que dever-se-ia separar
completamente a experiência através dos sentidos do conhecimento verdadeiro. Todo
conhecimento deveria vir da razão, do raciocínio. A segunda corrente, o Empirismo teve
como seus representantes mais significativos os filósofos Francis Bacon, David Hume e
John Locke, que defendiam que o conhecimento se realiza de forma gradual e contínua
e se dá através da experimentação. Segundo eles, o conhecimento é construído
através da experiência sensível.
10
Existiram outras correntes de pensamento no período do Renascentismo e
Iluminismo e entre seus principais filósofos estão Maquiavel, Thomas Hobbes, Voltaire,
Jean-Jacques Rousseau, Montesquieu, Adam Smith, Immanuel Kant e Denis Diderot.
1.3.1. A Linguagem em Hobbes, Locke e Rousseau
Thomas Hobbes (1588-1679), foi um filósofo da área da Metafísica e sua
principal obra foi Leviatã, obra de cunho principalmente político. Embora sua obra não
fosse focada em Linguagem, em Leviatã, ele apresenta o homem que fala (homo
loquens) e é essa capacidade de fala que diferencia o homem do lobo. Em relação à
loquacidade, Hobbes afirma: “... A mais nobre e útil de todas as invenções foi a da
linguagem, que consiste em nomes ou apelações e em suas conexões,... sem o que
não haveria entre os homens nem Estado, nem sociedade, nem contrato, nem paz, tal
como não existem entre os leões, os ursos e os lobos”.
Para Hobbes, a linguagem é peça fundamental para o desenvolvimento do
homem e de sua vida em grupo e ela pode ser dividida em dois processos: o discurso
mental, que seria o pensamento; e o discurso verbal, que seria a expressão deste
pensamento. Segundo Hobbes, a Linguagem também tinha um grande papel político e
o homem só poderia se tornar “pessoa” dentro do Estado porque conseguia comunicar-
se através da fala, o que diferenciava dos animais, que apenas poderiam viver no
“estado natural”.
John Locke (1632-1704), filósofo empirista da área da Epistemologia, foi um dos
pensadores a defender que o ser humano é uma tábula rasa e que todo o
conhecimento adquirido ao longo da vida é apenas possível através de nossas
experiências. Por essa sua linha de pensamento, chega a ser um pouco contraditória
sua ideia sobre a Linguagem. Locke considerava a ideia de que, embora não tenhamos
conhecimento inato, possuímos algumas capacidades inatas, entre elas a percepção, o
raciocínio e a linguagem. Essa ideia de linguagem inata seria o ponto inicial da Teoria
Gerativa de Noam Chomsky no século XX. Para Locke, a Linguagem seria usada como
um veículo de comunicação do pensamento de uma pessoa para outra pessoa e, dessa
forma, poderíamos também construir o conhecimento, além, é claro, através dos nossos
11
cinco sentidos. A Linguagem seria uma ferramenta para obter conhecimento e transmitir
conhecimento.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo político que desenvolveu a Teoria
do Contrato Social, também teve um grande papel na questão da Filosofia da
Linguagem. Em seu livro, Ensaio Sobre as Origens das Línguas, de 1759, ele reforça o
pensamento de Hobbes sobre a questão de que é a Linguagem que diferencia o
homem dos animais. No entanto, seu entendimento de Linguagem é um pouco mais
amplo, pois considera comunicação também os gestos e o que é comunicado nas
alterações da voz humana. Pensando desta forma, Rousseau percebe que os animais
também desenvolvem gestos e produzem sons diferentes, dessa forma, também
podendo comunicar-se. Então o que pode diferir mesmo os homens dos animais? O
sentimento, pois o homem é o único ser que pode transmitir e expressar o sentimento.
Para Rousseau, o fato de o homem poder expressar sentimentos através de sua fala
caracterizava a sua liberdade e que a Linguagem é peça chave para o convívio social
dos homens.
1.4. Período Contemporâneo (1789-dias atuais)
O Período Contemporâneo iniciou-se em 1789 no advento da Revolução
Francesa e dura até os dias de hoje. Esse tem sido um período de grandes
transformações no mundo. Vimos a Revolução Industrial, o início e desenvolvimento do
Capitalismo, o nascimento da democracia em vários governos, a expansão e a
separação de vários territórios, a independência de vários países que eram colônias, a
Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a globalização do mundo. Também vimos
grandes avanços na ciência, na medicina, e, principalmente, na tecnologia. Esse tem
sido um período riquíssimo no campo do conhecimento e tivemos nomes ilustres em
vários campos de estudos. Entre os grandes nomes da Filosofia Contemporânea, pode-
se citar Hegel, Schopenhauer, Kierkegaard, Comte, Marx, Nietzsche, Sartre e Foucault.
12
No campo da Filosofia da Linguagem, destacam-se Gottlob Frege, Bertrand Russell,
Ludwig Wittgenstein e Noam Chomsky.
1.4.1. Gottlob Frege e a Teoria do Sentido e da Referência
Friedrich Ludwig Gottlob Frege (1873-1925) contribuiu muito para a Filosofia
Analítica, mas não chega a ser considerado um filósofo analítico, como Russell e
Wittgenstein, por não seguir o método de análise de proposições. No entanto, contribuiu
muito com questões relacionadas à Lógica e à Linguagem. Frege defendia a
necessidade de construção de uma linguagem lógica que expressasse de forma clara a
estrutura do pensamento e a importância de se distinguir sentido e referência na
constituição do significado linguístico.
Sua Teoria da Linguagem é chamada de Teoria da Referência e parte do
princípio de que as expressões da linguagem possuem determinados valores, mas não
atribui estes valores ao significado das expressões e sim à contribuição que tais
expressões dão ao valor de verdade da proposição que ocorrem. O ponto crucial, a
partir de seu ponto de vista, é entender qual a referência das expressões e como estas
referências contribuem para o valor de verdade da proposição.
Frege desenvolveu sua Teoria da Referência meio que por acaso quando estava
trabalhando em questões matemáticas e lógicas. Para analisar a Linguagem ele
desenvolveu dois enigmas, que aparecem em uma de suas obras mais significativas
Sobre o Sentido e a Referência. Nesse estudo, ele considerou dois enigmas sobre a
Linguagem e percebeu, em cada caso, que não havia maneiras de justificar o
significado ou comportamento lógico de certas frases simplesmente baseando-se nas
denotações dos termos (seus nomes e descrições) em uma frase. Um dos enigmas,
chamado de Enigma do Nome, baseou-se em identificar afirmações e o outro, chamado
de Enigma dos Relatórios de Atitude Proposicional, baseou-se em frases com orações
subordinadas. Para solucionar os enigmas, Frege sugeriu que os termos de uma língua
têm sentido e denotação, isto é, são necessárias, pelo menos, duas relações
semânticas para explicar o significado ou sentido dos termos de uma língua. Para
13
Frege, o sentido de uma proposição pode mudar se a referência mudar. Sua teoria
ainda continua bastante atual e é bastante discutida.
1.4.2. Bertrand Russell e a Teoria das Descrições
Bertrand Arthur William Russel (1872-1970), foi um filósofo e matemático
britânico que seguia a vertente da Filosofia Analítica, fruto do Positivismo Lógico e da
Filosofia da Linguagem.
O método filosófico de Russell tinha como ponto principal criar e testar hipóteses
a partir da avaliação das evidências, por isso era importante para ele enfatizar o método
científico na Filosofia. Seu método exigia análises rigorosas de proposições
problemáticas através da lógica e ele acreditava que era através da lógica que os
filósofos seriam capazes de compreender alguns aspectos da Linguagem natural. Uma
afirmação que tivesse uma forma lógica ajudaria a resolver vários problemas de
referência associados à ambiguidade e à vaguidade da Linguagem. Seu estudo da
Linguagem sempre foi intrinsecamente conectado ao estudo da Lógica e da Matemática
e era, de certa forma, uma versão melhorada ou questionadora da Teoria de Frege. Em
sua obra Introdução à Filosofia Matemática, Russel afirma “que muitos lógicos foram
levados a erros por falta do aparato das funções proposicionais” (Russell, 1919).
Segundo ele:
Uma função proposicional, de fato, é uma expressão que contém um ou mais
constituintes indeterminados, tais que, quando se atribui valores a esses
constituintes a expressão se torna uma proposição. Em outras palavras é uma
função cujos valores são proposições. (Russell 1919).
Enquanto Frege levava em consideração apenas os nomes e os predicados
para que se encontrassem os sentidos das proposições, Russell levava em
consideração outros constituintes de uma proposição, como os objetos, as
propriedades, as relações e as funções. O ponto de vista de Russell é mais geral
quanto aos tipos de coisas que constituem as proposições e não é construído sobre
determinados tipos de expressões, tais como nomes próprios ou predicados, e sim,
numa noção geral sobre a estrutura das proposições expressas pelas sentenças.
14
1.4.3. Ludwig Wittgenstein e o Tractatus Logico-philosophicus
Ludwig Wittgenstein (1889-1951) foi um filósofo de grande importância no campo
da Filosofia da Linguagem. Seu livro Tractatus Logico-philosophicus é considerado um
dos livros mais densos e de difícil leitura da Filosofia Contemporânea, embora seja
condensado em apenas cerca de setenta páginas. Neste livro, Wittgenstein escreveu
sua célebre frase: “os limites de minha linguagem são os limites de meu mundo”,
influenciado pelo modo de pensar de Immanuel Kant em relação aos limites do nosso
conhecimento. Enquanto Kant tentava definir os limites da razão, Wittgenstein ocupou-
se em tentar definir e explicar os limites da Linguagem e, consequentemente, do
pensamento.
Wittgenstein foi seguidor de Russell, que influenciou muito seu trabalho. Quanto
Wittgenstein fala de “limites de linguagem” e “limites de mundo”, ele expressa que
essas duas coisas devem estar intimamente relacionadas e que o que não se pode
dizer não pode corresponder à realidade. Para ele, tanto a Linguagem quanto o Mundo
devem apresentar certa estrutura, ou seja, devem ser organizados de uma forma lógica
e que a Linguagem deveria corresponder ao mundo. A Linguagem, para Wittgenstein
deve servir para descrever a realidade e nada deve existir fora da Linguagem, portanto
a Linguagem deve compreender um conjunto de proposições que descrevem a
realidade. Segundo Wittgenstein, Linguagem e Pensamento são a mesma coisa e ele
acreditava que o pensamento possuiria uma estrutura lógica subjacente, cujo
entendimento mostraria os limites do que se pode dizer clara e significativamente. Essa
linha de raciocínio, de que possuímos uma estrutura lógica da Linguagem e sem a qual
não poderíamos fazer sentido do mundo em que vivemos, também seria retomada
décadas depois por Noam Chomsky, quando desenvolveu a Teoria Gerativa da
Linguagem.
1.4.4. Noam Chomsky e a Teoria Gerativa da Linguagem
Noam Chomsky (1928- ), filósofo da Ética e linguista, defende o conceito de que
a Linguagem é inata ao ser humano e que todos nós nascemos com um instinto
cognitivo de gerar a Linguagem, por isso sua Teoria é chamada de Gerativa. É como se
15
todos nós nascêssemos com uma gramática mental e fossemos capazes de gerar a
Linguagem, mesmo sem qualquer conhecimento formal. No entanto, segundo
Chomsky, há uma fase na vida do ser humano em que a Linguagem Inativa para de
desenvolver-se e o ser humano precisa estudar a sua língua para desenvolvê-la.
Porém, ele defende que se não tivéssemos esse pré-conhecimento, a gramática
gerativa, não poderíamos aprender ou desenvolver nossa Linguagem, mesmo com
estudos aprofundados.
Segundo a Teoria de Chomsky, as crianças nascem com certo dispositivo,
chamado de Dispositivo de Aquisição da Linguagem (DAL), que seria acionado por
input, através da fala dos adultos ao seu redor. Para Chomsky, os seres humanos vão
aprender a se comunicar de forma instintiva, ajustando a sua gramática interna através
de tentativa e erro, até que consigam se comunicar de forma que faça sentido e de
maneira que sua fala tenha uma estrutura lógica. Por ser uma gramática interna que vai
se aperfeiçoando ao longo do desenvolvimento do ser humano, ela deve funcionar em
qualquer idioma, sendo assim, uma Gramática Universal. Nas palavras de Chomsky,
citação no livro O Instinto da Linguagem, de Steven Pinker:
À primeira vista, esta proposta parece absurda, fosse apenas pela grande
variedade de línguas humanas. Mas, considerando-se a questão mais de perto,
essas dúvidas desaparecem. Mesmo conhecendo muito pouco sobre os
universais linguísticos, podemos ter certeza de que a possível variedade de
línguas é bem limitada... A língua que cada pessoa adquire é uma construção
rica e complexa que não se justifica pelos parcos e fragmentados dados
disponíveis [para a criança]. No entanto, os membros de uma comunidade
linguística desenvolvem essencialmente a mesma língua. Esse fato só encontra
explicação na hipótese de que esses indivíduos empreguem princípios
altamente restritivos, que dirigem a construção da gramática.
2. Outras áreas importantes do estudo da Linguagem
É seguro dizer que a Filosofia da Linguagem é o campo mais antigo dos estudos
da Linguagem. Ao longo da história temos visto outras formas de se estudar esse
mesmo objeto: a Linguagem, que é tão rica e tão cheia de nuances e de sutilidades que
16
é preciso vários campos do conhecimento para esmiuçá-la e compreendê-la, assim
como compreender como a Linguagem é formada, quais os processos pelos quais ela
passa, como usamos a Linguagem para obtermos o queremos, entre tantas outras
coisas.
Entre os vários campos de estudos da Linguagem estão: a Gramática, a
Semântica, a Pragmática, a Linguística, a Neurolinguística, a Psicolinguística, a
Literatura, a Fonética, a Fonologia, a Morfologia, a Sintaxe, a Filologia, a Terminologia,
a Lexicologia, a Análise do Discurso, entre algumas outras áreas. Falar de Linguagem é
algo difícil, pois a Linguagem é uma fonte inesgotável de problematizações, de
indagações, de questionamentos e de estudos. Cada área estuda uma parte pequena
de um aspecto da Linguagem, por exemplo: a Gramática foca na estrutura de uma
Língua; a Neurolinguística estuda os processos neurológicos que ocorrem em relação à
Linguagem e problemas referentes a produção da mesma; a Filologia estuda e cataloga
línguas antigas; a Análise do Discurso estuda as nuances e as entrelinhas nas falas e
nos textos das pessoas. Todas estas áreas trazem luz a importantes detalhes de tudo
que constitui a Linguagem e nos auxiliam a compreender a importância dela para nós e
para o mundo em que vivemos, assim como compreender vários fenômenos referentes
à produção, à recepção e ao entendimento da Linguagem. Como o foco do trabalho é a
Filosofia da Linguagem, estas áreas não foram tão profundamente exploradas no
presente trabalho.
Conclusão
Não foi sempre que a Linguagem foi considerada um campo específico da
Filosofia. Nos primórdios da Grécia Antiga, a Linguagem foi estudada junto à questão
da existência em si e por muitas vezes foi diretamente ligada à Filosofia do
Conhecimento e a Filosofia da Lógica. Ao longo da história, pensou-se a Linguagem,
sua função e seu funcionamento de diferentes formas, de acordo com o mundo em que
tais pensadores viviam e o tipo de conhecimento que possuíam. Foi interessante
17
perceber como vários pensadores usavam o conhecimento sobre Linguagem de outro
pensador para pautar seus estudos e para tentar, de certa forma, aperfeiçoar este
conhecimento. Como a Linguagem é uma fonte infinita de questionamentos e
possibilidades, a pesquisa revelou que é necessária a busca por outras áreas que
pudessem tratar de diferentes aspectos da Linguagem e que o entendimento sobre a
Linguagem foi por muitas vezes cíclico e repetitivo e assim continuará sendo, pois a
Filosofia não traz respostas fechadas e a Linguagem é uma fonte inesgotável.
18
Title: Philosophy of Language: A historical walk through different Theories of Language
Abstract:
This article aims to analise the historical and philosophical periods with emphasis
on the Philosophy of Language. The methodology is based on studies regarding the
Ancient Age, the Middle Age, the Modern Age and the Contemporary Age and the
Language Philosophers from each time, such as Plato, Aristotle, Boethius, William of
Ockham, Hobbes, Rousseau, Frege, Wittgenstein, among others. The research is
superficially complemented by studies of other Language areas, such as Linguistics and
Semantics. Very important books from different periods were analised with the objective
of having a view regarding the understanding about Language in different periods of
History. The studies, as it is expected in Philosophy, raised a plethora of questions
concerning Language and its use and they revealed that Language is usually studied as
a phenomenon of the thought and it has been directly connected to the Philosophy of
Knowledge and the Philosophy of Logic. The research also showed that the
understanding about Language has been cyclic and that many philosophers used
previous theories to solve some pending problems and tried to improve those theories.
Keywords: Philosophy. Language. Theories of Language. Knowlegde. Logic.
19
Referências Bibliográficas:
COSERIU, Eugenio. Lições de lingüística geral. 1ª Ed., Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico, 1980.
CHOMSKY, Noam. Linguagem e Mente. 3ª Ed., São Paulo: Unesp, 2010.
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HOBBES, Thomas. Leviathan, 1968. cap. 4, p. 100.
LOCKE, John. An Essay Concerning Humane Understanding Volume 1MDCXC,
Based on the 2nd Edition, Books 1 and 2. Amazon Kindle Edition.
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http://www.logicmuseum.com/wiki/Authors/Ockham/Summa_Logicae , acessado em
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São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda, 2004.
20
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ROUSSEAU, Jean-Jacques. Ensaios sobre a origem das línguas. 2ª Ed. São Paulo:
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RUSSELL, Bertrand (1919) Introdução à filosofia matemática. Tradução: Maria Luiz
X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2007.
STRATHERN, Paul. Bertrand Russel em 90 Minutos. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Editora
Jorge Zahar, 2003.
WITTGENSTEIN, Ludwig. Tractatus Logico-philosophicus. Tradução: Luiz H. Lopes
dos Santos, São Paulo: Edusp, 1993.

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  • 1. Filosofia da Linguagem: Um passeio histórico por diferentes Teorias da Linguagem Aline Carolina dos Santos Mehedin1 Resumo O presente artigo tem por objetivo analisar os vários períodos históricos e filosóficos com foco na Filosofia da Linguagem. A metodologia situa-se nos estudos da Idade Antiga, da Idade Média, da Idade Moderna e da Idade Contemporânea e os filósofos da Linguagem mais importantes e representativos de cada época, como Platão, Aristóteles, Boécio, Guilherme de Ockham, Hobbes, Rousseau, Frege, Wittgenstein, entre outros. Complementam a análise superficialmente, os estudos de algumas outras áreas da Linguagem, como a Linguística e a Semântica. Foram analisadas algumas obras filosóficas de suma importância de várias épocas na intenção de se ter uma visão do entendimento sobre a Linguagem nos diferentes períodos históricos. Os estudos, como é inerente à Filosofia, levantaram muitos questionamentos acerca do que é Linguagem e para que serve a Linguagem e revelaram que a Linguagem costuma ser estudada como fenômeno do Pensamento e é também diretamente ligada à Filosofia do Conhecimento e também da Lógica. Os estudos revelaram também que o entendimento sobre a Linguagem foi por muitas vezes cíclico, com filósofos retomando questões de pensadores anteriores e tentando solucionar ou aperfeiçoar suas teorias. Palavras-chave: Filosofia. Linguagem. Teorias da Linguagem. Conhecimento. Lógica. 1 Professora particular de Língua Inglesa, Tradutora e Revisora dos pares ING <>BPOR. E-mail: amconsultoriaingles.aline@gmail.com.
  • 2. 2 Introdução Neste artigo, será apresentada a análise de algumas Teorias da Linguagem desenvolvidas por filósofos nos diferentes períodos históricos, da Idade Antiga aos dias de hoje. O suporte teórico da presente análise será pautado em Obras Filosóficas importantes conhecidas dos principais pensadores da Filosofia da Linguagem. Muitos desses pensadores não foram Filósofos da Linguagem per se. No entanto, mesmo pertencendo a diferentes campos da Filosofia, contribuíram de forma grandiosa para este campo do conhecimento. Como a Filosofia da Linguagem é um campo vasto que se abre a diferentes entendimentos e interpretações, não se pretende com este trabalho responder nenhuma questão, apenas analisar as diferentes formas de se pensar a Linguagem filosoficamente e historicamente. A Filosofia da Linguagem A linguagem existe desde os primórdios dos tempos. Sabe-se que até os animais têm sua própria forma de comunicação, seja através de cheiros, de sons ou comportamento. O ser humano usa a linguagem falada e a escrita para expressar suas ideias e sentimentos e comunicar-se com seus pares. A linguagem dos seres humanos possui muitas características, particularidades e nuances e por isso foi acolhida como objeto de estudo de várias áreas do conhecimento, como a Linguística, a Neurolinguística, a Semântica, a Pragmática, a Análise do Discurso, a Psicolinguística e a Filosofia da Linguagem, entre outras. A área de estudo principal do presente trabalho é a Filosofia da Linguagem, porém, tratar-se-á superficialmente sobre algumas outras áreas da Linguagem também.
  • 3. 3 Quando o homem se comunica com seus pares, muitas vezes corre o risco de ser mal entendido, mal interpretado e não ter sua mensagem claramente transmitida. Foram essas interpretações mal feitas ou falhas que deram, de alguma forma, início aos estudos filosóficos da linguagem, pois foi a partir dos primeiros problemas de entendimento que os homens começaram a se perguntar a respeito da linguagem, do seu papel, da sua função, de seus interlocutores e de suas particularidades. Foi a partir de problemas de interpretação e de compreensão que a linguagem passou a receber uma atenção especial por parte de alguns pensadores, até tornar-se, oficialmente, um campo de estudo da Filosofia. A Filosofia da Linguagem investiga a natureza da linguagem humana, sua origem e uso, a relação entre significado e verdade e como a linguagem está relacionada à compreensão humana e ao pensamento humano, assim como a sua relação com a realidade em si. Questões e problematizações da Filosofia da Linguagem incluem estudar seus significados e referentes e se as pessoas precisam da linguagem para desenvolver seu pensamento – será que nós pensamos em certa língua - ou simplesmente pensamos e então utilizamos uma língua para traduzir nossos pensamentos? A linguagem tem sido uma grande preocupação de filósofos desde Platão. No entanto, a linguagem apenas ganhou força como campo de estudos da Filosofia em tempos mais recentes, com os filósofos Gottlob Frege (1873-1925), Bertrand Russell (1872-1970) e Ludwig Wittgenstein (1889-1951), para os quais a linguagem tem um papel fundamental na Filosofia, o que os fez criar conceitos muito importantes para o estudo dela. 1. A Filosofia da Linguagem em Diferentes Períodos 1.1. Período Antigo – Filosofia Clássica (4000 a.C.-476 d.C) O período Antigo é geralmente contado a partir do desenvolvimento da escrita pelos sumérios que aconteceu em torno de 4000 a.C.; estendo-se até a queda do
  • 4. 4 Império Romano, em 476 d.C. Foi um período em que surgiram várias civilizações e que compreendia a Antiguidade Oriental, a Grécia Antiga e a Roma Antiga. Nessa época, existiam duas correntes filosóficas: a Filosofia Oriental e a Filosofia Clássica Grega, a qual será explorada no presente trabalho. Os grandes filósofos da Filosofia Grega Antiga foram Sócrates, Platão, Aristóteles, Pitágoras, entre outros. 1.1.1. A Linguagem em Parmênides, Platão e Aristóteles Parmênides (515-445 a.C.) foi um filósofo da área da Metafísica e foi bastante influenciado pelo pensamento extremamente lógico e científico de Pitágoras. Ele não foi necessariamente um estudioso da linguagem; no entanto, suas indagações sobre a mente e o pensamento influenciaram muito nos estudos de Filosofia da Linguagem. Para Parmênides, se algo existe (é), essa mesma coisa não pode também não existir (não é) e ele defendia que aquilo que se pensa deveria corresponder-se com aquilo que é e que se algo não existe, esse algo não pode ser pensado, e, portanto, não pode ser comunicado ou expressado. Para muitos historiadores, Parmênides criou a lógica e o argumento que embasava toda a sua lógica era que não pode haver um pensamento que corresponde a um nome que não é um nome de uma coisa que realmente existe. Quando você pensa, você pensa em alguma coisa, quando você usa um nome, este deve corresponder a alguma coisa. Platão (427-347a.C.) foi bastante influenciado pelo pensamento de Parmênides, tanto que escreveu um diálogo chamado Parmênides no qual Parmênides, Sócrates e Zenão de Eleia discutem a unidade e a multiplicidade das coisas e a teoria das formas de Platão. Entretanto, é em sua obra Crátilo que Platão discute a questão da Linguagem. O diálogo pode ser dividido em duas partes: a primeira, a mais extensa, é a conversa entre Sócrates e Hermógenes; e a segunda, entre Sócrates e Crátilo. Platão discute e refuta, através de diálogos, duas hipóteses existentes na época a respeito da função e da formação das palavras e como se dão os nomes às coisas. A primeira hipótese, a convencionalista (nomos), defendida por Hermógenes, defendia a justeza ou correção dos nomes como sendo uma mera convenção e acordo. A segunda hipótese, a naturalista (physis), defendida por Crátilo, admitia haver uma correção dos
  • 5. 5 nomes por natureza atribuídos a cada um dos seres. A obra não tem caráter conclusivo e é ainda hoje utilizada como um material muito importante e significativo nos estudos da Filosofia da Linguagem. Aristóteles (384 – 322 a.C.) não foi um filósofo da linguagem per se e não possui uma obra dedicada especialmente aos Estudos da Linguagem. No entanto, é possível encontrar em várias de suas obras um pouco de sua visão em relação a esse campo de estudos. Diferentemente do que possa parecer, em função de não existir nenhuma obra específica sobre a Linguagem de autoria do filósofo, o fenômeno da Linguagem é questão fundamental na filosofia de Aristóteles, analisada não só como expressão do pensamento racional, que engloba as questões relativas à lógica e às condições de realidade, mas também vista como possibilidade de diferentes formas de expressão que se encontram na poesia, no teatro, na retórica, no uso diário, etc. São vários os exemplos, ao longo de algumas de suas obras, em que as questões relativas ao fenômeno da Linguagem são discutidas por Aristóteles. Aristóteles foi o primeiro estudioso a trazer uma questão muito importante no que diz respeito à Linguagem: a arbitrariedade dos signos linguísticos, que mais tarde na história seria explorada e aprofundada por Ferdinand de Sausurre, um dos pais da Linguística. Por isso, de acordo com o linguista romeno Eugenio Coseriu, no seu livro Lições de Linguística Geral (1980, p. 4), “a linguística moderna, em sua colocação essencial, não é absolutamente nova, antes retorna às suas tradições mais antigas. Trata-se de um retorno não declarado explicitamente e até mesmo por vezes ignorado pelos próprios linguistas”. Aristóteles já tinha tratado sobre a questão dos signos na Grécia Antiga, na obra chamada Pèri Hermeneías. Coseriu, ao tratar da arbitrariedade do signo em relação ao objeto a que ele se refere, ainda afirma o seguinte: Ouve-se falar frequentemente da teoria da arbitrariedade do signo linguístico (arbitraire du signe, na terminologia de Saussure), segundo a qual as palavras consideradas em si não são motivadas naturalmente, isto é, não existe relação de causa entre a palavra e a coisa significada ou designada. A palavra mesa não se assemelha de modo nenhum ao objeto “mesa” nem ao respectivo conceito, e neste sentido é arbitrária. Esta teoria também foi atribuída a Saussure. Em recente artigo sobre o problema, demonstrei que se trata, porém, de uma tradição iniciada com Aristóteles e que o arbitraire du signe é a forma moderna da teoria aristotélica segundo a qual o signo funciona não naturalmente, mas kata syntheken “segundo uma instituição”, de acordo com as tradições estabelecidas socialmente (COSERIU, 1980).
  • 6. 6 Os filósofos sofistas e universalistas contribuíram muito no campo da Filosofia da Linguagem, mesmo não tendo estudado a Linguagem por si só, mas como uma parte fundamental da Filosofia em si e também como parte intrínseca da Filosofia do Conhecimento e do Pensamento. 1.2. Período Medieval ou Médio (476 d.C.-1453) O período Médio ou Medieval iniciou-se com a queda do Império Romano em 476 d.C e estendeu-se até a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453. Este período costuma ser dividido em Idade Média Alta (séc. V – séc. IX) e Idade Média Baixa (séc. X – séc. XV) e foi marcado por grandes acontecimentos como as Invasões Bárbaras, a expansão e dominação da Igreja Católica e as Cruzadas, a expansão do Islã, o Império Bizantino e o início e fim do Feudalismo. Foi um período chamado de Idade das Trevas, pois a Europa perdeu praticamente toda a cultura e o conhecimento herdados da Grécia e da Roma Antigas e a igreja católica dominou o ensino. Destacaram-se neste período os filósofos cristãos, como Santo Agostinho, Tomás de Aquino e Guilherme de Ockham. 1.2.1. A Linguagem para os Nominalistas Porfírio, Boécio, Abelardo e Guilherme de Ockham Antes de tudo é importante tratarmos um pouco sobre o que viria a ser o Nominalismo. O Nominalismo é uma doutrina de pensamento da área da Metafísica que surgiu no final do Périodo Médio. Nominalismo é a doutrina na qual conceitos abstratos, termos gerais ou universais não existem independentemente, existem somente como nomes. Por isso, vários objetos rotulados pelo mesmo termo não têm nada em comum exceto pelo nome; ou seja, somente particulares físicos de verdade são reais e os
  • 7. 7 universais existem somente subsequentes a coisas em particular, sendo, assim, somente abstrações verbais. O Nominalismo surgiu como uma reação ao problema dos universais e em particular, à solução de Platão para esse problema, conhecida como o Realismo Platônico, que sustenta que os objetos abstratos como os universais e as formas existem por elas mesmas e são completamente independentes do mundo físico, e que certos objetos físicos meramente exemplificam ou representam o universal. Os nominalistas questionam onde exatamente estes universais possam estar e acham muito incomum e pouco possível que possa haver uma única coisa que possa existir em muitos lugares simultaneamente. O Nominalismo tem, pelo menos, duas variedades. Em uma delas, ele existe como uma rejeição aos objetos abstratos; na outra, como uma rejeição aos universais. Portanto, uma linha do Nominalismo defende que não existem objetos abstratos, somente concretos e a outra linha defende que não existem universais. Os filósofos nominalistas defendiam que os universais não são entidades reais que existam fora da mente dos indivíduos, mas um vocábulo aceito convencionalmente e utilizado para referir-se a alguma coisa, mas não a coisa em si. Na busca de solução para o problema dos universais, Porfírio de Tiro (234?- 205?), fundador do Neoplatonismo e discípulo de Plotino, formula outro problema, colocando a questão de maneira que os gêneros e as espécies sejam ou realidade que subsiste em si mesma ou são concepções de espírito. Boécio (480-525), filósofo e tradutor de obras gregas, entre elas as de Aristóteles, era grande conhecedor de literatura e filosofia grega e latina. Ele, por sua vez, tentou solucionar o problema deixado por Porfírio. Para Boécio, que estudou a fundo as obras de Aristóteles, os termos universais não podem ser individuais, porque gêneros e espécies são comuns a muitos indivíduos. No campo da lógica, Pedro Abelardo (1079-1142), que foi muito influenciado por Aristóteles, Porfírio e Boécio, forneceu uma resposta nominalista com relação ao problema dos universais. Segundo Abelardo, o universal não poderia ser pensado como uma coisa, mas como um predicado. Nesse sentido, ele rejeita as ideias de Porfírio e de Boécio e constrói uma proposta de pensar o universal como um nome (nominália).
  • 8. 8 Para Guilherme de Ockham (1285-1347), o universal não é uma entidade ontológica e nem uma afecção da alma, ou seja, uma entidade real, mas é apenas um nome que damos às coisas, sendo esses nomes de uso convencional para nos referirmos a essas coisas. Ockham considera aberta a possibilidade de que o termo “universal” possa ser um singular, pois, apesar de se referir a várias coisas, a palavra “universal” é única e não várias. Nas palavras de Ockham, uma das suas definições de “singular”: Saiba-se, pois, primeiramente que se toma “singular” em dois sentidos. Na primeira acepção, o vocábulo “singular” significa tudo quanto é uma coisa e não várias. Compreendido “singular” desta maneira, aqueles que julgam ser o universal uma qualidade da mente, predicável de muitas coisas (representando- as e não em si mesmas), precisam dizer que todo universal é verdadeira e realmente singular. Com efeito, assim como toda palavra, por mais comum que seja por convenção, é verdadeira e realmente singular e numericamente una, visto ser uma só e não várias, também a intenção mental que significa muitas coisas é verdadeira e realmente singular e numericamente una, visto ser uma só coisa e não várias, ainda que signifique mais coisas. (OCKHAM, 1973) 2 Como se pode ver, o Período Médio foi bastante rico em discussões relacionadas ao Conhecimento, ao Pensamento e à Linguagem. As discussões mais relevantes foram os contrastes entre o Universalismo e o Nominalismo. 1.3. Período Moderno (do Renascimento ao Iluminismo -1453-1789) O Período Moderno ou Período Pós-Medieval, que iniciou-se em 1453 e se estendeu até 1789, ano da Revolução Francesa, foi um período muito rico na história. Entre os principais eventos do período estão a expansão marítima europeia, fim do Feudalismo e a Revolução Comercial e o Mercantilismo, a Reforma Protestante e a 2 “Est autem primo sciendum quod ‘singulare’ dupliciter accipitur. Uno modo hoc nomen ‘singulare’ significat omne illud quod est unum et non plura. Et isto modo tenentes quod universale est quaedam qualitas mentis praedicabilis de pluribus, non tamen pro se sed pro illis pluribus, dicere habent quod quodlibet universale est vere et realiter singulare: quia sicut quaelibet vox, quantumcumque communis per institutionem, est vere et realiter singularis et una numero quia est una et non plures, ita intentio animae, significans plures res extra, est vere et realiter singularis et una numero, quia est una et non plures res, quamvis significet plures res” (Summa Log. I, c. 14)
  • 9. 9 Contrarreforma, a conquista e colonização do Novo Mundo, a Revolução Francesa, a invenção da imprensa e a expansão do conhecimento através de maiores números de publicações. A primeira fase deste período, chamada de Renascentismo ou Renascença, estendeu-se do século XIV ao século XVII e significou um renascimento de valores e de uma forma de pensar mais clássica, ressuscitando um grande interesse na cultura clássica grega e latina. Com o Renascentismo, questões como o domínio da fé e a grande autoridade da religião deram vez a uma filosofia mais humanística, focada mais no uso individual da razão e da autonomia de pensamento. Foi um período de grandes transformações políticas, culturais, artísticas, científicas e econômicas. No final do século XVII e início do século XVIII, surgiu o Iluminismo, também conhecido como a Era das Luzes que vinha iluminar um período de trevas. Aqui, neste sentido a Luz era o conhecimento e a liberdade e as trevas eram a doutrinação, tanto religiosa quanto política e econômica. O Iluminismo veio reforçar as transformações ocorridas durante o Renascentismo e apoiava tudo o que dizia respeito à condição do homem como indivíduo e sua felicidade; atacando sistematicamente tudo aquilo que era considerado contrário à busca da felicidade, da justiça e da igualdade. Foi durante este que período que a ideia de sociedade ganhou novos parâmetros, levando em consideração a melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos, seja em aspectos sociais, políticos, econômicos, entre outros. Durante o Período Moderno existiram duas principais correntes de pensamento bem distintas, o Racionalismo e o Empirismo. O Racionalismo teve nomes importantes como René Descartes, Gottfried Wilhelm Leibniz e Baruch de Spinoza, segundo os quais o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual e que dever-se-ia separar completamente a experiência através dos sentidos do conhecimento verdadeiro. Todo conhecimento deveria vir da razão, do raciocínio. A segunda corrente, o Empirismo teve como seus representantes mais significativos os filósofos Francis Bacon, David Hume e John Locke, que defendiam que o conhecimento se realiza de forma gradual e contínua e se dá através da experimentação. Segundo eles, o conhecimento é construído através da experiência sensível.
  • 10. 10 Existiram outras correntes de pensamento no período do Renascentismo e Iluminismo e entre seus principais filósofos estão Maquiavel, Thomas Hobbes, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, Montesquieu, Adam Smith, Immanuel Kant e Denis Diderot. 1.3.1. A Linguagem em Hobbes, Locke e Rousseau Thomas Hobbes (1588-1679), foi um filósofo da área da Metafísica e sua principal obra foi Leviatã, obra de cunho principalmente político. Embora sua obra não fosse focada em Linguagem, em Leviatã, ele apresenta o homem que fala (homo loquens) e é essa capacidade de fala que diferencia o homem do lobo. Em relação à loquacidade, Hobbes afirma: “... A mais nobre e útil de todas as invenções foi a da linguagem, que consiste em nomes ou apelações e em suas conexões,... sem o que não haveria entre os homens nem Estado, nem sociedade, nem contrato, nem paz, tal como não existem entre os leões, os ursos e os lobos”. Para Hobbes, a linguagem é peça fundamental para o desenvolvimento do homem e de sua vida em grupo e ela pode ser dividida em dois processos: o discurso mental, que seria o pensamento; e o discurso verbal, que seria a expressão deste pensamento. Segundo Hobbes, a Linguagem também tinha um grande papel político e o homem só poderia se tornar “pessoa” dentro do Estado porque conseguia comunicar- se através da fala, o que diferenciava dos animais, que apenas poderiam viver no “estado natural”. John Locke (1632-1704), filósofo empirista da área da Epistemologia, foi um dos pensadores a defender que o ser humano é uma tábula rasa e que todo o conhecimento adquirido ao longo da vida é apenas possível através de nossas experiências. Por essa sua linha de pensamento, chega a ser um pouco contraditória sua ideia sobre a Linguagem. Locke considerava a ideia de que, embora não tenhamos conhecimento inato, possuímos algumas capacidades inatas, entre elas a percepção, o raciocínio e a linguagem. Essa ideia de linguagem inata seria o ponto inicial da Teoria Gerativa de Noam Chomsky no século XX. Para Locke, a Linguagem seria usada como um veículo de comunicação do pensamento de uma pessoa para outra pessoa e, dessa forma, poderíamos também construir o conhecimento, além, é claro, através dos nossos
  • 11. 11 cinco sentidos. A Linguagem seria uma ferramenta para obter conhecimento e transmitir conhecimento. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo político que desenvolveu a Teoria do Contrato Social, também teve um grande papel na questão da Filosofia da Linguagem. Em seu livro, Ensaio Sobre as Origens das Línguas, de 1759, ele reforça o pensamento de Hobbes sobre a questão de que é a Linguagem que diferencia o homem dos animais. No entanto, seu entendimento de Linguagem é um pouco mais amplo, pois considera comunicação também os gestos e o que é comunicado nas alterações da voz humana. Pensando desta forma, Rousseau percebe que os animais também desenvolvem gestos e produzem sons diferentes, dessa forma, também podendo comunicar-se. Então o que pode diferir mesmo os homens dos animais? O sentimento, pois o homem é o único ser que pode transmitir e expressar o sentimento. Para Rousseau, o fato de o homem poder expressar sentimentos através de sua fala caracterizava a sua liberdade e que a Linguagem é peça chave para o convívio social dos homens. 1.4. Período Contemporâneo (1789-dias atuais) O Período Contemporâneo iniciou-se em 1789 no advento da Revolução Francesa e dura até os dias de hoje. Esse tem sido um período de grandes transformações no mundo. Vimos a Revolução Industrial, o início e desenvolvimento do Capitalismo, o nascimento da democracia em vários governos, a expansão e a separação de vários territórios, a independência de vários países que eram colônias, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a globalização do mundo. Também vimos grandes avanços na ciência, na medicina, e, principalmente, na tecnologia. Esse tem sido um período riquíssimo no campo do conhecimento e tivemos nomes ilustres em vários campos de estudos. Entre os grandes nomes da Filosofia Contemporânea, pode- se citar Hegel, Schopenhauer, Kierkegaard, Comte, Marx, Nietzsche, Sartre e Foucault.
  • 12. 12 No campo da Filosofia da Linguagem, destacam-se Gottlob Frege, Bertrand Russell, Ludwig Wittgenstein e Noam Chomsky. 1.4.1. Gottlob Frege e a Teoria do Sentido e da Referência Friedrich Ludwig Gottlob Frege (1873-1925) contribuiu muito para a Filosofia Analítica, mas não chega a ser considerado um filósofo analítico, como Russell e Wittgenstein, por não seguir o método de análise de proposições. No entanto, contribuiu muito com questões relacionadas à Lógica e à Linguagem. Frege defendia a necessidade de construção de uma linguagem lógica que expressasse de forma clara a estrutura do pensamento e a importância de se distinguir sentido e referência na constituição do significado linguístico. Sua Teoria da Linguagem é chamada de Teoria da Referência e parte do princípio de que as expressões da linguagem possuem determinados valores, mas não atribui estes valores ao significado das expressões e sim à contribuição que tais expressões dão ao valor de verdade da proposição que ocorrem. O ponto crucial, a partir de seu ponto de vista, é entender qual a referência das expressões e como estas referências contribuem para o valor de verdade da proposição. Frege desenvolveu sua Teoria da Referência meio que por acaso quando estava trabalhando em questões matemáticas e lógicas. Para analisar a Linguagem ele desenvolveu dois enigmas, que aparecem em uma de suas obras mais significativas Sobre o Sentido e a Referência. Nesse estudo, ele considerou dois enigmas sobre a Linguagem e percebeu, em cada caso, que não havia maneiras de justificar o significado ou comportamento lógico de certas frases simplesmente baseando-se nas denotações dos termos (seus nomes e descrições) em uma frase. Um dos enigmas, chamado de Enigma do Nome, baseou-se em identificar afirmações e o outro, chamado de Enigma dos Relatórios de Atitude Proposicional, baseou-se em frases com orações subordinadas. Para solucionar os enigmas, Frege sugeriu que os termos de uma língua têm sentido e denotação, isto é, são necessárias, pelo menos, duas relações semânticas para explicar o significado ou sentido dos termos de uma língua. Para
  • 13. 13 Frege, o sentido de uma proposição pode mudar se a referência mudar. Sua teoria ainda continua bastante atual e é bastante discutida. 1.4.2. Bertrand Russell e a Teoria das Descrições Bertrand Arthur William Russel (1872-1970), foi um filósofo e matemático britânico que seguia a vertente da Filosofia Analítica, fruto do Positivismo Lógico e da Filosofia da Linguagem. O método filosófico de Russell tinha como ponto principal criar e testar hipóteses a partir da avaliação das evidências, por isso era importante para ele enfatizar o método científico na Filosofia. Seu método exigia análises rigorosas de proposições problemáticas através da lógica e ele acreditava que era através da lógica que os filósofos seriam capazes de compreender alguns aspectos da Linguagem natural. Uma afirmação que tivesse uma forma lógica ajudaria a resolver vários problemas de referência associados à ambiguidade e à vaguidade da Linguagem. Seu estudo da Linguagem sempre foi intrinsecamente conectado ao estudo da Lógica e da Matemática e era, de certa forma, uma versão melhorada ou questionadora da Teoria de Frege. Em sua obra Introdução à Filosofia Matemática, Russel afirma “que muitos lógicos foram levados a erros por falta do aparato das funções proposicionais” (Russell, 1919). Segundo ele: Uma função proposicional, de fato, é uma expressão que contém um ou mais constituintes indeterminados, tais que, quando se atribui valores a esses constituintes a expressão se torna uma proposição. Em outras palavras é uma função cujos valores são proposições. (Russell 1919). Enquanto Frege levava em consideração apenas os nomes e os predicados para que se encontrassem os sentidos das proposições, Russell levava em consideração outros constituintes de uma proposição, como os objetos, as propriedades, as relações e as funções. O ponto de vista de Russell é mais geral quanto aos tipos de coisas que constituem as proposições e não é construído sobre determinados tipos de expressões, tais como nomes próprios ou predicados, e sim, numa noção geral sobre a estrutura das proposições expressas pelas sentenças.
  • 14. 14 1.4.3. Ludwig Wittgenstein e o Tractatus Logico-philosophicus Ludwig Wittgenstein (1889-1951) foi um filósofo de grande importância no campo da Filosofia da Linguagem. Seu livro Tractatus Logico-philosophicus é considerado um dos livros mais densos e de difícil leitura da Filosofia Contemporânea, embora seja condensado em apenas cerca de setenta páginas. Neste livro, Wittgenstein escreveu sua célebre frase: “os limites de minha linguagem são os limites de meu mundo”, influenciado pelo modo de pensar de Immanuel Kant em relação aos limites do nosso conhecimento. Enquanto Kant tentava definir os limites da razão, Wittgenstein ocupou- se em tentar definir e explicar os limites da Linguagem e, consequentemente, do pensamento. Wittgenstein foi seguidor de Russell, que influenciou muito seu trabalho. Quanto Wittgenstein fala de “limites de linguagem” e “limites de mundo”, ele expressa que essas duas coisas devem estar intimamente relacionadas e que o que não se pode dizer não pode corresponder à realidade. Para ele, tanto a Linguagem quanto o Mundo devem apresentar certa estrutura, ou seja, devem ser organizados de uma forma lógica e que a Linguagem deveria corresponder ao mundo. A Linguagem, para Wittgenstein deve servir para descrever a realidade e nada deve existir fora da Linguagem, portanto a Linguagem deve compreender um conjunto de proposições que descrevem a realidade. Segundo Wittgenstein, Linguagem e Pensamento são a mesma coisa e ele acreditava que o pensamento possuiria uma estrutura lógica subjacente, cujo entendimento mostraria os limites do que se pode dizer clara e significativamente. Essa linha de raciocínio, de que possuímos uma estrutura lógica da Linguagem e sem a qual não poderíamos fazer sentido do mundo em que vivemos, também seria retomada décadas depois por Noam Chomsky, quando desenvolveu a Teoria Gerativa da Linguagem. 1.4.4. Noam Chomsky e a Teoria Gerativa da Linguagem Noam Chomsky (1928- ), filósofo da Ética e linguista, defende o conceito de que a Linguagem é inata ao ser humano e que todos nós nascemos com um instinto cognitivo de gerar a Linguagem, por isso sua Teoria é chamada de Gerativa. É como se
  • 15. 15 todos nós nascêssemos com uma gramática mental e fossemos capazes de gerar a Linguagem, mesmo sem qualquer conhecimento formal. No entanto, segundo Chomsky, há uma fase na vida do ser humano em que a Linguagem Inativa para de desenvolver-se e o ser humano precisa estudar a sua língua para desenvolvê-la. Porém, ele defende que se não tivéssemos esse pré-conhecimento, a gramática gerativa, não poderíamos aprender ou desenvolver nossa Linguagem, mesmo com estudos aprofundados. Segundo a Teoria de Chomsky, as crianças nascem com certo dispositivo, chamado de Dispositivo de Aquisição da Linguagem (DAL), que seria acionado por input, através da fala dos adultos ao seu redor. Para Chomsky, os seres humanos vão aprender a se comunicar de forma instintiva, ajustando a sua gramática interna através de tentativa e erro, até que consigam se comunicar de forma que faça sentido e de maneira que sua fala tenha uma estrutura lógica. Por ser uma gramática interna que vai se aperfeiçoando ao longo do desenvolvimento do ser humano, ela deve funcionar em qualquer idioma, sendo assim, uma Gramática Universal. Nas palavras de Chomsky, citação no livro O Instinto da Linguagem, de Steven Pinker: À primeira vista, esta proposta parece absurda, fosse apenas pela grande variedade de línguas humanas. Mas, considerando-se a questão mais de perto, essas dúvidas desaparecem. Mesmo conhecendo muito pouco sobre os universais linguísticos, podemos ter certeza de que a possível variedade de línguas é bem limitada... A língua que cada pessoa adquire é uma construção rica e complexa que não se justifica pelos parcos e fragmentados dados disponíveis [para a criança]. No entanto, os membros de uma comunidade linguística desenvolvem essencialmente a mesma língua. Esse fato só encontra explicação na hipótese de que esses indivíduos empreguem princípios altamente restritivos, que dirigem a construção da gramática. 2. Outras áreas importantes do estudo da Linguagem É seguro dizer que a Filosofia da Linguagem é o campo mais antigo dos estudos da Linguagem. Ao longo da história temos visto outras formas de se estudar esse mesmo objeto: a Linguagem, que é tão rica e tão cheia de nuances e de sutilidades que
  • 16. 16 é preciso vários campos do conhecimento para esmiuçá-la e compreendê-la, assim como compreender como a Linguagem é formada, quais os processos pelos quais ela passa, como usamos a Linguagem para obtermos o queremos, entre tantas outras coisas. Entre os vários campos de estudos da Linguagem estão: a Gramática, a Semântica, a Pragmática, a Linguística, a Neurolinguística, a Psicolinguística, a Literatura, a Fonética, a Fonologia, a Morfologia, a Sintaxe, a Filologia, a Terminologia, a Lexicologia, a Análise do Discurso, entre algumas outras áreas. Falar de Linguagem é algo difícil, pois a Linguagem é uma fonte inesgotável de problematizações, de indagações, de questionamentos e de estudos. Cada área estuda uma parte pequena de um aspecto da Linguagem, por exemplo: a Gramática foca na estrutura de uma Língua; a Neurolinguística estuda os processos neurológicos que ocorrem em relação à Linguagem e problemas referentes a produção da mesma; a Filologia estuda e cataloga línguas antigas; a Análise do Discurso estuda as nuances e as entrelinhas nas falas e nos textos das pessoas. Todas estas áreas trazem luz a importantes detalhes de tudo que constitui a Linguagem e nos auxiliam a compreender a importância dela para nós e para o mundo em que vivemos, assim como compreender vários fenômenos referentes à produção, à recepção e ao entendimento da Linguagem. Como o foco do trabalho é a Filosofia da Linguagem, estas áreas não foram tão profundamente exploradas no presente trabalho. Conclusão Não foi sempre que a Linguagem foi considerada um campo específico da Filosofia. Nos primórdios da Grécia Antiga, a Linguagem foi estudada junto à questão da existência em si e por muitas vezes foi diretamente ligada à Filosofia do Conhecimento e a Filosofia da Lógica. Ao longo da história, pensou-se a Linguagem, sua função e seu funcionamento de diferentes formas, de acordo com o mundo em que tais pensadores viviam e o tipo de conhecimento que possuíam. Foi interessante
  • 17. 17 perceber como vários pensadores usavam o conhecimento sobre Linguagem de outro pensador para pautar seus estudos e para tentar, de certa forma, aperfeiçoar este conhecimento. Como a Linguagem é uma fonte infinita de questionamentos e possibilidades, a pesquisa revelou que é necessária a busca por outras áreas que pudessem tratar de diferentes aspectos da Linguagem e que o entendimento sobre a Linguagem foi por muitas vezes cíclico e repetitivo e assim continuará sendo, pois a Filosofia não traz respostas fechadas e a Linguagem é uma fonte inesgotável.
  • 18. 18 Title: Philosophy of Language: A historical walk through different Theories of Language Abstract: This article aims to analise the historical and philosophical periods with emphasis on the Philosophy of Language. The methodology is based on studies regarding the Ancient Age, the Middle Age, the Modern Age and the Contemporary Age and the Language Philosophers from each time, such as Plato, Aristotle, Boethius, William of Ockham, Hobbes, Rousseau, Frege, Wittgenstein, among others. The research is superficially complemented by studies of other Language areas, such as Linguistics and Semantics. Very important books from different periods were analised with the objective of having a view regarding the understanding about Language in different periods of History. The studies, as it is expected in Philosophy, raised a plethora of questions concerning Language and its use and they revealed that Language is usually studied as a phenomenon of the thought and it has been directly connected to the Philosophy of Knowledge and the Philosophy of Logic. The research also showed that the understanding about Language has been cyclic and that many philosophers used previous theories to solve some pending problems and tried to improve those theories. Keywords: Philosophy. Language. Theories of Language. Knowlegde. Logic.
  • 19. 19 Referências Bibliográficas: COSERIU, Eugenio. Lições de lingüística geral. 1ª Ed., Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1980. CHOMSKY, Noam. Linguagem e Mente. 3ª Ed., São Paulo: Unesp, 2010. FREGE, Gottlob. Lógica e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Cultrix/ Editora da Universidade de São Paulo, 1978. _______. Sobre o Sentido e a Refêrencia. In. Lógica e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Cultrix, 1996. GREEN, Keith. Bertrand Russell: Language and Linguistic Theory. EPUB eBook, 2007. HOBBES, Thomas. Leviathan, 1968. cap. 4, p. 100. LOCKE, John. An Essay Concerning Humane Understanding Volume 1MDCXC, Based on the 2nd Edition, Books 1 and 2. Amazon Kindle Edition. NÉF, Frederic. A Linguagem: uma abordagem filosófica. Tradução: Lucy Magalhães.1ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 1995. OCKHAM, Guilherme de. Seleção de textos. São Paulo, Abril Cultural, 1973. _______. Summa Logicae. Disponível em: http://www.logicmuseum.com/wiki/Authors/Ockham/Summa_Logicae , acessado em 01/08/16. PLATÃO. Crátilo: Diálogo sobre a Justeza dos Nomes. Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora, 1994 (tradução do grego Pe. Dias Palmeira). PINKER, Steven. O instinto da linguagem: Como a mente cria a linguagem. 1ª Ed. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda, 2004.
  • 20. 20 REIN, Andrew. Frege and Natural Language. 1ª Ed. Cambridge: Cambridge University Press. 1985. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Ensaios sobre a origem das línguas. 2ª Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978. RUSSELL, Bertrand (1919) Introdução à filosofia matemática. Tradução: Maria Luiz X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2007. STRATHERN, Paul. Bertrand Russel em 90 Minutos. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2003. WITTGENSTEIN, Ludwig. Tractatus Logico-philosophicus. Tradução: Luiz H. Lopes dos Santos, São Paulo: Edusp, 1993.