4. ● Os sites de redes sociais tornaram-se, indiscutivelmente, um ambiente central
de comunicação e sociabilidade durante a última década;
● A comunicação digital, sobretudo através dos sites de redes sociais, exacerbou
o papel dos afetos na comunicação, transformando o par formado por fãs e
haters nas figuras emblemáticas da atualidade;
● Compartilhamento de conteúdos relativos ao gosto pessoal cada vez mais
disseminados em redes sociais digitais.
Nas redes sociais digitais
5. Performance de gosto.“ Dimensão processual e coletiva que envolve a expressão valorativa dos afetos. Ou seja, a
forma como expressamos nosso amor pelos objetos socioculturais” (PEREIRA DE SÁ, 2014).
práticas. sensações. objetos. comportamentos.
6. A noção de performance de gosto visa restabelecer a natureza performativa da atividade do
gosto, em vez de torná-la meramente um hábito. Quando alguém diz que ama opera ou rock –
e o que alguém gosta, como e porque gosta – já é uma maneira de gostar mais desse gênero do
que de outro. Música é um evento e uma ocorrência, o que significa que ela é perpetuamente
transformada por qualquer contato com o seu próprio público, do qual ela inevitavelmente
depende. Gostar não significa aprovar a identidade social de alguém, rotulando alguém para
caber em um único papel, observar um rito ou passivamente ler as propriedades “contidas” em
um produto como as melhores. O gosto é uma performance: ele atua, engaja, transforma e é
sentido (HENNION, 2005, p. 133 apud AMARAL, 2014, p. 3).
7. Fãs.“Intérpretes ativos dos materiais da cultura pop, reivindicando a necessidade de análises que
aprofundem seu papel como produtores de práticas e narrativas eficazes para ganhar visibilidade no
disputado cenário de excesso informacional da contemporaneidade” (PEREIRA DE SÁ, 2016).
8. Códigos culturais.“Conjunto de características que nos ajudam na compreensão de um determinado tipo de
cultura, tem a ver com comportamentos, linguagens, imagens, formas de entender a vida, ou
seja, um conjunto de valores e estereótipos, relacionado a um lugar ou povo.
É algo amplo, por isso nem tão fácil de dar uma definição simples. Os códigos culturais
contribuem muito na análise de comportamento, pois são parte dela, entre eles o
comportamento de consumo, estendendo-se aos movimentos do mercado”.
10. Ativismo/mobilização.“A mesma energia que mobiliza um coletivo de fãs da Lady Gaga ou Harry Potter, por
exemplo, a consumir os produtos culturais ligados aos seus ídolos; ou um grupo de haters a
deflagrar guerra ao mesmo produto, também pode ser mobilizada para causas sociais. Além
disto, fãs e haters são ativos, críticos, têm alta capacidade de mobilização e pressão em torno
de suas causas; e produzem e compartilham leituras divergentes das mensagens hegemônicas,
a partir de uma ampla comunidade interpretativa empenhada em atividades de criação
coletiva na forma de fanzines, fanfics, paródias, memes, etc.” (PEREIRA DE SÁ, 2016).
11. Disputas simbólicas.“Pelo espaço das redes é uma disputa de diferentes identidades e grupos sociais em suas
demarcações de “territórios” através de estratégias de linguagens características. Nesse
contexto, há uma ressignificação das práticas comunicacionais dentro e fora da própria
internet em um fluxo de reconfigurações que só pode ser apreendido enquanto fenômeno a
partir da diversidade cultural e de suas ressonâncias nas sociabilidades envolvidas nas ruas”
(AMARAL, online).
12. “Mar de camisas pretas”: camisas de bandas
como mediadoras de sentidos e experiências na
cena do heavy metal (POLIVANOV; SILVA,
2015).
As camisas de bandas de rock, mais especificamente do
subgênero do heavy metal, consistem em um meio de
interpretação e transmissão dos códigos culturais
desta cena musical. Este item de vestuário não só
constrói cotidianamente sentidos, mas também
reproduz significados simbólicos e regras de
sociabilidade entre headbangers, como são usualmente
chamados os fãs do subgênero. As camisas de bandas,
além de criarem distinções de gostos musicais, podem
revelar os processos sociais e culturais do metal.
Atividade - investigação do gosto
13. Bibliografia
https://pt.slideshare.net/adriamaral/performance-de-gosto-nos-sites-de-redes-sociais
Esses roquero não curte: performance de gosto e fãs de música no Unidos Contra o Rock do Facebook
“De Westeros no #vemprarua à shippagem do beijo gay na TV brasileira”. Ativismo de fãs: conceitos, resistências e práticas na
cultura digital brasileira
Somos Todos Fãs e Haters? Cultura Pop, Afetos e Performance de Gosto nos Sites de Redes Sociais
Se vc gosta de Madonna também vai gostar de Britney! Ou não? Gêneros, gostos e disputa simbólica nos Sistemas de
Recomendação Musical
DJ Jesus Luz?! Controvérsias, capital subcultural e performance de gosto em uma cena de música eletrônica
”Mar de camisas pretas”: camisas de bandas como mediadoras de sentidos e experiências na cena do heavy metal
HENNION, Antoine. Gustos Musicales: de una sociologia de la mediacion a una pragmática del gusto. Comunicar – Revista
Científica de Educomunicacion, v. 17, n. 34, p. 25-33, 2010.
______. Music Lovers. Taste as performance. Theory, Culture & Society, v. 18, n. 5, dez. 2007.
JENKINS, H. - . Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.
_______. Fans, bloggers and gamers: exploring participatory culture. USA: New York University Press, 2006.