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“Prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não...”
(2Tm 4:2)
CURSO INTRODUTÓRIO
DE PREGAÇÃO E ESTUDO BÍBLICO
NOVO ANGELIM
2010
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 02
- COMO FAZER UM SERMÃO -
I - Conceituação da Homilética 02
II - A Importância da Homilética 02
III - Objetivo da Homilética 03
IV - Vantagens e Desvantagens da Homilética 03
V- A Importância do Pregador 03
VI - O Pregador e sua Apresentação no Púlpito 03
VII - Cuidados na Vida do Pregador 04
VIII - A Importância do Conhecimento 04
IX - Disciplina na Vida do Pregador 05
X- O Texto 05
XI - Familiarização com o Livro 05
XII - Análise do Texto 05
XIII - A Interpretação do Texto 06
XIV- Abordagem Múltipla do texto 06
XV - Classificação do Sermão quanto a Estrutura 07
Sermão Temático 07
Sermão Textual 08
Sermão Expositivo 08
XVI - Partes do Sermão 08
Introdução 08
Elucidação 09
Tema 09
Divisões 10
Conclusão 10
Ilustrações 11
- COMO FAZER UM ESTUDO BÍBLICO -
I. Problema 12
II. Objetivo 13
III. Tema 13
IV. Lições/ Tópicos 14
V. Metodologia/ Recursos 14
VI. Aplicação 15
VII. Conclusão 15
CONCLUSÃO 15
APÊNDICE: Sugestão de pequena biblioteca ao Professor e
Pregador
16
2
INTRODUÇÃO
Diante da dificuldade existente em muitas igrejas de encontrar
pessoas capazes de ensinar a Palavra do Senhor, seja por meio de
pregação ou de Estudo Bíblico, sentimos a necessidade de apresentar,
mesmo que de modo introdutório, algumas técnicas que ajudarão os
membros interessados a produzirem um sermão e um Estudo Bíblico.
Evidentemente não pretendemos formar “grandes pregadores”,
mas ensinadores que de modo simples, porém fiel, possam transmitir
os ensinos das Escrituras. O que vamos ensinar aqui será apenas a
“ponta de um enorme iceberg” que os alunos terão que desvendar com
o passar do tempo. Por ser um curso introdutório, cabe aos alunos
procurarem por si só desenvolverem suas habilidades e aumentarem
seus conhecimentos, capacitando-se cada vez mais, visto que as
regras de homilética que mostraremos aqui não são de forma alguma
uma lista exaustiva. E quanto à produção de um Estudo Bíblico, com
certeza ainda há muito que falar a respeito da produção, aplicação,
linguagem, métodos.
Primeiramente iremos ensinar como produzir um sermão, e
depois de dominada as técnicas, passar ao aprendizado sobre o
Estudo bíblico. Nosso desejo é que todos saiam inteirados das
técnicas a fim de poderem edificar os demais irmãos na Palavra do
Senhor, lembrando-se sempre: 1-Domínio de técnica não é capacidade
espiritual; 2- Ensinar a palavra antes que um motivo de orgulho, é uma
grande oportunidade de servir; 3- Ensinar constitui-se uma grande
responsabilidade!
Deus abençoe vocês!
- COMO FAZER UM SERMÃO -
I - Conceituação de Homilética
A homilética é a ciência que se ocupa com a pregação cristã e,
de modo particular com a prédica proferida no culto, no seio da
comunidade reunida. O termo vem da palavra grega HE HOMILIA. O
verbo homilein significa “relacionar-se, conversar”. HE HOMILIA
designa, no NT, o estar juntos, o relacionar-se. Nos primeiros séculos
da era cristã, o termo passa a ser usado para denominar a prédica. Daí
deriva a expressão homilética. A homilética faz parte da Teologia
Prática. Sua tarefa não se limita a princípios teóricos, mas concentra-
se grandemente no treinamento prático.
A homilética nasceu quando os pregadores cristãos começaram
a estruturar suas mensagens, seguindo as técnicas da retórica grega e
da oratória romana. Tem-se perguntado se a homilética é uma arte,
uma técnica ou uma ciência. A homilética é uma ciência, quando
considerada sob o ponto de vista de seus fundamentos teóricos
(históricos, psicológicos e sociais); é uma arte quando considerada em
seus aspectos estéticos (a beleza do conteúdo e da forma); e é uma
técnica, quando considerada pelo modo específico de sua execução ou
ensino.
Álvaro Magalhães, no seu Dicionário Enciclopédico Brasileiro,
define homilética como: “Arte de bem falar; parte da retórica que trata
da eloqüência sacra”. Mas, segundo renomados teólogos evangélicos,
homilética “é a arte de pregar sermões”; e para o Pr. Dalton Teixeira a
homilética “é a ciência teológica que tem como objetivo preparar os
servos de Deus para melhor transmitir a mensagem do evangelho
(Deus), tanto aos pecadores quanto aos crentes”.
II - A Importância da Homilética
Muitos acham que não precisam de se preparar para ser um
bom pregador do Evangelho, outros acham que é perda de tempo
estudar esta matéria, porque já lêem a Bíblia e oram, e por isso não
precisam desse preparo. Ao contrário disso, a homilética é importante
sim, porque dará ao aluno condições de conhecer as técnicas da
3
pregação, de como conduzir uma mensagem sem se perder, como se
comportar diante do povo para quem irá pregar, dá condições para
saber como se comunicar melhor, cuidar-se para não dizer heresias,
etc.
III - Objetivo da Homilética
O objetivo de estudar homilética é levar os pregadores pelo
caminho da pregação sem embaraçá-los ou dificultar-lhes os passos,
antes tirando-lhes os obstáculos. Convém-nos evitar o erro de pensar
que a homilética seja indispensável, pois muitos pregadores tornaram-
se notáveis sem conhecê-la porque foram cheios do Espírito Santo e
com dons específicos. A homilética traz consigo muitos benefícios tais,
como: Clareza das idéias, lógica na ordem dos pensamentos, melhor
inter-relação dos argumentos com o assunto central, orientação ao
pregador a respeito de sua apresentação pessoal, controle do tempo,
etc.
IV - Vantagens e Desvantagens da Homilética
Vantagens:
1. Direciona o pregador em sua apresentação;
2. Mostra a necessidade de autocrítica, para não ser criticado
(1Co 11:31);
3. Concede maior possibilidade de ser entendido pelos ouvintes;
4. Dá maior facilidade em preparar mensagens, e compreender as
mensagens ouvidas por ele.
Desvantagens:
1. Se acomodar, não buscando o Senhor na preparação da
mensagem. Temos que lembrar que a homilética é a arte, não a
fonte do sermão;
2. A mensagem precisa passar primeiro pelo coração do
pregador. Evitar pregar algo que não cremos, ou não estamos
dispostos a praticar;
3. A técnica deve ser olhada sempre como um meio para se
chegar a um objetivo. Não supervalorize a técnica desprezando
a mensagem;
4. Evite o orgulho por saber utilizar as técnicas (1Co 10:17-18);
5. Você pode tornar-se um crítico de sermões, e esquecer-se de
ser um ouvinte com sede da Palavra.
V - A Importância do Pregador
1. É o responsável por representar Deus aqui na terra, falando em
nome de Deus (2Co 5:18-20). É necessário responsabilidade
para entender a Palavra que irá transmitir;
2. É responsável por aplicar as verdades bíblicas aos ouvintes. É
necessário discernimento, iluminação e conhecimento de
mundo para poder aplicá-la onde é necessário;
3. O pregador deve ser o primeiro a praticar o que prega (Fp 4:9).
O povo deve perceber o valor da mensagem já na vida do
pregador.
VI - O Pregador e sua Apresentação no Púlpito
Não é porque estou pregando com a autoridade das Escrituras
Sagradas que eu posso me apresentar como quiser.
Lembre-se de que a primeira impressão é a que fica. Os
ouvintes geralmente ficam “atentos” ao pregador. Toda atenção está
voltada para ele, que observado é dos pés a cabeça. E muitas vezes
até procurando uma falha que possa cometer antes da pregação!
Seu comportamento, imagem e exemplo são atributos
influentes na transmissão da mensagem como um todo. Devemos
considerar que, quando existe uma indisposição do ouvinte para com o
mensageiro, maior será sua resistência ao conteúdo da mensagem.
Devo me comportar observando os seguintes princípios:
1. Boa aparência (observando os ouvintes aos quais me dirijo. Ex:
pregar de paletó aos índios ou aos surfistas! Devo seguir a boa
aparência segundo a maioria, não segundo minha opinião). Não
4
existe uma forma correta de se apresentar. Esteja de acordo
com local e ocasião;
2. Tomar cuidado com os gestos que faz durante a mensagem
para não passar uma informação indesejada aos ouvintes. Da
mesma forma devo prestar atenção às expressões faciais.
É muito importante que o orador saiba como comportar-se em
um púlpito. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar sua
exposição;
3. Preocupar-se com as palavras usadas (evitar gírias, palavras
incompreensíveis, ou palavras que podem ser mal entendidas);
4. Não se desculpe por alguma falha com relação a preparação do
sermão;
5. Não leve problemas pessoais ao púlpito;
6. Não fixe o olhar em alguém dentre os ouvintes, pois poderá
achar que você o está acusando de algum pecado;
7. Evite as más manias no púlpito (mexer no nariz, coçar o ouvido,
etc);
8. Procure copiar os acertos dos bons pregadores, mas não perca
sua personalidade. Seja original na arte da pregação!;
9. Procure obter algumas informações de seu público alvo, isto
poderá ser útil (Como são os membros da igreja que visita?
Quais são as características da denominação? Qual é o horário
de início e término do culto? Situação social do público
ouvinte...);
10. Não demonstrar rigidez e nervosismo;
11. Evitar as leituras prolongadas;
12. Fazer uma segunda auto-apresentação;
13. Manter a mão no bolso ou na cintura o tempo todo;
14. Molhar o dedo na língua para virar as páginas da bíblia;
15. Limpar as narinas, exibir lenços sujos, arrumar o cabelo ou a
roupa;
16. Usar roupas extravagantes;
17. Usar esboços de outros pregadores, principalmente sem fonte;
18. Contar gracejos, anedotas ou usar vocabulário vulgar;
19. Não fazer a leitura do texto;
20. Evitar desculpas, você começa derrotado (não confundir com
humildade);
21. Chegar atrasado;
22. Evite abordar questões teológicas muito complexas;
23. Não peça que a congregação faça algo que não esteja de
acordo com os preceitos;
24. Procure estar dentro dos padrões da denominação;
OBS: A) Caso não concorde com alguns aspectos, não aceite o
convite.
B) Doutrina e mudanças cabem ao pastor da igreja
VII - Cuidados na Vida do Pregador
1. Não viver o que prega (1Co 9:27);
2. Não pregar o que acha, ou o que quer; sem contudo ter base
bíblica (1Tm 4:2-4; 2Co 11:4; Gl 1:6-9);
3. Não pregar sermão de carapuça. Para isto serve a repreensão
pessoal (Gl 6:1).
VIII - A Importância do Conhecimento
Tanto a preparação quanto a exposição são enriquecidas com o
grau de conhecimento do pregador. Os conhecimentos não são a
principal razão de um sermão, mas são de muita importância para o
sermão. Não devemos esquecer que o sermão deve ser “aplicável”.
Ou seja, deve sugerir mudança na vida do indivíduo. Se alguém não
possui muito conhecimento de mundo, é bem possível que seu sermão
termine por ser mero princípio abstrato.
O pregador não somente deve ter conhecimento geral, mas
principalmente conhecimento bíblico/ teológico. Todo pregador deve
adotar um sistema de estudo, para seu maior aproveitamento no
ministério da Palavra. Quanto mais conhecimento da Palavra e
doutrina, maior será sua facilidade em construir sermões, facilidade em
pregar sobre uma variedade maior de temas, e mais profundidade
teológica terá seu sermão. Não podemos ser pregadores que “só
entregam leite ao público.” Assim, a primeira e grande obrigação do
pregador é a leitura constante não somente de material teológico, mas
também de cultura geral.
5
IX - Disciplina na Vida do Pregador
A homilética exige uma disciplina constante de estudos, busca,
preparo e oração.O pregador deve criar uma disciplina não apenas de
estudos mas de observação, visto que ele deve estar em sintonia com
as verdadeiras e atuais necessidades do público a quem ele prega.
1. Disciplina da Leitura Bíblica - O pregador deve ler
constantemente a Palavra de Deus. Um pregador que não lê a
Bíblia, tornar-se raso, sem profundidade e de assuntos
esgotados;
2. Disciplina de Estudos - Ter à mão material de apoio tais como:
Manual Bíblico, Comentários Bíblicos, Chave Bíblica, Atlas
Bíblicos, Dicionário Bíblico, etc;
3. Disciplina na Preparação Acadêmica - Chamamos preparação
acadêmica os conhecimentos ou ao menos a noção de
Teologia Bíblica, Teologia Sistemática, História da Igreja,
Hermenêutica, etc;
4. Disciplina na Oração - A oração é um elemento indispensável
para a pregação;
A disciplina nestas coisas não deve ser exercida apenas às
vésperas de uma mensagem, mas sim, fazer disto uma prática para
estar sempre pronto e preparado.
X - O Texto
Regras negativas quanto a escolha de um Texto:
1. Não use textos de autenticidade duvidosa (aqueles entre
colchetes - Mc 16; Jo 8; 1Jo 5: 7-8; etc);
2. Não use textos obscuros ou controvertidos;
3. Não evite um texto só porque é muito conhecido.
Regras positivas quanto a escolha de um texto:
1. Escolha um texto que lhe falou ao coração;
2. Descubra o parágrafo do texto;
3. Procure seguir o calendário cristão (páscoa, natal, dia da
Bíblia...);
4. Tenha em mente as necessidades dos ouvintes;
5. Use textos de todos os livros da Bíblia (ou seja, não evite usar
determinados livros);
XI - Familiarização com o Livro
1. Autoria
2. Data
3. Destinatário
4. Tema (do livro)
XII - Análise do Texto
1. Leia o texto em várias versões;
2. Leia o texto várias vezes;
3. Reproduza o texto com suas próprias palavras sem olhar na
Bíblia para verificar se realmente entendeu o conteúdo do texto
4. Observe o contexto imediato (versículos anteriores e
posteriores ao texto escolhido) e o contexto remoto (todo o
conteúdo do livro, propósito do livro, circunstâncias históricas,
data, etc);
5. Verifique a forma literária do texto (história, parábola, milagre,
profecia, doutrina, etc);
6. Determine o significado exato de cada palavra-chave utilizada
pelo autor;
7. Anote peculiaridades do texto (palavras repetidas, contrastes,
conclusões, perguntas, etc);
8. Pesquise as circunstâncias históricas e culturais (época, país,
povo, costume, tradição, etc);
9. Verifique qual o assunto principal e mais importante do texto;
10. Faça uma análise do texto: Onde? Quem? O que? Por que?;
11. Pergunte-se sempre qual foi a intenção do autor ao escrever o
texto;
12. Resuma com a seguinte frase: “O assunto mais importante
deste texto é...”.
6
1- Prestar atenção nas palavras do texto pára saber qual a função dela
no conteúdo.
Ex: „Portanto‟- está concluindo um pensamento (Mt 5:48)
„Porque‟- está explicando um argumento (Mt 6:8)
„Porém‟- está expressando contraste, diferença entre coisas (Mt
5:39)
2- Fazer perguntas que obtenham o máximo de informações do texto:
1. O quê? (quais as verdades que o texto quer passar?);
2. Quem? (autor da escrita ou do fato histórico em questão);
3. Para quem? (quem é o público alvo do ensinamento:Igreja; só
os homens; ímpios; presbíteros,etc);
4. Por quê? (a causa de se dizer esta verdade que está no texto;
porque temos que cumpri-la);
5. Quando? (quando devemos agir desta forma que o texto fala?);
6. O texto tem alguma promessa? Para quem é a promessa?;
7. O texto é um cumprimento de profecia? Esta profecia foi dada
onde? Quando? Para quem?;
8. Tem ordens no texto? Ordem da lei moral com expressão
cultural? (Ex: Jo 13:14);
9. Procure textos em outros lugares na Bíblia que confirmem esta
ordem ou verdade do texto que você está utilizando;
10. Olhar textos paralelos, vendo as diferenças nas
informações.(Ex: Mt 8:23-27, Mc 4:35-41, Lc 8:22-25; At 9:1-9;
At 22:4-11, At 26:9-18; 1Rs 15:9-24, 2Cr14:1-8, 15:16-16:14);
11. Prestar atenção nos tempos verbais do texto;
12. Ver o significado dos substantivos e verbos para ter certeza de
que entendeu corretamente o texto;
13. Tomar cuidado para não pensar que determinada palavra
usada pelo autor bíblico tem o mesmo significado usado por
nós hoje;
XIII - A Interpretação do Texto
1- O texto e o seu fundo histórico:
1. O autor e sua situação histórica;
2. Os destinatários e o seu meio ambiente;
3. Descubra a ocasião e o propósito do escrito (livro ou carta);
4. Conhecer as condições geográficas, políticas, sociais e
econômicas da época.
2- O texto e sua análise:
1. Conhecer o sentido das palavras;
2. Conhecer a relação entre as palavras;
3. Recrie se possível a vivência da passagem;
4. É preciso examinar as passagens paralelas.
3- O texto e suas verdades:
1. Quando fizer a leitura do texto, tente escrever a verdade central
de forma clara e concisa;
2. Faça uma lista das verdades enumeradas no texto;
3. Aplique estas verdades às necessidades dos ouvintes
(só aplique aquilo que for doutrina; nunca aplique aquilo que só
foi falado, mas não foi ordenado!).
OBS: Nunca dê ao texto o sentido que ele não tem; não diga nada
além do que o texto diz. Resumindo, fale o que o texto revela; nem
mais, nem menos!
XIV - Abordagem múltipla do texto
Este recurso singelo tem sido iluminador na experiência
homilética de muitos jovens ministros, como também de ministros mais
velhos. Aborde a passagem primeiro do ponto de vista do leitor, para
notar a mensagem ou as lições óbvias. Depois aborde a passagem do
ponto de vista de cada pessoa ou grupo de pessoas envolvidas no
texto, incluindo-se Deus, Cristo e o Espírito Santo.O que a passagem
7
revela acerca de cada qual? O que cada um diz, ou faz, ou pensa, ou
tenciona, ou aprende, ou descobre, ou experimenta?
Pregadores que, após preparar um sermão sobre uma dada
passagem, achavam que tinham esgotado as suas possibilidades
homiléticas, puderam, com relativa facilidade, encontrar vários outros
esboços na mesma passagem, por meio da "abordagem múltipla".
As seguintes abordagens do capítulo de (At 7) são sugeridas
como possíveis abordagens múltiplas deste texto:
Do ponto de vista de Estevão:
Ele levava as marcas de uma boa testemunha de Jesus Cristo:
I - Ele Conhecia o Seu Senhor;
II - Ele Dava Testemunho do Seu Senhor;
III - Ele Imitava o Seu Senhor (particularmente na hora da morte).
Do ponto de vista dos que apedrejaram Estevão:
Pessoas que têm uma forma da piedade podem ser culpadas de graves
pecados, continuando os pecados de seus pais:
I - Quebrando a Lei de Deus (v.53);
II - Resistindo ao Espírito de Deus (v.51);
III - Rejeitando o Filho de Deus (v. 52).
Do ponto de vista de Israel, incluindo-se os seus antepassados:
Negligenciar as oportunidades espirituais pode levar a abandonar a
Deus, em três estágios:
I - Indiferença a Sua Bondade (libertações por meio de José, Moisés,
Josué, não resultaram em fé);
II - Provocação dos seus Líderes (Moisés e os Profetas);
III - Rejeição do Seu Filho.
Do ponto de vista de Deus:
Obstáculos que a graça de Deus tinha que vencer ao trazer salvação
ao Seu povo:
I - Fome na Terra da Promessa;
II - Escravidão na Terra do Refúgio;
III - Morte dos líderes de Deus;
IV - Infidelidade do Povo de Deus,
XV - Classificação do Sermão quanto a Estrutura
1. Sermão Temático
2. Sermão Textual
3. Sermão Expositivo
1- Sermão Temático (ou tópico)
É aquele cuja divisão extraída do tema. Toda a argumentação
está amarrada em um tema, divide-se o tema e não o texto, o que
permite a utilização de vários textos bíblicos. A divisão deriva-se do
tema ou assunto apresentado e é independente do texto bíblico
escolhido. No sentido técnico, o sermão temático é aquele que deve
sua estrutura e sobretudo divisões ao desenvolvimento da verdade que
está em volta do tema.
Esboço de sermão temático:
Tema: “A paz que só Deus pode dar” (Rm 2:10)
1 – Ilumina nosso caminho (Lucas 1:79)
2 – Liberta a nossa mente de pensamento perturbador (João 14:27)
3 – Retira sentimento de medo (João 20:19 e 20)
4 – .Salva (João 3:16)
Repare que cada tópico (divisão) apresenta uma característica
da “Paz” proposta pelo tema, mas, para cada ponto há um texto
diferente, ou seja, a base do sermão é a “Paz de Jesus” que é
abordada em diversos textos bíblicos. O sermão temático exige do
pregador mais cultura geral e teológica, criatividade, estilo apurado,
contudo, o sermão temático conserva melhor a unidade.
8
2- Sermão Textual
É aquele cuja divisão é tirada do texto. Este tipo de sermão
pode ser classificado em três modalidades:
2.1- Sermão Textual Natural
As divisões são formadas pelas próprias declarações do texto
como se acham na bíblia (1Pe 2:9; Rm 12:12; 1Co 13:13).
2.2- Sermão Textual Analítico
Baseia-se em perguntas feitas ao texto (Onde? Como? Quê?
Quem? Por quê? Para quê?).As divisões são feitas na forma
interrogativa. As respostas são dadas pelo texto (At 16:30-31)
2.3- Sermão Textual por Inferência
As expressões textuais são sintetizadas em, um termo que
encerre o conteúdo ou o sentido implícito do texto (Mt 5:43-48).
3- Sermão Expositivo
É aquele que se ocupa principalmente da exegese ou
exposição completa de um texto das Escrituras. Ele explora os
argumentos principais da exegese, e faz uma exposição completa de
um trecho mais ou menos curto. O sermão expositivo é uma análise
pormenorizada e lógica do texto sagrado. Este tipo do sermão requer
do pregador bastante conhecimento teológico e hermenêutico.
O sermão expositivo é o método mais difícil, apreciado pelos
que se dedicam à leitura e ao estudo diário e contínuo da bíblia. Ele
contempla a análise de línguas, interpretação do texto, pesquisa
arqueológica, e histórica, bem como, comparação de textos.
XVI - Partes do Sermão
Qualquer explicação requer organização, ordenação, lógica e
clareza. Sendo o sermão uma explicação da palavra e vontade de
Deus, esse deve ser didático. A prática de pregações através dos
tempos levou os estudiosos do assunto a relacionarem alguns
elementos básicos que devem estar presentes nos sermões, dando a
eles uma estrutura que facilita o desenvolvimento da mensagem.
Esses elementos, texto, tema, introdução, divisões, e conclusão. Estas
são as partes que compõem sermão. São imprescindíveis pois
norteiam a linha de pensamento do pregador facilitando ao ouvinte a
compreensão do conteúdo da mensagem. Estas partes devem ser
feitas de tal forma a colaborarem para o sermão ter UNIDADE,
ORDEM, SIMETRIA E PROGRESSÃO.
Introdução
Começar é difícil. Muitos escritores escrevem a introdução
quando terminam o livro. Alguém disse: “O pregador começou por
fazer um alicerce para um arranha-céu, mas acabou construindo
apenas um galinheiro”.
A introdução é tão importante quanto a decolagem de um avião
que, deve ser bem perfeita para um vôo estabilizado. Ela, por certo,
deve envolver o ouvinte sendo um meio de conduzi-los ao assunto que
está sendo tratado no sermão. Uma boa introdução dá ao pregador
segurança, tranqüilidade, firmeza e liberdade na pregação.
Uma introdução bem estruturada deve apresentar algumas
características como, clareza e simplicidade, deve ser um elo de
ligação com o corpo do sermão e uma ordenação de pensamentos de
forma lógica e sistematizada e, não deve prometer mais do que se
pode dar. É preciso estar atento para o tempo de duração da
introdução que, deve ser breve e proporcional ao sermão. Evitar
desculpas que possam trazer uma má impressão.
A introdução deve cativar e dar direção ao pensamento dos
ouvintes. Deve construir uma ponte empática entre o expositor e o
ouvinte. Deve convencer o ouvinte que ele deve prestar atenção à
mensagem. Deve trazer idéia central da mensagem à vista do ouvinte.
Tipos de introdução: Você pode usar um destes tipos para
iniciar um sermão:
9
1 – ILUSTRATIVA – Uso de uma ilustração na introdução. Imagine que
o assunto que será abordado seja complexo e abstrato. Então, comece
com uma ilustração que explique e esclareça o que pretende dizer.
2 – DEFINIÇÃO – Explicação detalha de um determinado conceito.
Explique para o ouvinte o que tem a dizer. Dê a ele conceitos
significados de símbolos, termos e assuntos que ele provavelmente
não conheça. Em um sermão onde o assunto é a PAZ, o pregador
explicou, na introdução, o que é a paz, seus significados no velho e
novo testamento, evolução lingüística do termo paz e a aplicação
termo hoje.
3 – INTERROGAÇÃO – Uma pergunta (deverá ser respondida no
corpo do sermão).
Para sermões onde o tema é uma pergunta é interessante que
esta seja bem explorada na introdução. Observe que, se estamos
falando sobre morte ou salvação cabe aqui uma pergunta como “Para
onde iremos nós?”, que deve levar o ouvinte a uma reflexão profunda,
e para reforçar pode-se usar o texto de Lucas 12:20 “Mas Deus lhe
disse: Insensato, esta noite te [pedirão] a tua alma; e o que tens
preparado, para quem será?” As perguntas da introdução devem ser
respondidas no corpo do sermão.
Características:
1. Deve causar interesse;
2. Breve, porém não abrupta;
3. Apropriada a ocasião, e ao sermão;
4. Cordial (mas não bajuladora);
5. Clara, sem antecipar os fatos;
6. Deve preparar os ouvintes para o recebimento da mensagem;
7. Deve levar o ouvinte a perceber que precisa ouvir a mensagem
que vai ser entregue;
8. Não comece sempre da mesma forma;
9. A introdução deve ser a última parte do sermão a ser
confeccionada.;
10. Simples. Sem arrogância, sem prometer muito.
Fontes da introdução:
1. O tema;
2. Fatos históricos
Elucidação
A segunda parte do sermão constitui a elucidação, que nada
mais é do que o pregador “localizar o ouvinte no contexto do texto”.
Lembre-se que o pregador passou várias horas, minutos, (ou até dias),
debruçado sobre o texto do sermão. O pregador sabe muito a respeito
do texto, mas o ouvinte não! Portanto, a elucidação serve para clarear
o texto ao público a fim de que ele possa entender melhor o texto
juntamente com todo o resto vai ser explanado sobre ele.
A elucidação constitui as seguintes partes:
1. Autoria do livro;
2. Data de escrita e destinatários;
3. Propósito do livro;
4. Esboço;
5. Contexto imediato.
OBS: A elucidação só existe nos tipos de sermão textual e expositivo.
Tema
O tema do sermão contém a idéia principal e o objetivo da
mensagem. Deve ser estimulante e despertar o interesse, a
curiosidade e a atenção do ouvinte. Deve ser claro, simples e preciso
bem como, oportuno e obedecer ao texto.
Para se desenvolver um bom tema o pregador precisa Ter
criatividade, hábito de leitura, visão global do sermão e ser sintético.
O tema deve preferencialmente estar na afirmativa. A frase
"Devemos honrar a Cristo obedecendo aos seus mandamentos" é
melhor do que "Não devemos desonrar a Cristo desobedecendo aos
seus mandamentos".
10
Tipos de temas:
Interrogativo: Uma pergunta, que deve ser respondida no sermão.
Ex.: Onde está teu coração? Tenho obedecido a Jesus? Tenho sido
um servo bom e fiel?
Lógico: Explicativo.
Ex.: O que o homem semear, ceifará; Quem encontra Jesus volta por
outro caminho.
Imperativos: Mandamento, uma ordem; Caracteriza-se pelo verbo no
modo imperativo.
Ex.: Enchei-vos do espírito; Não sejas incrédulo; Não adores a um
Deus morto.
Enfáticos; Realçar um aspecto específico.
Ex.: Só Jesus salva; Dois tipos de cristãos;
Características:
1. Deve ser claro;
2. Adequado ao público (relevante);
3. Original;
4. Breve;
5. Específico.
Divisões
Esta deve ser a principal parte do sermão. Aqui o pregador irá
expor idéias e pensamentos que deseja passar para os ouvintes. As
divisões não devem se desviar do tema que é a coluna do sermão, o
objetivo será finalizado e apresentado na conclusão.
O ouvinte precisa acompanhar o seu desenvolvimento. Cada
divisão deve discutir um aspecto diferente para que não haja repetição.
As frases devem ser breves e claras.
Características:
1. Deve relacionar-se com o tema;
2. Deve ser clara;
3. Cada divisão é distinta das outras;
4. Precisa possuir tempo equilibrado uma com a outra;
5. É bom que esteja em ordem progressiva de argumentação;
6. Fundamenta-se no texto;
7. Uma divisão não deve incluir matéria da outra divisão;
8. Deve-se evitar numerosas divisões em um sermão;
9. Devem ter unidade de pensamento;
10. Cada divisão deve Ter apenas uma idéia ou ensino.
Ex: Texto: (Mt 14:14-21)
Tema: Relacionando a fé com a necessidade humana
1º Divisão: O desafio da fé
2º Divisão: A obra da fé
3º A recompensa da fé
Conclusão
É o clímax da aplicação do sermão. Podem ser usadas as
seguintes expressões a fim de notificar ao ouvinte que chega a hora da
conclusão: “Para terminar!”, “Concluindo”, “Para encerrar”, “Já estamos
terminando”, “ Para concluir”.
Você já ouviu estas frases? Muitas pessoas não sabem
terminar uma conversa, ficam dando voltas ou se envolvem em outros
assuntos, sem ao menos perceber que o tempo está passando e o
ouvinte já está angustiado com a demora. Assim, muitos pregadores
não sabem ou não conseguem concluir um sermão. Isso acontece por
que estes não preparam um esboço e suas idéias estão desordenadas,
logo, não conseguem encontrar uma linha condutora da conclusão do
sermão.
Logo, uma boa conclusão deve proporcionar aos ouvintes
satisfação, no sentido de haver esclarecido completamente o objetivo
da mensagem. É preciso Ter um ponto final para que o pregador não
fique perdido. A conclusão é sinônimo de recapitulação. Ela não admite
11
novas idéias. Ela deve intimar e desafiar o povo a viver o que foi dito
no sermão.
OBS: Na conclusão não se deve pregar um segundo sermão.
Características
1. Seja objetivo;
2. Deve ser clara;
3. Deve ser breve;
4. Não deve ser improvisada;
5. Precisa recapitular as divisões ou o tema do sermão;
6. Se falar que vai concluir, conclua. Não engane os ouvintes;
7. Não acrescente matéria nova na conclusão;
8. Não se desculpe;
9. Não use anedotas no final;
10. Não faça gestos que distraiam o povo;
11. Não conclua sempre da mesma forma; use a criatividade;
12. É necessário o desafio aos ouvintes, para serem motivados a
praticarem a verdade pregada.
Variações para a conclusão:
1. Ilustração;
2. Poesia;
3. Hino;
4. Oração lida;
5. Demonstração prática da verdade.
Ilustrações
São recursos usados para o enriquecimento, e o
esclarecimento de uma mensagem, quando devidamente aplicada.
O senhor Jesus sempre tinha uma boa história para iluminar as
verdades que ensinava ao povo.
O significado do termo ilustrar é tornar claro, iluminar,
esclarecer mediante um exemplo, ajudando o ouvinte a compreender a
mensagem proclamada. O bom uso da ilustração desperta o interesse,
enriquece, convence, comove, desafia e estimula o ouvinte, valoriza e
vivifica a mensagem, além de relaxar o pregador. A ilustração não
substitui o texto bíblico apenas tem uma função psicológica e didática,
para tornar mais claro aquilo que o texto revela. Use no máximo duas
ilustrações por sermão. Toda ilustração deve ter uma aplicação.
As ilustrações devem ser simples, está correlacionada com a
mensagem, devem fornecer fatos de interesses humanos e devem ter
um ponto alto ou clímax. A ilustração é para o sermão o que são as
janelas para uma casa.
As ilustrações são como janelas que deixam a luz pra
compreensão cair sobre conceitos abstratos ajudando o ouvinte a ver a
verdade de forma concreta. Portanto, ela deve ser facilmente
entendida (independente do público que ouve: idoso, jovem,
intelectual...).
Cada divisão maior merece uma ilustração para argumentar,
iluminar, definir uma idéia. Cada idéia ou conceito abstrato como
bondade, santidade, eternidade, soberania, paz interior, merece uma
comparação para torná-lo mais lúcido ao ouvinte. O ambiente social do
ouvinte deve influenciar quanto a escolha da ilustração (lembrar de
Jesus com suas parábolas). Ilustrações devem ser narrações breves.
Quando usar estatísticas, seja fiel (e se possível atualizado) quanto as
informações.
Fontes da ilustração
1. Experiência pessoal (contanto que você não seja o herói da
ilustração;
2. Artigos (jornal, revista, livros);
3. Notícia de TV;
4. Bíblia (Os exemplos bíblicos são as melhores ilustrações);
5. Letra de uma canção;
6. Livro de ilustrações.
12
COMO FAZER UM ESTUDO BÍBLICO
I. PROBLEMA
Antes de qualquer providência com respeito à produção de um
estudo bíblico é necessário que o professor/ pregador tenha em mente
que um estudo bíblico só tem utilidade e importância aos ouvintes, se
ele diz respeito a uma determinada situação problemática. A situação
problemática é o desvio doutrinário ou ético em que os ouvintes
estejam (ou possam vir a estar) inseridos. Sendo assim, podemos
concluir que o início para a produção de um estudo se dá com a
constatação de um problema espiritual presente no cotidiano dos
ouvintes para o qual se vai expor uma solução/ resposta bíblica, ou um
problema provável de acontecer entre eles. Sem constatação de um
problema, o estudo se tornará inútil.
Neste sentido nós podemos classificar o estudo em dois tipos
possíveis: O ESTUDO DOUTRINÁRIO (É aquele que ensina pontos de
doutrina revelados nas Escrituras. Relaciona-se com o entendimento.
Diz respeito ao que o ouvinte deve crer); e o ESTUDO ÉTICO
(É aquele que ensina um determinado tipo de comportamento bíblico
ordenado nas Escrituras. Relaciona-se com o comportamento. Diz
respeito ao que o ouvinte deve fazer). Obviamente, os dois tipos de
estudo vão desembocar em uma vida mais santa e correta diante de
Deus. Entretanto, esta divisão ajuda o pregador/ professor a constatar
qual o problema a ser tratado pelo estudo (Estudo Ético). Ou a
determinar qual a verdade a ser ensinada aos ouvintes (Estudo
Doutrinário).
Como vemos, se o pregador vai produzir um Estudo
Doutrinário, sua linha de discernimento é quanto às verdades da
revelação bíblica que serão ensinadas. Se for produzir um Estudo
Ético, seu discernimento é quanto aos problemas éticos dos ouvintes.
Vejamos as diferenças de constatação dos problemas na prática.
Constatação de problemas
Agora que já sabemos da necessidade de se constatar um
problema espiritual a fim de que possamos dar uma solução bíblica
através do estudo bíblico, devemos nos voltar para a questão seguinte:
Como descobrir um problema espiritual? Como saber qual a
necessidade daquele grupo de ouvintes?
Para se descobrir qual ou quais os problemas presentes na vida
de determinado grupo de ouvintes é necessário que o professor seja
alguém “crítico”, no bom sentido da palavra; Seja alguém que tem a
sensibilidade de discernir entre o bem e o mal; Tenha uma bagagem
teológica suficiente para reconhecer um comportamento errado e
antibíblico. Além disto, quanto mais o professor conhecer os seus
ouvintes, mais fácil será descobrir os problemas presentes.
Para facilitar ainda mais a nossa constatação de problemas,
descrevemos abaixo algumas providências que poderão ajudar a
descobrir problemas presentes na vida dos ouvintes:
Constatação de problemas para um Estudo Ético
1. Quanto mais o professor/ pregador conhecer sobre o tipo de
ouvinte para quem irá falar (Ex: Se for um grupo de
adolescentes ou se é um grupo de pessoas com doentes
terminais...) maior será a chance de saber os problemas
prováveis que podem estar presentes em suas vidas;
2. Para se descobrir um problema não se deve olhar
simplesmente para um erro de comportamento espiritual, mas
para erros de doutrina também;
3. Os erros não são somente aquelas evidentes dos dez
mandamentos, mas aquelas quebras menos evidentes
(Ex: Falta de oração constante por parte dos ouvintes
adolescentes; abusos de autoridade por parte dos patrões)
4. Os problemas podem ser aqueles que os ouvintes estão
acostumados a praticar, mas nunca se preocupam em saber se
é certo ou errado (Ex: “mentiras brancas”; negligência para com
os deveres eclesiásticos do Manual Presbiteriano)
5. Quando observamos deveres e objetivos que deveriam estar
sendo alcançados e praticados por determinado grupo de
ouvintes, porém, vemos que não atingem ou não praticam, isto
é indício da presença de um problema espiritual atuante;
13
Constatação de problemas para um Estudo Doutrinário
1. Observar as afirmações que os ouvintes fazem acerca de Deus
e de Sua relação com o mundo, e com os crentes;
2. Observar o entendimento que os ouvintes tem acerca dos
ensinos bíblicos (expiação, oração, encarnação, criação...);
3. Perceber quais os assuntos que o grupo de ouvintes
geralmente têm mais dúvidas;
4. Prestar atenção em assuntos da Bíblia que não são de muito
interesse dos ouvintes, mas que não deixam de ser parte da
revelação divina a nós.
II. OBJETIVO
Tendo descoberto um problema espiritual a ser solucionado e
tratado, devemos escolher qual o objetivo que almejamos alcançar
com nosso estudo bíblico. Uma aula de estudo bíblico não deve ser
sem alvo e finalidade. Deve ter um início que pretenda “chegar em
algum lugar”. O objetivo, portanto, é o alvo que o pregador/
professor pretende que os seus ouvintes alcancem. Observe
abaixo algumas vantagens de se definir o objetivo do estudo bíblico:
1. Objetividade nas lições. O pregador/professor não fica
“enrolando” ou se “perdendo” no que está falando. Combate a
prolixidade;
2. Com o objetivo em mente evita-se a abundância de assuntos
dentro de um estudo bíblico (ex: Se o assunto é “fé”, evita-se
falar de outros temas que não estão no âmbito da lição.);
3. O objetivo vai “controlar as discussões” dentro da exposição do
estudo a fim de não se desviarem do foco em questão;
4. Com o objetivo em mente o pregador/ professor pode
especificar melhor as aplicações práticas aos ouvintes;
O objetivo de um estudo deve ser escrito de forma breve, clara
e bem definida. E nunca um estudo bíblico deve conter dois objetivos.
Abaixo nós exemplificamos alguns objetivos formulados de forma
errônea:
1. Objetivo mal definido:
 “Fazer os ouvintes saber mais sobre oração” (O que
precisamente vão aprender sobre oração? Devemos ser
mais precisos em nosso objetivo da lição);
2. Objetivo sem clareza:
 “Os ouvintes devem entender que a salvação traz tristeza”
(Este objetivo está faltando clareza, pois alguém que o leia,
terá que ler também o conteúdo das lições para poder
entender o que o autor quis dizer com a frase. Ficaria mais
claro assim = “Os ouvintes entenderão que o fiel passa, às
vezes, por momentos de tristeza, justamente por ser cristão
num mundo que é contrário ao cristianismo”.
3. Objetivos sem brevidade:
 “Os ouvintes serão capazes de identificar quais as melhores
atitudes a serem tomadas diante das situações difíceis na
vida que os atormentam.” (Para quê falar tanto para dizer
uma coisas tão simples? = As melhores atitudes diante das
situações difíceis!)
III. TEMA
Após definir o problema a ser tratado e o objetivo almejado,
chega a hora de definir qual o tema do estudo que o pregador/
professor produzirá. O tema é o assunto abordado pelo estudo.
Como bem sabemos, o tema não deve ser construído de forma
leviana, pois ele define o assunto do estudo, e chama a atenção e o
interesse dos ouvintes. Observemos os seguintes exemplos de temas
bíblicos:
14
“Como posso ser salvo?” “Entendendo o Tabernáculo do
Antigo Testamento.”
“Vencendo as tentações de
cada dia!”
“Trindade, um mistério que
precisamos aprender.”
“Provações... um desafio à fé!” “Os decretos eternos de
Deus.”
“Namorar ou ficar? Qual a
resposta cristã?”
“A necessidade da expiação
de Cristo.”
O tema deve ser produzido seguindo as seguintes orientações:
 Deve ser claro;
 Deve causar interesse;
 Deve ser objetivo;
IV. LIÇÕES/ TÓPICOS
As lições do estudo bíblico são as verdades bíblicas que
devem ser aprendidas pelos ouvintes. Elas devem ser bem
produzidas. Nelas o autor está fundamentando biblicamente seu
ensino a respeito do tema em questão. Um conteúdo mal
fundamentado é uma verdade preste a ser duvidada, ou não aceita. Se
não escrevemos bem as lições/ tópicos, todo o estudo vai por água a
baixo! O objetivo não vai ser alcançado. É claro que digo isto, não
descrendo que Deus pode fazer alguém ser edificado até com um
estudo com má fundamentação! Mas sim, por que é dever do
pregador/ professor fazer bem feito o seu trabalho, e não ficar
esperando o milagre de Deus na vida dos ouvintes. O poder de Deus
não anula nossa responsabilidade de fazer um estudo bem
fundamentado e claro ao entendimento dos ouvintes. Vejamos as
características que as lições/ tópicos devem possuir:
 O conteúdo deve ser claro ao entendimento dos ouvintes;
 Quanto mais textos bíblicos o pregador/ professor apresentar
para fundamentar as lições/ tópicos, maior a possibilidade de
acreditarem no que o mestre ensina;
 A argumentação (ou exposição) deve ser bem explicada a fim
de ser entendida. Não adianta objetividade sem a explicação
necessária (Ex: “os sacrifícios tipificavam a obra de Cristo” –
mas o que isto significa? O que o povo tinha que entender
exatamente nestes sacrifícios? Cristo cumpriu cada detalhe
presente nestes sacrifícios que o tipificavam?);
Um estudo bíblico não deve possuir muitas lições/ tópicos sob a
pena de não conseguir segurar a atenção dos ouvintes, e não
conseguir fazê-los guardar todas as verdades ensinadas no estudo.
V. METODOLOGIA/ RECURSOS
Quando pensamos em ensinar por meio de um estudo bíblico
devemos estar atentos para o modo como o fazemos. Metodologia diz
respeito ao modo como apresentaremos o conteúdo do estudo
bíblico. Até agora temos visto como produzir o estudo, porém,
devemos atentar também para a metodologia a ser utilizada pelo
pregador/ professor.
Se o pregador/ professor tiver um bom discernimento para
descobrir a problema espiritual dos ouvintes, tiver talento para escrever
um bom tema para o estudo, possuir uma capacidade extraordinária
para fundamentar as lições, contudo, falhar na hora de apresentar tudo
isto... pode ser que tenha tinha um trabalho em vão! Portanto, muita
atenção e valorização devem ser dadas a este aspecto do estudo
bíblico.
Abaixo temos uma pequena lista de possíveis metodologias de ensino:
 Discurso;
 Flanelógrafo;
 Datashow;
 Retroprojetor;
 Quadro branco (negro);
 Discussão em grupo (debates);
 Filme;
 Música;
 Análise de texto;
 Perguntas e respostas.
15
VI. APLICAÇÃO
Chegamos finalmente à hora da aplicação. Depois de ter ouvido
o conteúdo das lições/ tópicos, os ouvintes devem entender para que
eles servem. Podemos definir a aplicação como sendo a
explicação de como aquelas verdades podem ser vivenciadas
pelos ouvintes no dia a dia da vida.
A aplicação não pode ser argumentativa (dizendo “o que”, e o
“por que” de uma verdade), mas pode ser afirmativa (declarando o que
os ouvintes devem fazer a respeito daquelas lições) ou interrogativa
(fazendo o ouvinte refletir no que tem feito e como tem agido em
relação àquelas verdades).
O segredo das aplicações é que elas devem ser o mais prática
e menos teórica possível, pois o ouvinte muitas vezes não sabe
discernir como mudar sua prática devido às verdades que ele ouviu.
De igual modo muitos ouvintes não refletem interiormente nas
implicações das verdades ouvidas, precisam que o pregador/ professor
as diga claramente. No estudo bíblico é bom ter pelo menos uma
aplicação para cada lição/ tópico.
VII. CONCLUSÃO
Na conclusão o pregador/ professor relembra aos ouvintes as
lições aprendidas no estudo, orienta a guardá-las no coração, e os
desafia a praticá-las. A conclusão não deve ser uma repetição das
argumentações, e nem pode ser longa.
CONCLUSÃO
É nosso desejo que após o término deste pequeno curso
introdutório os alunos possam se dedicar cada vez mais à obra de
pregar a Palavra de Deus. Não atentando para as dificuldades que se
apresentarão no caminho, mas suplicando a Deus que lhe capacite
cada vez mais, e lhe dê oportunidade de se aperfeiçoar neste trabalho
árduo, porém, prazeroso.
É certo que durante o tempo em que estiverem ensinando se
depararão com alguns “espinhos” que estão presentes na vida de
muitos pregadores/ ensinadores da palavra de Deus como: Falta de
atenção dos ouvintes, tentação de se ensinar a própria opinião ao
invés do que a Bíblia diz, receber críticas às vezes destrutivas, tornar-
se crítico dos estudos e sermões dos outros ao invés de procurar ser
edificado... Mas o desafio continua presente, e o pregador/ professor
não deve desanimar.
Quanto ao mais, busquemos sempre a capacitação do Espírito
para a produção e explanação dos estudos e sermões, e não
esqueçamos do que nos diz o apóstolo Paulo quanto ao ministério dos
despenseiros da Palavra de Deus:
“Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros
é que cada um deles seja encontrado fiel.”
(1Cor 4:2)
16
APÊNDICE
Sugestão de pequena biblioteca ao Professor e Pregador
1. Dicionário Bíblico;
2. Concordância Bíblica;
3. Teologia Bíblica do NT/ AT;
4. Teologia Sistemática;
5. Hermenêutica Bíblica;
6. Oratória/ Comunicação;
7. Várias traduções da Bíblia (NVI; Bíblia Tradução na Linguagem
de Hoje; Almeida Corrigida).

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Curso de pregação e estudo bíblico

  • 1. “Prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não...” (2Tm 4:2) CURSO INTRODUTÓRIO DE PREGAÇÃO E ESTUDO BÍBLICO NOVO ANGELIM 2010 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 02 - COMO FAZER UM SERMÃO - I - Conceituação da Homilética 02 II - A Importância da Homilética 02 III - Objetivo da Homilética 03 IV - Vantagens e Desvantagens da Homilética 03 V- A Importância do Pregador 03 VI - O Pregador e sua Apresentação no Púlpito 03 VII - Cuidados na Vida do Pregador 04 VIII - A Importância do Conhecimento 04 IX - Disciplina na Vida do Pregador 05 X- O Texto 05 XI - Familiarização com o Livro 05 XII - Análise do Texto 05 XIII - A Interpretação do Texto 06 XIV- Abordagem Múltipla do texto 06 XV - Classificação do Sermão quanto a Estrutura 07 Sermão Temático 07 Sermão Textual 08 Sermão Expositivo 08 XVI - Partes do Sermão 08 Introdução 08 Elucidação 09 Tema 09 Divisões 10 Conclusão 10 Ilustrações 11 - COMO FAZER UM ESTUDO BÍBLICO - I. Problema 12 II. Objetivo 13 III. Tema 13 IV. Lições/ Tópicos 14 V. Metodologia/ Recursos 14 VI. Aplicação 15 VII. Conclusão 15 CONCLUSÃO 15 APÊNDICE: Sugestão de pequena biblioteca ao Professor e Pregador 16
  • 2. 2 INTRODUÇÃO Diante da dificuldade existente em muitas igrejas de encontrar pessoas capazes de ensinar a Palavra do Senhor, seja por meio de pregação ou de Estudo Bíblico, sentimos a necessidade de apresentar, mesmo que de modo introdutório, algumas técnicas que ajudarão os membros interessados a produzirem um sermão e um Estudo Bíblico. Evidentemente não pretendemos formar “grandes pregadores”, mas ensinadores que de modo simples, porém fiel, possam transmitir os ensinos das Escrituras. O que vamos ensinar aqui será apenas a “ponta de um enorme iceberg” que os alunos terão que desvendar com o passar do tempo. Por ser um curso introdutório, cabe aos alunos procurarem por si só desenvolverem suas habilidades e aumentarem seus conhecimentos, capacitando-se cada vez mais, visto que as regras de homilética que mostraremos aqui não são de forma alguma uma lista exaustiva. E quanto à produção de um Estudo Bíblico, com certeza ainda há muito que falar a respeito da produção, aplicação, linguagem, métodos. Primeiramente iremos ensinar como produzir um sermão, e depois de dominada as técnicas, passar ao aprendizado sobre o Estudo bíblico. Nosso desejo é que todos saiam inteirados das técnicas a fim de poderem edificar os demais irmãos na Palavra do Senhor, lembrando-se sempre: 1-Domínio de técnica não é capacidade espiritual; 2- Ensinar a palavra antes que um motivo de orgulho, é uma grande oportunidade de servir; 3- Ensinar constitui-se uma grande responsabilidade! Deus abençoe vocês! - COMO FAZER UM SERMÃO - I - Conceituação de Homilética A homilética é a ciência que se ocupa com a pregação cristã e, de modo particular com a prédica proferida no culto, no seio da comunidade reunida. O termo vem da palavra grega HE HOMILIA. O verbo homilein significa “relacionar-se, conversar”. HE HOMILIA designa, no NT, o estar juntos, o relacionar-se. Nos primeiros séculos da era cristã, o termo passa a ser usado para denominar a prédica. Daí deriva a expressão homilética. A homilética faz parte da Teologia Prática. Sua tarefa não se limita a princípios teóricos, mas concentra- se grandemente no treinamento prático. A homilética nasceu quando os pregadores cristãos começaram a estruturar suas mensagens, seguindo as técnicas da retórica grega e da oratória romana. Tem-se perguntado se a homilética é uma arte, uma técnica ou uma ciência. A homilética é uma ciência, quando considerada sob o ponto de vista de seus fundamentos teóricos (históricos, psicológicos e sociais); é uma arte quando considerada em seus aspectos estéticos (a beleza do conteúdo e da forma); e é uma técnica, quando considerada pelo modo específico de sua execução ou ensino. Álvaro Magalhães, no seu Dicionário Enciclopédico Brasileiro, define homilética como: “Arte de bem falar; parte da retórica que trata da eloqüência sacra”. Mas, segundo renomados teólogos evangélicos, homilética “é a arte de pregar sermões”; e para o Pr. Dalton Teixeira a homilética “é a ciência teológica que tem como objetivo preparar os servos de Deus para melhor transmitir a mensagem do evangelho (Deus), tanto aos pecadores quanto aos crentes”. II - A Importância da Homilética Muitos acham que não precisam de se preparar para ser um bom pregador do Evangelho, outros acham que é perda de tempo estudar esta matéria, porque já lêem a Bíblia e oram, e por isso não precisam desse preparo. Ao contrário disso, a homilética é importante sim, porque dará ao aluno condições de conhecer as técnicas da
  • 3. 3 pregação, de como conduzir uma mensagem sem se perder, como se comportar diante do povo para quem irá pregar, dá condições para saber como se comunicar melhor, cuidar-se para não dizer heresias, etc. III - Objetivo da Homilética O objetivo de estudar homilética é levar os pregadores pelo caminho da pregação sem embaraçá-los ou dificultar-lhes os passos, antes tirando-lhes os obstáculos. Convém-nos evitar o erro de pensar que a homilética seja indispensável, pois muitos pregadores tornaram- se notáveis sem conhecê-la porque foram cheios do Espírito Santo e com dons específicos. A homilética traz consigo muitos benefícios tais, como: Clareza das idéias, lógica na ordem dos pensamentos, melhor inter-relação dos argumentos com o assunto central, orientação ao pregador a respeito de sua apresentação pessoal, controle do tempo, etc. IV - Vantagens e Desvantagens da Homilética Vantagens: 1. Direciona o pregador em sua apresentação; 2. Mostra a necessidade de autocrítica, para não ser criticado (1Co 11:31); 3. Concede maior possibilidade de ser entendido pelos ouvintes; 4. Dá maior facilidade em preparar mensagens, e compreender as mensagens ouvidas por ele. Desvantagens: 1. Se acomodar, não buscando o Senhor na preparação da mensagem. Temos que lembrar que a homilética é a arte, não a fonte do sermão; 2. A mensagem precisa passar primeiro pelo coração do pregador. Evitar pregar algo que não cremos, ou não estamos dispostos a praticar; 3. A técnica deve ser olhada sempre como um meio para se chegar a um objetivo. Não supervalorize a técnica desprezando a mensagem; 4. Evite o orgulho por saber utilizar as técnicas (1Co 10:17-18); 5. Você pode tornar-se um crítico de sermões, e esquecer-se de ser um ouvinte com sede da Palavra. V - A Importância do Pregador 1. É o responsável por representar Deus aqui na terra, falando em nome de Deus (2Co 5:18-20). É necessário responsabilidade para entender a Palavra que irá transmitir; 2. É responsável por aplicar as verdades bíblicas aos ouvintes. É necessário discernimento, iluminação e conhecimento de mundo para poder aplicá-la onde é necessário; 3. O pregador deve ser o primeiro a praticar o que prega (Fp 4:9). O povo deve perceber o valor da mensagem já na vida do pregador. VI - O Pregador e sua Apresentação no Púlpito Não é porque estou pregando com a autoridade das Escrituras Sagradas que eu posso me apresentar como quiser. Lembre-se de que a primeira impressão é a que fica. Os ouvintes geralmente ficam “atentos” ao pregador. Toda atenção está voltada para ele, que observado é dos pés a cabeça. E muitas vezes até procurando uma falha que possa cometer antes da pregação! Seu comportamento, imagem e exemplo são atributos influentes na transmissão da mensagem como um todo. Devemos considerar que, quando existe uma indisposição do ouvinte para com o mensageiro, maior será sua resistência ao conteúdo da mensagem. Devo me comportar observando os seguintes princípios: 1. Boa aparência (observando os ouvintes aos quais me dirijo. Ex: pregar de paletó aos índios ou aos surfistas! Devo seguir a boa aparência segundo a maioria, não segundo minha opinião). Não
  • 4. 4 existe uma forma correta de se apresentar. Esteja de acordo com local e ocasião; 2. Tomar cuidado com os gestos que faz durante a mensagem para não passar uma informação indesejada aos ouvintes. Da mesma forma devo prestar atenção às expressões faciais. É muito importante que o orador saiba como comportar-se em um púlpito. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar sua exposição; 3. Preocupar-se com as palavras usadas (evitar gírias, palavras incompreensíveis, ou palavras que podem ser mal entendidas); 4. Não se desculpe por alguma falha com relação a preparação do sermão; 5. Não leve problemas pessoais ao púlpito; 6. Não fixe o olhar em alguém dentre os ouvintes, pois poderá achar que você o está acusando de algum pecado; 7. Evite as más manias no púlpito (mexer no nariz, coçar o ouvido, etc); 8. Procure copiar os acertos dos bons pregadores, mas não perca sua personalidade. Seja original na arte da pregação!; 9. Procure obter algumas informações de seu público alvo, isto poderá ser útil (Como são os membros da igreja que visita? Quais são as características da denominação? Qual é o horário de início e término do culto? Situação social do público ouvinte...); 10. Não demonstrar rigidez e nervosismo; 11. Evitar as leituras prolongadas; 12. Fazer uma segunda auto-apresentação; 13. Manter a mão no bolso ou na cintura o tempo todo; 14. Molhar o dedo na língua para virar as páginas da bíblia; 15. Limpar as narinas, exibir lenços sujos, arrumar o cabelo ou a roupa; 16. Usar roupas extravagantes; 17. Usar esboços de outros pregadores, principalmente sem fonte; 18. Contar gracejos, anedotas ou usar vocabulário vulgar; 19. Não fazer a leitura do texto; 20. Evitar desculpas, você começa derrotado (não confundir com humildade); 21. Chegar atrasado; 22. Evite abordar questões teológicas muito complexas; 23. Não peça que a congregação faça algo que não esteja de acordo com os preceitos; 24. Procure estar dentro dos padrões da denominação; OBS: A) Caso não concorde com alguns aspectos, não aceite o convite. B) Doutrina e mudanças cabem ao pastor da igreja VII - Cuidados na Vida do Pregador 1. Não viver o que prega (1Co 9:27); 2. Não pregar o que acha, ou o que quer; sem contudo ter base bíblica (1Tm 4:2-4; 2Co 11:4; Gl 1:6-9); 3. Não pregar sermão de carapuça. Para isto serve a repreensão pessoal (Gl 6:1). VIII - A Importância do Conhecimento Tanto a preparação quanto a exposição são enriquecidas com o grau de conhecimento do pregador. Os conhecimentos não são a principal razão de um sermão, mas são de muita importância para o sermão. Não devemos esquecer que o sermão deve ser “aplicável”. Ou seja, deve sugerir mudança na vida do indivíduo. Se alguém não possui muito conhecimento de mundo, é bem possível que seu sermão termine por ser mero princípio abstrato. O pregador não somente deve ter conhecimento geral, mas principalmente conhecimento bíblico/ teológico. Todo pregador deve adotar um sistema de estudo, para seu maior aproveitamento no ministério da Palavra. Quanto mais conhecimento da Palavra e doutrina, maior será sua facilidade em construir sermões, facilidade em pregar sobre uma variedade maior de temas, e mais profundidade teológica terá seu sermão. Não podemos ser pregadores que “só entregam leite ao público.” Assim, a primeira e grande obrigação do pregador é a leitura constante não somente de material teológico, mas também de cultura geral.
  • 5. 5 IX - Disciplina na Vida do Pregador A homilética exige uma disciplina constante de estudos, busca, preparo e oração.O pregador deve criar uma disciplina não apenas de estudos mas de observação, visto que ele deve estar em sintonia com as verdadeiras e atuais necessidades do público a quem ele prega. 1. Disciplina da Leitura Bíblica - O pregador deve ler constantemente a Palavra de Deus. Um pregador que não lê a Bíblia, tornar-se raso, sem profundidade e de assuntos esgotados; 2. Disciplina de Estudos - Ter à mão material de apoio tais como: Manual Bíblico, Comentários Bíblicos, Chave Bíblica, Atlas Bíblicos, Dicionário Bíblico, etc; 3. Disciplina na Preparação Acadêmica - Chamamos preparação acadêmica os conhecimentos ou ao menos a noção de Teologia Bíblica, Teologia Sistemática, História da Igreja, Hermenêutica, etc; 4. Disciplina na Oração - A oração é um elemento indispensável para a pregação; A disciplina nestas coisas não deve ser exercida apenas às vésperas de uma mensagem, mas sim, fazer disto uma prática para estar sempre pronto e preparado. X - O Texto Regras negativas quanto a escolha de um Texto: 1. Não use textos de autenticidade duvidosa (aqueles entre colchetes - Mc 16; Jo 8; 1Jo 5: 7-8; etc); 2. Não use textos obscuros ou controvertidos; 3. Não evite um texto só porque é muito conhecido. Regras positivas quanto a escolha de um texto: 1. Escolha um texto que lhe falou ao coração; 2. Descubra o parágrafo do texto; 3. Procure seguir o calendário cristão (páscoa, natal, dia da Bíblia...); 4. Tenha em mente as necessidades dos ouvintes; 5. Use textos de todos os livros da Bíblia (ou seja, não evite usar determinados livros); XI - Familiarização com o Livro 1. Autoria 2. Data 3. Destinatário 4. Tema (do livro) XII - Análise do Texto 1. Leia o texto em várias versões; 2. Leia o texto várias vezes; 3. Reproduza o texto com suas próprias palavras sem olhar na Bíblia para verificar se realmente entendeu o conteúdo do texto 4. Observe o contexto imediato (versículos anteriores e posteriores ao texto escolhido) e o contexto remoto (todo o conteúdo do livro, propósito do livro, circunstâncias históricas, data, etc); 5. Verifique a forma literária do texto (história, parábola, milagre, profecia, doutrina, etc); 6. Determine o significado exato de cada palavra-chave utilizada pelo autor; 7. Anote peculiaridades do texto (palavras repetidas, contrastes, conclusões, perguntas, etc); 8. Pesquise as circunstâncias históricas e culturais (época, país, povo, costume, tradição, etc); 9. Verifique qual o assunto principal e mais importante do texto; 10. Faça uma análise do texto: Onde? Quem? O que? Por que?; 11. Pergunte-se sempre qual foi a intenção do autor ao escrever o texto; 12. Resuma com a seguinte frase: “O assunto mais importante deste texto é...”.
  • 6. 6 1- Prestar atenção nas palavras do texto pára saber qual a função dela no conteúdo. Ex: „Portanto‟- está concluindo um pensamento (Mt 5:48) „Porque‟- está explicando um argumento (Mt 6:8) „Porém‟- está expressando contraste, diferença entre coisas (Mt 5:39) 2- Fazer perguntas que obtenham o máximo de informações do texto: 1. O quê? (quais as verdades que o texto quer passar?); 2. Quem? (autor da escrita ou do fato histórico em questão); 3. Para quem? (quem é o público alvo do ensinamento:Igreja; só os homens; ímpios; presbíteros,etc); 4. Por quê? (a causa de se dizer esta verdade que está no texto; porque temos que cumpri-la); 5. Quando? (quando devemos agir desta forma que o texto fala?); 6. O texto tem alguma promessa? Para quem é a promessa?; 7. O texto é um cumprimento de profecia? Esta profecia foi dada onde? Quando? Para quem?; 8. Tem ordens no texto? Ordem da lei moral com expressão cultural? (Ex: Jo 13:14); 9. Procure textos em outros lugares na Bíblia que confirmem esta ordem ou verdade do texto que você está utilizando; 10. Olhar textos paralelos, vendo as diferenças nas informações.(Ex: Mt 8:23-27, Mc 4:35-41, Lc 8:22-25; At 9:1-9; At 22:4-11, At 26:9-18; 1Rs 15:9-24, 2Cr14:1-8, 15:16-16:14); 11. Prestar atenção nos tempos verbais do texto; 12. Ver o significado dos substantivos e verbos para ter certeza de que entendeu corretamente o texto; 13. Tomar cuidado para não pensar que determinada palavra usada pelo autor bíblico tem o mesmo significado usado por nós hoje; XIII - A Interpretação do Texto 1- O texto e o seu fundo histórico: 1. O autor e sua situação histórica; 2. Os destinatários e o seu meio ambiente; 3. Descubra a ocasião e o propósito do escrito (livro ou carta); 4. Conhecer as condições geográficas, políticas, sociais e econômicas da época. 2- O texto e sua análise: 1. Conhecer o sentido das palavras; 2. Conhecer a relação entre as palavras; 3. Recrie se possível a vivência da passagem; 4. É preciso examinar as passagens paralelas. 3- O texto e suas verdades: 1. Quando fizer a leitura do texto, tente escrever a verdade central de forma clara e concisa; 2. Faça uma lista das verdades enumeradas no texto; 3. Aplique estas verdades às necessidades dos ouvintes (só aplique aquilo que for doutrina; nunca aplique aquilo que só foi falado, mas não foi ordenado!). OBS: Nunca dê ao texto o sentido que ele não tem; não diga nada além do que o texto diz. Resumindo, fale o que o texto revela; nem mais, nem menos! XIV - Abordagem múltipla do texto Este recurso singelo tem sido iluminador na experiência homilética de muitos jovens ministros, como também de ministros mais velhos. Aborde a passagem primeiro do ponto de vista do leitor, para notar a mensagem ou as lições óbvias. Depois aborde a passagem do ponto de vista de cada pessoa ou grupo de pessoas envolvidas no texto, incluindo-se Deus, Cristo e o Espírito Santo.O que a passagem
  • 7. 7 revela acerca de cada qual? O que cada um diz, ou faz, ou pensa, ou tenciona, ou aprende, ou descobre, ou experimenta? Pregadores que, após preparar um sermão sobre uma dada passagem, achavam que tinham esgotado as suas possibilidades homiléticas, puderam, com relativa facilidade, encontrar vários outros esboços na mesma passagem, por meio da "abordagem múltipla". As seguintes abordagens do capítulo de (At 7) são sugeridas como possíveis abordagens múltiplas deste texto: Do ponto de vista de Estevão: Ele levava as marcas de uma boa testemunha de Jesus Cristo: I - Ele Conhecia o Seu Senhor; II - Ele Dava Testemunho do Seu Senhor; III - Ele Imitava o Seu Senhor (particularmente na hora da morte). Do ponto de vista dos que apedrejaram Estevão: Pessoas que têm uma forma da piedade podem ser culpadas de graves pecados, continuando os pecados de seus pais: I - Quebrando a Lei de Deus (v.53); II - Resistindo ao Espírito de Deus (v.51); III - Rejeitando o Filho de Deus (v. 52). Do ponto de vista de Israel, incluindo-se os seus antepassados: Negligenciar as oportunidades espirituais pode levar a abandonar a Deus, em três estágios: I - Indiferença a Sua Bondade (libertações por meio de José, Moisés, Josué, não resultaram em fé); II - Provocação dos seus Líderes (Moisés e os Profetas); III - Rejeição do Seu Filho. Do ponto de vista de Deus: Obstáculos que a graça de Deus tinha que vencer ao trazer salvação ao Seu povo: I - Fome na Terra da Promessa; II - Escravidão na Terra do Refúgio; III - Morte dos líderes de Deus; IV - Infidelidade do Povo de Deus, XV - Classificação do Sermão quanto a Estrutura 1. Sermão Temático 2. Sermão Textual 3. Sermão Expositivo 1- Sermão Temático (ou tópico) É aquele cuja divisão extraída do tema. Toda a argumentação está amarrada em um tema, divide-se o tema e não o texto, o que permite a utilização de vários textos bíblicos. A divisão deriva-se do tema ou assunto apresentado e é independente do texto bíblico escolhido. No sentido técnico, o sermão temático é aquele que deve sua estrutura e sobretudo divisões ao desenvolvimento da verdade que está em volta do tema. Esboço de sermão temático: Tema: “A paz que só Deus pode dar” (Rm 2:10) 1 – Ilumina nosso caminho (Lucas 1:79) 2 – Liberta a nossa mente de pensamento perturbador (João 14:27) 3 – Retira sentimento de medo (João 20:19 e 20) 4 – .Salva (João 3:16) Repare que cada tópico (divisão) apresenta uma característica da “Paz” proposta pelo tema, mas, para cada ponto há um texto diferente, ou seja, a base do sermão é a “Paz de Jesus” que é abordada em diversos textos bíblicos. O sermão temático exige do pregador mais cultura geral e teológica, criatividade, estilo apurado, contudo, o sermão temático conserva melhor a unidade.
  • 8. 8 2- Sermão Textual É aquele cuja divisão é tirada do texto. Este tipo de sermão pode ser classificado em três modalidades: 2.1- Sermão Textual Natural As divisões são formadas pelas próprias declarações do texto como se acham na bíblia (1Pe 2:9; Rm 12:12; 1Co 13:13). 2.2- Sermão Textual Analítico Baseia-se em perguntas feitas ao texto (Onde? Como? Quê? Quem? Por quê? Para quê?).As divisões são feitas na forma interrogativa. As respostas são dadas pelo texto (At 16:30-31) 2.3- Sermão Textual por Inferência As expressões textuais são sintetizadas em, um termo que encerre o conteúdo ou o sentido implícito do texto (Mt 5:43-48). 3- Sermão Expositivo É aquele que se ocupa principalmente da exegese ou exposição completa de um texto das Escrituras. Ele explora os argumentos principais da exegese, e faz uma exposição completa de um trecho mais ou menos curto. O sermão expositivo é uma análise pormenorizada e lógica do texto sagrado. Este tipo do sermão requer do pregador bastante conhecimento teológico e hermenêutico. O sermão expositivo é o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam à leitura e ao estudo diário e contínuo da bíblia. Ele contempla a análise de línguas, interpretação do texto, pesquisa arqueológica, e histórica, bem como, comparação de textos. XVI - Partes do Sermão Qualquer explicação requer organização, ordenação, lógica e clareza. Sendo o sermão uma explicação da palavra e vontade de Deus, esse deve ser didático. A prática de pregações através dos tempos levou os estudiosos do assunto a relacionarem alguns elementos básicos que devem estar presentes nos sermões, dando a eles uma estrutura que facilita o desenvolvimento da mensagem. Esses elementos, texto, tema, introdução, divisões, e conclusão. Estas são as partes que compõem sermão. São imprescindíveis pois norteiam a linha de pensamento do pregador facilitando ao ouvinte a compreensão do conteúdo da mensagem. Estas partes devem ser feitas de tal forma a colaborarem para o sermão ter UNIDADE, ORDEM, SIMETRIA E PROGRESSÃO. Introdução Começar é difícil. Muitos escritores escrevem a introdução quando terminam o livro. Alguém disse: “O pregador começou por fazer um alicerce para um arranha-céu, mas acabou construindo apenas um galinheiro”. A introdução é tão importante quanto a decolagem de um avião que, deve ser bem perfeita para um vôo estabilizado. Ela, por certo, deve envolver o ouvinte sendo um meio de conduzi-los ao assunto que está sendo tratado no sermão. Uma boa introdução dá ao pregador segurança, tranqüilidade, firmeza e liberdade na pregação. Uma introdução bem estruturada deve apresentar algumas características como, clareza e simplicidade, deve ser um elo de ligação com o corpo do sermão e uma ordenação de pensamentos de forma lógica e sistematizada e, não deve prometer mais do que se pode dar. É preciso estar atento para o tempo de duração da introdução que, deve ser breve e proporcional ao sermão. Evitar desculpas que possam trazer uma má impressão. A introdução deve cativar e dar direção ao pensamento dos ouvintes. Deve construir uma ponte empática entre o expositor e o ouvinte. Deve convencer o ouvinte que ele deve prestar atenção à mensagem. Deve trazer idéia central da mensagem à vista do ouvinte. Tipos de introdução: Você pode usar um destes tipos para iniciar um sermão:
  • 9. 9 1 – ILUSTRATIVA – Uso de uma ilustração na introdução. Imagine que o assunto que será abordado seja complexo e abstrato. Então, comece com uma ilustração que explique e esclareça o que pretende dizer. 2 – DEFINIÇÃO – Explicação detalha de um determinado conceito. Explique para o ouvinte o que tem a dizer. Dê a ele conceitos significados de símbolos, termos e assuntos que ele provavelmente não conheça. Em um sermão onde o assunto é a PAZ, o pregador explicou, na introdução, o que é a paz, seus significados no velho e novo testamento, evolução lingüística do termo paz e a aplicação termo hoje. 3 – INTERROGAÇÃO – Uma pergunta (deverá ser respondida no corpo do sermão). Para sermões onde o tema é uma pergunta é interessante que esta seja bem explorada na introdução. Observe que, se estamos falando sobre morte ou salvação cabe aqui uma pergunta como “Para onde iremos nós?”, que deve levar o ouvinte a uma reflexão profunda, e para reforçar pode-se usar o texto de Lucas 12:20 “Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te [pedirão] a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” As perguntas da introdução devem ser respondidas no corpo do sermão. Características: 1. Deve causar interesse; 2. Breve, porém não abrupta; 3. Apropriada a ocasião, e ao sermão; 4. Cordial (mas não bajuladora); 5. Clara, sem antecipar os fatos; 6. Deve preparar os ouvintes para o recebimento da mensagem; 7. Deve levar o ouvinte a perceber que precisa ouvir a mensagem que vai ser entregue; 8. Não comece sempre da mesma forma; 9. A introdução deve ser a última parte do sermão a ser confeccionada.; 10. Simples. Sem arrogância, sem prometer muito. Fontes da introdução: 1. O tema; 2. Fatos históricos Elucidação A segunda parte do sermão constitui a elucidação, que nada mais é do que o pregador “localizar o ouvinte no contexto do texto”. Lembre-se que o pregador passou várias horas, minutos, (ou até dias), debruçado sobre o texto do sermão. O pregador sabe muito a respeito do texto, mas o ouvinte não! Portanto, a elucidação serve para clarear o texto ao público a fim de que ele possa entender melhor o texto juntamente com todo o resto vai ser explanado sobre ele. A elucidação constitui as seguintes partes: 1. Autoria do livro; 2. Data de escrita e destinatários; 3. Propósito do livro; 4. Esboço; 5. Contexto imediato. OBS: A elucidação só existe nos tipos de sermão textual e expositivo. Tema O tema do sermão contém a idéia principal e o objetivo da mensagem. Deve ser estimulante e despertar o interesse, a curiosidade e a atenção do ouvinte. Deve ser claro, simples e preciso bem como, oportuno e obedecer ao texto. Para se desenvolver um bom tema o pregador precisa Ter criatividade, hábito de leitura, visão global do sermão e ser sintético. O tema deve preferencialmente estar na afirmativa. A frase "Devemos honrar a Cristo obedecendo aos seus mandamentos" é melhor do que "Não devemos desonrar a Cristo desobedecendo aos seus mandamentos".
  • 10. 10 Tipos de temas: Interrogativo: Uma pergunta, que deve ser respondida no sermão. Ex.: Onde está teu coração? Tenho obedecido a Jesus? Tenho sido um servo bom e fiel? Lógico: Explicativo. Ex.: O que o homem semear, ceifará; Quem encontra Jesus volta por outro caminho. Imperativos: Mandamento, uma ordem; Caracteriza-se pelo verbo no modo imperativo. Ex.: Enchei-vos do espírito; Não sejas incrédulo; Não adores a um Deus morto. Enfáticos; Realçar um aspecto específico. Ex.: Só Jesus salva; Dois tipos de cristãos; Características: 1. Deve ser claro; 2. Adequado ao público (relevante); 3. Original; 4. Breve; 5. Específico. Divisões Esta deve ser a principal parte do sermão. Aqui o pregador irá expor idéias e pensamentos que deseja passar para os ouvintes. As divisões não devem se desviar do tema que é a coluna do sermão, o objetivo será finalizado e apresentado na conclusão. O ouvinte precisa acompanhar o seu desenvolvimento. Cada divisão deve discutir um aspecto diferente para que não haja repetição. As frases devem ser breves e claras. Características: 1. Deve relacionar-se com o tema; 2. Deve ser clara; 3. Cada divisão é distinta das outras; 4. Precisa possuir tempo equilibrado uma com a outra; 5. É bom que esteja em ordem progressiva de argumentação; 6. Fundamenta-se no texto; 7. Uma divisão não deve incluir matéria da outra divisão; 8. Deve-se evitar numerosas divisões em um sermão; 9. Devem ter unidade de pensamento; 10. Cada divisão deve Ter apenas uma idéia ou ensino. Ex: Texto: (Mt 14:14-21) Tema: Relacionando a fé com a necessidade humana 1º Divisão: O desafio da fé 2º Divisão: A obra da fé 3º A recompensa da fé Conclusão É o clímax da aplicação do sermão. Podem ser usadas as seguintes expressões a fim de notificar ao ouvinte que chega a hora da conclusão: “Para terminar!”, “Concluindo”, “Para encerrar”, “Já estamos terminando”, “ Para concluir”. Você já ouviu estas frases? Muitas pessoas não sabem terminar uma conversa, ficam dando voltas ou se envolvem em outros assuntos, sem ao menos perceber que o tempo está passando e o ouvinte já está angustiado com a demora. Assim, muitos pregadores não sabem ou não conseguem concluir um sermão. Isso acontece por que estes não preparam um esboço e suas idéias estão desordenadas, logo, não conseguem encontrar uma linha condutora da conclusão do sermão. Logo, uma boa conclusão deve proporcionar aos ouvintes satisfação, no sentido de haver esclarecido completamente o objetivo da mensagem. É preciso Ter um ponto final para que o pregador não fique perdido. A conclusão é sinônimo de recapitulação. Ela não admite
  • 11. 11 novas idéias. Ela deve intimar e desafiar o povo a viver o que foi dito no sermão. OBS: Na conclusão não se deve pregar um segundo sermão. Características 1. Seja objetivo; 2. Deve ser clara; 3. Deve ser breve; 4. Não deve ser improvisada; 5. Precisa recapitular as divisões ou o tema do sermão; 6. Se falar que vai concluir, conclua. Não engane os ouvintes; 7. Não acrescente matéria nova na conclusão; 8. Não se desculpe; 9. Não use anedotas no final; 10. Não faça gestos que distraiam o povo; 11. Não conclua sempre da mesma forma; use a criatividade; 12. É necessário o desafio aos ouvintes, para serem motivados a praticarem a verdade pregada. Variações para a conclusão: 1. Ilustração; 2. Poesia; 3. Hino; 4. Oração lida; 5. Demonstração prática da verdade. Ilustrações São recursos usados para o enriquecimento, e o esclarecimento de uma mensagem, quando devidamente aplicada. O senhor Jesus sempre tinha uma boa história para iluminar as verdades que ensinava ao povo. O significado do termo ilustrar é tornar claro, iluminar, esclarecer mediante um exemplo, ajudando o ouvinte a compreender a mensagem proclamada. O bom uso da ilustração desperta o interesse, enriquece, convence, comove, desafia e estimula o ouvinte, valoriza e vivifica a mensagem, além de relaxar o pregador. A ilustração não substitui o texto bíblico apenas tem uma função psicológica e didática, para tornar mais claro aquilo que o texto revela. Use no máximo duas ilustrações por sermão. Toda ilustração deve ter uma aplicação. As ilustrações devem ser simples, está correlacionada com a mensagem, devem fornecer fatos de interesses humanos e devem ter um ponto alto ou clímax. A ilustração é para o sermão o que são as janelas para uma casa. As ilustrações são como janelas que deixam a luz pra compreensão cair sobre conceitos abstratos ajudando o ouvinte a ver a verdade de forma concreta. Portanto, ela deve ser facilmente entendida (independente do público que ouve: idoso, jovem, intelectual...). Cada divisão maior merece uma ilustração para argumentar, iluminar, definir uma idéia. Cada idéia ou conceito abstrato como bondade, santidade, eternidade, soberania, paz interior, merece uma comparação para torná-lo mais lúcido ao ouvinte. O ambiente social do ouvinte deve influenciar quanto a escolha da ilustração (lembrar de Jesus com suas parábolas). Ilustrações devem ser narrações breves. Quando usar estatísticas, seja fiel (e se possível atualizado) quanto as informações. Fontes da ilustração 1. Experiência pessoal (contanto que você não seja o herói da ilustração; 2. Artigos (jornal, revista, livros); 3. Notícia de TV; 4. Bíblia (Os exemplos bíblicos são as melhores ilustrações); 5. Letra de uma canção; 6. Livro de ilustrações.
  • 12. 12 COMO FAZER UM ESTUDO BÍBLICO I. PROBLEMA Antes de qualquer providência com respeito à produção de um estudo bíblico é necessário que o professor/ pregador tenha em mente que um estudo bíblico só tem utilidade e importância aos ouvintes, se ele diz respeito a uma determinada situação problemática. A situação problemática é o desvio doutrinário ou ético em que os ouvintes estejam (ou possam vir a estar) inseridos. Sendo assim, podemos concluir que o início para a produção de um estudo se dá com a constatação de um problema espiritual presente no cotidiano dos ouvintes para o qual se vai expor uma solução/ resposta bíblica, ou um problema provável de acontecer entre eles. Sem constatação de um problema, o estudo se tornará inútil. Neste sentido nós podemos classificar o estudo em dois tipos possíveis: O ESTUDO DOUTRINÁRIO (É aquele que ensina pontos de doutrina revelados nas Escrituras. Relaciona-se com o entendimento. Diz respeito ao que o ouvinte deve crer); e o ESTUDO ÉTICO (É aquele que ensina um determinado tipo de comportamento bíblico ordenado nas Escrituras. Relaciona-se com o comportamento. Diz respeito ao que o ouvinte deve fazer). Obviamente, os dois tipos de estudo vão desembocar em uma vida mais santa e correta diante de Deus. Entretanto, esta divisão ajuda o pregador/ professor a constatar qual o problema a ser tratado pelo estudo (Estudo Ético). Ou a determinar qual a verdade a ser ensinada aos ouvintes (Estudo Doutrinário). Como vemos, se o pregador vai produzir um Estudo Doutrinário, sua linha de discernimento é quanto às verdades da revelação bíblica que serão ensinadas. Se for produzir um Estudo Ético, seu discernimento é quanto aos problemas éticos dos ouvintes. Vejamos as diferenças de constatação dos problemas na prática. Constatação de problemas Agora que já sabemos da necessidade de se constatar um problema espiritual a fim de que possamos dar uma solução bíblica através do estudo bíblico, devemos nos voltar para a questão seguinte: Como descobrir um problema espiritual? Como saber qual a necessidade daquele grupo de ouvintes? Para se descobrir qual ou quais os problemas presentes na vida de determinado grupo de ouvintes é necessário que o professor seja alguém “crítico”, no bom sentido da palavra; Seja alguém que tem a sensibilidade de discernir entre o bem e o mal; Tenha uma bagagem teológica suficiente para reconhecer um comportamento errado e antibíblico. Além disto, quanto mais o professor conhecer os seus ouvintes, mais fácil será descobrir os problemas presentes. Para facilitar ainda mais a nossa constatação de problemas, descrevemos abaixo algumas providências que poderão ajudar a descobrir problemas presentes na vida dos ouvintes: Constatação de problemas para um Estudo Ético 1. Quanto mais o professor/ pregador conhecer sobre o tipo de ouvinte para quem irá falar (Ex: Se for um grupo de adolescentes ou se é um grupo de pessoas com doentes terminais...) maior será a chance de saber os problemas prováveis que podem estar presentes em suas vidas; 2. Para se descobrir um problema não se deve olhar simplesmente para um erro de comportamento espiritual, mas para erros de doutrina também; 3. Os erros não são somente aquelas evidentes dos dez mandamentos, mas aquelas quebras menos evidentes (Ex: Falta de oração constante por parte dos ouvintes adolescentes; abusos de autoridade por parte dos patrões) 4. Os problemas podem ser aqueles que os ouvintes estão acostumados a praticar, mas nunca se preocupam em saber se é certo ou errado (Ex: “mentiras brancas”; negligência para com os deveres eclesiásticos do Manual Presbiteriano) 5. Quando observamos deveres e objetivos que deveriam estar sendo alcançados e praticados por determinado grupo de ouvintes, porém, vemos que não atingem ou não praticam, isto é indício da presença de um problema espiritual atuante;
  • 13. 13 Constatação de problemas para um Estudo Doutrinário 1. Observar as afirmações que os ouvintes fazem acerca de Deus e de Sua relação com o mundo, e com os crentes; 2. Observar o entendimento que os ouvintes tem acerca dos ensinos bíblicos (expiação, oração, encarnação, criação...); 3. Perceber quais os assuntos que o grupo de ouvintes geralmente têm mais dúvidas; 4. Prestar atenção em assuntos da Bíblia que não são de muito interesse dos ouvintes, mas que não deixam de ser parte da revelação divina a nós. II. OBJETIVO Tendo descoberto um problema espiritual a ser solucionado e tratado, devemos escolher qual o objetivo que almejamos alcançar com nosso estudo bíblico. Uma aula de estudo bíblico não deve ser sem alvo e finalidade. Deve ter um início que pretenda “chegar em algum lugar”. O objetivo, portanto, é o alvo que o pregador/ professor pretende que os seus ouvintes alcancem. Observe abaixo algumas vantagens de se definir o objetivo do estudo bíblico: 1. Objetividade nas lições. O pregador/professor não fica “enrolando” ou se “perdendo” no que está falando. Combate a prolixidade; 2. Com o objetivo em mente evita-se a abundância de assuntos dentro de um estudo bíblico (ex: Se o assunto é “fé”, evita-se falar de outros temas que não estão no âmbito da lição.); 3. O objetivo vai “controlar as discussões” dentro da exposição do estudo a fim de não se desviarem do foco em questão; 4. Com o objetivo em mente o pregador/ professor pode especificar melhor as aplicações práticas aos ouvintes; O objetivo de um estudo deve ser escrito de forma breve, clara e bem definida. E nunca um estudo bíblico deve conter dois objetivos. Abaixo nós exemplificamos alguns objetivos formulados de forma errônea: 1. Objetivo mal definido:  “Fazer os ouvintes saber mais sobre oração” (O que precisamente vão aprender sobre oração? Devemos ser mais precisos em nosso objetivo da lição); 2. Objetivo sem clareza:  “Os ouvintes devem entender que a salvação traz tristeza” (Este objetivo está faltando clareza, pois alguém que o leia, terá que ler também o conteúdo das lições para poder entender o que o autor quis dizer com a frase. Ficaria mais claro assim = “Os ouvintes entenderão que o fiel passa, às vezes, por momentos de tristeza, justamente por ser cristão num mundo que é contrário ao cristianismo”. 3. Objetivos sem brevidade:  “Os ouvintes serão capazes de identificar quais as melhores atitudes a serem tomadas diante das situações difíceis na vida que os atormentam.” (Para quê falar tanto para dizer uma coisas tão simples? = As melhores atitudes diante das situações difíceis!) III. TEMA Após definir o problema a ser tratado e o objetivo almejado, chega a hora de definir qual o tema do estudo que o pregador/ professor produzirá. O tema é o assunto abordado pelo estudo. Como bem sabemos, o tema não deve ser construído de forma leviana, pois ele define o assunto do estudo, e chama a atenção e o interesse dos ouvintes. Observemos os seguintes exemplos de temas bíblicos:
  • 14. 14 “Como posso ser salvo?” “Entendendo o Tabernáculo do Antigo Testamento.” “Vencendo as tentações de cada dia!” “Trindade, um mistério que precisamos aprender.” “Provações... um desafio à fé!” “Os decretos eternos de Deus.” “Namorar ou ficar? Qual a resposta cristã?” “A necessidade da expiação de Cristo.” O tema deve ser produzido seguindo as seguintes orientações:  Deve ser claro;  Deve causar interesse;  Deve ser objetivo; IV. LIÇÕES/ TÓPICOS As lições do estudo bíblico são as verdades bíblicas que devem ser aprendidas pelos ouvintes. Elas devem ser bem produzidas. Nelas o autor está fundamentando biblicamente seu ensino a respeito do tema em questão. Um conteúdo mal fundamentado é uma verdade preste a ser duvidada, ou não aceita. Se não escrevemos bem as lições/ tópicos, todo o estudo vai por água a baixo! O objetivo não vai ser alcançado. É claro que digo isto, não descrendo que Deus pode fazer alguém ser edificado até com um estudo com má fundamentação! Mas sim, por que é dever do pregador/ professor fazer bem feito o seu trabalho, e não ficar esperando o milagre de Deus na vida dos ouvintes. O poder de Deus não anula nossa responsabilidade de fazer um estudo bem fundamentado e claro ao entendimento dos ouvintes. Vejamos as características que as lições/ tópicos devem possuir:  O conteúdo deve ser claro ao entendimento dos ouvintes;  Quanto mais textos bíblicos o pregador/ professor apresentar para fundamentar as lições/ tópicos, maior a possibilidade de acreditarem no que o mestre ensina;  A argumentação (ou exposição) deve ser bem explicada a fim de ser entendida. Não adianta objetividade sem a explicação necessária (Ex: “os sacrifícios tipificavam a obra de Cristo” – mas o que isto significa? O que o povo tinha que entender exatamente nestes sacrifícios? Cristo cumpriu cada detalhe presente nestes sacrifícios que o tipificavam?); Um estudo bíblico não deve possuir muitas lições/ tópicos sob a pena de não conseguir segurar a atenção dos ouvintes, e não conseguir fazê-los guardar todas as verdades ensinadas no estudo. V. METODOLOGIA/ RECURSOS Quando pensamos em ensinar por meio de um estudo bíblico devemos estar atentos para o modo como o fazemos. Metodologia diz respeito ao modo como apresentaremos o conteúdo do estudo bíblico. Até agora temos visto como produzir o estudo, porém, devemos atentar também para a metodologia a ser utilizada pelo pregador/ professor. Se o pregador/ professor tiver um bom discernimento para descobrir a problema espiritual dos ouvintes, tiver talento para escrever um bom tema para o estudo, possuir uma capacidade extraordinária para fundamentar as lições, contudo, falhar na hora de apresentar tudo isto... pode ser que tenha tinha um trabalho em vão! Portanto, muita atenção e valorização devem ser dadas a este aspecto do estudo bíblico. Abaixo temos uma pequena lista de possíveis metodologias de ensino:  Discurso;  Flanelógrafo;  Datashow;  Retroprojetor;  Quadro branco (negro);  Discussão em grupo (debates);  Filme;  Música;  Análise de texto;  Perguntas e respostas.
  • 15. 15 VI. APLICAÇÃO Chegamos finalmente à hora da aplicação. Depois de ter ouvido o conteúdo das lições/ tópicos, os ouvintes devem entender para que eles servem. Podemos definir a aplicação como sendo a explicação de como aquelas verdades podem ser vivenciadas pelos ouvintes no dia a dia da vida. A aplicação não pode ser argumentativa (dizendo “o que”, e o “por que” de uma verdade), mas pode ser afirmativa (declarando o que os ouvintes devem fazer a respeito daquelas lições) ou interrogativa (fazendo o ouvinte refletir no que tem feito e como tem agido em relação àquelas verdades). O segredo das aplicações é que elas devem ser o mais prática e menos teórica possível, pois o ouvinte muitas vezes não sabe discernir como mudar sua prática devido às verdades que ele ouviu. De igual modo muitos ouvintes não refletem interiormente nas implicações das verdades ouvidas, precisam que o pregador/ professor as diga claramente. No estudo bíblico é bom ter pelo menos uma aplicação para cada lição/ tópico. VII. CONCLUSÃO Na conclusão o pregador/ professor relembra aos ouvintes as lições aprendidas no estudo, orienta a guardá-las no coração, e os desafia a praticá-las. A conclusão não deve ser uma repetição das argumentações, e nem pode ser longa. CONCLUSÃO É nosso desejo que após o término deste pequeno curso introdutório os alunos possam se dedicar cada vez mais à obra de pregar a Palavra de Deus. Não atentando para as dificuldades que se apresentarão no caminho, mas suplicando a Deus que lhe capacite cada vez mais, e lhe dê oportunidade de se aperfeiçoar neste trabalho árduo, porém, prazeroso. É certo que durante o tempo em que estiverem ensinando se depararão com alguns “espinhos” que estão presentes na vida de muitos pregadores/ ensinadores da palavra de Deus como: Falta de atenção dos ouvintes, tentação de se ensinar a própria opinião ao invés do que a Bíblia diz, receber críticas às vezes destrutivas, tornar- se crítico dos estudos e sermões dos outros ao invés de procurar ser edificado... Mas o desafio continua presente, e o pregador/ professor não deve desanimar. Quanto ao mais, busquemos sempre a capacitação do Espírito para a produção e explanação dos estudos e sermões, e não esqueçamos do que nos diz o apóstolo Paulo quanto ao ministério dos despenseiros da Palavra de Deus: “Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.” (1Cor 4:2)
  • 16. 16 APÊNDICE Sugestão de pequena biblioteca ao Professor e Pregador 1. Dicionário Bíblico; 2. Concordância Bíblica; 3. Teologia Bíblica do NT/ AT; 4. Teologia Sistemática; 5. Hermenêutica Bíblica; 6. Oratória/ Comunicação; 7. Várias traduções da Bíblia (NVI; Bíblia Tradução na Linguagem de Hoje; Almeida Corrigida).