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FENÔMENOS ESPÍRITAS
A ANTIGUIDADE
A crença na imortalidade da alma e nas comunicações entre os vivos e os mortos
eram gerais entre os povos da antigüidade. Mas, ao contrário do que acontece hoje, as
práticas pelas quais se conseguia entrar em relação com as almas desencarnadas, eram
apanágio exclusivo dos sacerdotes, que tinham cuidadosamente monopolizado essas
cerimônias, não só para fazerem delas renda lucrativa e manterem o povo em absoluta
ignorância quanto ao verdadeiro estado da alma depois da morte como também para
revestirem, a seus olhos, um caráter sagrado, pois só eles podiam revelar os segredos da
morte.
Os anais de todas as nações mostram que, desde épocas remotíssimas da
História, a evocação dos Espíritos era praticada por certos homens que tinham feito
disso uma especialidade. O mais antigo código religioso que se conhece, os Vedas,
aparecido milhares de anos antes de Jesus-Cristo,
afirma a existência dos Espíritos. Eis como o grande
legislador Manu se exprime a respeito: "Os
Espíritos dos antepassados, no estado invisível,
acompanham certos brâmanes, convidados para as
cerimônias em comemoração dos mortos, sob uma
forma aérea; seguem-nos e tomam lugar ao seu lado
quando eles se assentam."
Os historiadores estão de acordo em atribuir
aos sacerdotes do antigo Egito poderes que
pareciam sobrenaturais e misteriosos. Na Grecia, a
crença nas evocações era geral. Todos os templos
possuíam mulheres chamadas pitonisas
encarregadas de proferir oráculos, evocando os
deuses. Homero, na Odisséia, descreve
minuciosamente, por meio de que cerimônias Ulisses
pôde conversar com a sombra do divino Tirésias.
A interdição de evocar os mortos, que vemos estabelecida por Moisés, foi geral
na antigüidade. O poder teocrático e o poder civil estavam muito intimamente
ligados para que esta prescrição fosse severamente observada. Não convinha que a
alma dos mortos viessem contradizer o ensinamento oficial dos sacerdotes e lançar a
perturbação entre os homens, fazendo-os conhecer a verdade.
A Igreja Católica, mais do que qualquer outra, tinha necessidade de combater
essas práticas, para si detestáveis, e, portanto, durante a Idade Média, milhares de
vítimas foram queimadas sem piedade, sob o nome de feiticeiros e mágicos, por terem
evocado os Espíritos. A heróica e casta figura de Joana d’Arc, a grande lorena,
mostra como as comunicações com os Espíritos podem dar resultados tão grandiosos
quão inesperados. A história desta pastora expulsando o estrangeiro de seu País,
guiada pelas potências espirituais, pareceria maravilhosa ficção, se a História não a
tivesse recolhido sob seu pálio inatacável.
É suficiente termos demonstrado que, em todos os tempos, a evocação dos
mortos foi praticada universalmente, e que todos esses fenômenos são na realidade
tão velhos quanto o mundo.
OS FENÔMENOS DE HYDESVILLE
Em 1847, a casa de um certo John Fox, residente em Hydesville, pequena cidade do
Estado de New York, foi perturbada por estranhas manifestações; ruídos inexplicaveis
faziam-se ouvir com tal intensidade que essa família não pôde mais repousar.
Apesar das mais numerosas pesquisas, não se pôde encontrar o autor dessa
bulha insólita; logo, porém, se notou que a causa produtora parecia ser inteligente. A
mais jovem das filhas do Sr. Fox, chamada Kate, familiarizada com o invisível
batedor, disse: "Faça como eu", e bateu com as mãozinhas um certo número de
pancadas, as quais o agente misterioso repetiu. Chamados os vizinhos, estes foram
testemunhas dos mesmos fenômenos. Todos os meios de vigilância foram postos em
ação para a descoberta do invisível batedor, mas o inquérito da família e de toda
vizinhança foi inútil. Não se pôde descobrir a causa real daquelas singulares
manifestações.
Os investigadores notaram que o fenômeno só se produzia em presença da
jovem Fox; atribuía-se-lhe um certo poder chamado mediunidade. O Espírito que se
manifestava às jovens Fox declarou chamar-se Joseph Ryan e ter sido mascate
durante a sua vida terrestre. Convidou as jovens para
dar sessões públicas, nas quais convenceria os
incrédulos de sua existência. A família Fox foi fixar-se
em Rochester e, conforme os conselhos de seu amigo
do Espaço, as jovens missionárias não hesitaram em
afrontar o fanatismo protestante, propondo
submeterem-se ao mais rigoroso exame.
Acusadas de impostura e intimadas pelos
ministros de sua confissão a renunciarem a essas
praticas, o senhor e a senhora Fox, compenetrados no
dever supremo de propagar o conhecimento dos
fenômenos, que consideravam como grande e
consoladora verdade, útil a todos, recusaram
submeter-se, e foram expulos de sua igreja. Os
adeptos que se reuniam ao seu redor foram vítimas da
mesma reprovação. Os conservadores da fé dos avós
sublevaram a multidão contra a família Fox. Os
apóstolos da nova fé ofereceram-se, então, para fazer
a prova pública da realidade das manifestações,
diante da população reunida no Corynthian-Hall, o
maior salão da cidade. Começou-se por uma
conferência, onde foram expostos os progressos do
fenômeno desde os primeiros dias.
Esta comunicação foi acolhida por uma vaia,
mas, não obstante isso, terminou pela nomeação de uma Comissão encarregada de
examinar os fatos. Contra a expectativa geral e contra a sua própria convicção, a
Comissão viu-se forçada a declarar que, depois de minucioso exame, não tinha
podido descobrir vestígio de fraude. Nomeou-se uma segunda comissão, que recorreu
a processos de investigação mais rigorosos; fez esqudrinhar e mesmo despir as
médiuns, por senhoras, bem entendido; ouviram-se sempre os estalidos ou pancadas
na mesa, viram-se móveis em movimento; respostas foram obtidas sobre todas as
questões, mesmos mentais; nada havia de ventriloquia, de subterfúgios; nenhuma
fraude foi possível encontrar. Esta Comissão apresentou laudo mais favorável ainda
que a primeira sobre a perfeita boa-fé dos espíritas e sobre a realidade do incrível
fenômeno.
Uma terceira Comissão foi escolhida entre os mais incrédulos e mais
motejadores. O resultado desta investigação, ainda mais vexatória para as duas
pobres jovens que as anteriores, confundiu mais do que nunca os seus detratores. O
ruído do insucesso deste exame supremo espalhou-se pela cidade. A população,
exasperada, julgando ter havido traição dos comissários e conivência destes com os
impostores, declarou que, se o laudo lhes fosse favorável, lincharia as médiuns e seus
advogados. As jovens, apesar do horror, escoltadas por sua família e por alguns
amigos, não deixaram de apresentar-se na reunião, e pediram lugar no estrado da
grande sala, decididos todos a perecer, se isso fosse necessário, mártires de uma
impoplar, mas incontestável verdade.
A leitura do relatório foi feita por um membro da Comissão que havia jurado
descobrir a tramóia; ele, porém, viu-se obrigado a confessar que a causa das
pancadas, apesar das mais minuciosas pesquisas, era-lhe desconhecida.
Imediatamente, produziu-se um tumulto medonho; a população quis linchar as
jovens, e o teria feito, se não fosse a intervenção de um americano chamado Georges
Villets, que fez de seu corpo um escudo e induziu a multidão a sentimentos mais
humanos.
A perseguição faz, como consequência, angariar adeptos para as idéias que
combate. Eis por que em 1850, contavam-se já alguns milhares de espíritas nos
Estados Unidos.
AS MESAS GIRANTES
Os acontecimentos de Hydesville repercutiram na Europa, depertando as conciências
e preparando o advento do Espiritismo.É necessário dizer-se que o fenômeno tomou,em
seguida, outro aspecto. As pancadas, em vez de se produzirem sobre as paredes e sobre o
soalho, faziam-se ouvir na mesa, em torno da qual estavam reunidos os esperimentadores.
Este modo de proceder foi indicado pelos Espíritos.
Observou-se também que, pondo-se as mãos sobre a mesa, esta última era
animada por certos movimentos de balanço, e descobriu-se neste fato um novo meio
de comunicação. Bastava nomear as letras do alfabeto, para que o móvel indicasse,
por uma pancada, aquelas que entravam na composição da palavra que o Espírito
queria ditar. A mania de fazer girar as mesas propagou-se rapidamente. Dificilmente
se pode, hoje, figurar a predileção que essas experiências foram objeto durante os
anos de 1850 e 1851. Todas essas investigações conduziram à nova crença homens de
reconhecida autoridade moral e intelectual. Escritores, oradores, magistrados,
prelados ilustres aceitarem o fato e a causa da doutrina escarnecida; missionários
eloqüentes puseram-se em viagem; escritores fundaram jornais, editaram brochuras
que espalhadas em profusão, impressionaram a opinião pública e abalaram as
prevenções.
O movimento acelerou-se tanto que em 1854, uma petição apoiada por quinze
mil assinaturas, foi dirigida ao Congresso Legislativo de Washington; seu escopo era
fazer que esse congresso nomeasse uma Comissão encarregada de estudar os novos
fenômenos e descobrir-lhes as leis. Essa petição foi posta de lado, mas o impulso não
foi obstado, porque os fatos tornavam-se mais numerosos e variados à medida que o
estudo prosseguia com perseverança.
O fenômeno da Mesas Girantes foi logo conhecido em todas as suas
particularidades. O modo da
conversação, por meio das pancadas e
movimentos da mesa, era longo e
incômodo. apesas da habilidade dos
assistentes, era necessário muito tempo,
muita paciência para obter-se uma
comunicação de importância.
A própria mesa ensinou um processo
mais rápido. Conforme sua indicações,
adaptou-se a uma pranceta triangular
três pernas munidas de rodinhas, e a uma
delas prendeu-se um lápis; em seguida,
colocou-se o aparelho sobre uma folha de
papel; o médium colocou as mãos sobre o
centro dessa pequena mesa. Viu-se, então,
o lápis traçar letras, depois frases, e, daí a
pouco, essa preancheta escrevia com
rapidez e dava mensagens.
Mais tarde, percebeu-se que a
prancheta era completamente inútil, e
que batava o médium colocar a mão,
munida de um lápis, sobre uma folha de
papel, para o Espírito movê-la automaticamente ( Psicográfia). Essa espécie de
comunicação foi chamada escrita mecânica ou automática, porque o indivíduop,
neste estado, não tinha conciência daquilo que a mão traçava no papel.
As narrações dessas experiências eram colhidas com grande incredulidade; porém,
como os fatos se produzissem em avultado número e os espíritas não recuassem
diante de nenhum meio de propagar a sua fé, a atenção do público sábio e letrado era
atraída para esse estudo e, em pouco tempo, conduzia a uma adesão pública homens
altamente colocados e muito competentes.

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11 fenomenos espiritas

  • 1. FENÔMENOS ESPÍRITAS A ANTIGUIDADE A crença na imortalidade da alma e nas comunicações entre os vivos e os mortos eram gerais entre os povos da antigüidade. Mas, ao contrário do que acontece hoje, as práticas pelas quais se conseguia entrar em relação com as almas desencarnadas, eram apanágio exclusivo dos sacerdotes, que tinham cuidadosamente monopolizado essas cerimônias, não só para fazerem delas renda lucrativa e manterem o povo em absoluta ignorância quanto ao verdadeiro estado da alma depois da morte como também para revestirem, a seus olhos, um caráter sagrado, pois só eles podiam revelar os segredos da morte. Os anais de todas as nações mostram que, desde épocas remotíssimas da História, a evocação dos Espíritos era praticada por certos homens que tinham feito disso uma especialidade. O mais antigo código religioso que se conhece, os Vedas, aparecido milhares de anos antes de Jesus-Cristo, afirma a existência dos Espíritos. Eis como o grande legislador Manu se exprime a respeito: "Os Espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes, convidados para as cerimônias em comemoração dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-nos e tomam lugar ao seu lado quando eles se assentam." Os historiadores estão de acordo em atribuir aos sacerdotes do antigo Egito poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos. Na Grecia, a crença nas evocações era geral. Todos os templos possuíam mulheres chamadas pitonisas encarregadas de proferir oráculos, evocando os deuses. Homero, na Odisséia, descreve minuciosamente, por meio de que cerimônias Ulisses pôde conversar com a sombra do divino Tirésias. A interdição de evocar os mortos, que vemos estabelecida por Moisés, foi geral na antigüidade. O poder teocrático e o poder civil estavam muito intimamente ligados para que esta prescrição fosse severamente observada. Não convinha que a alma dos mortos viessem contradizer o ensinamento oficial dos sacerdotes e lançar a perturbação entre os homens, fazendo-os conhecer a verdade. A Igreja Católica, mais do que qualquer outra, tinha necessidade de combater essas práticas, para si detestáveis, e, portanto, durante a Idade Média, milhares de vítimas foram queimadas sem piedade, sob o nome de feiticeiros e mágicos, por terem evocado os Espíritos. A heróica e casta figura de Joana d’Arc, a grande lorena, mostra como as comunicações com os Espíritos podem dar resultados tão grandiosos quão inesperados. A história desta pastora expulsando o estrangeiro de seu País, guiada pelas potências espirituais, pareceria maravilhosa ficção, se a História não a tivesse recolhido sob seu pálio inatacável.
  • 2. É suficiente termos demonstrado que, em todos os tempos, a evocação dos mortos foi praticada universalmente, e que todos esses fenômenos são na realidade tão velhos quanto o mundo. OS FENÔMENOS DE HYDESVILLE Em 1847, a casa de um certo John Fox, residente em Hydesville, pequena cidade do Estado de New York, foi perturbada por estranhas manifestações; ruídos inexplicaveis faziam-se ouvir com tal intensidade que essa família não pôde mais repousar. Apesar das mais numerosas pesquisas, não se pôde encontrar o autor dessa bulha insólita; logo, porém, se notou que a causa produtora parecia ser inteligente. A mais jovem das filhas do Sr. Fox, chamada Kate, familiarizada com o invisível batedor, disse: "Faça como eu", e bateu com as mãozinhas um certo número de pancadas, as quais o agente misterioso repetiu. Chamados os vizinhos, estes foram testemunhas dos mesmos fenômenos. Todos os meios de vigilância foram postos em ação para a descoberta do invisível batedor, mas o inquérito da família e de toda vizinhança foi inútil. Não se pôde descobrir a causa real daquelas singulares manifestações. Os investigadores notaram que o fenômeno só se produzia em presença da jovem Fox; atribuía-se-lhe um certo poder chamado mediunidade. O Espírito que se manifestava às jovens Fox declarou chamar-se Joseph Ryan e ter sido mascate durante a sua vida terrestre. Convidou as jovens para dar sessões públicas, nas quais convenceria os incrédulos de sua existência. A família Fox foi fixar-se em Rochester e, conforme os conselhos de seu amigo do Espaço, as jovens missionárias não hesitaram em afrontar o fanatismo protestante, propondo submeterem-se ao mais rigoroso exame. Acusadas de impostura e intimadas pelos ministros de sua confissão a renunciarem a essas praticas, o senhor e a senhora Fox, compenetrados no dever supremo de propagar o conhecimento dos fenômenos, que consideravam como grande e consoladora verdade, útil a todos, recusaram submeter-se, e foram expulos de sua igreja. Os adeptos que se reuniam ao seu redor foram vítimas da mesma reprovação. Os conservadores da fé dos avós sublevaram a multidão contra a família Fox. Os apóstolos da nova fé ofereceram-se, então, para fazer a prova pública da realidade das manifestações, diante da população reunida no Corynthian-Hall, o maior salão da cidade. Começou-se por uma conferência, onde foram expostos os progressos do fenômeno desde os primeiros dias. Esta comunicação foi acolhida por uma vaia, mas, não obstante isso, terminou pela nomeação de uma Comissão encarregada de examinar os fatos. Contra a expectativa geral e contra a sua própria convicção, a Comissão viu-se forçada a declarar que, depois de minucioso exame, não tinha podido descobrir vestígio de fraude. Nomeou-se uma segunda comissão, que recorreu
  • 3. a processos de investigação mais rigorosos; fez esqudrinhar e mesmo despir as médiuns, por senhoras, bem entendido; ouviram-se sempre os estalidos ou pancadas na mesa, viram-se móveis em movimento; respostas foram obtidas sobre todas as questões, mesmos mentais; nada havia de ventriloquia, de subterfúgios; nenhuma fraude foi possível encontrar. Esta Comissão apresentou laudo mais favorável ainda que a primeira sobre a perfeita boa-fé dos espíritas e sobre a realidade do incrível fenômeno. Uma terceira Comissão foi escolhida entre os mais incrédulos e mais motejadores. O resultado desta investigação, ainda mais vexatória para as duas pobres jovens que as anteriores, confundiu mais do que nunca os seus detratores. O ruído do insucesso deste exame supremo espalhou-se pela cidade. A população, exasperada, julgando ter havido traição dos comissários e conivência destes com os impostores, declarou que, se o laudo lhes fosse favorável, lincharia as médiuns e seus advogados. As jovens, apesar do horror, escoltadas por sua família e por alguns amigos, não deixaram de apresentar-se na reunião, e pediram lugar no estrado da grande sala, decididos todos a perecer, se isso fosse necessário, mártires de uma impoplar, mas incontestável verdade. A leitura do relatório foi feita por um membro da Comissão que havia jurado descobrir a tramóia; ele, porém, viu-se obrigado a confessar que a causa das pancadas, apesar das mais minuciosas pesquisas, era-lhe desconhecida. Imediatamente, produziu-se um tumulto medonho; a população quis linchar as jovens, e o teria feito, se não fosse a intervenção de um americano chamado Georges Villets, que fez de seu corpo um escudo e induziu a multidão a sentimentos mais humanos. A perseguição faz, como consequência, angariar adeptos para as idéias que combate. Eis por que em 1850, contavam-se já alguns milhares de espíritas nos Estados Unidos. AS MESAS GIRANTES Os acontecimentos de Hydesville repercutiram na Europa, depertando as conciências e preparando o advento do Espiritismo.É necessário dizer-se que o fenômeno tomou,em seguida, outro aspecto. As pancadas, em vez de se produzirem sobre as paredes e sobre o soalho, faziam-se ouvir na mesa, em torno da qual estavam reunidos os esperimentadores. Este modo de proceder foi indicado pelos Espíritos. Observou-se também que, pondo-se as mãos sobre a mesa, esta última era animada por certos movimentos de balanço, e descobriu-se neste fato um novo meio de comunicação. Bastava nomear as letras do alfabeto, para que o móvel indicasse, por uma pancada, aquelas que entravam na composição da palavra que o Espírito queria ditar. A mania de fazer girar as mesas propagou-se rapidamente. Dificilmente se pode, hoje, figurar a predileção que essas experiências foram objeto durante os anos de 1850 e 1851. Todas essas investigações conduziram à nova crença homens de reconhecida autoridade moral e intelectual. Escritores, oradores, magistrados, prelados ilustres aceitarem o fato e a causa da doutrina escarnecida; missionários eloqüentes puseram-se em viagem; escritores fundaram jornais, editaram brochuras que espalhadas em profusão, impressionaram a opinião pública e abalaram as prevenções.
  • 4. O movimento acelerou-se tanto que em 1854, uma petição apoiada por quinze mil assinaturas, foi dirigida ao Congresso Legislativo de Washington; seu escopo era fazer que esse congresso nomeasse uma Comissão encarregada de estudar os novos fenômenos e descobrir-lhes as leis. Essa petição foi posta de lado, mas o impulso não foi obstado, porque os fatos tornavam-se mais numerosos e variados à medida que o estudo prosseguia com perseverança. O fenômeno da Mesas Girantes foi logo conhecido em todas as suas particularidades. O modo da conversação, por meio das pancadas e movimentos da mesa, era longo e incômodo. apesas da habilidade dos assistentes, era necessário muito tempo, muita paciência para obter-se uma comunicação de importância. A própria mesa ensinou um processo mais rápido. Conforme sua indicações, adaptou-se a uma pranceta triangular três pernas munidas de rodinhas, e a uma delas prendeu-se um lápis; em seguida, colocou-se o aparelho sobre uma folha de papel; o médium colocou as mãos sobre o centro dessa pequena mesa. Viu-se, então, o lápis traçar letras, depois frases, e, daí a pouco, essa preancheta escrevia com rapidez e dava mensagens. Mais tarde, percebeu-se que a prancheta era completamente inútil, e que batava o médium colocar a mão, munida de um lápis, sobre uma folha de papel, para o Espírito movê-la automaticamente ( Psicográfia). Essa espécie de comunicação foi chamada escrita mecânica ou automática, porque o indivíduop, neste estado, não tinha conciência daquilo que a mão traçava no papel. As narrações dessas experiências eram colhidas com grande incredulidade; porém, como os fatos se produzissem em avultado número e os espíritas não recuassem diante de nenhum meio de propagar a sua fé, a atenção do público sábio e letrado era atraída para esse estudo e, em pouco tempo, conduzia a uma adesão pública homens altamente colocados e muito competentes.