O perfil dos estudantes de Arquivologia da UNIRIO em 2004
O arquivo como meio de resgate da memória
1. VI Congresso de Arquivologia do Mercosul
Campos do Jordão - SP, Brasil
O ARQUIVO COMO
MEIO DE
RESGATE DA
MEMÓRIA
Comunicação livre
Patrimônio arquivístico,
políticas públicas e
cidadania
19 de outubro de 2005
3. Relação entre arquivo e
memória
- Arquivo: uma de suas finalidades
primordiais é a preservação do patrimônio
documental, garantindo a memória dos
grupos sociais.
- Apesar disso, a literatura sobre o
assunto ainda é pequena, não há um
maior aprofundamento sobre o papel dos
arquivos na constituição da memória
individual e coletiva.
4. E o que é memória?
“A memória está presente em tudo e em todos.
Nós somos tudo aquilo que lembramos; nós
somos a memória que temos. A memória não é só
pensamento, imaginação e construção social; ela
é também uma determinada experiência de vida
capaz de transformar outras experiências, a partir
de resíduos deixados anteriormente. A memória,
portanto, excede o escopo da mente humana, do
corpo, do aparelho sensitivo e motor e do tempo
físico, pois ela também é o resultado em si
mesma; ela é objetivada em representações,
rituais, textos e comemorações.”
(SANTOS, Myriam Sepúlveda dos)
5. Evolução do conceito de
memória
- Mitologia grega: Mnemósine, filha de
Urano (Céu) e de Gaia (Terra), amante
de Zeus, mãe das nove Musas.
- Sócrates: memória como meio de se
alcançar a sabedoria, pois o processo de
aprendizagem seria um processo de
recordar.
- Freud: a única coisa imutável é a
transformação, a recordação do passado
nunca ocorre sem sua reinvenção.
6. - Visão histórica inicialmente abordava
somente o aspecto individual da
memória.
- Conceito de memória social, coletiva
se desenvolve em fins do século XIX e
início do século XX com autores como
Henri Bergson e Émile Durkheim.
- A memória coletiva (1950), de
Maurice Halbwalchs: marco sobre o
tema, reconhecendo a memória como
meio de se analisar a sociedade e suas
transformações.
8. AVALIAÇÃO ARQUIVÍSTICA:
ATIVIDADE FUNDAMENTAL
- Avaliação arquivística: meio pelo
qual o arquivista irá identificar o
valor do documento, suporte
material de uma determinada
memória, determinando o que será
conservado para lembrança pela
sociedade.
9. - O processo de avaliação não é
somente um processo metodológico,
mas reflete uma escolha política,
determinada pela forma de
relacionamento entre as diversas
classes da população.
- O acervo documental sob
responsabilidade do arquivista constitui
mais do que a reunião de dados sobre
um determinado episódio ou época,
representa o contexto social em que foi
produzido.
11. Apropriação do acervo
pela população
- Não basta organizar o acervo
documental; deve-se facilitar o acesso e
promover a divulgação do arquivo.
- Aumentar o número de ações para
promover o resgate da memória e
aproximar o público alvo da instituição,
pública ou privada. Exemplo: RECINE
(Festival de Cinema de Arquivo),
promovido pelo Arquivo Nacional -
Brasil.
12. Novas tecnologias: desafios
- Vivemos na chamada Sociedade da
Informação: além das novas tecnologias,
vivemos em uma cultura que privilegia o
efêmero.
- As mudanças tecnológicas e
comportamentais alteram o
relacionamento do homem com seu
patrimônio cultural.
13. - Apesar de nunca termos tido acesso à
tantas informações, deve-se analisar o
impacto dos computadores e demais
ferramentas tecnológicas para a
constituição da memória.
- Nem resistência ou adesão cega: o
arquivista deve conciliar o uso das
novas tecnologias com a aplicação dos
fundamentos arquivísticos, para que
não se prejudique o acesso e/ou
preservação.
15. Para uma nova percepção
- A busca de uma melhor percepção do
que se constitui a memória, mais do
que uma melhor maneira de realizar a
atividade arquivística, permite também
para o arquivista uma nova percepção
do seu próprio ofício, de sua função
social perante a sociedade.
- Arquivística do metro cúbico linear X
arquivística do sentido.
16. - O arquivista deve se aprofundar não
somente nos aspectos técnicos do
tratamento documental, como
também no potencial de pesquisa e
nos elementos socioculturais
associados ao arquivo, agregando
para si uma maior qualificação.
- Deve-se buscar uma formação mais
ampla, se relacionando com as demais
ciências, capacitando o arquivista
como agente transformador da
realidade, através de sua atividade.