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Rochas Sedimentares
As rochas sedimentares formam-se à superfície da Terra, a partir de sedimentos.
Os sedimentos são fragmentos de outras rochas pré-existentes que entretanto foram
fragmentadas ou alteradas quimicamente por agentes de meteorização. O termo
sedimento vem do latim “sedimentum“, que significa sedimentar ou “assentar”, tal como
quando tens um líquido num copo com partículas sólidas em suspensão que depois se
depositam no fundo.
Os geólogos estimam que as rochas sedimentares ocupam apenas 5% dos primeiros 16
km do nosso planeta (o raio da Terra é de aproximadamente 6.400 km!). No entanto,
ocupam 75% da superfície da Terra, cobrindo outras rochas mais profundas. Por aqui se
confirma que é à superfície que este tipo de rochas se forma.
Formação das Rochas Sedimentares
Ciclo Sedimentar.
Imagem: fossil.uc.pt
A formação das rochas sedimentares ocorre em várias etapas:
o 1. Meteorização
o 2. Erosão
o 3. Transporte
o 4. Sedimentação
o 5. Diagénese
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1 – Meteorização. Corresponde à alteração e fragmentação propriamente ditas da rocha
original, levando à formação de sedimentos. A alteração das rochas pode ser feita por
processos físicos ou químicos.
2 – Erosão. Corresponde à remoção dos sedimentos do local onde se formaram por ação
da gravidade por exemplo, acabando por se depositar na base da rocha que lhe deu origem.
3 – Transporte. Depois de formados, os sedimentos são transportados pelo vento, pela
água ou até mesmo por glaciares na altura do degelo até locais mais baixos e mais
estáveis, podendo percorrer grandes distâncias até ao local onde depois se vão depositar.
Normalmente durante o transporte os sedimentos ainda são mais desgastados. Por
exemplo, verás que ao longo das margens dos rios as pedrinhas e as areias das praias
fluviais são arredondadas, precisamente devido ao transporte que sofreram por ação da
água dos rios. Quanto maior a distância de transporte, maior é o desgaste.
4 – Sedimentação. Quando os sedimentos chegam a locais mais estáveis, chamados
bacias de sedimentação (que podem ser lagos ou praias), depositam-se no fundo, em
camadas horizontais, e aí ficam até ser consolidados.
A sedimentação ocorre em camadas horizontais. Por isso é frequente ver afloramentos de
rochas sedimentares onde facilmente se distinguem essas camadas, chamadas estratos,
como podes ver nas figuras seguintes.
Praia da Marinha, no Algarve.
A estratificação é bem visível nas rochas que circundam o areal.
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Praia da Marinha, no Algarve.
A estratificação é bem visível nas rochas que circundam o areal.
4 – Diagénese. A diagénese corresponde ao conjunto de processos que permite
transformar os sedimentos soltos em grãos consolidados. Para que isso aconteça, ocorrem
dois tipos de processos:
a) Compactação – devido ao peso dos sedimentos que vão chegando, os que constituem
as camadas inferiores vão sendo apertados, reduzindo-se o espaço entre eles, e a expulsão
da água que ocupava os espaços inicialmente.
b) Cimentação – a água que cobre as camadas de sedimentos tem minerais muito finos
em suspensão. Esses minerais precipitam e funcionam como um cimento que une os
sedimentos de maiores dimensões, transformando-os numa rocha consolidada, como
mostra a figura.
Na secção de recursos tens uma ficha que resume todas estas etapas.
Classificação das Rochas Sedimentares
As rochas sedimentares são classificadas de acordo com a origem dos sedimentos que as
constituem.
Assim sendo, são considerados três tipos de rochas sedimentares:
Detríticas – quando os sedimentos que constituem as rochas são exclusivamente
fragmentos provenientes do desgaste de outras rochas (detritos).
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Biogénicas (ou de origem biológica) – quando a rocha apresenta na sua constituição
sedimentos provenientes de organismos, como conchas ou porções de carvão.
Quimiogénicas (ou de origem química) – quando os sedimentos que constituem a rocha
são material dissolvido na água proveniente de processos de meteorização química.
Quando estes sedimentos precipitam formam de novo uma rocha sólida.
1) Rochas Sedimentares Detríticas
Existe uma grande variedade de fragmentos de rocha que podem ser encontrados reunidos
numa rocha detrítica. As rochas sedimentares detríticas dividem-se em tipos consoante o
tamanho dos sedimentos que contêm, conforme representado na tabela seguinte.
Podes encontrar estas imagens em melhor resolução nesta galeria de rochas
sedimentares detríticas.
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2) Rochas Sedimentares Biogénicas
Estas rochas sedimentares têm na sua constituição sedimentos provenientes de outros
organismos misturados com sedimentos de origem detrítica. Os sedimentos de origem
biológica podem ser conchas ou partes fossilizadas dos organismos, como acontece com
o carvão ou o petróleo.
Vejamos alguns exemplos deste tipo de rochas:
Calcário conquífero – é um tipo de rocha sedimentar que contém uma grande
quantidade de conchas partidas misturadas com sedimentos de origem detrítica (areias)
ou química (calcário).
Estas rochas formam-se em zonas marinhas ou lacustres que tenham forte ondulação ou
correntes que fragmentam as conchas dos organismos que ali vivem. É frequente
encontrar rochas como estas nas zonas de praia, como o Algarve por exemplo.
Carvão – o carvão forma-se de forma natural através de um processo de fossilização
sofrido pelas plantas quando são enterradas em meios privados de oxigénio. Nestas
condições, a planta não se decompõe e aos poucos a matéria orgânica vai-se
transformando em carvão. Este processo ocorre em várias etapas, em que se vai
verificando um aumento progressivo de pressão e temperatura, formando-se
sucessivamente vários tipos de carvão.
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O carvão mineral é extraído para muitas atividades humanas, especialmente para a
indústria. Não confundas este tipo de carvão com o que usas todos os dias para fazer
grelhados lá em casa. Esse tipo de carvão é produzido artificialmente através da
queima de madeira em fornos especiais.
Mas voltemos ao carvão mineral. Existem muitas minas de extração deste tipo de
recurso. A maior mina de carvão que se conhece fica nos Estados Unidos da América –
a mina de North Antelope Rochele, no Wyoming. Em 2004, foram extraídas desta mina
mais de 400 milhões de toneladas de carvão. Podes encontrar mais
informação aqui (NASA Earth Observatory) e neste vídeo (produzido pelo Canal
História).
3) Rochas Sedimentares Quimiogénicas
Os sedimentos de origem química provêm de materiais que são transportados em solução
pela água dos mares e oceanos depois de terem sido extraídos por reações químicas às
rochas de onde provêm. Estes sedimentos não se mantêm dissolvidos indefinidamente.
Quando as condições são favoráveis, eles voltam ao estado sólido, separam-se da água e
precipitam, originando uma rocha sedimentar.
Há duas formas de consegui-lo:
o – Evaporando a água onde estão dissolvidos (é o caso dos evaporitos) ou
o – Criar as condições para que os sedimentos se separem da água naturalmente, por
precipitação (é o caso do calcário).
Vejamos dois tipos de rochas sedimentares quimiogénicas (para além do calcário normal)
muito particulares: os evaporitos e as estalactites e estalagmites.
3.1) Evaporitos.
A evaporação da água provoca a precipitação dos minerais que nela estão dissolvidos. No
passado da história do nosso planeta, muitas áreas que hoje são terra firme já foram um
dia enseadas de mar com uma ligação muito estreita com o oceano. Nestas condições,
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dentro da enseada, como as águas estão paradas, é fácil ocorrer evaporação da água e
consequente precipitação do sal que ela tinha dissolvido. À medida que isto vai
acontecendo, a água do mar entra para a enseada para compensar a água que já evaporou,
levando consigo mais sal. Quando a ligação com o mar foi quebrada, isto é, quando a
enseada deixou de comunicar com o mar, a água terá evaporado toda deixando para trás
depósitos de sal-gema ou de gesso. Estes depósitos chamam-se evaporitos.
Em alguns locais a quantidade de sal formanda é de tal ordem que pode ser extraído
através de minas com galerias subterrâneas como acontece em Loulé, ou nas famosas
minas de sal da Polónia.
As minas de sal de Loulé.
Há 250 milhões de anos, o local onde está hoje a mina de sal-gema de Loulé era mar. Ou
melhor, era uma bacia de sedimentação que tinha um contacto muito estreito com o mar.
A água salgada do mar passava por uma estreita abertura originada durante o período
de fragmentação da Pangeia. Sabe-se hoje, pela análise das rochas, que o clima naquela
altura era muito árido, e que a água da bacia era evaporada com facilidade, originando-
se então grande depósitos de sal-gema, com mais de 1km de profundidade e uma extensão
que ocupará certamente mais de 100 hectares, a área atualmente explorada como mina
de sal.
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O Vale da Morte
Nos Estados Unidos, na Califórnia, existe uma região – o Death Valley (Vale da Morte)
onde se pode verificar a formação destes depósitos. Depois da época das chuvas, ou em
alturas de degelo no início da Primavera, a água que vem das montanhas fica
armazenada numa pequena bacia no vale entre as montanhas. À medida que a água vai
evaporando, formam-se crostas brancas de sal a partir do material que estava
dissolvido na água e precipitou.
3.2.Estalactites e estalagmites – calcários de precipitação.
Nas zonas calcárias é frequente a formação de grutas subterrâneas devido à ação da água
das chuvas que vai dissolvendo a rocha calcária. Do mesmo modo, a água das chuvas vai-
se infiltrando no maciço e dissolve a rocha à medida que vai passando. Ao chegar ao teto
das grutas, formam-se gotas de água. Eventualmente, a água acaba por evaporar, deixando
para trás a calcite que entretanto foi dissolvendo à medida que se infiltrava. À medida que
água se vai infiltrando e evaporando, vão-se formando progressivamente depósitos de
calcite e a estalactite cresce (mais ou menos à velocidade de 13 mm por século).
Quando as gotas de água caem antes de evaporar, os depósitos de calcite formam-se a
partir do chão, constituindo estalagmites. Eventualmente as estalactites e estalagmites
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unem-se para formar colunas. Podes observar estruturas destas na zona de Fátima –
Ourém, onde existem várias grutas calcárias.
Em conclusão…
…As rochas sedimentares são divididas em três grupos principais, consoante a origem
dos sedimentos que as constituem.
Contudo, esta classificação é muito mais rígida do que o que acontece realmente na
natureza. Por exemplo, as rochas detríticas na realidade apresentam sedimentos com
diferentes tamanhos (é o caso do conglomerado, que para além dos sedimentos de grandes
dimensões também apresentam sedimentos mais finos a unir os restantes). Além disso, as
rochas classificadas como químicas muitas vezes apresentam também sedimentos
detríticos muito finos, ainda que em pequenas quantidades.
A DIVERSIDADE DAS PAISAGENS GEOLÓGICAS
TIPOS DE ROCHAS
As rochas classificam-se de acordo com o seu processo de formação:
Rochas magmáticas
Formam-se a partir do arrefecimento do magma no interior da Terra ou
à superfície
Rochas metamórficas
Formam-se a partir da alteração de rochas preexistentes devido à ação
da temperatura e pressão elevadas
Rochas sedimentares
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Formam-se a partir de sedimentos de rochas preexistentes, da
precipitação de constituintes dissolvidos na água ou a partir de seres
vivos
TIPOS DE PAISAGENS GEOLÓGICAS
As paisagens geológicas classificam-se de acordo com o tipo de rocha
predominante.
Paisagens magmáticas plutónicas
São frequentemente identificadas pela presença de granito e podem
apresentar-se sob a forma de caos de blocos.
Os caos de blocos formam-se a partir das diáclases (fissuras no granito devido
à ação da água da chuva e das raízes das plantas).
Paisagens magmáticas vulcânicas
São frequentemente identificadas pela presença de basalto, que se pode
apresentar na forma de colunas (disjunção prismática do basalto) ou pela
presença de cones vulcânicos, agulhas vulcânicas ou caldeiras.
Paisagens metamórficas
Caracterizam-se pela presença de rochas muito deformadas
(quartzitos, xistos), algumas delas com foliação (organização em camadas).
Paisagens sedimentares
São formadas por praias, dunas, chaminés de fada, blocos
pedunculados, minas de sal-gema, grutas e campos de lapiaz.
As praias e as dunas são formadas a partir de desagregação de rochas
preexistentes que dão origem a areias que são transportadas e acumuladas
pelo mar ou pelo vento.
As chaminés de fada formam-se a partir de rochas que possuem constituintes
com diferentes resistências à ação contínua da água.
As minas de sal-gema são formadas a partir da evaporação da água do mar.
As grutas e campos de lapiaz formam-se a partir da dissolução do calcário
devido à ação da chuva e posterior precipitação.
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MINERAIS COMO UNIDADES BÁSICAS DAS
ROCHAS
CARACTERÍSTICAS DE UM MINERAL
Um mineral é uma substância:
Sólida
Natural e inorgânica
Tem uma constituição química definida
Tem uma organização interna cristalina
Os minerais podem associar-se e originar diferentes tipos de rochas.
COMO SE IDENTIFICA UM MINERAL
Propriedades dos minerais
Cor
Cor que é visível (esta propriedade tem pouco valor classificativo porque
há minerais que podem apresentar cores diferentes)
Ex: a galena é sempre cinzenta mas o quartzo pode apresentar várias cores
diferentes
Traço
Cor do mineral reduzido a pó (geralmente desliza-se o mineral sobre uma
placa de porcelana e por vezes a cor do traço é diferente da cor do
mineral)
Ex: a hematite tem cor cinzenta mas a cor do seu traço é vermelho-terroso
Brilho
Forma como a superfície do mineral reflete a luz (pode ter brilho metálico,
se for semelhante ao dos metais, brilho nacarado, se for semelhante ao
brilho das pérolas, e vítreo, se for semelhante à forma como o vidro reflete
a luz)
Ex: o cobre tem brilho metálico, a olivina tem brilho vítreo e o talco tem brilho
nacarado
Clivagem ou fratura
Se o mineral se parte originando superfícies planas diz-se que tem
clivagem (Ex: biotite)
Se o mineral se parte de forma irregular diz-se que tem
fratura (Ex: quartzo)
Dureza
Capacidade de um mineral resistir a ser riscado (pode ser medida através
da escala de Mohs)
Ex: Os minerais que não são riscados pelo diamante têm dureza 10, o maior valor
da escala de Mohs
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Propriedades específicas de alguns minerais
Alguns minerais têm propriedades específicas que os distinguem de todos os
outros, servindo as mesmas para os identificar:
A halite sabe a sal
A magnetite atrai os ímanes
A calcite reage com os ácidos fazendo efervescência
FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
COMO SE FORMAM AS ROCHAS SEDIMENTARES
Todas as rochas expostas à superfície podem originar rochas sedimentares.
Etapas de formação das rochas sedimentares
Meteorização
Alterações químicas e físicas de rochas preexistentes devido à ação da
água, vento e seres vivos, originando fragmentos mais pequenos
Erosão
Remoção dos fragmentos alterados da rocha original (sedimentos)
Transporte
Transporte dos sedimentos por ação do vento, da água, glaciares, dos
seres vivos ou gravidade
Sedimentação
Deposição dos sedimentos
Diagénese
Transformação dos sedimentos em rocha consolidada através
da compactação e da cimentação
Alteração dos fragmentos ao longo do transporte
Ao longo do transporte os grãos mais pesados vão sendo depositados e
deixados para trás, enquanto os mais leves são transportados para mais longe
e adquirem forma mais arredondada porque vão sofrendo desgaste ao longo
do seu trajeto.
CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES
Rochas sedimentares detríticas
Rochas formadas a partir de fragmentos de rochas preexistentes.
Exemplos:
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Brecha, formada a partir de sedimentos angulosos
Conglomerados, formados a partir de seixos
Arenito, formado a partir de areia
Argilito, formado a partir de argila
Manga, formada a partir de argila e calcite
Rochas sedimentares quimiogénicas
Rochas formadas pela precipitação de constituintes dissolvidos em água.
Exemplos:
Calcário, formado pela precipitação da calcite
Sal-gema, formada pela evaporação da água do mar ou lagos salgados e
constituída por cristais de cloreto de sódio
Gesso, formado pela evaporação da água do mar ou lagos salgados e
constituído por minerais de gipsita (sulfato de cálcio hidratado)
As rochas sedimentares quimiogénicas que se formam através da evaporação
da água do mar ou lagos salgados designam-se evaporitos.
Rochas sedimentares biogénicas
Rochas formadas a partir de restos de seres vivos.
Exemplos:
Calcário conquífero, formado a partir de conchas
Calcário recifal, formado a partir organismos recifais como os corais
Carvão, formado a partir de restos de plantas