O documento discute glicose, seu papel no corpo e como diferentes alimentos afetam os níveis de glicose no sangue de maneiras diferentes. Alimentos com alto teor de amido levam mais tempo para elevar os níveis de glicose no sangue devido à digestão necessária, enquanto alimentos com glicose livre fazem isso mais rapidamente. Isso é importante para escolha de alimentos antes e depois do exercício.
1. Glicose
O nome Glicose veio do grego glykys (γλυκύς), que significa "doce", mais o
sufixo -ose, indicativo de açúcar. Tem função de fornecedor de energia, participa
das vias metabólicas, além de ser precursora de outras importantes moléculas. É
encontrada nas uvas e em vários frutos. Industrialmente é obtida a partir do
amido.
A habilidade com que um determinado alimento eleva os níveis de glicose
sanguínea é conhecida como índice glicêmico (IG). Explicando de outra forma,
este índice refere-se à velocidade com que os carboidratos aparecem na
circulação sanguínea. Esta velocidade é variável, visto que nosso corpo não
digere e absorve os vários tipos de carboidratos da mesma forma.
Por exemplo, a glicose contida em alimentos como o pão, a batata e a aveia está
ligada a uma série de outras moléculas de glicose, formando o amido. Por isso,
nestes alimentos o carboidrato chega à nossa corrente sanguínea vagarosamente,
uma vez que o amido precisará ser digerido (quebrado) para poder ser absorvido.
Como esta digestão consumirá tempo, caso você necessite de uma fonte de
carboidrato rapidamente disponível, alimentos que contenham amido não serão a
melhor opção. Já quando consumimos uma bebida cujo principal substrato
energético é a glicose, rapidamente este nutriente aparece em nossa corrente
sanguínea, estando imediatamente disponível para a atividade física. Isto ocorre
porque a glicose nestas bebidas está quase toda em sua forma livre, sem ligações
químicas com outras moléculas, facilitando sua rápida absorção.
O entendimento destes fatores pode nos auxiliar a escolher alimentos que
favoreçam a atividade física, através do fornecimento mais ou menos rápido dos
substratos energéticos. Os alimentos com alto índice glicêmico liberam a glicose
rapidamente em nossa corrente sanguínea. Quando isso acontece, a insulina
também é prontamente liberada. Esta situação pode ser positiva ou negativa,
dependendo das circunstâncias.
Depois do treino, por exemplo, nossos músculos estarão ávidos por glicose, a
fim de repor suas reserves de glicogênio muscular. Deste modo, uma liberação
rápida de insulina seria ideal, auxiliando na recuperação pós-atividade. Contudo,
em momentos em que a demanda energética é menor, um excesso de açúcar no
sangue será convertido em gordura e estocado em nossas células adiposas, o que
para a maioria dos atletas constitui-se em uma condição desvantajosa.
Além disso, antes da atividade física, o consumo de alimentos com alto índice
glicêmico pode provocar uma resposta exagerada da insulina, resultando em
uma queda brusca da concentração glicídica do sangue, o que poderá acarretar
fadiga mental e física, diminuindo o seu rendimento. Isto explica o porquê de
alguns atletas relatarem uma melhora no desempenho inicial após o consumo de
bebidas açucaradas, seguida, contudo, de uma queda na performance após 30 a
60 minutos de atividade.
Porém, como existe uma variabilidade individual na resposta à insulina, algumas
pessoas não experimentam tais efeitos adversos. Assim, qualquer modificação
em sua dieta deve ser feita em dias de treinamento, nunca experimentando
novidades ou fazendo trocas de alimentos antes de uma competição.
2. • Quando nós ingerimos uma alta quantidade de glicose, o nosso organismo utiliza
o que necessita e o excesso é enviado para o fígado, que transforma a glicose em
glicogênio e ela fica armazenada em nosso fígado, aumentando a concentração
de glicogênio. Quando o nível de glicogênio fica alto, o fígado começa a quebrar
o glicogênio excedente, mandando-o para a corrente sanguínea, aumentando a
concentração de glicose no sangue.
• Como a concentração de glicose no sangue está alta, automaticamente o
pâncreas começa a produzir o hormônio insulina para mandar essa glicose para
dentro das células dos músculos para ser transformada em glicogênio. Se a
concentração de glicose no sangue continuar em excesso, o organismo começa a
converter a glicose em triglicérides, que serão armazenados na forma de
gordura. O fato de uma pessoa sempre consumir alimentos ricos em glicose pode
fazer com que ela fique obesa.
Com estas informações em mente vamos à parte prática:
As melhores fontes de carboidratos a serem utilizadas antes de treinos longos
parecem ser aquelas com baixo índice glicêmico.
Para os indivíduos que tem dificuldade de se alimentar antes das provas ou
treinos, devido a desconforto gástrico, falta de apetite, ou nervosismo, uma
solução pode ser o uso de suplementos contendo carboidratos de absorção lenta,
como a maltodextrina. Este suplemento apresenta ainda, como vantagens, o
baixo custo, a facilidade de diluição e o sabor agradável.
3. Diabetes
O Diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta
de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus
efeitos. A insulina é produzida pelo pâncreas e é responsável pela manutenção
do metabolismo da glicose. A falta desse hormônio provoca déficit na
metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. Caracteriza-se por altas
taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
Tipos de Diabetes:
Tipo 1: causado pela destruição das células produtoras de insulina, em
decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as
células que produzem a esse hormônio.
Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de deficiência na secreção de insulina.
Diabetes Gestacional: é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela
primeira vez na gestação, podendo - ou não - persistir após o parto.
Outros tipos: são decorrentes de defeitos genéticos associados a outras doenças
ou ao uso de medicamentos.
Sintomas de Diabetes:
• Vontade de urinar diversas vezes
• Fome freqüente
• Sede constante
• Perda de peso
• Fraqueza
• Fadiga
• Nervosismo
• Mudanças de humor
• Náusea e vômito.
• Infecções freqüentes
• Alteração visual (visão embaçada)
• Dificuldade na cicatrização de feridas
• Formigamento nos pés e furúnculos
Tratamento de Diabetes:O tratamento correto do diabetes significa manter uma vida
saudável, evitando diversas complicações que surgem em consequência do mau controle
da glicemia.
Complicações possíveis:
• Dores locais e desequilíbrio
• Enfraquecimento muscular
• Traumatismo dos pêlos
• Pressão baixa
• Distúrbios digestivos
Pacientes com diabetes devem ser orientados a:
• - Realizar exame diário dos pés para evitar o aparecimento de lesões
• - Manter uma alimentação saudável
4. • - Utilizar os medicamentos prescritos
• - Praticar atividades físicas
• - Manter um bom controle da glicemia, seguindo corretamente as orientações
médicas.
Prevenção
Pacientes com história familiar de diabetes devem ser orientados a:
• Manter o peso normal
• Não fumar
• Controlar a pressão arterial
• Evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas
• Praticar atividade física regular
Mexa-se
Praticar uma atividade física é muito importante no controle do diabetes, isso porque,
além de ajudar a manter o peso, ela traz diversos benefícios, como aumento da ação da
insulina e diminuição da glicose.
Converse com o seu médico sobre seus objetivos e planos. Peça para fazer uma
avaliação médica e nutricional. Após essa etapa será preciso uma avaliação física, a ser
realizada com por um professor de Educação Física. Após esses procedimentos, que
devem ser feitos por todo mundo (não só as pessoas com diabetes), você deverá
escolher a atividade que mais lhe agrada. Isso porque praticar exercícios não pode ser
uma tortura e, sim, um prazer. A atividade física, além dos benefícios para o corpo e
saúde, é um anti-stress.
É importante definir um objetivo a ser alcançado. Quando estiver cansado ou
desmotivado pense no seu objetivo, na sua saúde, no seu bem estar. Não deixe se abater.
Vá praticar sua atividade física mesmo quando não estiver muito animado. É importante
cumprir tudo o que foi planejado.
Enfim, é possível viver como qualquer outra pessoa, mas é preciso ter todos os cuidados
que o diabetes exige.
A Atividade Ideal
Após realizar os exames médicos e a avaliação física, é hora de escolher o seu exercício.
Mas antes é preciso fazer algumas considerações sobre as modalidades de atividade
física que a pessoa com diabetes pode realizar.
A escolha da atividade deve levar em consideração alguns princípios:
Ser predominantemente aeróbica, ou seja, deve utilizar oxigênio em suas reações
e favorecer a queima de glicose e gordura para fornecimento de energia;
5. Não deve oferecer riscos desnecessários ao praticante, nem colocá-lo em
situações onde o socorro não seja possível;
Deve levar em consideração as limitações físicas e/ou alterações que
comprometam o controle glicêmico.
Com base nessas informações, as modalidades mais aconselháveis são: caminhada,
corrida, natação, ginástica aeróbica de baixo impacto, hidroginástica, ciclismo, dança
etc.
Atividades Desaconselhadas
As atividades não aconselhadas basicamente se resumem àquelas que contribuem para
exacerbação de algum problema pré-existente ou que seja inseguro no controle
glicêmico. Entre elas, temos:
Exercícios que proporcionem lesões nos pés daqueles que têm neuropatia ou
alteração vascular periférica, como correr, saltar etc;
Esportes de contato, como boxe e algumas lutas marciais, quando a pessoa tiver
retinopatia;
Praticamente toda modalidade esportiva caso a pessoa apresente retinopatia
proliferada não estacionada, pois o exercício, muito provavelmente, incorrerá em
hemorragia retiniana, com sérios danos à visão;
Problemas cardíacos desaconselham qualquer atividade sem controle rigoroso e
acompanhamento minucioso de seu médico.
Há aquelas atividades que, apesar de não serem totalmente desaconselhadas para
os jovens com pouco tempo de diabetes, necessitam de rigoroso acompanhamento
glicêmico, como: maratona, alpinismo, mergulho em profundidade, competições em
geral, halterofilismo etc.
Assim, cabe a você, com a concordância de seu médico e/ou professor, escolher a
modalidade que melhor lhe agrade, desde que tenha como principais objetivos sua
saúde e bem estar. Aconselhamos como modalidades ideais: caminhada, tênis,
natação, ciclismo, hidroginástica e todas as atividades que possam ser realizadas em
um ritmo natural e de forma contínua, onde o prazer e a ludicidade predominem
sobre a competição.
Freqüência da Atividade Física
A freqüência da atividade física diz respeito ao número de dias por semana que a pessoa
se exercita. No caso específico de indivíduos com diabetes, recomenda-se o mínimo de
três dias intercalados por semana, sendo o ideal todos os dias e, de preferência, no
mesmo horário. As justificativas são:
6. Exercício aumenta a sensibilidade celular à insulina por dois ou três dias,
especialmente útil nos diabéticos tipo 2. Após este período este fenômeno
retorna aos índices anteriores;Nas pessoas com diabetes tipo 1 esta regularidade
permite maior controle glicêmico, nos dias de atividade física ou não. Tanto para
diminuição da massa gorda quanto para o aumento da massa muscular, o
organismo necessita deste tempo mínimo de atividade. Menor freqüência por
semana não possibilita resultados eficientes;
Atividades realizadas esporadicamente favorecem descompensações glicêmicas,
particularmente nos diabéticos tipo 1 e, conseqüentemente, dificuldade no
manejo do medicamente, aumentando o risco de hipoglicemias e hiperglicemia;
Os benefícios tardios, isto é, diminuição dos riscos de doenças coronarianas,
diminuição da gordura corporal, melhora do sistema cardiovascular, entre
outros, só começam a aparecer após três ou quatro semanas de atividade física
ininterruptas com a freqüência prescrita.
A palavra-chave é consistência. Exercícios físicos devem fazer parte do dia-a-dia da
pessoa com diabetes, como alimentar-se adequadamente, respeitando horário e consumo
calórico.
Com relação ao horário para a prática da atividade física, alguns pontos devem ser
considerados:
Exercitar-se no horário de pico da insulina e/ou do hipoglicemiante oral aumenta a
probabilidade de hipoglicemias durante o exercício. A variedade de terapias
medicamentosas expõe o sujeito a diferentes horários de maior ação do medicamento, o
que contribui a horários de maior ou menor possibilidade de ocorrência destas
hipoglicemias durante ou após a atividade. Conversar com o médico responsável é a
atitude coerente e mais adequada de estabelecer o melhor horário para exercitar-se;
Atividade física no final da tarde predispõe a pessoa com diabetes tipo 1 ou em uso de
hipoglicemiantes orais à hipoglicemias durante a noite.
Intensidade da Atividade Física
A intensidade da atividade física é a quantidade de esforço a que o organismo é
submetido na realização de uma tarefa. Quanto mais intensa uma atividade (seja em
velocidade ou força), mais anaeróbio o metabolismo energético se torna. Assim como a
duração do exercício, a intensidade também influencia na variação da glicemia, para
cima ou para baixo. Recomenda-se, portanto, uma variação entre 50% e 85% da
freqüência cardíaca máxima, estabelecida na avaliação cineantropométrica. Intensidades
inferiores a 50% proporcionam pouco benefício à pessoa com diabetes e intensidades
superiores a 85% creditam risco potencial e indesejado.
Por isso, esportes competitivos precisam ser acompanhados de rigorosas avaliações
glicêmicas e exames rotineiros mais freqüentes.
Atividades de alta intensidade realizadas em horários variados predispõem e contribuem
para um mau controle da glicemia.
7. Os exercícios de força, comuns em halterofilistas e em certas fases do trabalho muscular
em esportes de competição, também são potencialmente prejudiciais. Eles favorecem a
elevação da pressão intraocular, propiciando hemorragias retinianas em pessoas com
diabetes com retinopatia diabética proliferativa e, em alguns casos, de retinopatia
diabética não proliferativa.
Baixo nível de glicose no sangue
O nível de glicose pode cair quando os medicamentos, a alimentação e as atividades
físicas não estiverem equilibradas. Isso pode ocorrer quando a alimentação não foi
suficiente ou a refeição não foi feita na hora certa, ou mesmo quando se praticam
muitos exercícios.
A baixa taxa de glicose no sangue pode ocasionar tremores, sono e cansaço, suores,
instabilidade ou estado de confusão, fome, tonturas ou má coordenação motora,
inquietação durante o sono noturno. Na ocorrência de um desses sintomas, faça um
teste de glicemia o mais rápido possível.
Confirmada a baixa taxa de glícose, você deve ingerir alimentos ou açúcar de ação
rápida, como 115 a 170 ml de suco de frutas ou refrigerante, 10 a 15 gramas de
açúcar (3 colheres de chá, mel ou açúcar), ou um pedaço de chocolate. Você
também pode comer quatro bolachas, metade de um sanduíche ou outro alimento
compatível.
Após 15 minutos, faça novo teste de sangue e, se persistir a taxa baixa, beba ou
coma mais alimentos com açúcar de ação rápida.
Essa ocorrência deve ser registrada no diário de anotações. A identificação dos
motivos que levaram à queda do nível de açúcar - atividade física, alimentação
insuficiente, qualidade imprópria da alimentação - pode auxiliar em situações
futuras.
É sempre importante buscar regularmente orientação médica. As dosagens de
insulina ou outra medicação estão sujeitas a alteração.
Tudo isso ajuda a evitar grandes alterações no nível de glicose no sangue. Se houver
repetição da queda de glicose no sangue, é possível alterar os exercícios físicos ou a
alimentação para resolver o problema.
Quando houver sinal de queda e não for possível fazer um exame de sangue
imediatamente, beba ou coma algum alimento. Não espere por um tratamento
porque o diabético corre o risco de desmaiar .
Explique os sintomas da queda da taxa de glicose aos familiares e amigos, e ensine a
eles sobre como lidar com esse episódio, onde ficam guardados os suprimentos e
quais são os telefones de emergência. No caso de haver perda de consciência,
familiares e amigos não devem tentar fazer com que você ingira líquidos ou outros
alimentos. Oriente-os para que esfreguem açúcar na parte de dentro da bochecha.
8. Nunca dirija se você estiver apresentando tais sintomas, a não ser que o faça depois
de medir o nível do açúcar no sangue. Em longas viagens, por sinal, esse teste deve
ser feito diversas vezes. Por garantia, leve na bagagem refrigerante, suco de fruta,
chocolate, bombons, bolachas ou doces.
A melhor maneira para controlar o nível de glicose no sangue
Uma das melhores maneiras de saber como controlar o diabetes é medir o nível de
glicose no sangue. Normalmente isso é feito colocando-se uma gota de sangue sobre
uma fita especial que é lida em um medidor.
Outra maneira é com a realização de um exame de urina. Nesse caso, ele indica se há
glicose na sua urina, mas não informa qual a glicemia sangüínea. Esse exame também
acusa se há cetonas na urina. Em caso positivo, procure um médico imediatamente.
Dica importante
É aconselhável que você anote todos os dias em um diário ou em uma folha os seguintes
dados: os níveis de glicose no sangue e na urina, o que se comeu, os exercícios feitos e
os medicamentos utilizados.
O ideal é fazer as anotações logo após cada situação, para não esquecer todos os
detalhes.
Registre as ocorrências especiais. Por exemplo, alguns alimentos podem fazer o nível de
glicose subir, enquanto exercícios podem ter o efeito contrário.