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ORGANIZADORES:
SHEYLA CHRISTINNE LIRA MONTENEGRO
KEILA CRISTINA RAPOSO LUCENA
MARCOS AURÉLIO VASCONCELOS LIMA JUNIOR
AUTORES
KEILA CRISTINA RAPOSO LUCENA
SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA
FÁBIO GOMES DOS SANTOS
JACQUELINE DUARTE ROCHA
ENDI NÓBREGA CAVALCANTE DE MEDEIROS
FAUMANA DOS SANTOS CÂMARA
PRODUÇÃO EDITORIAL
NÚCLEO DE PUBLICAÇÕES INSTITUCIONAIS (NPI)
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
FILIPE CARVALHO DE ALMEIDA
DIAGRAMAÇÃO
RAIFF PIMENTEL FÉLIX ALMEIDA
COMO MELHOR UTILIZAR ESTE LIVRO:
Este e-book foi desenvolvido com intenção de facilitar o acesso à
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Periodontia | Coleção: Manuais Aplicativos em Clínica Odontológica
Organizado por Sheyla Christinne Lira Montenegro, Keila Cristina
Raposo Lucena, Marcos Aurélio Vasconcelos Lima Junior | Unipê:
João Pessoa, 2019 | 75 páginas | ISBN 978-85-87868-96-1
A Periodontia é a ciência que estuda e trata as estruturas de suporte dos elementos dentários. As doenças periodontais são doenças
de caráter inflamatório e etiologia bacteriana que podem levar à perda dos dentes. A prevenção e tratamento dessas doenças baseiam-se no
controle do biofilme dentário maduro que se adere às superfícies dentárias.
O cirurgião-dentista deve desenvolver habilidades e competências para diagnosticar alterações nos padrões de normalidade dos tecidos
periodontais, planejar como tratar um paciente e aplicar o tratamento que promova os melhores resultados.
Baseado na nova classificação das doenças periodontais (AAP, 2017), este manual objetiva facilitar o aprendizado dos alunos de
Odontologia, abordando temas como diagnóstico, classificação, tratamento e prevenção das doenças periodontais.
Este volume é parte integrante da coleção Manuais Aplicativos em Clínica Odontológica, constitui importante ferramenta de auxilio
prático, e deve ser adotado como literatura de bolso, sempre a mão dos estudantes durante os atendimentos e com a finalidade de esclarecer e
nortear os atendimentos clínicos.
Profa Dra Sheyla Christinne Lira da Nóbrega
Professora da disciplina de Periodontia do Unipê
Doutora em Periodontia
PREFACIO
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4 - DOENÇAS PERIODONTAIS
NECROSANTES
1 - EXAME CLÍNICO
PERIODONTAL
5 - ABSCESSOS DO
PERIODONTO
2 - DOENÇAS GENGIVAIS
6 - DETERMINAÇÃO DO
PLANO DE TRATAMENTO
9 - CIRURGIAS PERIODONTAIS
3 - DOENÇAS
PERIODONTAIS
7 - MOTIVAÇÃO E
INSTRUÇÃO DO PACIENTE
10 - TRAUMA DE OCLUSÃO
8 - TÉCNICAS DE RASPAGEM E
ERGONOMIA EM PERIODONTIA
11 - TERAPIA DE SUPORTE
33
06
38
16
43
60
24
48
68
55
71
PÁGINA 6
EXAME CLÍNICO PERIODONTAL
KEILA CRISTINA RAPOSO LUCENA
CAPÍTULO 1
O exame periodontal inicial é uma das maiores dificuldades encontradas pelos acadêmicos e profissionais da odontologia
em virtude da diversidade dos parâmetros clínicos periodontais a serem avaliados e da complexidade de situações (locais ou
sistêmicas) que podem estar envolvidas para se determinar o diagnóstico da condição periodontal. Por meio das informações
coletadas na consulta inicial, é possível chegar ao diagnóstico, determinar a presença, severidade e extensão da doença,
selecionar os melhores procedimentos de tratamento e considerar o prognóstico.
Dentre as principais observações iniciais a serem realizadas, destacam-se informações quanto aos sinais clínicos da
inflamação, profundidade de sondagem, nível clínico de inserção e perda óssea alveolar.
Quadro 01.: Avaliação inicial do paciente periodontal.
ANAMNESE E HISTÓRIA MÉDICO / ODONTOLÓGICA
FATORES DE RISCO DE DOENÇA PERIODONTAL AVALIAÇÃO DOS FATORES LOCAIS
- Diabetes Mellitus (DM) - Dépositos de cálculo
- Tabagismo - Excesso de materiais restauradores
- Cardiopatias - Fatores anatômicos locais
- Uso contínuo de medicamentos
- Fatores relacionados ao dente
(furcas expostas, sulcos radiculares, fraturas, reabsorções)
- Gravidez - Sensibilidade
- Outras condições sistêmicas - Apinhamentos dentais
- Fatores locais associados aos tecidos moles (recessão gengival, freios e bridas)
PÁGINA 7
Durante a etapa de anamnese na consulta inicial, é importante esclarecer ao paciente o possível papel que algumas
doenças sistêmicas, condições ou fatores ambientais, possam exercer sobre os tecidos periodontais; a presença de condições
que possam exigir cuidados especiais durante a condução do tratamento a ser proposto ou mesmo a sua interrupção; e a
possibilidade de algumas infecções orais apresentarem influências importantes na ocorrência e na gravidade de doenças e
condições sistêmicas.
Após essa etapa, procede-se o exame clínico periodontal detalhado utilizando instrumentos periodontais específicos
para esse fim. O uso de instrumentais apropriados facilita o exame clínico, diminuindo o desconforto, favorecendo o correto
diagnóstico. É importante esclarecer que todos os dados periodontais devem ser anotados em uma ficha clínica periodontal, o
periograma.
Figura 01. Sondas milimetradas periodontais do tipo Nabers, para avaliação do comprometimento de furcas, sonda
milimetrada UNC, graduada em milímetros (1-12mm) e sonda Williams, graduada em milímetros (1-10mm).
Fonte: Arquivo pessoal.
PÁGINA 7
PÁGINA 8
A- A inspeção visual deve fazer parte do protocolo do exame inicial para o estabelecimento do diagnóstico periodontal bem
como dos exames de rotina para as manutenções periodontais. Durante essa etapa clínica, observam-se as características de
normalidade bem como as alterações de forma e contorno dos tecidos periodontais.
B- O índice de placa bacteriana permite avaliar a capacidade de controle de biofilme supragengival, o grau de atenção e os
cuidados que o paciente tem com a sua saúde bucal. O método dicotômico (sim / não) é uma escala que registra a presença ou
ausência de biofilme nas superfícies dentais e que pode ser registrado através da inspeção visual.
Quadro 02. Exame clínico periodontal para o preenchimento da ficha clínica periodontal.
A- INSPEÇÃO VISUAL (características clínicas da inflamação)
B- ÍNDICE DE PLACA BACTERIANA
C- ÍNDICE GENGIVAL
D- PROFUNDIDADE DE SONDAGEM E SANGRAMENTO À SONDAGEM
E- RECESSÃO GENGIVAL
F- PERDA DE INSERÇÃO
G- ENVOLVIMENTO DE FURCA
H- PRESENÇA DE EXUDATO / SUPURAÇÃO
I- MOBILIDADE ENTAL
J- TRAUMATISMO OCLUSAL
PÁGINA 9
C- O índice gengival (IG) é obtido através da estimulação dos tecidos periodontais através da inserção de 1-2mm da sonda
periodontal no interior do sulco gengival. A avaliação do IG deve ocorrer nas quatro faces dentais (vestibular, lingual, mesial e
distal) devendo a sonda perpassar ao longo da margem gengival.
D- A profundidade de sondagem (PS) é classicamente conhecida como a medida da profundidade de bolsa periodontal
correspondendo à distância da margem gengival ao limite mais apical da bolsa periodontal. É utilizado para o diagnóstico das
periodontites embora não reflita, necessariamente, o grau de severidade da doença, podendo ser considerado um indicador
de inflamação. Já o sangramento à sondagem (SS) é um importante indicador do status inflamatório dos tecidos periodontais
refletindo a necessidade de instrumentação periodontal efetiva. Tanto a PS como o SS, são verificados através da inserção da
sonda periodontal ao longo do sulco gengival utilizando forças de sondagem suaves com sondas com dimensões adequadas.
Quadros de saúde periodontal apresentam PS de até 3mm.
Figura 02. Visualização da presença de biofilme dental sobre as superfícies vestibulares dos dentes superiores anteriores.
PÁGINA 10
Figura 03. Avaliação da PS e do SS em dente posterior inferior indicando profundidade superior a 3 mm e ausência de
sangramento à sondagem periodontal.
Quadro 03. Classificação da recessão gengival segundo Miller.
Fonte: arquivo pessoal.
Classe I - a RG não se estende à junção mucogengival não havendo perda óssea ou de tecido mole na área interproximal
Classe II - a RG se estende até ou além da junção mucogengival não havendo perda óssea ou de tecido mole na área interproximal
Classe III - a RG se estende até ou além da junção mucogengival havendo perda óssea ou de tecido mole na área interproximal e
mau posicionamento dental
Classe IV - a RG se estende até ou além da junção mucogengival havendo perda óssea e tecidual severa na área interproximal ou
mau posicionamento dental severo
PÁGINA 11
Figura 04. Recessão gengival classe I e II, respectivamente (esquerda e direita).
Figura 05. Recessão gengival classe III e IV, respectivamente (esquerda e direita).
Fonte: Cimões, Gusmão, Donos (2013).
Fonte: Cimões, Gusmão, Donos (2013).
A altura da RG é medida com uma sonda periodontal milimetrada posicionada entre a JCE e a margem gengival sendo
transcrita em milímetros.
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F- A perda de inserção clínica (PIC) também é avaliada através da PS devendo-se estar atento aos aspectos de inflamação,
como o edema e o sangramento gengival, bem como à presença de recessões gengivais. Sabendo-se que medidas clínicas
biologicamente aceitáveis são aquelas de até 3mm, é importante observar a medida da recessão gengival pois tal medida
estará associada à PIC. Para se determinar esse parâmetro deve-se somar as medidas obtidas na PS e na RG.
G- A presença de lesões de furca (LF) deve ser avaliada nos molares superiores e inferiores e nos primeiros pré-molares
superiores. A presença deste tipo de lesão em um dente aumenta a complexidade do tratamento periodontal e deve ser
considerada no diagnóstico periodontal. A sua detecção é feita com o uso de sondas específicas, a sonda Nabers que podem ou
não ser expressa em milímetros.
Figura 06. Sondagem periodontal com sonda milimetrada UNC (1-12mm) na face distal do dente 13 apresentando medidas de
PS = 4mm e RG =1mm. Dessa forma, obtem-se uma PIC de 5mm.
Quadro 04. Classificação das lesões de furca levando-se em consideração a perda óssea horizontal.
Fonte: Arquivo pessoal.
Grau 1 – envolvimento de até 1/3 da área interradicular (perda horizontal menor que 3mm)
Grau 2 – envolvimento ultrapassa 1/3 da área interradicular (perda horizontal maior que 3mm), porém sem ultrapassar a sua largura
Grau 3 – a sonda atravessa toda a extensão da furca criando uma comunicação lado-a-lado.
PÁGINA 13
H- A presença de supuração na área do sulco gengival ou bolsa periodontal significa uma mudança no quadro inflamatório de
crônico para agudo podendo ser detectada por pressão digital na mucosa queratinizada ou durante a sondagem periodontal.
Pode estar associada a quadros de abscessos periodontais e, quando associada ao sangramento à sondagem, é considerado
um forte indicativo de perda de inserção clínica.
Figura 07. Lesão de furca grau I diagnosticada com a inserção da sonda Nabers milimetrada na área de furca do dente 36.
Figura 08. Presença de sangramento à sondagem e supuração.
Fonte: Paiva, Almeida (2005)
Fonte: arquivo pessoal.
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I-Amobilidadedental(MD)podeseroresultadodeumacombinaçãodetrêsfatores:aumentodalarguradoespaçodoligamento
periodontal; altura reduzida das estruturas de suporte periodontais; e/ou inflamação no aparato de inserção periodontal. Pode
ser classificada da seguinte forma:
J- O traumatismo oclusal pode ser dividido em primário (quando forças oclusais excessivas incidem em um periodonto íntegro)
ou secundário (quando forças oclusais excessivas incidem em um periodonto reduzido). O traumatismo oclusal ou forças
oclusais excessivas não são capazes de iniciar uma periodontite. No entanto, quando a periodontite e o trauma oclusal ocorrem
simultaneamente, há evidências que apontam que o traumatismo oclusal pode aumentar a taxa de perda óssea.
De forma resumida, e conforme o Consenso no Workshop mundial de Periodontia de 2017, podemos elencar as principais
características de saúde gengival a ser observada durante o exame clínico periodontal:
Quadro 05. Classificação da mobilidade dental segundo Miller.
Quadro 06. Características clínicas da saúde gengival em periodonto íntegro e reduzido conforme o Workshop mundial de
Periodontia (2017).
Grau 0 – mobilidade fisiológica (0,1 – 02mm horizontalmente)
Grau 1 – mobilidade aumentada da coroa (até 1,0mm horizontalmente)
Grau 2 – aumento visível da mobilidade da coroa excedendo 1,0mm verticalmente
Grau 3 – mobilidade intensa da coroa nas direções vertical e horizontal impossibilitando as funções do dente.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA SAÚDE GENGIVAL
Periodonto íntegro Periodonto reduzido
Ausência de sangramento à sondagem Ausência de sangramento à sondagem
Ausência de eritema e edema Ausência de eritema e edema
Ausência de perda óssea e de inserção Presença de perda óssea e de inserção
Níveisósseosfisiológicosvariamde1,0a3,0mm
apical à junção cemento-esmalte
-
PÁGINA 15
NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 12ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.
WOLF, H.F.; HASSEL, T. M. Manual de Periodontia: Fundamentos, diagnóstico, prevenção e tratamento. 1 ed. São Paulo:
Editora Artmed: 2008.
CASTRO, M.V.M; SUSIN, D. Nova classificação para as doenças e condições periodontais e Peri-implatares. 1 ed. São
Paulo: Quitessence Editora, 2019
KAHN, S; FISHER, R.G; DIAS, A.T. Periodontia e Implantodontia Contemporânea. 1 ed. São Paulo: Quitessence Editora,
2019.
CIMOES, R; GUSMÃO, E.S; DONOS, N. Manual prático para cirurgia periodontal e periimplantar. 1ed. São Paulo: Ed.
Napoleão, 2013
REFERÊNCIAS
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DOENÇAS GENGIVAIS
KEILA CRISTINA RAPOSO LUCENA
CAPÍTULO 2
A gengivite induzida ou associada ao biofilme
dental é definida como uma condição inflamatória não
específica resultante de interações entre o biofilme
dental e a resposta imunoinflamatória do hospedeiro
que acomete apenas a gengiva, não se estendendo
aos tecidos de suporte e de inserção periodontal. Já
a saúde periodontal é definida pela simples ausência
de inflamação clinicamente detectável podendo ser
observada em periodonto íntegro ou mesmo reduzido, ou
seja, que já foi acometido por doença periodontal.
De acordo com o Consenso para a classificação
da saúde periodontal e doenças e condições gengivais
em um periodonto intacto ou reduzido, proposto pelo
Workshop mundial de Periodontia de 2017, surge a atual
classificação das condições gengivais induzidas por
placa e não induzidas por placa:
Quadro 07. Classificação das doenças gengivais induzidas
por placa (Workshop mundial, 2017).
Gengiviteinduzidaporplaca:emperiodontointacto,emperiodonto
reduzido,empacientesnãoperiodontaiseemperiodontoreduzido
em pacientes periodontais tratados com sucesso:
A. Associado apenas com biofilme
B. Modificada por fatores de risco sistêmicos e locais:
● Fatores de risco sistêmicos (fatores modificadores):
- Fumo
- Hiperglicemia
- Fatores nutricionais
- Agentes farmacológicos
- Condições hematológicas
- Hormônios sexuais: puberdade, ciclo menstrual,
gravidez, contraceptivos orais
● Fatores de risco locais (fatores predisponentes):
- Fatores de retenção de biofilme (restaurações
subgengivais proeminentes)
- Secura de boca (hipossalivação)
C. Aumento gengival influenciado pelo uso de medicamentos
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A- GENGIVITE INDUZIDA POR PLACA ASSOCIADA APENAS AO BIOFILME:
A gengivite induzida por biofilme apresenta uma variedade de sinais e sintomas clínicos bem como de fatores
modificadores e predisponentes que podem sua extensão, severidade e progressão. Quanto à extensão, ela pode ser
classificada como incipiente, localizada ou gengeralizada.
- Gengivite incipiente: poucos sítios apresentam inflamação leve e/ou linha de sangramento lento e interrompida;
- Gengivite localizada: ≥10% e ≤30%;
- Gengivite generalizada: >30%
Dentre as características clínicas da gengivite, destacam-se: edema e eritema gengivais, sangramento gengival
e à sondagem (SS), profundidade de sondagem até 3,0mm, desconforto, sensibilidade gengival à sondagem e à
escovação dental, halitose, gosto alterado. Radiograficamente, não há evidências de perda de estrutura de suporte
periodontal. Para a sua identificação, é importante uma realização criteriosa na anamnese e no exame clínico
periodontal para diferenciar quadros de saúde e doença gengival/periodontal (Quadro 08).
Quadro 08. Diagnóstico de saúde gengival ou gengivite induzida por biofilme baseado na prática clínica.
(Workshop mundial, 2017).
PERIODONTO ÍNTEGRO PERIODONTO REDUZIDO
- Saúde Gengivite Doença estável Doença em remissão
SS Ausente/mínimo Sim Ausente/mínimo Reduzido
Profundidade normal Sim Sim Não Não
Altura óssea normal Sim Sim Não Não
Fatores modificadores Controlados Podem estar
presentes
Controlados Não completamente controlados
Fatores predisponentes Controlados Podem estar
presentes
Controlados Não completamente controlados
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Embora a doença gengival induzida por biofilme seja uma condição inflamatória reversível, onde o controle e a
manutenção de uma condição bucal adequada são capazes de devolver a saúde gengival, se não for adequadamente
controlada pode evoluir para um quadro de destruição periodontal mais severo (Figura 10).
Figura 09: Gengivite induzida apenas pelo biofilme.
.
Figura 10: Fluxograma da transição do estado de saúde periodontal para periodontite.
Fonte: Arquivo pessoal.
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B-MODIFICADA POR FATORES DE RISCO SISTÊMICOS E LOCAIS
Os fatores de risco sistêmicos ou modificadores relacionam-se à características presentes em um indivíduo
que influenciam negativamente a resposta imunoinflamatória a uma dada carga de biofilme resultando em uma
hiperinflamação.
Dentre os principais fatores modificadores das condições gengivais encontram-se o fumo, a diabetes, deficiências
nutricionais, em especial, a deficiência de vitamina C, agentes farmacológicos (drogas que reduzem o fluxo salivar e
alteram as funções endócrinas), elevações dos hormônios esteróides sexuais e condições hematológicas, tais como,
leucemia, trombocitopenia e deficiências de fatores de coagulação (Figura 11).
Já os fatores retentivos são aqueles que facilitam a retenção e, consequentemente, o acúmulo do biofilme dental,
tais como, restaurações subgengivais, hipossalivação, apinhamento dental, aparelhos ortodônticos fixos (Figura 12) .
Figura 11: Gengivite induzida por biofilme modificada
por fatores sistêmicos (Diabetes tipo 2).
Figura 12: Gengivite induzida por biofilme modificada
por fatores locais (apinhamento dental).
Fonte: Arquivo pessoal. Fonte: Arquivo pessoal.
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C- AUMENTO GENGIVAL INFLUENCIADO PELO USO DE MEDICAMENTOS
Características clínicas: variações no alargamento interpessoal (predisposição genética), maior ocorrência
na gengiva anterior, prevalência maior em jovens, nos primeiros três meses de uso do medicamento, observado
inicialmente na região interpapilar.As principais drogas associadas ao crescimento gengival são: as antiepilépticas
como fenitoína e valproato de sódio; bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina,verapamil, diltiazem,
amlodipina,felodipina); drogas imunossupressoras (ciclosporina A, tacrolimus, sirulimus); e contraceptivos orais de
alta dose (Figura 13).
Ainda de acordo com o Workshop mundial (2017), as doenças gengivais também estão associadas a outros fatores
além do biofilme dental:
Figura 13. Paciente que faz de medicamento anticonvulsivante.
Fonte: Wolf, Hassel (2008).
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A- Desordens genéticas / desenvolvimento: Fibromatose Gengival Hereditária. Caracterizado pelo crescimento
lento, progressivo e benigno da gengiva.
B- Infecções específicas: Infecções de origem bacteriana, viral e fúngica.
C- Condições imunoinflamatórias: reações de hipersensibilidade (alergias de contato à materiais odontológicos
– pouco frequente), gengivite plasmocitária, eritema multiforme. Doenças autoimunes de pele e mucosas também
estão associadas à gengivites não induzidas por biofilme, tais como: pênfigo vulgar, penfigóide,lesões bucais pré-
malignas, líquen plano, lúpus eritematoso sistêmico, lúpus eritematoso discóide, granulomatose orofacial, doença
de Crohn, sarcoidose.
D- Processos reativos: epúlides, granuloma fibroblástico calcificante, granuloma piogênico, granuloma de células
gigantes.
Quadro 09. Classificação das doenças gengivais não induzidas por placa (Wokshop mundial, 2017).
Gengivite não induzida por placa: em periodonto intacto, em periodonto reduzido, em pacientes não periodontais e em periodonto reduzido em
pacientes periodontais tratados com sucesso:
A. Desordens genéticas / desenvolvimento
B. Infecções específicas
C. Condições imunoinflamatórias
D. Processos reativos
E. Neoplasmas
F. Doenças metabólicas, nutricionais e endócrinas
G. Lesões traumáticas
H. Pigmentação gengival
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E- Neoplasmas: leucoplasia bucal, eritroplasia bucal, carcinoma espinocelular, linfomas
F- Doenças metabólicas, nutricionais e endócrinas: escorbuto e diabetes
G- Lesões traumáticas: lesões físicas ou mecânicas (queratose por fricção, úlceras traumáticas)
H- Pigmentação gengival: pigmentação melânica (fisiológica), melanose do fumante (pigmentação gengival induzida
pela nicotina), hiperpigmentação da mucosa bucal associada à drogas/medicamentos (minociclina, hidroxicloroquina,
imatinobe, golimumabe) (Figura 14).
De forma geral, podemos resumir as condições gengivais em dois grandes grupos principais: a gengivite
induzida por placa e a gengivite não induzida por placa. Entretanto, no Consenso de Periodontia (2017) foram
estabelecidos critérios para se definir os casos de gengivite levando-se em consideração as limitações do exame
clínico periodontal. Esse estabelecimento é importante para a padronização do diagnóstico (Quadro 10).
Figura 14. Pigmentação melânica na gengiva inserida entre os elementos 12 e 11.
Fonte: Arquivo pessoal.
PÁGINA 23
Quadro 10. Critérios e limitações para definir saúde periodontal e gengivite (Wokshop mundial, 2017)
Definição de casos para saúde periodontal e gengivite
Critérios Limitações
- Escore de sangramento à sondagem (%SS) - Falta de sondas periodontais padronizadas
- Avaliação dicotômica: sim / não - Variabilidade do examinador (pressão da sonda, ângulo)
- Sonda periodontal padronizada (dimensões e forma) - Fatores relacionados ao paciente (biótipo, medicamentos...), tabagismo
- Força de sondagem controlada (~25N)
- 6 sítios / dente (em todos os dentes presentes)
REFERÊNCIAS
NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 12ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.
WOLF, H.F.; HASSEL, T. M. Manual de Periodontia: Fundamentos, diagnóstico, prevenção e tratamento. 1 ed. São Paulo:
Editora Artmed:, 2008.
CASTRO, M.V.M; SUSIN, D. Nova classificação para as doenças e condições periodontais e Peri-implatares. 1 ed. São
Paulo: Quitessence Editora, 2019
KAHN, S; FISHER, R.G; DIAS, A.T. Periodontia e Implantodontia Contemporânea. 1 ed. São Paulo: Quitessence Editora,
2019.
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CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO DA PERIODONTITE
SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA
CAPÍTULO 3
O diagnóstico das doenças e condições que afetam os tecidos periodontais é baseado na fisiopatologia das
doenças. Três formas de periodontites têm sido identificadas (Figura 15):
Figura 15. Classificação das Periodontites.
A periodontite é uma doença infecciosa/inflamatória causada por microorganismos do biofilme dental
(Armitage e Cullinan, 2010, Armitage, 1999). Como resposta ao desafio bacteriano, ocorre destruição dos
tecidos de sustentação dentários.
Suas principais características clínicas:
• Sangramento à sondagem;
• Presença de supuração
PERIODONTITE
PÁGINA 25
• Presença de profundidade de sondagem (PS) > 3mm;
• Perda de inserção periodontal;
• Nível de inserção clínica (NIC) > 3 mm;
• Mudanças nas densidades e alturas ósseas alveolares.
Outras características que podem estar presentes:
• Vermelhidão;
• Textura da gengiva lisa e brilhante;
• Flacidez gengival;
• Retração gengival;
Instrumentais utilizados para diagnóstico (Figuras 16-20):
Figura 16. Espelho odontológico.
Figura 20. Sonda exploradora.
Figura 18. Sonda Nabers.
Figura 17. Sonda periodontal PCP/UNC-15.
Figura 19. Pinça clínica.
PÁGINA 26
Quadro 11. Parâmetros clínicos utilizados no diagnóstico da periodontite.
Para o diagnóstico, deve-se avaliar 6 sítios em cada dente (mésio-vestibular, vestibular, distovestibular,
mésiolingual, lingual e distolingual) e registrar os seguintes parâmetros clínicos periodontais em (Quadro 11):
Figura 21. Determinação dos parâmetros clínicos periodontais através da sondagem.
Fonte: arquivo pessoal.
Parâmetro clínico Descrição Instrumental utilizado
Sangramento à sondagem (SS) Registrar a ausência ou presença do sangramento (0/1) Sonda periodontal PCP/UNC-15 +
espelho odontológico
Supuração (SUP) Registrar a ausência ou presença de supuração (0/) Sonda periodontal PCP/UNC-15 +
espelho odontológico
Profundidade de sondagem (PS) Registrar a medida da margem gengival até aonde a sonda
penetrar na bolsa periodontal (fundo da bolsa)
Sonda periodontal PCP/UNC-15 +
espelho odontológico
Nível de inserção clínica (NIC) Registrar a medida da junção amelocementária (JAC) até
aonde a sonda penetrar na bolsa periodontal (fundo da bolsa)
Sonda periodontal PCP/UNC-15 +
espelho odontológico
Mobilidade dentária (MOB) Registrar o grau da mobilidade (0, I, II ou III) Cabo do espelho odontológico + dedo
Envolvimento de furca Registrar o grau do envolvimento de furca (I, II, III ou IV) Sonda Nabers + espelho odontológico
PÁGINA 27
É importante durante a sondagem verificar se a margem gengival está coronal a junção amelocementária, caso
esta seja a situação clínica, o diagnóstico será de hiperplasia gengival e não de periodontite
As radiografias periapicais (ficha periapical completa) são o método radiográfico de eleição para avaliação da
perda óssea alveolar (Figura 23).
Figura 22. Hiperplasia gengival.
Figura 23. Ficha periapical completa.
Fonte: arquivo pessoal.
Fonte: arquivo pessoal.
PÁGINA 28
Definição de um caso clínico de periodontite:
• Perda de inserção interdental em 2 ou mais dentes não adjacentes ou
• Nível de inserção na vestibular ou lingual ≥ 3mm com PS > 3mm em pelo menos 2 dentes.
Os pacientes submetidos a terapia periodontal que na reavaliação apresentar PS = 4 mm; sem
sangramento à sondagem é considerado saudável.
Observações a serem consideradas sobre a perda de inserção:
• não pode ter sido causada por: retrações, fraturas radiculares, cáries ou traumas;
• não pode ser diagnosticada na distal de 2º molares maus posicionados ou associados à exodontia dos 3º molar;
• o dente não pode apresentar lesão endodôntica que drena pelo periodonto marginal.
A partir do reconhecimento de um caso clínico de periodontite esta deve ser classificada para ajudar na
escolha do tratamento do paciente e na sua terapia de suporte periodontal. A classificação da periodontite é feita em
estadiamentos e objetiva classificar a doença de acordo com a sua severidade, complexidade e extensão. O quadro
abaixo mostra os estágios da periodontite.
Quadro 12.Estágios da periodontite.
Estágios da periodontite
Estágio I Estágio II Estágio III Estágio IV
Periodontite leve
(inicial)
Periodontite moderada
(estabilizada)
Periodontite severa
(com risco de perda dentária)
Periodontite avançada
(perda da dentição)
PÁGINA 29
A severidade da periodontite é determinada pela perda de inserção clínica na interproximal ou pela perda óssea
radiográfica. Sua extensão depende da quantidade e do tipo dos elementos dentários acometidos e sua complexidade
está condicionada a características do sítio acometido. O quadro abaixo demonstra a classificação da periodontite de
acordo com suas características (Quadro 13).
A terapia periodontal é baseada no estágio da doença. À medida que o estágio avança, a terapia torna-se
mais complexa envolvendo além da terapia básica, terapias cirúrgicas e terapias de reestabelecimento da função
mastigatória. (Quadro 14).
Quadro 13. Estágio da periodontite de acordo com sua severidade, extensão e complexidade. (AAP, 2017)
Estágios da Periodontite Estágio I Estágio II Estágio III Estágio IV
Severidade
Perda de inserção interdental
(sítio de maior perda)
1-2 mm 3-4 mm ≥ 5 mm ≥ 5 mm
Perda óssea radiográfica
Terço coronal
(< 15%)
Terço coronal
(15-33%)
Estendendo-se até o
terço médio da raiz
Estendendo-se do terço
médio para apical
Perda dentária ausente ≤ 4 dentes ≥ 5 dentes
Extensão Localizada (<30% dos dentes envolvidos), generalizada ou padrão incisivo molar (PJL)
Complexidade Local
PS ≤ 4 mm
Reabsorção óssea
horizontal
PS ≤ 5 mm
Reabsorção óssea
horizontal
PS ≥ 6 mm
Perda óssea vertical
≥3mm
defeito da crista óssea
moderado
Furca grau II ou III
Defeito da crista óssea
moderado
Necessidade de
complexa reabilitação
devido a disfunção
mastigatória e trauma
oclusal secundário
< 20 dentes
remanescentes colapso
da mordida
Severo defeito da crista
óssea
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Quadro 14. Tratamento da periodontite de acordo com o seu estadiamento (AAP, 2017).
Quadro 15. Graus da periodontite de acordo com os fatores que modificam sua taxa de progressão (AAP, 2017).
Estágios Tratamentos
I
Orientação de higiene oral, motivação do paciente,
emoção de fatores de risco locais e sistêmicos e terapia básica periodontal
II Após a reavaliação da terapia básica periodontal, se necessário, devem ser tratados cirurgicamente
III Necessita de uma gama de procedimentos cirúrgicos (terapia periodontal cirúrgica)
IV Terapia do estágio III + terapia de reabilitação da função
Independente do estágio, a periodontite pode progredir com taxas diferentes nos indivíduos, responder de forma
menos previsível ao tratamento e pode ou não influenciar na saúde geral ou sistêmica. Alguns fatores de risco como
o fenótipo da doença, idade, diabetes e tabagismo podem modificar essa taxa de progressão.
A progressão da periodontite é classificada em graus os quais são definidos através de evidências de risco para
a progressão diretas e indiretas (Quadro 15).
Graus da periodontite
Grau A
(Taxadeprogressão
lenta)
Grau B
(Taxa de progressão
moderada)
Grau C
(Taxa de progressão rápida)
Critério
primário
Evidência
direta para a
progressão
Perda óssea radiográfica
ou NIC (dados
longitudinais)
sem perda em até 5
anos
perda ≤ 2 mm em 5 anos perda de ≥ 2 mm em 5 anos
Evidência
indireta para
a progressão
% perda óssea/idade < 0,25 0,25 -1,0 >1,0
Fenótipo do caso
Muito depósito de
biofilme com pouca
destruição
Destruição compatível com
os depósitos de biofilme
A destruição excede a expectativa
dada aos depósitos de biofilme;
padrões clínicos específicos
sugestivos de períodos de
progressão rápida e/ou doença de
início precoce (Ex: padrão molar/
incisivo; ausência da resposta
esperada às terapias)
PÁGINA 31
A taxa de progressão da doença pode influenciar sua terapia sendo necessário o uso de terapias antimicrobianas.
Segundo Rabelo et al., 2015, os antimicrobianos que apresentam melhores resultados no tratamento da periodontite
são (Quadro 16):
*Usar esta opção em pacientes alérgicos a penicilina.
Concluído o tratamento periodontal, o paciente deve ser orientado sobre a necessidade e importância de uma
terapia periodontal de suporte (Capítulo 11).
Albandar JM, Susin C, Hughes FJ. Manifestations of systemic diseases and conditions that affect the periodontal
attachment apparatus: case definitions and diagnostic considerations. J Periodontol. 2018;89(Suppl 1):S183–S203.
Armitage GC. Development of a classification system for periodontal diseases and conditions. Ann Periodontol.
1999;4:1–6.
Papapanou PN, Sanz M, et al. Periodontitis: Consensus report of Workgroup 2 of the 2017 World Workshop on the
Classification of Periodontal and Peri-Implant Diseases and Conditions. J Periodontol. 2018;89(Suppl 1):S173–S182.
Graus
modificadores
Fator de risco
Tabagismo Não < 10 cigarros/dia ≥ 10 cigarros/dia
Diabetes Não HbA1c < 7% HbA1c ≥ 7%
Antimicrobiano Posologia
Metronidazol (400mg)* Tomar 01 comprimido de 8 em 8 horas durante 14 dias
Metronidazol (400mg) + Amoxicilina (500mg) Tomar 01 comprimido/cápsula de cada, de 8 em 8 horas durante 14 dias
Azitromicina (500mg) Tomar 01 comprimido, 1 vez ao dia por 3 dias.
REFERÊNCIAS
PÁGINA 32
Rabelo et al. Systemic antibiotics in the treatment of aggressive periodontitis. A systematic review and a Bayesian
Network meta-analysis. J Clin Periodontol, 42: 647-657, 2015.
Tonetti MS, Greenwell H, Kornman KS. Staging and grading of periodontitis: framework and proposal of a new
classification and case definition. J Periodontol. 2018;89(Suppl 1):S159–S172.
PÁGINA 33
DOENCAS PERIODONTAIS NECROSANTES –
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA
CAPÍTULO 4
As doenças necrosantes são doenças de origem bacteriana que ocorrem quando a resposta do hospedeiro é prejudicada.
Caracteriza-se por necrose e descamação do tecido gengival, apresentando sinais e sintomas específicos.” (Newman et al.,
2016)
PÁGINA 34
Figura 24. Gengivite necrosante. Fonte: arquivo pessoal.
Quadro 17. Características da gengivite necrosante.
Fonte: arquivo pessoal.
É um processo inflamatório agudo dos tecidos gengivais caracterizado pela presença de necrose/úlceras na
papila interdental (Figura 24). O quadro 17 descreve as características da gengivite necrosante:
GENGIVITE NECROSANTE
Características Clínicas Características sistêmicas
Ulceração e necrose da papila/margem gengival (INVERSÃO PAPILAR);
•Úlceras cobertas por uma camada branco-amarelada ou cinza (PSEU-
DOMEMBRANA);•Sangramento;
•Odor fétido/ mal hálito;
Gosto metálico;
•Fluxo salivar;
•Higiene oral deficiente;
•Rápida evolução;
• Linfoadenopatia local;
• Febre e mal-estar;
• Leucocitose;
• Dor
• Aumento da frequência cardíaca;
• Insônia, constipação;
• Cefaleia.
PÁGINA 35
Figura 25. Periodontite necrosante.
Fonte: arquivo pessoal.
Ocorre quando a progressão da doença é
acompanhada da perda do ligamento periodontal e
osso alveolar (Figura 25).
O tratamento das doenças periodontais
necrosantes ocorre em 02 etapas: tratamento da fase
aguda e da fase crônica.
PERIODONTITE NECROSANTE TRATAMENTO
TRATAMENTO DA FASE CRÔNICA
TRATAMENTO DA FASE AGUDA
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O diagnóstico diferencial se dá com a gengivoestomatite herpética primária, gengivite descamativa, penfigóide
benigno das membranas mucosas, eritema multiforme, gengivite estreptocócica e gengivite gonocócica (Quadro 18).
De acordo com a nova classificação das doenças periodontais (AAP, 2017) as doenças periodontais necrosantes
podem ser classificadas de acordo com a condição sistêmica dos indivíduos em (Quadro 19):
Quadro 18. Diagnóstico diferencial entre a doença periodontal
necrosante e a gengivoestomatite herpética primária.
Quadro 19. Classificação das doenças periodontais necrosantes (DPN)
de acordo com a condição sistêmica dos indivíduos.
Doença periodontal necrosante Gengivoestomatite herpética primária
Etiologia Bactérias + fatores predisponentes Vírus
Idade 15-30 anos crianças
Sintomas
Tecido necrótico, ulcerado e placa
branco-amarelada
Múltiplas vesículas que se rompem, resultando
em pequenas úlceras redondas  
Duração 1-2 dias 1-2 semanas
Cicatrização Permanência da destruição A destruição não é permanente
Categoria Indivíduos Condições predisponentes Condição clínica
DPN em pacientes
crônicos
severamente
comprometidos
Em adultos
HIV+/AIDS com contagem de CD4 < 200 e vírus detectável
Gengivite necrosante, periodontite
necrosante, estomatite necrosante
noma. Possível progressão
Outras condições sistêmicas severas (imunocomprometidos)
Em crianças
Desnutrição severa
Condições extremas de vida
Infecções severas
PÁGINA 37
Herrera D, Retamal-Valdes B, Alonso B, Feres M. Acute periodontal lesions (periodontal abscesses and necrotizing
periodontal diseases) and endo-periodontal lesions. J Periodontol. 2018;89(Suppl 1):S85–S102.
REFERÊNCIAS
Categoria Indivíduos Condições predisponentes Condição clínica
DPN em pacientes
temporariamente
e moderadamente
severamente
comprometidos
Pacientes
com
gengivite
Stress, nutrição, tabagismo GN generalizada. possível progressão
para PN
DPN anterior: crateras residuais
Fatores locais: proximidade radiculares, má posição dentária
GN localizada. Possível progressão para
PN
Pacientes
com
periodontite
Fatores predisponentes para as DPN GN e PN com progressão incomum
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DEFINIÇÃO
ETIOLOGIA
ABSCESSOS PERIODONTAIS
FÁBIO GOMES DOS SANTOS
CAPÍTULO 5
Os abscessos periodontais são lesões agudas (de início rápido) que afetam o periodonto de proteção ou sustentação,
sendo considerados como uma das poucas situações na Periodontia que requer atendimento de urgência devido a ocorrência
de dor ou desconforto, destruição tecidual e infecção.
Aformaçãodosabscessosperiodontaisocorredevidoaofechamentooutraumadosulcogengivaloudebolsasperiodontais
profundas ou tortuosas com ou sem influência externa óbvia, levando à uma infecção local. Os microrganismos que colonizam
essas lesões geralmente são não-móveis, gram-negativos, anaeróbicos e bastonetes, semelhante aos casos de periodontite.
PÁGINA 39
Figura 26. Etapas de formação dos abscessos periodontais.
Indivíduos com ou sem histórico de periodontite podem desenvolver abscessos periodontais. Os fatores de risco para
ocorrência dessas lesões são:
• Periodontite não tratada ou “refratária”;
• Bolsas periodontais profundas;
• Fragmentos de cálculo dentário empurrados para os tecidos ou remoção incompleta após raspagem e alisamento
corono-radicular;
• Presença de corpo estranho após profilaxia profissional ou cirurgia periodontal;
• Uso de antibióticos sistêmicos sem raspagem subgengival em pacientes com periodontite severa;
• Impactação de corpo estranho (fio dental, palito de madeira, elástico ortodôntico, casca de pipoca, etc.);
• Hábitos deletérios que possam favorecer a impactação de corpos estranhos no sulco gengival (por exemplo, roer unhas);
• Forças ortodônticas inadequadas;
• Alterações anatômicas (pérolas de esmalte, sulcos de desenvolvimento, dente invaginado, displasia dentária, etc.);
• Fraturas na raiz;
• Reabsorção externa;
• Iatrogenia (por exemplo, perfuração radicular).
PÁGINA 40
Os abscessos periodontais podem se apresentar como uma área edematosa e eritematosa com superfície lisa e
brilhante, uma elevação ovoide ao longo da raiz ou uma tumefação difusa.
Os sinais clínicos incluem dor, sensibilidade à percussão, sensação de “dente crescido”. Ao exame periodontal,
observa-se supuração, bolsa periodontal profunda, sangramento à sondagem e, algumas vezes, mobilidade dentária.
Os achados extra orais são incomuns, contudo, o paciente pode apresentar elevação da temperatura corporal, mal-
estar, linfadenopatia regional e aumento do número de leucócitos na corrente sanguínea.
A severidade das lesões está relacionada à quantidade de microrganismos, o pH local, a virulência e a resistência
tecidual.
O diagnóstico dos abscessos periodontais é feito a partir do histórico do paciente e de uma avaliação criteriosa
dos sinais e sintomas. Uma sondagem periodontal cuidadosa é importante para determinar a continuidade da lesão
pela margem gengival; evidência de que o abscesso é periodontal.
A radiografia periapical pode auxiliar no diagnóstico dos abscessos periodontais. A área afetada pode apresentar
desde nenhuma alteração do tecido ósseo à um aumento do espaço do ligamento periodontal e perda óssea envolvendo
grande parte do dente.
Abscessos periapicais, cistos periapicais laterais, lesões tumorais, fraturas verticais radiculares e outras
lesões orais podem apresentar características semelhantes aos abscessos periodontais. O diagnóstico diferencial é
realizado a partir do histórico de doença periodontal ou reações após tratamento periodontal, a presença de secreção
purulenta, vitalidade pulpar e perdas ósseas angulares ou envolvimento de furca.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
DIAGNÓSTICO
PÁGINA 41
Inicialmente, o objetivo do tratamento dos abscessos periodontais é debelar a fase aguda e, após isso, o
tratamento da lesão crônica resultante. As opções de tratamento são:
• Drenagem;
• Raspagem e alisamento corono-radicular;
• Cirurgia periodontal;
• Antibioticoterapia sistêmica;
•Exodontia.
A drenagem, sob anestesia tópica e infiltrativa local ao redor da lesão, pode ser feita por pressão digital,
penetração da sonda ou cureta periodontal no sulco gengival ou incisão vertical no centro flutuante da lesão com
uma lâmina cirúrgica n°15.
No caso de lesões pequenas com fácil acesso, a raspagem e alisamento corono-radicular é indicada. Porém, em
lesões maiores, este procedimento deve ser realizado após o desaparecimento dos principais sinais e sintomas.
A indicação da cirurgia periodontal decorre da impossibilidade de instrumentação não cirúrgica devido à defeitos
verticais profundos ou bifurcações. As instruções pós-tratamento são:
• Enxague frequente com água morna e sal;
• Bochechos com solução de digluconato de clorexidina 0,12%;
• Esforço reduzido;
• Dieta líquida.
A antibioticoterapia é indicada para os casos de celulite, bolsa periodontal profunda inacessível, presença de
sinais e sintomas sistêmicos e pacientes imunocomprometidos. O antibiótico de escolha é a amoxicilina ou, em casos
de pacientes alérgicos a penicilina, clindamicina ou azitromicina.
As complicações dos abscessos periodontais incluem a perda do dente envolvido e disseminação da infecção
para áreas adjacentes ou corrente sanguínea.
TRATAMENTO
PÁGINA 42
Quadro 20. Antibioticoterapia sistêmica para o tratamento de abscessos periodontais.
Antibiótico Posologia
Amoxicilina 500mg Dose inicial de 1g, seguida de 500mg a cada 8 horas durante 3 dias.
Azitromicina 500mg Dose inicial de 1g, seguida de 500mg a cada 6 horas durante 3 dias.
Clindamicina 300mg Dose inicial de 600mg, seguida de 300mg a cada 6 horas durante 3 dias.
NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.
REFERÊNCIAS
PÁGINA 43
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
FASES DO TRATAMENTO PERIODONTAL
PLANO DE TRATAMENTO PERIODONTAL
FÁBIO GOMES DOS SANTOS
CAPÍTULO 6
O plano de tratamento periodontal visa, em curto prazo, eliminar a infecção e inflamação gengival e corrigir as condições
que as determinam, bem como, promover uma condição de saúde que estabeleça a estética e a função da dentição a longo
prazo. Para isso, pode ser necessário o encaminhamento do paciente para outras especialidades odontológicas e/ou médicas.
O tratamento do indivíduo em sua totalidade baseia-se no correto diagnóstico e prognóstico das lesões de acordo com
sua severidade e seus fatores de risco. Embora seja um plano composto por uma série de procedimentos sequenciados,
intercorrências podem surgir ao longo do tratamento, sendo necessárias modificações para que todos os objetivos sejam
alcançados.
O tratamento periodontal é dividido em cinco fases, que inclui procedimentos periodontais propriamente ditos e outros
tratamentosrealizadosporcirurgiões-dentistasclínicosgerale/ouespecialistasquepossuemíntimarelaçãocomaPeriodontia.
PÁGINA 44
Esta fase inclui o tratamento de lesões e condições clínicas de início rápido capazes de provocar dor, destruição
dos tecidos e infecção no paciente. Dentre as emergências periodontais estão os abscessos periodontais, as doenças
periodontais necrosantes e as lesões endoperiodontais. Os dentes com prognóstico sombrio também devem ser
avaliados quanto a sua permanência na cavidade bucal. Além disso, outras situações
Vale ressaltar a necessidade de identificar condições sistêmicas ou comportamentais que possam influenciar
na etiologia e severidade das condições periodontais do paciente (distúrbios endócrinos, hematológicos, tabagismo,
etc.).
FASE PRELIMINAR (TRATAMENTO DE EMERGÊNCIAS)
Figura 27. Fases do tratamento periodontal.
PÁGINA 45
Esta fase compreende os procedimentos cirurgicos periodontais com a finalidade de eliminar as doenças
periodontais, corrigir condições anatômicas que favoreçam o desenvolvimento de doenças periodontais, recuperar
a estética e permitir a reabilitação dentária por meio de próteses ou implantes. Esses objetivos são obtidos por meio
das cirurgias gengivais, muco-gengivais, ósseas, regenerativas e instalação de implantes dentários.
O objetivo da fase I do tratamento periodontal é controlar a formação do biofime dentário e eliminar os fatores
que contribuem para as doenças periodontais. Os procedimentos desta fase são:
FASE II DA TERAPIA PERIODONTAL (FASE CIRÚRGICA)
FASE I DA TERAPIA PERIODONTAL (FASE NÃO CIRÚRGICA)
• Instruções de controle do biofilme dentário pelo paciente e motivação do paciente;
• Remoção do biofilme e cálculo dentário pelo profissional por meio da raspagem e alisamento corono-radicular;
• Identificação e remoção dos fatores de retenção do biofilme (lesões de cárie, restaurações com sobrecontorno,
próteses mal adaptadas, etc.);
• Terapia antimicrobiana (local ou sistêmica);
• Ajuste oclusal;
• Prótese ou esplintagem provisórias;
• Pequenas movimentações ortodônticas.
Todos os pacientes devem ser incluídos na fase I da terapia periodontal, que muitas vezes recupera a condição
de saúde e elimina a necessidade de procedimentos cirúrgicos posteriores.
O sucesso da fase não cirúrgica depende da cooperação do paciente e da resposta do indivíduo aos procedimentos.
Logo, não é possível estabelecer um plano de tratamento definitivo. A conclusão da fase I do tratamento periodontal
requer uma reavaliação dos parâmetros clínicos periodontais e planejamento dos procedimentos necessários para
as fases seguintes.
PÁGINA 46
A raspagem e o alisamento corono-radicular e a cirurgia a retalho podem não erradicar completamente a
infecção, tornando o indivíduo susceptível à recorrência da doença periodontal. Além disso, a raspagem subgengival
é capaz de alterar a microbiota por um período, mas ela pode retornar a níveis normais em meses. Logo, justifica-
se a inclusão do paciente a um tratamento periodontal de suporte (fase de manutenção) a fim de garantir a saúde
periodontal.
Embora o plano de tratamento periodontal seja dividido em fases numeradas, a sequência adequada não segue
essa numeração. Assim que o paciente concluir a fase I, ele deve imediatamente ser inserido em um programa de
consultas periódicas com intervalos de 3 meses, podendo ser alterado de acordo com a necessidade do paciente.
Cada consulta de retorno deve durar aproximadamente 60 minutos, sendo dividida em três etapas: (1) exame
clínico, (2) execução do tratamento necessário e reforço da higiene oral e (3) agendamento da próxima consulta.
FASE IV DA TERAPIA PERIODONTAL (FASE DE MANUTENÇÃO)
Os procedimentos da fase restauradora incluem:
• Realização de restaurações definitivas de dentes vitais ou tratados endodonticamente;
• Confecção de próteses fixas e removíveis;
• Avaliação do periodonto frente aos procedimentos restauradores;
FASE III DA TERAPIA PERIODONTAL (FASE RESTAURADORA)
PÁGINA 47
NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.
Figura 28. Sequência das fases do tratamento periodontal.
REFERÊNCIAS
PÁGINA 48
ESTE PROCESSO REQUER EDUCAÇÃO, INSTRUÇÃO E MOTIVAÇÃO POR PARTE DO
PACIENTE, SEGUIDAS DE ESTÍMULO E ESFORÇO CONSTANTES.
MOTIVAÇÃO E INSTRUÇÃO DO PACIENTE
JACQUELINE DUARTE ROCHA
CAPÍTULO 7
O biofilme dentário é a principal etiologia das doenças periodontais e está relacionado com a cárie dentária. O paciente
precisa realizar a remoção do biofilme diariamente, o que é de grande importância para o sucesso dos tratamentos dentários.
No tratamento periodontal, o controle do biofilme tem como finalidade minimizar a inflamação gengival e prevenir a
recorrência ou a progressão da doença periodontal.
Todos os pacientes precisam ter uso regular da escova de dentes diariamente, pelo menos uma vez ao dia. As escovas
dentárias devem ser trocadas a cada 3 a 4 meses. O fio dental deve ser usado em todos os espaços interdentais que são
preenchidos com gengiva. O uso de escovas interdentais deve ser indicado quando as técnicas com a escova de dente e o fio
dental não podem remover de forma efetiva o biofilme dentário.
PÁGINA 49
TÉCNICA DE ESCOVAÇÃO
MÉTODO DE BASS
O método mais recomendado é a técnica de Bass, porque ela enfatiza a colocação sulcular das cerdas, adaptando as
extremidades das cerdas à margem gengival com o objetivo de alcançar a placa supragengival e acessar a placa subgengival o
máximo possível. Esta técnica tem o posicionamento da escova formando um ângulo de 45°, exercendo uma pressão vibratória,
com movimentos curtos de vai e vem sem mudar a inclinação das cerdas.
É importante ressaltar que a técnica de escovação ideal é a que permite remoção completa do biofilme dental sem causar
danos aos tecidos periodontais.
Figura 29A. A escova de dente deve ser posicionada de modo que as cerdas formem um ângulo aproximado de 45° com os
dentes. Figura 29B. começando do dente mais distal da arcada, movimento vibratório de vai e vem da escova
Fonte: Carranza,2016.
PÁGINA 50
USO DE ESCOVA INTERDENTAL
Figura 30A. o movimento adequado da escova na boca, posiciona a ponta da cerda para a margem gengival. Figura 30B. o
posicionamento ideal que permite uma ligeira penetração subgengival das pontas das cerdas.
Pacientes com aparelho ortodôntico fixo, próteses fixas, implantes dentários e com perda de inserção proximal.
Figura 31. Escova interdental em ameia interproximal.
Fonte: Carranza,2016.
Fonte: Arquivo pessoal.
PÁGINA 51
ESCOVA UNITUFO
Figura 32. Paciente com aparelho ortodôntico fixo.
Uso eficiente na superfície lingual dos molares e pré molares.
Figura 33. Escova unitufo.
Fonte: Arquivo pessoal.
PÁGINA 52
USO DO FIO DENTAL
USO DO FIO DENTAL EM PACIENTE COM APARELHO ORTODÔNTICO FIXO
Figura 34. O fio dental é deslizado por entre a área de contato dos dentes removendo o biofilme dentário.
Figura 35. Com o auxílio do passa-fio, usando o fio dental de forma correta
(Fonte: Carranza, 2016).
Fonte: Arquivo pessoal.
PÁGINA 53
HIGIENIZAÇÃO DE PACIENTES USUÁRIOS DE PRÓTESES
Figura 36. A prótese total e a prótese removível, devem ser higienizadas fora da boca com escova específica.
HIGIENIZAÇÃO EM PACIENTES USUÁRIOS DE PRÓTESE SOBRE IMPLANTES
Fonte: http://www.sbgg-sp.com.br/pub/cuidando-da-saude-bucal/
Figura 37. Uso da escova unitufo em prótese
total sobre implantes.
Figura 38. Uso de escova unitufo em
estrutura metálica sobre implantes.
PÁGINA 54
USO DO FIO DENTAL EM PACIENTES USUÁRIOS DE PRÓTESE FIXA
REFERÊNCIAS
Figura 39. Uso do fio dental em próteses parciais fixas.
Fonte: http://www.benvenuto.odo.br/artigos/cuidados-com-suas-proteses-fixas-pontes/
NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2018.
Pacientes com próteses fixas sobre dentes ou implantes podem utilizar fios dentais montados em passadores de fio para
facilitar a higiene do sulco gengival e na área dos pônticos.
PÁGINA 55
RASPAGEM DENTAL:
INSTRUMENTOS MANUAIS:
TÉCNICAS DE RASPAGEM E
ERGONOMIA EM PERIODONTIA 
ENDI NÓBREGA CAVALCANTE DE MEDEIROS, SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA
CAPÍTULO 8
É o processo clínico que objetiva a remoção do cálculo dentário, biofilme da superfície dentária, cemento contaminado e
parede da bolsa periodontal com auxílio de instrumentos manuais e/ou ultrassônicos. Existem dois tipos de raspagem:
• Raspagem supragengival: É a remoção do cálculo dentário acima da margem da gengiva.
• Raspagem subgengival: É a remoção do cálculo dentário abaixo da margem da gengiva.
• Instrumentos utilizados para raspagem supragengival: Foices, limas e curetas Mc Call e Gracey;
• Instrumentos utilizados para raspagem subgengival: Limas e curetas Gracey.
PÁGINA 56
Quadro 21: Indicação das curetas para raspagem supragengival
Figura 40. Ilustração de uma cureta mostrando o cabo, haste e a lâmina.
Fonte: arquivo pessoal.
Curetas Indicações
Raspagem supragengival
Cureta Mc Call 13-14 Todas as faces dos dentes anteriores superiores e inferiores, até pré-molares.
Cureta Mc Call 17-18 Todas as faces dos dentes posteriores superiores e inferiores (pré-molares e molares).
Raspagem subgengival
Cureta Gracey 5-6 Todas as faces dos dentes anteriores superiores e inferiores, até pré-molares.
Cureta Gracey 7-8 Faces livres (vestibular/lingual) dos dentes posteriores (pré-molares e molares).
Cureta Gracey 11-12 Face mesial dos dentes posteriores (Pré-molares e molares).
Cureta Gracey 13-14 Face distal dos dentes posteriores (Pré-molares e molares).
As curetas são compostas por 3 partes: o cabo, a haste e a lâmina. A parte de trabalho é a lâmina, possuindo forma de colher,
com duas bordas cortantes.
PÁGINA 57
Caneta Modificada: A cureta é segurada como uma caneta, porém com apoio de um dedo apropriado, agindo como
fulcro para o movimento da lâmina do instrumento.
EMPUNHADURA DO INSTRUMENTO E MOVIMENTOS:
Figura 41: Empunhadura em forma de caneta modificada. Fonte: arquivo pessoal.
Fonte: arquivo pessoal.
A lâmina do instrumento deverá estar paralela a superfície do dente, realizando movimentos que devem começar na
posição apical e ser orientados na direção coronal.
Devido a necessidade de trocas frequentes das extremidades ativas, a figura abaixo sugere uma sequência de
instrumentação, utilizando o método de raspar todas as faces que são acessíveis a posição da lâmina, para em seguida, raspar
todas as faces que estão acessíveis à outra extremidade ativa do instrumento.
PÁGINA 58
ERGONOMIA E POSICIONAMENTO:
- A altura do mocho deverá formar um ângulo nos joelhos de aproximadamente 90°;
- As costas deverão ficar bem apoiadas no encosto do mocho e a cabeça ligeiramente inclinada para baixo;
- Elevar a cadeira do paciente até que sua comissura labial atinja a altura do cotovelo do operador, que deverão
permanecer apoiados próximos ao corpo;
- A cabeça do paciente poderá ser virada para os lados afim de uma melhor visualização.
Figura 42: Sequência de instrumentação
PÁGINA 59
- A área de atuação do operador compreende a região em volta da cabeça do paciente, lembrando os ponteiros de um
relógio;
- A figura 44 mostra algumas posições do operador e o campo de visualização obtido.
REFERÊNCIAS
CARRANZA, F. A. et al. Periodontia Clínica. 11 ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
LINDHE, J.; LANG, N. P. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 6 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
Figura 43. Posicionamento do operador sentado no mocho.
Verificar a angulação do joelho.
Figura 44: Posicionamento do operador
Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal.
PÁGINA 60
1.Procedimentos de redução da bolsa periodontal
a)Raspagem e/ou alisamento radicular
b)Curetagem a campo aberto para reinserção do
tecido mole à superfície radicular.
2.Procedimentos para a eliminação da bolsa periodontal
a)Cirurgias ressectivas
b)Cirurgias regenerativas
IMPORTANTE!!!
TERAPIA PERIODONTAL CIRÚRGICA
SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA
CAPÍTULO 9
A deficiência no controle do biofilme é uma contra-indicação ao tratamento cirúrgico
Classificação das cirurgias periodontais para o
tratamento das bolsas periodontais:
PÁGINA 61
Figura 45. Incisão em bisel externo usada na gengivectomia.
Quadro 22. Indicações e contra-indicações das cirurgias ressectivas.
CIRURGIAS RESSECTIVAS:
A principal cirurgia ressectiva para eliminação da bolsa periodontal é a GENGIVECTOMIA que consiste na
excisão da parede de tecido mole da bolsa periodontal patológica (Grant et al., 1979)
Indicações Contra-indicações
Eliminação das bolsas supraósseas, independentemente de
sua profundidade (se a parede da bolsa for fibrosa e firme);
Eliminação dos aumentos gengivais;
Eliminação dos abscessos periodontais supraósseo.
Necessidade de cirurgia óssea ou exame da forma e da
morfologia ósseas;
Situações em que o fundo da bolsa está apical à junção
mucogengival;
Considerações estéticas, particularmente na região
anterior da maxila.
PÁGINA 62
Pré requisito para a gengivectomia: Mucosa queratinizada (MC) > 2mm
A gengivectomia é utilizada para tratamento da bolsa periodontal como também para o tratamento do sorriso
gengival. Neste caso a técnica passa a ser chamada de gengivoplastia, pois o objetivo da cirurgia é estético.
1. Bochecho de Clorexidina (0,12%) por 1 min;
2. Montagem do campo cirúrgico seguindo as normas de biossegurança;
3. Anestesia da região a ser tratada com mepivacaína a 2%;
4. Sondagem e determinação da PS;
5. Medição da mucosa queratinizada;
6. Marcação do ponto sangrante (preservar pelo menos 2 mm de MC);
7. Incisão paramarginal em bisel externo seguindo com lâmina 15 ou 15c;
8. Incisão intrasulcular;
9. Remoção do colarinho gengival com cureta;
10. Raspagem e alisamento radicular com cureta específica para a região tratada;
11. Remoção do tecido de granulação;
12. Polimento da superfície radicular com taça de borracha e pedra pomes/pasta profilática;
13. Irrigação com soro fisiológico;
14. Caso necessário, adaptar cimento cirúrgico na região.
CONDUTA CLÍNICA:
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO: GENGIVECTOMIA/GENGIVOPLASTIA
PÁGINA 63
Figura 46. Paciente com falsas bolsas periodontais.
Com a sonda periodontal foi localizado fundo da bolsa e
fez-se a marcação dos pontos sangrantes.
Figura 48 Remoção do colarinho gengival com cureta.
Figura 47. Incisão em bisel externo.
Figura 49. Aspecto após a remoção do excesso de
tecido gengival.
Fonte: arquivo pessoal.
Fonte: arquivo pessoal.
Fonte: arquivo pessoal.
Fonte: arquivo pessoal.
PÁGINA 64
TÉCNICA: CURETAGEM GENGIVAL
INDICAÇÕES:
Corresponde a raspagem gengival da parede de uma bolsa periodontal, isto é, a remoção do tecido de granulação
cronicamente inflamado (cálculo e colônia de bactérias nos tecidos) que forma a parede lateral da bolsa periodontal.
1. Para obter nova inserção nas bolsas intraósseas para as quais é indicada a cirurgia sem retalho;
2. Como um procedimento temporário para reduzir a inflamação quando as técnicas cirúrgicas agressivas (p.
ex., retalhos) são contraindicadas;
3. Manutenção do tratamento das áreas de inflamação e PB recorrentes, especialmente onde a cirurgia de
redução da bolsa foi feita previamente.
Figura 50. Curetagem gengival.
Fonte: (Carranza, 2016).
PÁGINA 65
CONDUTA CLÍNICA:
CONDUTA CLÍNICA:
1.Bochecho de Clorexidina (0,12%) por 1 min;
2.Montagem do campo cirúrgico seguindo as normas de biossegurança.
3.Anestesia infiltrativa com mepivacaína a 2%;
4.Inserção da ponta da cureta na região do epitélio juncional;
5.Movimento de escavação penetrando nos defeitos infra-ósseos;
6.Irrigação com soro fisiológico ou clorexidina a 0,12%;
7.Sutura/cimento cirúrgico.
TÉCNICA: RASPAGEM A CAMPO ABERTO (OPEN FLAP DEBRIDEMENT) ATRAVÉS
DO RETALHO DE WIDMAN MODIFICADO
Usado para expor as superfícies radiculares visando a instrumentação meticulosa e a remoção do revestimento
da bolsa.
1.Bochecho de Clorexidina (0,12%) por 1 min;
2.Montagem do campo cirúrgico seguindo as normas de biossegurança;
3.Anestesia da região a ser tratada com mepivacaína a 2%;
4.Incisão paramarginal em bisel interno com lâmina 15 ou 15c (1-2 mm da margem gengival) caso a MC > 2mm.
Estender aos dentes vizinhos para conferir mobilidade do retalho;
5.Deslocamento do retalho com cureta de Molt 2-4;
6.Incisão intrasulcular;
7.Remoção do colarinho gengival com cureta;
8.Raspagem e alisamento radicular com cureta específica para a região;
9.Remoção do tecido de granulação através da curetagem gengival;
PÁGINA 66
10.Polimento da superfície radicular;
11.Irrigação com soro fisiológico ou clorexidina;
12.Posicionamento do retalho no nível da crista óssea;
13.Sutura simples com fio nylon 5.0.
Figura 51. Paciente com bolsas periodontais profundas
nos elementos dentários anteriores superiores.
Figura 53. Sutura do retalho.
Figura 52. Deslocamento do retalho e visualização do
cálculo subgengival para iniciar a raspagem radicular.
Figura 54. Aspecto final após cicatrização tecidual com
redução das profundidades de sondagem
Fonte: Imagem cedida pelo Dr Eduardo Cury.
Fonte: Imagem cedida pelo Dr Eduardo Cury.
Fonte: Imagem cedida pelo Dr Eduardo Cury.
Fonte: Imagem cedida pelo Dr Eduardo Cury.
PÁGINA 67
TÉCNICAS REGENERATIVAS
REFERÊNCIAS
As cirurgias regenerativas objetivam regeneração da inserção periodontal através da formação do osso alveolar,
cemento e ligamento periodontal. Diversos materiais para a enxertia como substitutos ósseos, membranas e fatores
de crescimento são encontrados no mercado e utilizados em variados tipos de cirugia para a regeneração periodontal.
LINDHE, J; LANG, N. P. Tratado de Periodontia Clínica e Implantodontia Oral. 6o ed. Editora Guanabara Koogan. 2018.
NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
PÁGINA 68
TRAUMA DE OCLUSÃO
JACQUELINE DUARTE ROCHA
CAPÍTULO 10
DEFINIÇÃO SINAIS CLÍNICOS
Termo utilizado para descrever as alterações
patológicas ou mudanças adaptativas que ocorrem
no periodonto em consequência de forças indevidas
produzidas pelos músculos da mastigação.
• mobilidade dentária aumentada
• padrões atípicos de desgaste dental
• migração dentária patológica, especialmente
em dentes anteriores
• mudanças na ATM.
Fonte: Carranza, 2016).
Fonte: Carranza, 2016).
Figura 55: Padrão de pressão ao redor das raízes alterados
pelo deslocamento da direção das forças oclusais, em
modelo experimental utilizando análise fotoelástica.
Figura 56. Migração patológica dos incisivos centrais.
A, visão frontal. B, visão lateral.
PÁGINA 69
SINTOMAS
TRAUMA AGUDO E CRÔNICO
TRAUMA DE OCLUSÃO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO
SINAIS RADIOGRÁFICOS DO TRAUMA DE OCLUSÃO
• sensibilidade das estruturas periodontais agredidas pelo trauma
• hipersensibilidade pulpar e dentinária
• dores nos músculos mastigatórios e na ATM
As forças traumáticas podem atuar em um único dente ou sobre grupos de dentes que estejam em contato prematuro;
elas podem ocorrer em associação com hábitos parafuncionais, tais como apertamento dentário e bruxismo, em conjunto com
a perda ou a migração de pré-molares e molares, acompanhada da separação gradual dos dentes ântero-superiores.
O trauma de oclusão agudo resulta de um impacto oclusal abrupto, como por exemplo, morder um objeto duro, tipo um
caroço de azeitona. As restaurações que interferem na direção da força oclusal sobre os dentes também podem induzir a um
trauma agudo. Este, resulta em dor de dente, sensibilidade à percussão e mobilidade dentária aumentada.
O trauma de oclusão crônico se desenvolve a partir de alterações graduais produzidas por desgaste dentário, extrusão
dentária combinados com bruxismo e aperto dos dentes.
A lesão primária se dá sob um periodonto sadio e de altura normal em torno de uma estrutura dentária. A lesão secundária,
por sua vez, atinge um periodonto com altura reduzida em função de uma doença periodontal pré existente.
• espessamento da lâmina dura ao longo da face lateral da raiz, na região apical e nas áreas de bifurcação
• reabsorção óssea vertical
• condensação de osso alveolar.
PÁGINA 70
TRATAMENTO
REFERÊNCIAS
Figura 57. Radiografia periaical mostrando a perda óssea vertical na face mesial de um canino que se deslocou distalmente.
Fonte: Carranza, 2016.
A opção escolhida para tratar as lesões de trauma oclusal é a eliminação dos agentes etiológicos envolvidos. Nos casos
em que se identificam interferências oclusais, é indispensável que estas sejam prontamente corrigidas. Se o profissional que
diagnosticar as alterações oclusais não se julgar capacitado a corrigi-las, recomenda-se que o paciente seja encaminhado a
um cirurgião-dentista especializado.
NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
PÁGINA 71
DEFINIÇÃO:
ATENÇÃO:
OBJETIVOS:
TERAPIA PERIODONTAL DE SUPORTE 
FAUMANA DOS SANTOS CÂMARA, SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA
CAPÍTULO 11
A Terapia Periodontal de Suporte (TPS) (Figura 58) deve ser considerada como uma parte integral do tratamento
periodontal, realizado logo após o tratamento periodontal ativo (fase cirúrgica ou não cirúrgica), para que haja um diagnóstico
contínuo, por meio do acompanhamento em intervalos de tempo individualizados, viabilizando uma intervenção apropriada.
O diagnóstico clínico durante a TPS, diferentemente do diagnóstico clínico inicial, é embasado na variação do estado de saúde
após a intervenção ativa do tratamento.
Todos os pacientes periodontais devem ser inseridos no programa de suporte,
visto a história pregressa de doença.
Os principais objetivos da TPS são:
• Manter os resultados obtidos durante a fase ativa (fase cirúrgica ou não cirúrgica);
• Evitar a recorrência ou progressão da doença periodontal, diminuindo a perda dentária em pacientes que foram
anteriormenmte tratados para gengivite e periodontite;
• Monitoramento e diagnóstico precoce de demais doenças ou cormobidades próprias da cavidade oral.
PÁGINA 72
Figura 58: Terapia Periodontal de Suporte
Fonte: Própria, 2019.
PROTOCOLO CLÍNICO
1. Anamnese/ verificação do histórico do paciente: É importante rever os fatores de risco sistêmicos e comportamentais os
quais o paciente possui. Condições como a diabetes mellitus descompensado, idade, terapêutica medicamentosa, genética,
condição socioeconômica, nível educacional e tabagismo podem alterar a resposta do paciente e, consequentemente, modificar
a progressão e gravidade da doença periodontal. Informações sobre estas condições é um dos componentes que orientará o
planejamento da TPS.
2. Exame clínico/ reavaliação/ estratégias de tratamento:Aníveldentário,algunsfatoresquepodeminfluenciarnaprogressão
da doença e levar a um desfecho desfavorável como a perda do dente. Por isso, algumas condições como bolsa periodontal
residual ≥ 6 mm que apresenta sangramento à sondagem em 30% dos sítios, perda óssea radiográfica, mobilidade e lesão de
furca devem ser reavaliadas com uma atenção especial. Além disso, é pertinente verificar o controle de placa pelo paciente
a fim de identificar as regiões em que ele possui mais dificuldade em desorganizar o biofilme. Para tanto, pode ser realizado
PÁGINA 73
o Índice de placa. Complementarmente, pode ser realizado o Índice de sangramento gengival (margem gengival), visto que
a inflamação marginal recorrente revelam que algumas áreas não estão sendo higienizadas satisfatoriamente. Se houver
necessidade, pode ser realizado tratamento pertinente para os locais reinfectados. A consulta da TPS é concluída com uma
profilaxia e determinação das próximas reavaliações.
3. Determinação de intervalos de tempo entre a TPS: Visitas regulares devem ser estabelecidas a fim de manter resultados
satifatórios por um por um maior tempo possível. Este intervalo de tempo entre as avaliações da TPS é estabelecido de forma
individual e conforme o perfil e fatores de risco do paciente e nos benefícios esperados. Assim para determinar o intervalo
entre uma TPS e outra devemos considerar:
• Motivação do paciente;
• Condições sistêmicas:
Observação: Pacientes com diabetes mellitus e fumantes devem ser reavaliados em intervalos mais curtos!
• Número de bolsas residuais (≥ 4 mm) após o tratamento.
ATENÇÃO:
Durante toda a TPS é essencial o reforço dado ao paciente sobre a higiene bucal,
orientando desde a escolha da escova dental, fio/ fita dental, escova interproximal e
dentifrício até à revisão da técnica de escovação.
PÁGINA 74
REFERÊNCIAS
LINDHE, J; LANG, N. P. Tratado de Periodontia Clínica e Implantodontia Oral. 6o ed. Editora Guanabara Koogan. 2018.
KAHN, S; GUIMARÃES, R.F; DIAS, A, T. Periodontia e Implantodontia Contemporânea. Editora Quintessence. 2019.
PÁGINA 75

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  • 2. PÁGINA 2 ORGANIZADORES: SHEYLA CHRISTINNE LIRA MONTENEGRO KEILA CRISTINA RAPOSO LUCENA MARCOS AURÉLIO VASCONCELOS LIMA JUNIOR
  • 3. AUTORES KEILA CRISTINA RAPOSO LUCENA SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA FÁBIO GOMES DOS SANTOS JACQUELINE DUARTE ROCHA ENDI NÓBREGA CAVALCANTE DE MEDEIROS FAUMANA DOS SANTOS CÂMARA PRODUÇÃO EDITORIAL NÚCLEO DE PUBLICAÇÕES INSTITUCIONAIS (NPI) COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO FILIPE CARVALHO DE ALMEIDA DIAGRAMAÇÃO RAIFF PIMENTEL FÉLIX ALMEIDA COMO MELHOR UTILIZAR ESTE LIVRO: Este e-book foi desenvolvido com intenção de facilitar o acesso à informação. Baixe o arquivo e visualize-o na tela do seu computador ou celular sempre que necessitar. Utilize as setas, as teclas Page Up e Page Down do teclado ou o Scroll do mouse para navegar pelo livro. Não desperdice papel, imprima somente se necessário. Periodontia | Coleção: Manuais Aplicativos em Clínica Odontológica Organizado por Sheyla Christinne Lira Montenegro, Keila Cristina Raposo Lucena, Marcos Aurélio Vasconcelos Lima Junior | Unipê: João Pessoa, 2019 | 75 páginas | ISBN 978-85-87868-96-1
  • 4. A Periodontia é a ciência que estuda e trata as estruturas de suporte dos elementos dentários. As doenças periodontais são doenças de caráter inflamatório e etiologia bacteriana que podem levar à perda dos dentes. A prevenção e tratamento dessas doenças baseiam-se no controle do biofilme dentário maduro que se adere às superfícies dentárias. O cirurgião-dentista deve desenvolver habilidades e competências para diagnosticar alterações nos padrões de normalidade dos tecidos periodontais, planejar como tratar um paciente e aplicar o tratamento que promova os melhores resultados. Baseado na nova classificação das doenças periodontais (AAP, 2017), este manual objetiva facilitar o aprendizado dos alunos de Odontologia, abordando temas como diagnóstico, classificação, tratamento e prevenção das doenças periodontais. Este volume é parte integrante da coleção Manuais Aplicativos em Clínica Odontológica, constitui importante ferramenta de auxilio prático, e deve ser adotado como literatura de bolso, sempre a mão dos estudantes durante os atendimentos e com a finalidade de esclarecer e nortear os atendimentos clínicos. Profa Dra Sheyla Christinne Lira da Nóbrega Professora da disciplina de Periodontia do Unipê Doutora em Periodontia PREFACIO
  • 5. PÁGINA 5 4 - DOENÇAS PERIODONTAIS NECROSANTES 1 - EXAME CLÍNICO PERIODONTAL 5 - ABSCESSOS DO PERIODONTO 2 - DOENÇAS GENGIVAIS 6 - DETERMINAÇÃO DO PLANO DE TRATAMENTO 9 - CIRURGIAS PERIODONTAIS 3 - DOENÇAS PERIODONTAIS 7 - MOTIVAÇÃO E INSTRUÇÃO DO PACIENTE 10 - TRAUMA DE OCLUSÃO 8 - TÉCNICAS DE RASPAGEM E ERGONOMIA EM PERIODONTIA 11 - TERAPIA DE SUPORTE 33 06 38 16 43 60 24 48 68 55 71
  • 6. PÁGINA 6 EXAME CLÍNICO PERIODONTAL KEILA CRISTINA RAPOSO LUCENA CAPÍTULO 1 O exame periodontal inicial é uma das maiores dificuldades encontradas pelos acadêmicos e profissionais da odontologia em virtude da diversidade dos parâmetros clínicos periodontais a serem avaliados e da complexidade de situações (locais ou sistêmicas) que podem estar envolvidas para se determinar o diagnóstico da condição periodontal. Por meio das informações coletadas na consulta inicial, é possível chegar ao diagnóstico, determinar a presença, severidade e extensão da doença, selecionar os melhores procedimentos de tratamento e considerar o prognóstico. Dentre as principais observações iniciais a serem realizadas, destacam-se informações quanto aos sinais clínicos da inflamação, profundidade de sondagem, nível clínico de inserção e perda óssea alveolar. Quadro 01.: Avaliação inicial do paciente periodontal. ANAMNESE E HISTÓRIA MÉDICO / ODONTOLÓGICA FATORES DE RISCO DE DOENÇA PERIODONTAL AVALIAÇÃO DOS FATORES LOCAIS - Diabetes Mellitus (DM) - Dépositos de cálculo - Tabagismo - Excesso de materiais restauradores - Cardiopatias - Fatores anatômicos locais - Uso contínuo de medicamentos - Fatores relacionados ao dente (furcas expostas, sulcos radiculares, fraturas, reabsorções) - Gravidez - Sensibilidade - Outras condições sistêmicas - Apinhamentos dentais - Fatores locais associados aos tecidos moles (recessão gengival, freios e bridas)
  • 7. PÁGINA 7 Durante a etapa de anamnese na consulta inicial, é importante esclarecer ao paciente o possível papel que algumas doenças sistêmicas, condições ou fatores ambientais, possam exercer sobre os tecidos periodontais; a presença de condições que possam exigir cuidados especiais durante a condução do tratamento a ser proposto ou mesmo a sua interrupção; e a possibilidade de algumas infecções orais apresentarem influências importantes na ocorrência e na gravidade de doenças e condições sistêmicas. Após essa etapa, procede-se o exame clínico periodontal detalhado utilizando instrumentos periodontais específicos para esse fim. O uso de instrumentais apropriados facilita o exame clínico, diminuindo o desconforto, favorecendo o correto diagnóstico. É importante esclarecer que todos os dados periodontais devem ser anotados em uma ficha clínica periodontal, o periograma. Figura 01. Sondas milimetradas periodontais do tipo Nabers, para avaliação do comprometimento de furcas, sonda milimetrada UNC, graduada em milímetros (1-12mm) e sonda Williams, graduada em milímetros (1-10mm). Fonte: Arquivo pessoal. PÁGINA 7
  • 8. PÁGINA 8 A- A inspeção visual deve fazer parte do protocolo do exame inicial para o estabelecimento do diagnóstico periodontal bem como dos exames de rotina para as manutenções periodontais. Durante essa etapa clínica, observam-se as características de normalidade bem como as alterações de forma e contorno dos tecidos periodontais. B- O índice de placa bacteriana permite avaliar a capacidade de controle de biofilme supragengival, o grau de atenção e os cuidados que o paciente tem com a sua saúde bucal. O método dicotômico (sim / não) é uma escala que registra a presença ou ausência de biofilme nas superfícies dentais e que pode ser registrado através da inspeção visual. Quadro 02. Exame clínico periodontal para o preenchimento da ficha clínica periodontal. A- INSPEÇÃO VISUAL (características clínicas da inflamação) B- ÍNDICE DE PLACA BACTERIANA C- ÍNDICE GENGIVAL D- PROFUNDIDADE DE SONDAGEM E SANGRAMENTO À SONDAGEM E- RECESSÃO GENGIVAL F- PERDA DE INSERÇÃO G- ENVOLVIMENTO DE FURCA H- PRESENÇA DE EXUDATO / SUPURAÇÃO I- MOBILIDADE ENTAL J- TRAUMATISMO OCLUSAL
  • 9. PÁGINA 9 C- O índice gengival (IG) é obtido através da estimulação dos tecidos periodontais através da inserção de 1-2mm da sonda periodontal no interior do sulco gengival. A avaliação do IG deve ocorrer nas quatro faces dentais (vestibular, lingual, mesial e distal) devendo a sonda perpassar ao longo da margem gengival. D- A profundidade de sondagem (PS) é classicamente conhecida como a medida da profundidade de bolsa periodontal correspondendo à distância da margem gengival ao limite mais apical da bolsa periodontal. É utilizado para o diagnóstico das periodontites embora não reflita, necessariamente, o grau de severidade da doença, podendo ser considerado um indicador de inflamação. Já o sangramento à sondagem (SS) é um importante indicador do status inflamatório dos tecidos periodontais refletindo a necessidade de instrumentação periodontal efetiva. Tanto a PS como o SS, são verificados através da inserção da sonda periodontal ao longo do sulco gengival utilizando forças de sondagem suaves com sondas com dimensões adequadas. Quadros de saúde periodontal apresentam PS de até 3mm. Figura 02. Visualização da presença de biofilme dental sobre as superfícies vestibulares dos dentes superiores anteriores.
  • 10. PÁGINA 10 Figura 03. Avaliação da PS e do SS em dente posterior inferior indicando profundidade superior a 3 mm e ausência de sangramento à sondagem periodontal. Quadro 03. Classificação da recessão gengival segundo Miller. Fonte: arquivo pessoal. Classe I - a RG não se estende à junção mucogengival não havendo perda óssea ou de tecido mole na área interproximal Classe II - a RG se estende até ou além da junção mucogengival não havendo perda óssea ou de tecido mole na área interproximal Classe III - a RG se estende até ou além da junção mucogengival havendo perda óssea ou de tecido mole na área interproximal e mau posicionamento dental Classe IV - a RG se estende até ou além da junção mucogengival havendo perda óssea e tecidual severa na área interproximal ou mau posicionamento dental severo
  • 11. PÁGINA 11 Figura 04. Recessão gengival classe I e II, respectivamente (esquerda e direita). Figura 05. Recessão gengival classe III e IV, respectivamente (esquerda e direita). Fonte: Cimões, Gusmão, Donos (2013). Fonte: Cimões, Gusmão, Donos (2013). A altura da RG é medida com uma sonda periodontal milimetrada posicionada entre a JCE e a margem gengival sendo transcrita em milímetros.
  • 12. PÁGINA 12 F- A perda de inserção clínica (PIC) também é avaliada através da PS devendo-se estar atento aos aspectos de inflamação, como o edema e o sangramento gengival, bem como à presença de recessões gengivais. Sabendo-se que medidas clínicas biologicamente aceitáveis são aquelas de até 3mm, é importante observar a medida da recessão gengival pois tal medida estará associada à PIC. Para se determinar esse parâmetro deve-se somar as medidas obtidas na PS e na RG. G- A presença de lesões de furca (LF) deve ser avaliada nos molares superiores e inferiores e nos primeiros pré-molares superiores. A presença deste tipo de lesão em um dente aumenta a complexidade do tratamento periodontal e deve ser considerada no diagnóstico periodontal. A sua detecção é feita com o uso de sondas específicas, a sonda Nabers que podem ou não ser expressa em milímetros. Figura 06. Sondagem periodontal com sonda milimetrada UNC (1-12mm) na face distal do dente 13 apresentando medidas de PS = 4mm e RG =1mm. Dessa forma, obtem-se uma PIC de 5mm. Quadro 04. Classificação das lesões de furca levando-se em consideração a perda óssea horizontal. Fonte: Arquivo pessoal. Grau 1 – envolvimento de até 1/3 da área interradicular (perda horizontal menor que 3mm) Grau 2 – envolvimento ultrapassa 1/3 da área interradicular (perda horizontal maior que 3mm), porém sem ultrapassar a sua largura Grau 3 – a sonda atravessa toda a extensão da furca criando uma comunicação lado-a-lado.
  • 13. PÁGINA 13 H- A presença de supuração na área do sulco gengival ou bolsa periodontal significa uma mudança no quadro inflamatório de crônico para agudo podendo ser detectada por pressão digital na mucosa queratinizada ou durante a sondagem periodontal. Pode estar associada a quadros de abscessos periodontais e, quando associada ao sangramento à sondagem, é considerado um forte indicativo de perda de inserção clínica. Figura 07. Lesão de furca grau I diagnosticada com a inserção da sonda Nabers milimetrada na área de furca do dente 36. Figura 08. Presença de sangramento à sondagem e supuração. Fonte: Paiva, Almeida (2005) Fonte: arquivo pessoal.
  • 14. PÁGINA 14 I-Amobilidadedental(MD)podeseroresultadodeumacombinaçãodetrêsfatores:aumentodalarguradoespaçodoligamento periodontal; altura reduzida das estruturas de suporte periodontais; e/ou inflamação no aparato de inserção periodontal. Pode ser classificada da seguinte forma: J- O traumatismo oclusal pode ser dividido em primário (quando forças oclusais excessivas incidem em um periodonto íntegro) ou secundário (quando forças oclusais excessivas incidem em um periodonto reduzido). O traumatismo oclusal ou forças oclusais excessivas não são capazes de iniciar uma periodontite. No entanto, quando a periodontite e o trauma oclusal ocorrem simultaneamente, há evidências que apontam que o traumatismo oclusal pode aumentar a taxa de perda óssea. De forma resumida, e conforme o Consenso no Workshop mundial de Periodontia de 2017, podemos elencar as principais características de saúde gengival a ser observada durante o exame clínico periodontal: Quadro 05. Classificação da mobilidade dental segundo Miller. Quadro 06. Características clínicas da saúde gengival em periodonto íntegro e reduzido conforme o Workshop mundial de Periodontia (2017). Grau 0 – mobilidade fisiológica (0,1 – 02mm horizontalmente) Grau 1 – mobilidade aumentada da coroa (até 1,0mm horizontalmente) Grau 2 – aumento visível da mobilidade da coroa excedendo 1,0mm verticalmente Grau 3 – mobilidade intensa da coroa nas direções vertical e horizontal impossibilitando as funções do dente. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA SAÚDE GENGIVAL Periodonto íntegro Periodonto reduzido Ausência de sangramento à sondagem Ausência de sangramento à sondagem Ausência de eritema e edema Ausência de eritema e edema Ausência de perda óssea e de inserção Presença de perda óssea e de inserção Níveisósseosfisiológicosvariamde1,0a3,0mm apical à junção cemento-esmalte -
  • 15. PÁGINA 15 NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 12ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016. LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. WOLF, H.F.; HASSEL, T. M. Manual de Periodontia: Fundamentos, diagnóstico, prevenção e tratamento. 1 ed. São Paulo: Editora Artmed: 2008. CASTRO, M.V.M; SUSIN, D. Nova classificação para as doenças e condições periodontais e Peri-implatares. 1 ed. São Paulo: Quitessence Editora, 2019 KAHN, S; FISHER, R.G; DIAS, A.T. Periodontia e Implantodontia Contemporânea. 1 ed. São Paulo: Quitessence Editora, 2019. CIMOES, R; GUSMÃO, E.S; DONOS, N. Manual prático para cirurgia periodontal e periimplantar. 1ed. São Paulo: Ed. Napoleão, 2013 REFERÊNCIAS
  • 16. PÁGINA 16 DOENÇAS GENGIVAIS KEILA CRISTINA RAPOSO LUCENA CAPÍTULO 2 A gengivite induzida ou associada ao biofilme dental é definida como uma condição inflamatória não específica resultante de interações entre o biofilme dental e a resposta imunoinflamatória do hospedeiro que acomete apenas a gengiva, não se estendendo aos tecidos de suporte e de inserção periodontal. Já a saúde periodontal é definida pela simples ausência de inflamação clinicamente detectável podendo ser observada em periodonto íntegro ou mesmo reduzido, ou seja, que já foi acometido por doença periodontal. De acordo com o Consenso para a classificação da saúde periodontal e doenças e condições gengivais em um periodonto intacto ou reduzido, proposto pelo Workshop mundial de Periodontia de 2017, surge a atual classificação das condições gengivais induzidas por placa e não induzidas por placa: Quadro 07. Classificação das doenças gengivais induzidas por placa (Workshop mundial, 2017). Gengiviteinduzidaporplaca:emperiodontointacto,emperiodonto reduzido,empacientesnãoperiodontaiseemperiodontoreduzido em pacientes periodontais tratados com sucesso: A. Associado apenas com biofilme B. Modificada por fatores de risco sistêmicos e locais: ● Fatores de risco sistêmicos (fatores modificadores): - Fumo - Hiperglicemia - Fatores nutricionais - Agentes farmacológicos - Condições hematológicas - Hormônios sexuais: puberdade, ciclo menstrual, gravidez, contraceptivos orais ● Fatores de risco locais (fatores predisponentes): - Fatores de retenção de biofilme (restaurações subgengivais proeminentes) - Secura de boca (hipossalivação) C. Aumento gengival influenciado pelo uso de medicamentos
  • 17. PÁGINA 17 A- GENGIVITE INDUZIDA POR PLACA ASSOCIADA APENAS AO BIOFILME: A gengivite induzida por biofilme apresenta uma variedade de sinais e sintomas clínicos bem como de fatores modificadores e predisponentes que podem sua extensão, severidade e progressão. Quanto à extensão, ela pode ser classificada como incipiente, localizada ou gengeralizada. - Gengivite incipiente: poucos sítios apresentam inflamação leve e/ou linha de sangramento lento e interrompida; - Gengivite localizada: ≥10% e ≤30%; - Gengivite generalizada: >30% Dentre as características clínicas da gengivite, destacam-se: edema e eritema gengivais, sangramento gengival e à sondagem (SS), profundidade de sondagem até 3,0mm, desconforto, sensibilidade gengival à sondagem e à escovação dental, halitose, gosto alterado. Radiograficamente, não há evidências de perda de estrutura de suporte periodontal. Para a sua identificação, é importante uma realização criteriosa na anamnese e no exame clínico periodontal para diferenciar quadros de saúde e doença gengival/periodontal (Quadro 08). Quadro 08. Diagnóstico de saúde gengival ou gengivite induzida por biofilme baseado na prática clínica. (Workshop mundial, 2017). PERIODONTO ÍNTEGRO PERIODONTO REDUZIDO - Saúde Gengivite Doença estável Doença em remissão SS Ausente/mínimo Sim Ausente/mínimo Reduzido Profundidade normal Sim Sim Não Não Altura óssea normal Sim Sim Não Não Fatores modificadores Controlados Podem estar presentes Controlados Não completamente controlados Fatores predisponentes Controlados Podem estar presentes Controlados Não completamente controlados
  • 18. PÁGINA 18 Embora a doença gengival induzida por biofilme seja uma condição inflamatória reversível, onde o controle e a manutenção de uma condição bucal adequada são capazes de devolver a saúde gengival, se não for adequadamente controlada pode evoluir para um quadro de destruição periodontal mais severo (Figura 10). Figura 09: Gengivite induzida apenas pelo biofilme. . Figura 10: Fluxograma da transição do estado de saúde periodontal para periodontite. Fonte: Arquivo pessoal.
  • 19. PÁGINA 19 B-MODIFICADA POR FATORES DE RISCO SISTÊMICOS E LOCAIS Os fatores de risco sistêmicos ou modificadores relacionam-se à características presentes em um indivíduo que influenciam negativamente a resposta imunoinflamatória a uma dada carga de biofilme resultando em uma hiperinflamação. Dentre os principais fatores modificadores das condições gengivais encontram-se o fumo, a diabetes, deficiências nutricionais, em especial, a deficiência de vitamina C, agentes farmacológicos (drogas que reduzem o fluxo salivar e alteram as funções endócrinas), elevações dos hormônios esteróides sexuais e condições hematológicas, tais como, leucemia, trombocitopenia e deficiências de fatores de coagulação (Figura 11). Já os fatores retentivos são aqueles que facilitam a retenção e, consequentemente, o acúmulo do biofilme dental, tais como, restaurações subgengivais, hipossalivação, apinhamento dental, aparelhos ortodônticos fixos (Figura 12) . Figura 11: Gengivite induzida por biofilme modificada por fatores sistêmicos (Diabetes tipo 2). Figura 12: Gengivite induzida por biofilme modificada por fatores locais (apinhamento dental). Fonte: Arquivo pessoal. Fonte: Arquivo pessoal.
  • 20. PÁGINA 20 C- AUMENTO GENGIVAL INFLUENCIADO PELO USO DE MEDICAMENTOS Características clínicas: variações no alargamento interpessoal (predisposição genética), maior ocorrência na gengiva anterior, prevalência maior em jovens, nos primeiros três meses de uso do medicamento, observado inicialmente na região interpapilar.As principais drogas associadas ao crescimento gengival são: as antiepilépticas como fenitoína e valproato de sódio; bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina,verapamil, diltiazem, amlodipina,felodipina); drogas imunossupressoras (ciclosporina A, tacrolimus, sirulimus); e contraceptivos orais de alta dose (Figura 13). Ainda de acordo com o Workshop mundial (2017), as doenças gengivais também estão associadas a outros fatores além do biofilme dental: Figura 13. Paciente que faz de medicamento anticonvulsivante. Fonte: Wolf, Hassel (2008).
  • 21. PÁGINA 21 A- Desordens genéticas / desenvolvimento: Fibromatose Gengival Hereditária. Caracterizado pelo crescimento lento, progressivo e benigno da gengiva. B- Infecções específicas: Infecções de origem bacteriana, viral e fúngica. C- Condições imunoinflamatórias: reações de hipersensibilidade (alergias de contato à materiais odontológicos – pouco frequente), gengivite plasmocitária, eritema multiforme. Doenças autoimunes de pele e mucosas também estão associadas à gengivites não induzidas por biofilme, tais como: pênfigo vulgar, penfigóide,lesões bucais pré- malignas, líquen plano, lúpus eritematoso sistêmico, lúpus eritematoso discóide, granulomatose orofacial, doença de Crohn, sarcoidose. D- Processos reativos: epúlides, granuloma fibroblástico calcificante, granuloma piogênico, granuloma de células gigantes. Quadro 09. Classificação das doenças gengivais não induzidas por placa (Wokshop mundial, 2017). Gengivite não induzida por placa: em periodonto intacto, em periodonto reduzido, em pacientes não periodontais e em periodonto reduzido em pacientes periodontais tratados com sucesso: A. Desordens genéticas / desenvolvimento B. Infecções específicas C. Condições imunoinflamatórias D. Processos reativos E. Neoplasmas F. Doenças metabólicas, nutricionais e endócrinas G. Lesões traumáticas H. Pigmentação gengival
  • 22. PÁGINA 22 E- Neoplasmas: leucoplasia bucal, eritroplasia bucal, carcinoma espinocelular, linfomas F- Doenças metabólicas, nutricionais e endócrinas: escorbuto e diabetes G- Lesões traumáticas: lesões físicas ou mecânicas (queratose por fricção, úlceras traumáticas) H- Pigmentação gengival: pigmentação melânica (fisiológica), melanose do fumante (pigmentação gengival induzida pela nicotina), hiperpigmentação da mucosa bucal associada à drogas/medicamentos (minociclina, hidroxicloroquina, imatinobe, golimumabe) (Figura 14). De forma geral, podemos resumir as condições gengivais em dois grandes grupos principais: a gengivite induzida por placa e a gengivite não induzida por placa. Entretanto, no Consenso de Periodontia (2017) foram estabelecidos critérios para se definir os casos de gengivite levando-se em consideração as limitações do exame clínico periodontal. Esse estabelecimento é importante para a padronização do diagnóstico (Quadro 10). Figura 14. Pigmentação melânica na gengiva inserida entre os elementos 12 e 11. Fonte: Arquivo pessoal.
  • 23. PÁGINA 23 Quadro 10. Critérios e limitações para definir saúde periodontal e gengivite (Wokshop mundial, 2017) Definição de casos para saúde periodontal e gengivite Critérios Limitações - Escore de sangramento à sondagem (%SS) - Falta de sondas periodontais padronizadas - Avaliação dicotômica: sim / não - Variabilidade do examinador (pressão da sonda, ângulo) - Sonda periodontal padronizada (dimensões e forma) - Fatores relacionados ao paciente (biótipo, medicamentos...), tabagismo - Força de sondagem controlada (~25N) - 6 sítios / dente (em todos os dentes presentes) REFERÊNCIAS NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 12ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016. LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. WOLF, H.F.; HASSEL, T. M. Manual de Periodontia: Fundamentos, diagnóstico, prevenção e tratamento. 1 ed. São Paulo: Editora Artmed:, 2008. CASTRO, M.V.M; SUSIN, D. Nova classificação para as doenças e condições periodontais e Peri-implatares. 1 ed. São Paulo: Quitessence Editora, 2019 KAHN, S; FISHER, R.G; DIAS, A.T. Periodontia e Implantodontia Contemporânea. 1 ed. São Paulo: Quitessence Editora, 2019.
  • 24. PÁGINA 24 CLASSIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA PERIODONTITE SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA CAPÍTULO 3 O diagnóstico das doenças e condições que afetam os tecidos periodontais é baseado na fisiopatologia das doenças. Três formas de periodontites têm sido identificadas (Figura 15): Figura 15. Classificação das Periodontites. A periodontite é uma doença infecciosa/inflamatória causada por microorganismos do biofilme dental (Armitage e Cullinan, 2010, Armitage, 1999). Como resposta ao desafio bacteriano, ocorre destruição dos tecidos de sustentação dentários. Suas principais características clínicas: • Sangramento à sondagem; • Presença de supuração PERIODONTITE
  • 25. PÁGINA 25 • Presença de profundidade de sondagem (PS) > 3mm; • Perda de inserção periodontal; • Nível de inserção clínica (NIC) > 3 mm; • Mudanças nas densidades e alturas ósseas alveolares. Outras características que podem estar presentes: • Vermelhidão; • Textura da gengiva lisa e brilhante; • Flacidez gengival; • Retração gengival; Instrumentais utilizados para diagnóstico (Figuras 16-20): Figura 16. Espelho odontológico. Figura 20. Sonda exploradora. Figura 18. Sonda Nabers. Figura 17. Sonda periodontal PCP/UNC-15. Figura 19. Pinça clínica.
  • 26. PÁGINA 26 Quadro 11. Parâmetros clínicos utilizados no diagnóstico da periodontite. Para o diagnóstico, deve-se avaliar 6 sítios em cada dente (mésio-vestibular, vestibular, distovestibular, mésiolingual, lingual e distolingual) e registrar os seguintes parâmetros clínicos periodontais em (Quadro 11): Figura 21. Determinação dos parâmetros clínicos periodontais através da sondagem. Fonte: arquivo pessoal. Parâmetro clínico Descrição Instrumental utilizado Sangramento à sondagem (SS) Registrar a ausência ou presença do sangramento (0/1) Sonda periodontal PCP/UNC-15 + espelho odontológico Supuração (SUP) Registrar a ausência ou presença de supuração (0/) Sonda periodontal PCP/UNC-15 + espelho odontológico Profundidade de sondagem (PS) Registrar a medida da margem gengival até aonde a sonda penetrar na bolsa periodontal (fundo da bolsa) Sonda periodontal PCP/UNC-15 + espelho odontológico Nível de inserção clínica (NIC) Registrar a medida da junção amelocementária (JAC) até aonde a sonda penetrar na bolsa periodontal (fundo da bolsa) Sonda periodontal PCP/UNC-15 + espelho odontológico Mobilidade dentária (MOB) Registrar o grau da mobilidade (0, I, II ou III) Cabo do espelho odontológico + dedo Envolvimento de furca Registrar o grau do envolvimento de furca (I, II, III ou IV) Sonda Nabers + espelho odontológico
  • 27. PÁGINA 27 É importante durante a sondagem verificar se a margem gengival está coronal a junção amelocementária, caso esta seja a situação clínica, o diagnóstico será de hiperplasia gengival e não de periodontite As radiografias periapicais (ficha periapical completa) são o método radiográfico de eleição para avaliação da perda óssea alveolar (Figura 23). Figura 22. Hiperplasia gengival. Figura 23. Ficha periapical completa. Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal.
  • 28. PÁGINA 28 Definição de um caso clínico de periodontite: • Perda de inserção interdental em 2 ou mais dentes não adjacentes ou • Nível de inserção na vestibular ou lingual ≥ 3mm com PS > 3mm em pelo menos 2 dentes. Os pacientes submetidos a terapia periodontal que na reavaliação apresentar PS = 4 mm; sem sangramento à sondagem é considerado saudável. Observações a serem consideradas sobre a perda de inserção: • não pode ter sido causada por: retrações, fraturas radiculares, cáries ou traumas; • não pode ser diagnosticada na distal de 2º molares maus posicionados ou associados à exodontia dos 3º molar; • o dente não pode apresentar lesão endodôntica que drena pelo periodonto marginal. A partir do reconhecimento de um caso clínico de periodontite esta deve ser classificada para ajudar na escolha do tratamento do paciente e na sua terapia de suporte periodontal. A classificação da periodontite é feita em estadiamentos e objetiva classificar a doença de acordo com a sua severidade, complexidade e extensão. O quadro abaixo mostra os estágios da periodontite. Quadro 12.Estágios da periodontite. Estágios da periodontite Estágio I Estágio II Estágio III Estágio IV Periodontite leve (inicial) Periodontite moderada (estabilizada) Periodontite severa (com risco de perda dentária) Periodontite avançada (perda da dentição)
  • 29. PÁGINA 29 A severidade da periodontite é determinada pela perda de inserção clínica na interproximal ou pela perda óssea radiográfica. Sua extensão depende da quantidade e do tipo dos elementos dentários acometidos e sua complexidade está condicionada a características do sítio acometido. O quadro abaixo demonstra a classificação da periodontite de acordo com suas características (Quadro 13). A terapia periodontal é baseada no estágio da doença. À medida que o estágio avança, a terapia torna-se mais complexa envolvendo além da terapia básica, terapias cirúrgicas e terapias de reestabelecimento da função mastigatória. (Quadro 14). Quadro 13. Estágio da periodontite de acordo com sua severidade, extensão e complexidade. (AAP, 2017) Estágios da Periodontite Estágio I Estágio II Estágio III Estágio IV Severidade Perda de inserção interdental (sítio de maior perda) 1-2 mm 3-4 mm ≥ 5 mm ≥ 5 mm Perda óssea radiográfica Terço coronal (< 15%) Terço coronal (15-33%) Estendendo-se até o terço médio da raiz Estendendo-se do terço médio para apical Perda dentária ausente ≤ 4 dentes ≥ 5 dentes Extensão Localizada (<30% dos dentes envolvidos), generalizada ou padrão incisivo molar (PJL) Complexidade Local PS ≤ 4 mm Reabsorção óssea horizontal PS ≤ 5 mm Reabsorção óssea horizontal PS ≥ 6 mm Perda óssea vertical ≥3mm defeito da crista óssea moderado Furca grau II ou III Defeito da crista óssea moderado Necessidade de complexa reabilitação devido a disfunção mastigatória e trauma oclusal secundário < 20 dentes remanescentes colapso da mordida Severo defeito da crista óssea
  • 30. PÁGINA 30 Quadro 14. Tratamento da periodontite de acordo com o seu estadiamento (AAP, 2017). Quadro 15. Graus da periodontite de acordo com os fatores que modificam sua taxa de progressão (AAP, 2017). Estágios Tratamentos I Orientação de higiene oral, motivação do paciente, emoção de fatores de risco locais e sistêmicos e terapia básica periodontal II Após a reavaliação da terapia básica periodontal, se necessário, devem ser tratados cirurgicamente III Necessita de uma gama de procedimentos cirúrgicos (terapia periodontal cirúrgica) IV Terapia do estágio III + terapia de reabilitação da função Independente do estágio, a periodontite pode progredir com taxas diferentes nos indivíduos, responder de forma menos previsível ao tratamento e pode ou não influenciar na saúde geral ou sistêmica. Alguns fatores de risco como o fenótipo da doença, idade, diabetes e tabagismo podem modificar essa taxa de progressão. A progressão da periodontite é classificada em graus os quais são definidos através de evidências de risco para a progressão diretas e indiretas (Quadro 15). Graus da periodontite Grau A (Taxadeprogressão lenta) Grau B (Taxa de progressão moderada) Grau C (Taxa de progressão rápida) Critério primário Evidência direta para a progressão Perda óssea radiográfica ou NIC (dados longitudinais) sem perda em até 5 anos perda ≤ 2 mm em 5 anos perda de ≥ 2 mm em 5 anos Evidência indireta para a progressão % perda óssea/idade < 0,25 0,25 -1,0 >1,0 Fenótipo do caso Muito depósito de biofilme com pouca destruição Destruição compatível com os depósitos de biofilme A destruição excede a expectativa dada aos depósitos de biofilme; padrões clínicos específicos sugestivos de períodos de progressão rápida e/ou doença de início precoce (Ex: padrão molar/ incisivo; ausência da resposta esperada às terapias)
  • 31. PÁGINA 31 A taxa de progressão da doença pode influenciar sua terapia sendo necessário o uso de terapias antimicrobianas. Segundo Rabelo et al., 2015, os antimicrobianos que apresentam melhores resultados no tratamento da periodontite são (Quadro 16): *Usar esta opção em pacientes alérgicos a penicilina. Concluído o tratamento periodontal, o paciente deve ser orientado sobre a necessidade e importância de uma terapia periodontal de suporte (Capítulo 11). Albandar JM, Susin C, Hughes FJ. Manifestations of systemic diseases and conditions that affect the periodontal attachment apparatus: case definitions and diagnostic considerations. J Periodontol. 2018;89(Suppl 1):S183–S203. Armitage GC. Development of a classification system for periodontal diseases and conditions. Ann Periodontol. 1999;4:1–6. Papapanou PN, Sanz M, et al. Periodontitis: Consensus report of Workgroup 2 of the 2017 World Workshop on the Classification of Periodontal and Peri-Implant Diseases and Conditions. J Periodontol. 2018;89(Suppl 1):S173–S182. Graus modificadores Fator de risco Tabagismo Não < 10 cigarros/dia ≥ 10 cigarros/dia Diabetes Não HbA1c < 7% HbA1c ≥ 7% Antimicrobiano Posologia Metronidazol (400mg)* Tomar 01 comprimido de 8 em 8 horas durante 14 dias Metronidazol (400mg) + Amoxicilina (500mg) Tomar 01 comprimido/cápsula de cada, de 8 em 8 horas durante 14 dias Azitromicina (500mg) Tomar 01 comprimido, 1 vez ao dia por 3 dias. REFERÊNCIAS
  • 32. PÁGINA 32 Rabelo et al. Systemic antibiotics in the treatment of aggressive periodontitis. A systematic review and a Bayesian Network meta-analysis. J Clin Periodontol, 42: 647-657, 2015. Tonetti MS, Greenwell H, Kornman KS. Staging and grading of periodontitis: framework and proposal of a new classification and case definition. J Periodontol. 2018;89(Suppl 1):S159–S172.
  • 33. PÁGINA 33 DOENCAS PERIODONTAIS NECROSANTES – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA CAPÍTULO 4 As doenças necrosantes são doenças de origem bacteriana que ocorrem quando a resposta do hospedeiro é prejudicada. Caracteriza-se por necrose e descamação do tecido gengival, apresentando sinais e sintomas específicos.” (Newman et al., 2016)
  • 34. PÁGINA 34 Figura 24. Gengivite necrosante. Fonte: arquivo pessoal. Quadro 17. Características da gengivite necrosante. Fonte: arquivo pessoal. É um processo inflamatório agudo dos tecidos gengivais caracterizado pela presença de necrose/úlceras na papila interdental (Figura 24). O quadro 17 descreve as características da gengivite necrosante: GENGIVITE NECROSANTE Características Clínicas Características sistêmicas Ulceração e necrose da papila/margem gengival (INVERSÃO PAPILAR); •Úlceras cobertas por uma camada branco-amarelada ou cinza (PSEU- DOMEMBRANA);•Sangramento; •Odor fétido/ mal hálito; Gosto metálico; •Fluxo salivar; •Higiene oral deficiente; •Rápida evolução; • Linfoadenopatia local; • Febre e mal-estar; • Leucocitose; • Dor • Aumento da frequência cardíaca; • Insônia, constipação; • Cefaleia.
  • 35. PÁGINA 35 Figura 25. Periodontite necrosante. Fonte: arquivo pessoal. Ocorre quando a progressão da doença é acompanhada da perda do ligamento periodontal e osso alveolar (Figura 25). O tratamento das doenças periodontais necrosantes ocorre em 02 etapas: tratamento da fase aguda e da fase crônica. PERIODONTITE NECROSANTE TRATAMENTO TRATAMENTO DA FASE CRÔNICA TRATAMENTO DA FASE AGUDA
  • 36. PÁGINA 36 O diagnóstico diferencial se dá com a gengivoestomatite herpética primária, gengivite descamativa, penfigóide benigno das membranas mucosas, eritema multiforme, gengivite estreptocócica e gengivite gonocócica (Quadro 18). De acordo com a nova classificação das doenças periodontais (AAP, 2017) as doenças periodontais necrosantes podem ser classificadas de acordo com a condição sistêmica dos indivíduos em (Quadro 19): Quadro 18. Diagnóstico diferencial entre a doença periodontal necrosante e a gengivoestomatite herpética primária. Quadro 19. Classificação das doenças periodontais necrosantes (DPN) de acordo com a condição sistêmica dos indivíduos. Doença periodontal necrosante Gengivoestomatite herpética primária Etiologia Bactérias + fatores predisponentes Vírus Idade 15-30 anos crianças Sintomas Tecido necrótico, ulcerado e placa branco-amarelada Múltiplas vesículas que se rompem, resultando em pequenas úlceras redondas   Duração 1-2 dias 1-2 semanas Cicatrização Permanência da destruição A destruição não é permanente Categoria Indivíduos Condições predisponentes Condição clínica DPN em pacientes crônicos severamente comprometidos Em adultos HIV+/AIDS com contagem de CD4 < 200 e vírus detectável Gengivite necrosante, periodontite necrosante, estomatite necrosante noma. Possível progressão Outras condições sistêmicas severas (imunocomprometidos) Em crianças Desnutrição severa Condições extremas de vida Infecções severas
  • 37. PÁGINA 37 Herrera D, Retamal-Valdes B, Alonso B, Feres M. Acute periodontal lesions (periodontal abscesses and necrotizing periodontal diseases) and endo-periodontal lesions. J Periodontol. 2018;89(Suppl 1):S85–S102. REFERÊNCIAS Categoria Indivíduos Condições predisponentes Condição clínica DPN em pacientes temporariamente e moderadamente severamente comprometidos Pacientes com gengivite Stress, nutrição, tabagismo GN generalizada. possível progressão para PN DPN anterior: crateras residuais Fatores locais: proximidade radiculares, má posição dentária GN localizada. Possível progressão para PN Pacientes com periodontite Fatores predisponentes para as DPN GN e PN com progressão incomum
  • 38. PÁGINA 38 DEFINIÇÃO ETIOLOGIA ABSCESSOS PERIODONTAIS FÁBIO GOMES DOS SANTOS CAPÍTULO 5 Os abscessos periodontais são lesões agudas (de início rápido) que afetam o periodonto de proteção ou sustentação, sendo considerados como uma das poucas situações na Periodontia que requer atendimento de urgência devido a ocorrência de dor ou desconforto, destruição tecidual e infecção. Aformaçãodosabscessosperiodontaisocorredevidoaofechamentooutraumadosulcogengivaloudebolsasperiodontais profundas ou tortuosas com ou sem influência externa óbvia, levando à uma infecção local. Os microrganismos que colonizam essas lesões geralmente são não-móveis, gram-negativos, anaeróbicos e bastonetes, semelhante aos casos de periodontite.
  • 39. PÁGINA 39 Figura 26. Etapas de formação dos abscessos periodontais. Indivíduos com ou sem histórico de periodontite podem desenvolver abscessos periodontais. Os fatores de risco para ocorrência dessas lesões são: • Periodontite não tratada ou “refratária”; • Bolsas periodontais profundas; • Fragmentos de cálculo dentário empurrados para os tecidos ou remoção incompleta após raspagem e alisamento corono-radicular; • Presença de corpo estranho após profilaxia profissional ou cirurgia periodontal; • Uso de antibióticos sistêmicos sem raspagem subgengival em pacientes com periodontite severa; • Impactação de corpo estranho (fio dental, palito de madeira, elástico ortodôntico, casca de pipoca, etc.); • Hábitos deletérios que possam favorecer a impactação de corpos estranhos no sulco gengival (por exemplo, roer unhas); • Forças ortodônticas inadequadas; • Alterações anatômicas (pérolas de esmalte, sulcos de desenvolvimento, dente invaginado, displasia dentária, etc.); • Fraturas na raiz; • Reabsorção externa; • Iatrogenia (por exemplo, perfuração radicular).
  • 40. PÁGINA 40 Os abscessos periodontais podem se apresentar como uma área edematosa e eritematosa com superfície lisa e brilhante, uma elevação ovoide ao longo da raiz ou uma tumefação difusa. Os sinais clínicos incluem dor, sensibilidade à percussão, sensação de “dente crescido”. Ao exame periodontal, observa-se supuração, bolsa periodontal profunda, sangramento à sondagem e, algumas vezes, mobilidade dentária. Os achados extra orais são incomuns, contudo, o paciente pode apresentar elevação da temperatura corporal, mal- estar, linfadenopatia regional e aumento do número de leucócitos na corrente sanguínea. A severidade das lesões está relacionada à quantidade de microrganismos, o pH local, a virulência e a resistência tecidual. O diagnóstico dos abscessos periodontais é feito a partir do histórico do paciente e de uma avaliação criteriosa dos sinais e sintomas. Uma sondagem periodontal cuidadosa é importante para determinar a continuidade da lesão pela margem gengival; evidência de que o abscesso é periodontal. A radiografia periapical pode auxiliar no diagnóstico dos abscessos periodontais. A área afetada pode apresentar desde nenhuma alteração do tecido ósseo à um aumento do espaço do ligamento periodontal e perda óssea envolvendo grande parte do dente. Abscessos periapicais, cistos periapicais laterais, lesões tumorais, fraturas verticais radiculares e outras lesões orais podem apresentar características semelhantes aos abscessos periodontais. O diagnóstico diferencial é realizado a partir do histórico de doença periodontal ou reações após tratamento periodontal, a presença de secreção purulenta, vitalidade pulpar e perdas ósseas angulares ou envolvimento de furca. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DIAGNÓSTICO
  • 41. PÁGINA 41 Inicialmente, o objetivo do tratamento dos abscessos periodontais é debelar a fase aguda e, após isso, o tratamento da lesão crônica resultante. As opções de tratamento são: • Drenagem; • Raspagem e alisamento corono-radicular; • Cirurgia periodontal; • Antibioticoterapia sistêmica; •Exodontia. A drenagem, sob anestesia tópica e infiltrativa local ao redor da lesão, pode ser feita por pressão digital, penetração da sonda ou cureta periodontal no sulco gengival ou incisão vertical no centro flutuante da lesão com uma lâmina cirúrgica n°15. No caso de lesões pequenas com fácil acesso, a raspagem e alisamento corono-radicular é indicada. Porém, em lesões maiores, este procedimento deve ser realizado após o desaparecimento dos principais sinais e sintomas. A indicação da cirurgia periodontal decorre da impossibilidade de instrumentação não cirúrgica devido à defeitos verticais profundos ou bifurcações. As instruções pós-tratamento são: • Enxague frequente com água morna e sal; • Bochechos com solução de digluconato de clorexidina 0,12%; • Esforço reduzido; • Dieta líquida. A antibioticoterapia é indicada para os casos de celulite, bolsa periodontal profunda inacessível, presença de sinais e sintomas sistêmicos e pacientes imunocomprometidos. O antibiótico de escolha é a amoxicilina ou, em casos de pacientes alérgicos a penicilina, clindamicina ou azitromicina. As complicações dos abscessos periodontais incluem a perda do dente envolvido e disseminação da infecção para áreas adjacentes ou corrente sanguínea. TRATAMENTO
  • 42. PÁGINA 42 Quadro 20. Antibioticoterapia sistêmica para o tratamento de abscessos periodontais. Antibiótico Posologia Amoxicilina 500mg Dose inicial de 1g, seguida de 500mg a cada 8 horas durante 3 dias. Azitromicina 500mg Dose inicial de 1g, seguida de 500mg a cada 6 horas durante 3 dias. Clindamicina 300mg Dose inicial de 600mg, seguida de 300mg a cada 6 horas durante 3 dias. NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016. LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. REFERÊNCIAS
  • 43. PÁGINA 43 CONSIDERAÇÕES INICIAIS FASES DO TRATAMENTO PERIODONTAL PLANO DE TRATAMENTO PERIODONTAL FÁBIO GOMES DOS SANTOS CAPÍTULO 6 O plano de tratamento periodontal visa, em curto prazo, eliminar a infecção e inflamação gengival e corrigir as condições que as determinam, bem como, promover uma condição de saúde que estabeleça a estética e a função da dentição a longo prazo. Para isso, pode ser necessário o encaminhamento do paciente para outras especialidades odontológicas e/ou médicas. O tratamento do indivíduo em sua totalidade baseia-se no correto diagnóstico e prognóstico das lesões de acordo com sua severidade e seus fatores de risco. Embora seja um plano composto por uma série de procedimentos sequenciados, intercorrências podem surgir ao longo do tratamento, sendo necessárias modificações para que todos os objetivos sejam alcançados. O tratamento periodontal é dividido em cinco fases, que inclui procedimentos periodontais propriamente ditos e outros tratamentosrealizadosporcirurgiões-dentistasclínicosgerale/ouespecialistasquepossuemíntimarelaçãocomaPeriodontia.
  • 44. PÁGINA 44 Esta fase inclui o tratamento de lesões e condições clínicas de início rápido capazes de provocar dor, destruição dos tecidos e infecção no paciente. Dentre as emergências periodontais estão os abscessos periodontais, as doenças periodontais necrosantes e as lesões endoperiodontais. Os dentes com prognóstico sombrio também devem ser avaliados quanto a sua permanência na cavidade bucal. Além disso, outras situações Vale ressaltar a necessidade de identificar condições sistêmicas ou comportamentais que possam influenciar na etiologia e severidade das condições periodontais do paciente (distúrbios endócrinos, hematológicos, tabagismo, etc.). FASE PRELIMINAR (TRATAMENTO DE EMERGÊNCIAS) Figura 27. Fases do tratamento periodontal.
  • 45. PÁGINA 45 Esta fase compreende os procedimentos cirurgicos periodontais com a finalidade de eliminar as doenças periodontais, corrigir condições anatômicas que favoreçam o desenvolvimento de doenças periodontais, recuperar a estética e permitir a reabilitação dentária por meio de próteses ou implantes. Esses objetivos são obtidos por meio das cirurgias gengivais, muco-gengivais, ósseas, regenerativas e instalação de implantes dentários. O objetivo da fase I do tratamento periodontal é controlar a formação do biofime dentário e eliminar os fatores que contribuem para as doenças periodontais. Os procedimentos desta fase são: FASE II DA TERAPIA PERIODONTAL (FASE CIRÚRGICA) FASE I DA TERAPIA PERIODONTAL (FASE NÃO CIRÚRGICA) • Instruções de controle do biofilme dentário pelo paciente e motivação do paciente; • Remoção do biofilme e cálculo dentário pelo profissional por meio da raspagem e alisamento corono-radicular; • Identificação e remoção dos fatores de retenção do biofilme (lesões de cárie, restaurações com sobrecontorno, próteses mal adaptadas, etc.); • Terapia antimicrobiana (local ou sistêmica); • Ajuste oclusal; • Prótese ou esplintagem provisórias; • Pequenas movimentações ortodônticas. Todos os pacientes devem ser incluídos na fase I da terapia periodontal, que muitas vezes recupera a condição de saúde e elimina a necessidade de procedimentos cirúrgicos posteriores. O sucesso da fase não cirúrgica depende da cooperação do paciente e da resposta do indivíduo aos procedimentos. Logo, não é possível estabelecer um plano de tratamento definitivo. A conclusão da fase I do tratamento periodontal requer uma reavaliação dos parâmetros clínicos periodontais e planejamento dos procedimentos necessários para as fases seguintes.
  • 46. PÁGINA 46 A raspagem e o alisamento corono-radicular e a cirurgia a retalho podem não erradicar completamente a infecção, tornando o indivíduo susceptível à recorrência da doença periodontal. Além disso, a raspagem subgengival é capaz de alterar a microbiota por um período, mas ela pode retornar a níveis normais em meses. Logo, justifica- se a inclusão do paciente a um tratamento periodontal de suporte (fase de manutenção) a fim de garantir a saúde periodontal. Embora o plano de tratamento periodontal seja dividido em fases numeradas, a sequência adequada não segue essa numeração. Assim que o paciente concluir a fase I, ele deve imediatamente ser inserido em um programa de consultas periódicas com intervalos de 3 meses, podendo ser alterado de acordo com a necessidade do paciente. Cada consulta de retorno deve durar aproximadamente 60 minutos, sendo dividida em três etapas: (1) exame clínico, (2) execução do tratamento necessário e reforço da higiene oral e (3) agendamento da próxima consulta. FASE IV DA TERAPIA PERIODONTAL (FASE DE MANUTENÇÃO) Os procedimentos da fase restauradora incluem: • Realização de restaurações definitivas de dentes vitais ou tratados endodonticamente; • Confecção de próteses fixas e removíveis; • Avaliação do periodonto frente aos procedimentos restauradores; FASE III DA TERAPIA PERIODONTAL (FASE RESTAURADORA)
  • 47. PÁGINA 47 NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016. LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Figura 28. Sequência das fases do tratamento periodontal. REFERÊNCIAS
  • 48. PÁGINA 48 ESTE PROCESSO REQUER EDUCAÇÃO, INSTRUÇÃO E MOTIVAÇÃO POR PARTE DO PACIENTE, SEGUIDAS DE ESTÍMULO E ESFORÇO CONSTANTES. MOTIVAÇÃO E INSTRUÇÃO DO PACIENTE JACQUELINE DUARTE ROCHA CAPÍTULO 7 O biofilme dentário é a principal etiologia das doenças periodontais e está relacionado com a cárie dentária. O paciente precisa realizar a remoção do biofilme diariamente, o que é de grande importância para o sucesso dos tratamentos dentários. No tratamento periodontal, o controle do biofilme tem como finalidade minimizar a inflamação gengival e prevenir a recorrência ou a progressão da doença periodontal. Todos os pacientes precisam ter uso regular da escova de dentes diariamente, pelo menos uma vez ao dia. As escovas dentárias devem ser trocadas a cada 3 a 4 meses. O fio dental deve ser usado em todos os espaços interdentais que são preenchidos com gengiva. O uso de escovas interdentais deve ser indicado quando as técnicas com a escova de dente e o fio dental não podem remover de forma efetiva o biofilme dentário.
  • 49. PÁGINA 49 TÉCNICA DE ESCOVAÇÃO MÉTODO DE BASS O método mais recomendado é a técnica de Bass, porque ela enfatiza a colocação sulcular das cerdas, adaptando as extremidades das cerdas à margem gengival com o objetivo de alcançar a placa supragengival e acessar a placa subgengival o máximo possível. Esta técnica tem o posicionamento da escova formando um ângulo de 45°, exercendo uma pressão vibratória, com movimentos curtos de vai e vem sem mudar a inclinação das cerdas. É importante ressaltar que a técnica de escovação ideal é a que permite remoção completa do biofilme dental sem causar danos aos tecidos periodontais. Figura 29A. A escova de dente deve ser posicionada de modo que as cerdas formem um ângulo aproximado de 45° com os dentes. Figura 29B. começando do dente mais distal da arcada, movimento vibratório de vai e vem da escova Fonte: Carranza,2016.
  • 50. PÁGINA 50 USO DE ESCOVA INTERDENTAL Figura 30A. o movimento adequado da escova na boca, posiciona a ponta da cerda para a margem gengival. Figura 30B. o posicionamento ideal que permite uma ligeira penetração subgengival das pontas das cerdas. Pacientes com aparelho ortodôntico fixo, próteses fixas, implantes dentários e com perda de inserção proximal. Figura 31. Escova interdental em ameia interproximal. Fonte: Carranza,2016. Fonte: Arquivo pessoal.
  • 51. PÁGINA 51 ESCOVA UNITUFO Figura 32. Paciente com aparelho ortodôntico fixo. Uso eficiente na superfície lingual dos molares e pré molares. Figura 33. Escova unitufo. Fonte: Arquivo pessoal.
  • 52. PÁGINA 52 USO DO FIO DENTAL USO DO FIO DENTAL EM PACIENTE COM APARELHO ORTODÔNTICO FIXO Figura 34. O fio dental é deslizado por entre a área de contato dos dentes removendo o biofilme dentário. Figura 35. Com o auxílio do passa-fio, usando o fio dental de forma correta (Fonte: Carranza, 2016). Fonte: Arquivo pessoal.
  • 53. PÁGINA 53 HIGIENIZAÇÃO DE PACIENTES USUÁRIOS DE PRÓTESES Figura 36. A prótese total e a prótese removível, devem ser higienizadas fora da boca com escova específica. HIGIENIZAÇÃO EM PACIENTES USUÁRIOS DE PRÓTESE SOBRE IMPLANTES Fonte: http://www.sbgg-sp.com.br/pub/cuidando-da-saude-bucal/ Figura 37. Uso da escova unitufo em prótese total sobre implantes. Figura 38. Uso de escova unitufo em estrutura metálica sobre implantes.
  • 54. PÁGINA 54 USO DO FIO DENTAL EM PACIENTES USUÁRIOS DE PRÓTESE FIXA REFERÊNCIAS Figura 39. Uso do fio dental em próteses parciais fixas. Fonte: http://www.benvenuto.odo.br/artigos/cuidados-com-suas-proteses-fixas-pontes/ NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016. LINDHE, J.; LANG, N.P.; KARRING, T. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Pacientes com próteses fixas sobre dentes ou implantes podem utilizar fios dentais montados em passadores de fio para facilitar a higiene do sulco gengival e na área dos pônticos.
  • 55. PÁGINA 55 RASPAGEM DENTAL: INSTRUMENTOS MANUAIS: TÉCNICAS DE RASPAGEM E ERGONOMIA EM PERIODONTIA ENDI NÓBREGA CAVALCANTE DE MEDEIROS, SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA CAPÍTULO 8 É o processo clínico que objetiva a remoção do cálculo dentário, biofilme da superfície dentária, cemento contaminado e parede da bolsa periodontal com auxílio de instrumentos manuais e/ou ultrassônicos. Existem dois tipos de raspagem: • Raspagem supragengival: É a remoção do cálculo dentário acima da margem da gengiva. • Raspagem subgengival: É a remoção do cálculo dentário abaixo da margem da gengiva. • Instrumentos utilizados para raspagem supragengival: Foices, limas e curetas Mc Call e Gracey; • Instrumentos utilizados para raspagem subgengival: Limas e curetas Gracey.
  • 56. PÁGINA 56 Quadro 21: Indicação das curetas para raspagem supragengival Figura 40. Ilustração de uma cureta mostrando o cabo, haste e a lâmina. Fonte: arquivo pessoal. Curetas Indicações Raspagem supragengival Cureta Mc Call 13-14 Todas as faces dos dentes anteriores superiores e inferiores, até pré-molares. Cureta Mc Call 17-18 Todas as faces dos dentes posteriores superiores e inferiores (pré-molares e molares). Raspagem subgengival Cureta Gracey 5-6 Todas as faces dos dentes anteriores superiores e inferiores, até pré-molares. Cureta Gracey 7-8 Faces livres (vestibular/lingual) dos dentes posteriores (pré-molares e molares). Cureta Gracey 11-12 Face mesial dos dentes posteriores (Pré-molares e molares). Cureta Gracey 13-14 Face distal dos dentes posteriores (Pré-molares e molares). As curetas são compostas por 3 partes: o cabo, a haste e a lâmina. A parte de trabalho é a lâmina, possuindo forma de colher, com duas bordas cortantes.
  • 57. PÁGINA 57 Caneta Modificada: A cureta é segurada como uma caneta, porém com apoio de um dedo apropriado, agindo como fulcro para o movimento da lâmina do instrumento. EMPUNHADURA DO INSTRUMENTO E MOVIMENTOS: Figura 41: Empunhadura em forma de caneta modificada. Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. A lâmina do instrumento deverá estar paralela a superfície do dente, realizando movimentos que devem começar na posição apical e ser orientados na direção coronal. Devido a necessidade de trocas frequentes das extremidades ativas, a figura abaixo sugere uma sequência de instrumentação, utilizando o método de raspar todas as faces que são acessíveis a posição da lâmina, para em seguida, raspar todas as faces que estão acessíveis à outra extremidade ativa do instrumento.
  • 58. PÁGINA 58 ERGONOMIA E POSICIONAMENTO: - A altura do mocho deverá formar um ângulo nos joelhos de aproximadamente 90°; - As costas deverão ficar bem apoiadas no encosto do mocho e a cabeça ligeiramente inclinada para baixo; - Elevar a cadeira do paciente até que sua comissura labial atinja a altura do cotovelo do operador, que deverão permanecer apoiados próximos ao corpo; - A cabeça do paciente poderá ser virada para os lados afim de uma melhor visualização. Figura 42: Sequência de instrumentação
  • 59. PÁGINA 59 - A área de atuação do operador compreende a região em volta da cabeça do paciente, lembrando os ponteiros de um relógio; - A figura 44 mostra algumas posições do operador e o campo de visualização obtido. REFERÊNCIAS CARRANZA, F. A. et al. Periodontia Clínica. 11 ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. LINDHE, J.; LANG, N. P. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 6 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Figura 43. Posicionamento do operador sentado no mocho. Verificar a angulação do joelho. Figura 44: Posicionamento do operador Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal.
  • 60. PÁGINA 60 1.Procedimentos de redução da bolsa periodontal a)Raspagem e/ou alisamento radicular b)Curetagem a campo aberto para reinserção do tecido mole à superfície radicular. 2.Procedimentos para a eliminação da bolsa periodontal a)Cirurgias ressectivas b)Cirurgias regenerativas IMPORTANTE!!! TERAPIA PERIODONTAL CIRÚRGICA SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA CAPÍTULO 9 A deficiência no controle do biofilme é uma contra-indicação ao tratamento cirúrgico Classificação das cirurgias periodontais para o tratamento das bolsas periodontais:
  • 61. PÁGINA 61 Figura 45. Incisão em bisel externo usada na gengivectomia. Quadro 22. Indicações e contra-indicações das cirurgias ressectivas. CIRURGIAS RESSECTIVAS: A principal cirurgia ressectiva para eliminação da bolsa periodontal é a GENGIVECTOMIA que consiste na excisão da parede de tecido mole da bolsa periodontal patológica (Grant et al., 1979) Indicações Contra-indicações Eliminação das bolsas supraósseas, independentemente de sua profundidade (se a parede da bolsa for fibrosa e firme); Eliminação dos aumentos gengivais; Eliminação dos abscessos periodontais supraósseo. Necessidade de cirurgia óssea ou exame da forma e da morfologia ósseas; Situações em que o fundo da bolsa está apical à junção mucogengival; Considerações estéticas, particularmente na região anterior da maxila.
  • 62. PÁGINA 62 Pré requisito para a gengivectomia: Mucosa queratinizada (MC) > 2mm A gengivectomia é utilizada para tratamento da bolsa periodontal como também para o tratamento do sorriso gengival. Neste caso a técnica passa a ser chamada de gengivoplastia, pois o objetivo da cirurgia é estético. 1. Bochecho de Clorexidina (0,12%) por 1 min; 2. Montagem do campo cirúrgico seguindo as normas de biossegurança; 3. Anestesia da região a ser tratada com mepivacaína a 2%; 4. Sondagem e determinação da PS; 5. Medição da mucosa queratinizada; 6. Marcação do ponto sangrante (preservar pelo menos 2 mm de MC); 7. Incisão paramarginal em bisel externo seguindo com lâmina 15 ou 15c; 8. Incisão intrasulcular; 9. Remoção do colarinho gengival com cureta; 10. Raspagem e alisamento radicular com cureta específica para a região tratada; 11. Remoção do tecido de granulação; 12. Polimento da superfície radicular com taça de borracha e pedra pomes/pasta profilática; 13. Irrigação com soro fisiológico; 14. Caso necessário, adaptar cimento cirúrgico na região. CONDUTA CLÍNICA: PROCEDIMENTO CIRÚRGICO: GENGIVECTOMIA/GENGIVOPLASTIA
  • 63. PÁGINA 63 Figura 46. Paciente com falsas bolsas periodontais. Com a sonda periodontal foi localizado fundo da bolsa e fez-se a marcação dos pontos sangrantes. Figura 48 Remoção do colarinho gengival com cureta. Figura 47. Incisão em bisel externo. Figura 49. Aspecto após a remoção do excesso de tecido gengival. Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal.
  • 64. PÁGINA 64 TÉCNICA: CURETAGEM GENGIVAL INDICAÇÕES: Corresponde a raspagem gengival da parede de uma bolsa periodontal, isto é, a remoção do tecido de granulação cronicamente inflamado (cálculo e colônia de bactérias nos tecidos) que forma a parede lateral da bolsa periodontal. 1. Para obter nova inserção nas bolsas intraósseas para as quais é indicada a cirurgia sem retalho; 2. Como um procedimento temporário para reduzir a inflamação quando as técnicas cirúrgicas agressivas (p. ex., retalhos) são contraindicadas; 3. Manutenção do tratamento das áreas de inflamação e PB recorrentes, especialmente onde a cirurgia de redução da bolsa foi feita previamente. Figura 50. Curetagem gengival. Fonte: (Carranza, 2016).
  • 65. PÁGINA 65 CONDUTA CLÍNICA: CONDUTA CLÍNICA: 1.Bochecho de Clorexidina (0,12%) por 1 min; 2.Montagem do campo cirúrgico seguindo as normas de biossegurança. 3.Anestesia infiltrativa com mepivacaína a 2%; 4.Inserção da ponta da cureta na região do epitélio juncional; 5.Movimento de escavação penetrando nos defeitos infra-ósseos; 6.Irrigação com soro fisiológico ou clorexidina a 0,12%; 7.Sutura/cimento cirúrgico. TÉCNICA: RASPAGEM A CAMPO ABERTO (OPEN FLAP DEBRIDEMENT) ATRAVÉS DO RETALHO DE WIDMAN MODIFICADO Usado para expor as superfícies radiculares visando a instrumentação meticulosa e a remoção do revestimento da bolsa. 1.Bochecho de Clorexidina (0,12%) por 1 min; 2.Montagem do campo cirúrgico seguindo as normas de biossegurança; 3.Anestesia da região a ser tratada com mepivacaína a 2%; 4.Incisão paramarginal em bisel interno com lâmina 15 ou 15c (1-2 mm da margem gengival) caso a MC > 2mm. Estender aos dentes vizinhos para conferir mobilidade do retalho; 5.Deslocamento do retalho com cureta de Molt 2-4; 6.Incisão intrasulcular; 7.Remoção do colarinho gengival com cureta; 8.Raspagem e alisamento radicular com cureta específica para a região; 9.Remoção do tecido de granulação através da curetagem gengival;
  • 66. PÁGINA 66 10.Polimento da superfície radicular; 11.Irrigação com soro fisiológico ou clorexidina; 12.Posicionamento do retalho no nível da crista óssea; 13.Sutura simples com fio nylon 5.0. Figura 51. Paciente com bolsas periodontais profundas nos elementos dentários anteriores superiores. Figura 53. Sutura do retalho. Figura 52. Deslocamento do retalho e visualização do cálculo subgengival para iniciar a raspagem radicular. Figura 54. Aspecto final após cicatrização tecidual com redução das profundidades de sondagem Fonte: Imagem cedida pelo Dr Eduardo Cury. Fonte: Imagem cedida pelo Dr Eduardo Cury. Fonte: Imagem cedida pelo Dr Eduardo Cury. Fonte: Imagem cedida pelo Dr Eduardo Cury.
  • 67. PÁGINA 67 TÉCNICAS REGENERATIVAS REFERÊNCIAS As cirurgias regenerativas objetivam regeneração da inserção periodontal através da formação do osso alveolar, cemento e ligamento periodontal. Diversos materiais para a enxertia como substitutos ósseos, membranas e fatores de crescimento são encontrados no mercado e utilizados em variados tipos de cirugia para a regeneração periodontal. LINDHE, J; LANG, N. P. Tratado de Periodontia Clínica e Implantodontia Oral. 6o ed. Editora Guanabara Koogan. 2018. NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
  • 68. PÁGINA 68 TRAUMA DE OCLUSÃO JACQUELINE DUARTE ROCHA CAPÍTULO 10 DEFINIÇÃO SINAIS CLÍNICOS Termo utilizado para descrever as alterações patológicas ou mudanças adaptativas que ocorrem no periodonto em consequência de forças indevidas produzidas pelos músculos da mastigação. • mobilidade dentária aumentada • padrões atípicos de desgaste dental • migração dentária patológica, especialmente em dentes anteriores • mudanças na ATM. Fonte: Carranza, 2016). Fonte: Carranza, 2016). Figura 55: Padrão de pressão ao redor das raízes alterados pelo deslocamento da direção das forças oclusais, em modelo experimental utilizando análise fotoelástica. Figura 56. Migração patológica dos incisivos centrais. A, visão frontal. B, visão lateral.
  • 69. PÁGINA 69 SINTOMAS TRAUMA AGUDO E CRÔNICO TRAUMA DE OCLUSÃO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO SINAIS RADIOGRÁFICOS DO TRAUMA DE OCLUSÃO • sensibilidade das estruturas periodontais agredidas pelo trauma • hipersensibilidade pulpar e dentinária • dores nos músculos mastigatórios e na ATM As forças traumáticas podem atuar em um único dente ou sobre grupos de dentes que estejam em contato prematuro; elas podem ocorrer em associação com hábitos parafuncionais, tais como apertamento dentário e bruxismo, em conjunto com a perda ou a migração de pré-molares e molares, acompanhada da separação gradual dos dentes ântero-superiores. O trauma de oclusão agudo resulta de um impacto oclusal abrupto, como por exemplo, morder um objeto duro, tipo um caroço de azeitona. As restaurações que interferem na direção da força oclusal sobre os dentes também podem induzir a um trauma agudo. Este, resulta em dor de dente, sensibilidade à percussão e mobilidade dentária aumentada. O trauma de oclusão crônico se desenvolve a partir de alterações graduais produzidas por desgaste dentário, extrusão dentária combinados com bruxismo e aperto dos dentes. A lesão primária se dá sob um periodonto sadio e de altura normal em torno de uma estrutura dentária. A lesão secundária, por sua vez, atinge um periodonto com altura reduzida em função de uma doença periodontal pré existente. • espessamento da lâmina dura ao longo da face lateral da raiz, na região apical e nas áreas de bifurcação • reabsorção óssea vertical • condensação de osso alveolar.
  • 70. PÁGINA 70 TRATAMENTO REFERÊNCIAS Figura 57. Radiografia periaical mostrando a perda óssea vertical na face mesial de um canino que se deslocou distalmente. Fonte: Carranza, 2016. A opção escolhida para tratar as lesões de trauma oclusal é a eliminação dos agentes etiológicos envolvidos. Nos casos em que se identificam interferências oclusais, é indispensável que estas sejam prontamente corrigidas. Se o profissional que diagnosticar as alterações oclusais não se julgar capacitado a corrigi-las, recomenda-se que o paciente seja encaminhado a um cirurgião-dentista especializado. NEWMAN, M.G. et al. Carranza Periodontia Clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2016.
  • 71. PÁGINA 71 DEFINIÇÃO: ATENÇÃO: OBJETIVOS: TERAPIA PERIODONTAL DE SUPORTE FAUMANA DOS SANTOS CÂMARA, SHEYLA CHRISTINNE LIRA DA NÓBREGA CAPÍTULO 11 A Terapia Periodontal de Suporte (TPS) (Figura 58) deve ser considerada como uma parte integral do tratamento periodontal, realizado logo após o tratamento periodontal ativo (fase cirúrgica ou não cirúrgica), para que haja um diagnóstico contínuo, por meio do acompanhamento em intervalos de tempo individualizados, viabilizando uma intervenção apropriada. O diagnóstico clínico durante a TPS, diferentemente do diagnóstico clínico inicial, é embasado na variação do estado de saúde após a intervenção ativa do tratamento. Todos os pacientes periodontais devem ser inseridos no programa de suporte, visto a história pregressa de doença. Os principais objetivos da TPS são: • Manter os resultados obtidos durante a fase ativa (fase cirúrgica ou não cirúrgica); • Evitar a recorrência ou progressão da doença periodontal, diminuindo a perda dentária em pacientes que foram anteriormenmte tratados para gengivite e periodontite; • Monitoramento e diagnóstico precoce de demais doenças ou cormobidades próprias da cavidade oral.
  • 72. PÁGINA 72 Figura 58: Terapia Periodontal de Suporte Fonte: Própria, 2019. PROTOCOLO CLÍNICO 1. Anamnese/ verificação do histórico do paciente: É importante rever os fatores de risco sistêmicos e comportamentais os quais o paciente possui. Condições como a diabetes mellitus descompensado, idade, terapêutica medicamentosa, genética, condição socioeconômica, nível educacional e tabagismo podem alterar a resposta do paciente e, consequentemente, modificar a progressão e gravidade da doença periodontal. Informações sobre estas condições é um dos componentes que orientará o planejamento da TPS. 2. Exame clínico/ reavaliação/ estratégias de tratamento:Aníveldentário,algunsfatoresquepodeminfluenciarnaprogressão da doença e levar a um desfecho desfavorável como a perda do dente. Por isso, algumas condições como bolsa periodontal residual ≥ 6 mm que apresenta sangramento à sondagem em 30% dos sítios, perda óssea radiográfica, mobilidade e lesão de furca devem ser reavaliadas com uma atenção especial. Além disso, é pertinente verificar o controle de placa pelo paciente a fim de identificar as regiões em que ele possui mais dificuldade em desorganizar o biofilme. Para tanto, pode ser realizado
  • 73. PÁGINA 73 o Índice de placa. Complementarmente, pode ser realizado o Índice de sangramento gengival (margem gengival), visto que a inflamação marginal recorrente revelam que algumas áreas não estão sendo higienizadas satisfatoriamente. Se houver necessidade, pode ser realizado tratamento pertinente para os locais reinfectados. A consulta da TPS é concluída com uma profilaxia e determinação das próximas reavaliações. 3. Determinação de intervalos de tempo entre a TPS: Visitas regulares devem ser estabelecidas a fim de manter resultados satifatórios por um por um maior tempo possível. Este intervalo de tempo entre as avaliações da TPS é estabelecido de forma individual e conforme o perfil e fatores de risco do paciente e nos benefícios esperados. Assim para determinar o intervalo entre uma TPS e outra devemos considerar: • Motivação do paciente; • Condições sistêmicas: Observação: Pacientes com diabetes mellitus e fumantes devem ser reavaliados em intervalos mais curtos! • Número de bolsas residuais (≥ 4 mm) após o tratamento. ATENÇÃO: Durante toda a TPS é essencial o reforço dado ao paciente sobre a higiene bucal, orientando desde a escolha da escova dental, fio/ fita dental, escova interproximal e dentifrício até à revisão da técnica de escovação.
  • 74. PÁGINA 74 REFERÊNCIAS LINDHE, J; LANG, N. P. Tratado de Periodontia Clínica e Implantodontia Oral. 6o ed. Editora Guanabara Koogan. 2018. KAHN, S; GUIMARÃES, R.F; DIAS, A, T. Periodontia e Implantodontia Contemporânea. Editora Quintessence. 2019.