SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Sara Pérez
A Revolução de 25 de Abril, (Revolução dos Cravos), é um período da história de
Portugal resultante de um movimento social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que
depôs o regime ditatorial do Estado Novo (1933) e iniciou um processo que viria a
terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor
da nova Constituição a 25 de abril de 1976.
Esta acção foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças
Armadas que era composto na sua maior parte por capitães que tinham
participado na Guerra Colonial. Este movimento surgiu por volta de 1973,
baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas, acabando por atingir
o regime político em vigor. Com reduzido poderio militar e com uma adesão em
massa da população ao movimento, a resistência do regime foi praticamente
inexistente e infrutífera.
O movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação Nacional, que
assumiu os poderes dos órgãos do Estado. A 15 de maio de 1974, o General
António de Spínola foi nomeado Presidente da República. Seguiu-se um período
de grande agitação social, política e miliar .
Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia
Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25
de Abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova
República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado
nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".
O Estado Novo foi também chamado salazarismo, em referência a António de
Oliveira Salazar o seu fundador e líder. Salazar tornou-se uma figura
preponderante no governo da Ditadura Militar. A designação salazarismo reflete a
circunstância de o Estado Novo se ter centrado na figura do "Chefe" Salazar e ter
sido muito marcado pelo seu estilo pessoal de governação. Porém, o Estado
Novo abrange também o período em que o sucessor de Salazar, Marcello
Caetano chefiou o governo (1968-1974). Caetano assumiu-se como "continuador"
de Salazar. A Ditadura Nacional (1926-1933) e o Estado Novo de Salazar e
Marcello Caetano (1933-1974) foram, conjuntamente, o mais longo regime
autoritário na Europa Ocidental durante o séc. XX, estendendo-se por um período
de 48 anos.
Nas colónias europeias sempre existiram movimentos de oposição e resistência à
presença das potências coloniais. Porém, ao longo do século XX, o sentimento
nacionalista era patente em todas as movimentações europeias, pelo que não
será surpreendente notar o seu alastramento às colónias, já que também muitos
dos seus nativos nelas participaram, expondo o paradoxo da celebração da vitória
na luta pela libertação, em território colonial, ainda submetido e dependente. É
neste contexto que a Conferência de Bandung, em 1955, irá conceder voz própria
às colónias,
Esta integração de Portugal na Aliança Atlântica iria formar uma elite de militares
que se tornaria indispensável para o planeamento e condução das operações
durante a Guerra do Ultramar
O regime do Estado Novo nunca reconheceu a existência de uma guerra,
considerando que os movimentos independentistas eram apenas terroristas e que
os territórios não eram colónias, mas províncias e parte integrante de Portugal.
Durante muito tempo, grande parte da população portuguesa, iludida pela
censura à imprensa, viveu sob a ilusão de que, em África, não havia uma guerra,
mas apenas alguns ataques de terroristas e de potências estrangeiras.
O Movimento das Forças Armadas (MFA) foi o movimento militar responsável
pela revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal, que pôs termo ao Estado
Novo, em 25 de Abril de 1974. A principal motivação deste grupo de militares era
a oposição ao regime e o descontentamento pela política seguida pelo governo
em relação à Guerra Colonial.
As tropas foram comandadas no terreno por diversos capitães, de entre os quais
o que mais se destacou e mais é recordado e associado à revolução foi
Salgueiro Maia, que comandou tropas vindas da Escola Prática de Cavalaria de
Santarém.
A Junta de Salvação Nacional (JSN) foi um grupo de militares designados para
sustentar o governo do Estado Português em Abril de 1974, após o golpe de
estado que derrubou o Estado Novo. Esta Junta esteve em funcionamento entre
1974 e 1975, após o comunicado do presidente António de Spínola às 01:30 do
dia 26 de Abril.
A Junta vinha prevista no programa do Movimento das Forças Armadas para o
exercício político, até à formação de um governo civil, para precaver a
destituição imediata do Presidente da República e Governo, dissolução da
Assembleia Nacional e do Conselho de Estado, promulgando a Lei
Constitucional n.º 1/74, de 25 de Abril. A escolha do Presidente e Vice-
Presidente caberiam à própria Junta.
Em 1973 iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças
Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão
Coordenadora do Movimento. Foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril de 1974, quem
comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos
ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de
Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a
António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcelo Caetano ao avião que o
transportaria para o exílio no Brasil.
Na madrugada de 25 de Abril de 74, durante a parada da Escola Prática de
Cavalaria (EPC), em Santarém, proferiu o célebre discurso: Meus senhores,
como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados socialistas,
os estados capitalistas e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene,
vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir
comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e
forma. Quem não quiser sair, fica aqui! Todos os 240 homens que ouviram estas
palavras, ditas de forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia,
formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam
sobre a ditadura.
Castelo de Vide, 1 de jullo de 1944 — Lisboa, 4 de abril de 1992
A 24 de Setembro de 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e, a
título póstumo, o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do
Valor, Lealdade e Mérito, a 28 de junho de 1992,e em 2007 a Medalha de Ouro
de Santarém.
Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido
militar numa embaixada à sua escolha, governador civil do Distrito de Santarém
e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major
em 1981 e, posteriormente, a Tenente-Coronel.
Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das
intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria a 4 de abril de
1992.
Salgueiro Maia irá ser agraciado a titulo póstumo por Marcelo Rebelo de Sousa
com a Ordem do Infante D. Henrique, a 1 de Julho de 2016, dia em que
completaria 72 anos de vida.
Foi um estadista nacionalista português que, além de chefiar diversos ministérios,
foi presidente do Conselho de Ministros e professor catedrático de Economia
Politica, Ciência das Finanças e Economia Social da Universidade de Coimbra.
Doutor Honoris causa, em 1940, pela Universidade de Oxford.
O seu percurso politico iniciou-se quando foi escolhido pelos militares para
Ministro das Finanças durante um curto período de duas semanas.
Posteriormente, foi de novo Ministro das Finanças entre 1928 e 1932. Ficou
também para a história como o estadista que mais tempo governou Portugal,
desempenhando funções em ditadura entre 1932 e 1933, e de forma autoritária,
desde o início da segunda república até ser destituído em 1968.
Figura de destaque e promotor do Estado Novo (1933–1974) e da sua
organização política, a União Nacional, Salazar dirigiu os destinos de Portugal
como presidente do Ministério de forma ditatorial entre 1932 e 1933 e, como
Presidente do Conselho de Ministros entre 1933 e 1968.
Inspirado no fascismo e apoiando-se na doutrina social da Igreja Católica, Salazar
orientou-se para um corporativismo de Estado, com uma linha de acção
económica nacionalista assente no ideal da autarcia. Esse seu nacionalismo
económico levou-o a tomar medidas de proteccionismo e isolacionismo de
natureza fiscal, tarifária, alfandegária, para Portugal e suas colónias, que tiveram
grandes impactos positivos e negativos durante todo o período em que exerceu
funções.
Último Presidente do Conselho do Estado Novo, foi deposto pela Revolução de
25 de Abril de 1974. Ficou conhecido por ser dos raros membros do Governo de
Salazar a favor duma maior liberdade de expressão e pela introdução de ligeiras
mudanças no regime, sendo a ala marcelista conotada com a tentativa de
reformar o regime por dentro. De resto, apontam os historiadores, que seria
intenção do Presidente da República Francisco Craveiro Lopes, afastado por
Salazar, dar o cargo de Presidente do Conselho a Marcelo se se concretizasse a
sua reeleição, em 1958. Contudo, quando assumiu o poder, em 1968, Marcelo
Caetano, apesar de promover alguma liberalização e novas políticas sociais e até
das sucessivas propostas de democratização da Ala Liberal, não implementou a
democracia nem logrou uma solução para o grave problema colonial.
A 25 de Abril de 1974, como representante do Movimento das Forças Armadas,
recebeu do Presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, a rendição
do Governo. Isto permitiu-lhe assumir assim os seus poderes públicos, apesar de
essa não ter sido a intenção original do MFA.
Instituída a Junta de Salvação Nacional presidia, foi escolhido pelos seus
camaradas para exercer o cargo de Presidente da República, cargo que ocupará
de 15 de Maio de 1974 até à sua renúncia em 30 de Setembro do mesmo ano,
altura em que foi substituído pelo general Costa Gomes.
Descontente com o rumo dos acontecimentos em Portugal após a Revolução dos
Cravos tenta intervir activamente na política para evitar a aplicação completa do
programa do MFA. A sua demissão da Presidência da República após o golpe
falhado de 28 de Setembro de 1974 o seu envolvimento na tentativa de golpe de
estado de direita do 11 de Março de 1975 e sua fuga para a Espanha e depois
para o Brasil.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Revolução dos escravos/25 de abril de 1974
Revolução dos escravos/25 de abril de 1974Revolução dos escravos/25 de abril de 1974
Revolução dos escravos/25 de abril de 1974Ivo Madureira
 
O antes e o depois do 25 de Abril
O antes e o depois do 25 de AbrilO antes e o depois do 25 de Abril
O antes e o depois do 25 de AbrilJorge Coelho
 
Era uma vez 25 de abril
Era uma vez 25 de abrilEra uma vez 25 de abril
Era uma vez 25 de abrilBE ESGN
 
A Descoberta Do 25 De Abril
A Descoberta Do 25 De AbrilA Descoberta Do 25 De Abril
A Descoberta Do 25 De Abriloalvarinho
 
A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
A REVOLUÇÃO DOS CRAVOSA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
A REVOLUÇÃO DOS CRAVOSProfessor
 
4.4. o 25 de abril de 1974
4.4. o 25 de abril de 19744.4. o 25 de abril de 1974
4.4. o 25 de abril de 1974Sónia Azevedo
 
Revolução de 25 de Abril de 1974
Revolução de 25 de Abril de 1974Revolução de 25 de Abril de 1974
Revolução de 25 de Abril de 1974Jorge Almeida
 
25 de abril de 1974
25 de abril de 197425 de abril de 1974
25 de abril de 1974Ana Paiva
 
Trabalho 25 de abril ana alves
Trabalho 25 de abril ana alvesTrabalho 25 de abril ana alves
Trabalho 25 de abril ana alvesAna Paiva
 
Apresentação 25 de abril
Apresentação 25 de abrilApresentação 25 de abril
Apresentação 25 de abrilCéu Silva
 

Mais procurados (19)

O golpe Milipar de 25 de Abril de 1974
O golpe Milipar de 25 de Abril de 1974O golpe Milipar de 25 de Abril de 1974
O golpe Milipar de 25 de Abril de 1974
 
25 de Abril de 1974
25 de Abril de 197425 de Abril de 1974
25 de Abril de 1974
 
Revolução dos escravos/25 de abril de 1974
Revolução dos escravos/25 de abril de 1974Revolução dos escravos/25 de abril de 1974
Revolução dos escravos/25 de abril de 1974
 
Salgueiro Maia
Salgueiro MaiaSalgueiro Maia
Salgueiro Maia
 
Revolução dos cravos
Revolução dos cravosRevolução dos cravos
Revolução dos cravos
 
MFA
MFAMFA
MFA
 
O antes e o depois do 25 de Abril
O antes e o depois do 25 de AbrilO antes e o depois do 25 de Abril
O antes e o depois do 25 de Abril
 
25 abril
25 abril 25 abril
25 abril
 
Era uma vez 25 de abril
Era uma vez 25 de abrilEra uma vez 25 de abril
Era uma vez 25 de abril
 
A Descoberta Do 25 De Abril
A Descoberta Do 25 De AbrilA Descoberta Do 25 De Abril
A Descoberta Do 25 De Abril
 
A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
A REVOLUÇÃO DOS CRAVOSA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
 
4.4. o 25 de abril de 1974
4.4. o 25 de abril de 19744.4. o 25 de abril de 1974
4.4. o 25 de abril de 1974
 
A RevoluçãO Dos Cravos
A RevoluçãO Dos CravosA RevoluçãO Dos Cravos
A RevoluçãO Dos Cravos
 
25 Abril
25 Abril25 Abril
25 Abril
 
Revolução de 25 de Abril de 1974
Revolução de 25 de Abril de 1974Revolução de 25 de Abril de 1974
Revolução de 25 de Abril de 1974
 
25 de abril de 1974
25 de abril de 197425 de abril de 1974
25 de abril de 1974
 
Trabalho 25 de abril ana alves
Trabalho 25 de abril ana alvesTrabalho 25 de abril ana alves
Trabalho 25 de abril ana alves
 
Foi há 36 anos: a revolução do 25 de Abril de 1974
Foi há 36 anos: a revolução do 25 de Abril de 1974Foi há 36 anos: a revolução do 25 de Abril de 1974
Foi há 36 anos: a revolução do 25 de Abril de 1974
 
Apresentação 25 de abril
Apresentação 25 de abrilApresentação 25 de abril
Apresentação 25 de abril
 

Semelhante a Capitães avril

25 de Abril
25 de Abril25 de Abril
25 de AbrilMINV
 
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512sergiocastroae6349
 
25 De Abril De 1974.pptx
25 De Abril De 1974.pptx25 De Abril De 1974.pptx
25 De Abril De 1974.pptxJoaoVaz26
 
Revolução do 25 de abril
Revolução do 25 de abrilRevolução do 25 de abril
Revolução do 25 de abrilisabel_boia
 
Revolução do 25 de abril
Revolução do 25 de abrilRevolução do 25 de abril
Revolução do 25 de abrilisabel_boia
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02tiagomartinho95
 
Salazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoSalazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoJorge Almeida
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02tiagomartinho95
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02tiagomartinho95
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02tiagomartinho95
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02tiagomartinho95
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02tiagomartinho95
 
Queda do Regime Fascista
Queda do Regime FascistaQueda do Regime Fascista
Queda do Regime FascistaJoão Lima
 
Trabalho 25 de abril
Trabalho 25 de abrilTrabalho 25 de abril
Trabalho 25 de abrilfrancisca3012
 
Trabalho 25 de abril
Trabalho 25 de abrilTrabalho 25 de abril
Trabalho 25 de abrilfrancisca3012
 

Semelhante a Capitães avril (20)

Glossário
GlossárioGlossário
Glossário
 
25 de Abril
25 de Abril25 de Abril
25 de Abril
 
12º revolução do 25 de abril
12º   revolução do 25 de abril12º   revolução do 25 de abril
12º revolução do 25 de abril
 
André carvalho
André carvalhoAndré carvalho
André carvalho
 
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
Apresentação do trabalho ponto 4.pptx4512
 
25 De Abril De 1974.pptx
25 De Abril De 1974.pptx25 De Abril De 1974.pptx
25 De Abril De 1974.pptx
 
Trabalho 25 de abril 2
Trabalho 25 de abril   2 Trabalho 25 de abril   2
Trabalho 25 de abril 2
 
Revolução do 25 de abril
Revolução do 25 de abrilRevolução do 25 de abril
Revolução do 25 de abril
 
Revolução do 25 de abril
Revolução do 25 de abrilRevolução do 25 de abril
Revolução do 25 de abril
 
25 de abril de 1974
25 de abril de 197425 de abril de 1974
25 de abril de 1974
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
 
Salazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado NovoSalazar e o Estado Novo
Salazar e o Estado Novo
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
 
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
Dtrabalhosdosalunos2008 09salazareoestadonovo-090423104627-phpapp02
 
Queda do Regime Fascista
Queda do Regime FascistaQueda do Regime Fascista
Queda do Regime Fascista
 
Trabalho 25 de abril
Trabalho 25 de abrilTrabalho 25 de abril
Trabalho 25 de abril
 
Trabalho 25 de abril
Trabalho 25 de abrilTrabalho 25 de abril
Trabalho 25 de abril
 

Último

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfMárcio Azevedo
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 

Último (20)

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 

Capitães avril

  • 2. A Revolução de 25 de Abril, (Revolução dos Cravos), é um período da história de Portugal resultante de um movimento social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo (1933) e iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976. Esta acção foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas que era composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas, acabando por atingir o regime político em vigor. Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a resistência do regime foi praticamente inexistente e infrutífera. O movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado. A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. Seguiu-se um período de grande agitação social, política e miliar . Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de Abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".
  • 3. O Estado Novo foi também chamado salazarismo, em referência a António de Oliveira Salazar o seu fundador e líder. Salazar tornou-se uma figura preponderante no governo da Ditadura Militar. A designação salazarismo reflete a circunstância de o Estado Novo se ter centrado na figura do "Chefe" Salazar e ter sido muito marcado pelo seu estilo pessoal de governação. Porém, o Estado Novo abrange também o período em que o sucessor de Salazar, Marcello Caetano chefiou o governo (1968-1974). Caetano assumiu-se como "continuador" de Salazar. A Ditadura Nacional (1926-1933) e o Estado Novo de Salazar e Marcello Caetano (1933-1974) foram, conjuntamente, o mais longo regime autoritário na Europa Ocidental durante o séc. XX, estendendo-se por um período de 48 anos.
  • 4. Nas colónias europeias sempre existiram movimentos de oposição e resistência à presença das potências coloniais. Porém, ao longo do século XX, o sentimento nacionalista era patente em todas as movimentações europeias, pelo que não será surpreendente notar o seu alastramento às colónias, já que também muitos dos seus nativos nelas participaram, expondo o paradoxo da celebração da vitória na luta pela libertação, em território colonial, ainda submetido e dependente. É neste contexto que a Conferência de Bandung, em 1955, irá conceder voz própria às colónias, Esta integração de Portugal na Aliança Atlântica iria formar uma elite de militares que se tornaria indispensável para o planeamento e condução das operações durante a Guerra do Ultramar O regime do Estado Novo nunca reconheceu a existência de uma guerra, considerando que os movimentos independentistas eram apenas terroristas e que os territórios não eram colónias, mas províncias e parte integrante de Portugal. Durante muito tempo, grande parte da população portuguesa, iludida pela censura à imprensa, viveu sob a ilusão de que, em África, não havia uma guerra, mas apenas alguns ataques de terroristas e de potências estrangeiras.
  • 5. O Movimento das Forças Armadas (MFA) foi o movimento militar responsável pela revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal, que pôs termo ao Estado Novo, em 25 de Abril de 1974. A principal motivação deste grupo de militares era a oposição ao regime e o descontentamento pela política seguida pelo governo em relação à Guerra Colonial. As tropas foram comandadas no terreno por diversos capitães, de entre os quais o que mais se destacou e mais é recordado e associado à revolução foi Salgueiro Maia, que comandou tropas vindas da Escola Prática de Cavalaria de Santarém.
  • 6. A Junta de Salvação Nacional (JSN) foi um grupo de militares designados para sustentar o governo do Estado Português em Abril de 1974, após o golpe de estado que derrubou o Estado Novo. Esta Junta esteve em funcionamento entre 1974 e 1975, após o comunicado do presidente António de Spínola às 01:30 do dia 26 de Abril. A Junta vinha prevista no programa do Movimento das Forças Armadas para o exercício político, até à formação de um governo civil, para precaver a destituição imediata do Presidente da República e Governo, dissolução da Assembleia Nacional e do Conselho de Estado, promulgando a Lei Constitucional n.º 1/74, de 25 de Abril. A escolha do Presidente e Vice- Presidente caberiam à própria Junta.
  • 7. Em 1973 iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril de 1974, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcelo Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil. Na madrugada de 25 de Abril de 74, durante a parada da Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, proferiu o célebre discurso: Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui! Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas de forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.
  • 8. Castelo de Vide, 1 de jullo de 1944 — Lisboa, 4 de abril de 1992 A 24 de Setembro de 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e, a título póstumo, o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a 28 de junho de 1992,e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém. Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada à sua escolha, governador civil do Distrito de Santarém e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major em 1981 e, posteriormente, a Tenente-Coronel. Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria a 4 de abril de 1992. Salgueiro Maia irá ser agraciado a titulo póstumo por Marcelo Rebelo de Sousa com a Ordem do Infante D. Henrique, a 1 de Julho de 2016, dia em que completaria 72 anos de vida.
  • 9. Foi um estadista nacionalista português que, além de chefiar diversos ministérios, foi presidente do Conselho de Ministros e professor catedrático de Economia Politica, Ciência das Finanças e Economia Social da Universidade de Coimbra. Doutor Honoris causa, em 1940, pela Universidade de Oxford. O seu percurso politico iniciou-se quando foi escolhido pelos militares para Ministro das Finanças durante um curto período de duas semanas. Posteriormente, foi de novo Ministro das Finanças entre 1928 e 1932. Ficou também para a história como o estadista que mais tempo governou Portugal, desempenhando funções em ditadura entre 1932 e 1933, e de forma autoritária, desde o início da segunda república até ser destituído em 1968. Figura de destaque e promotor do Estado Novo (1933–1974) e da sua organização política, a União Nacional, Salazar dirigiu os destinos de Portugal como presidente do Ministério de forma ditatorial entre 1932 e 1933 e, como Presidente do Conselho de Ministros entre 1933 e 1968. Inspirado no fascismo e apoiando-se na doutrina social da Igreja Católica, Salazar orientou-se para um corporativismo de Estado, com uma linha de acção económica nacionalista assente no ideal da autarcia. Esse seu nacionalismo económico levou-o a tomar medidas de proteccionismo e isolacionismo de natureza fiscal, tarifária, alfandegária, para Portugal e suas colónias, que tiveram grandes impactos positivos e negativos durante todo o período em que exerceu funções.
  • 10. Último Presidente do Conselho do Estado Novo, foi deposto pela Revolução de 25 de Abril de 1974. Ficou conhecido por ser dos raros membros do Governo de Salazar a favor duma maior liberdade de expressão e pela introdução de ligeiras mudanças no regime, sendo a ala marcelista conotada com a tentativa de reformar o regime por dentro. De resto, apontam os historiadores, que seria intenção do Presidente da República Francisco Craveiro Lopes, afastado por Salazar, dar o cargo de Presidente do Conselho a Marcelo se se concretizasse a sua reeleição, em 1958. Contudo, quando assumiu o poder, em 1968, Marcelo Caetano, apesar de promover alguma liberalização e novas políticas sociais e até das sucessivas propostas de democratização da Ala Liberal, não implementou a democracia nem logrou uma solução para o grave problema colonial.
  • 11. A 25 de Abril de 1974, como representante do Movimento das Forças Armadas, recebeu do Presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, a rendição do Governo. Isto permitiu-lhe assumir assim os seus poderes públicos, apesar de essa não ter sido a intenção original do MFA. Instituída a Junta de Salvação Nacional presidia, foi escolhido pelos seus camaradas para exercer o cargo de Presidente da República, cargo que ocupará de 15 de Maio de 1974 até à sua renúncia em 30 de Setembro do mesmo ano, altura em que foi substituído pelo general Costa Gomes. Descontente com o rumo dos acontecimentos em Portugal após a Revolução dos Cravos tenta intervir activamente na política para evitar a aplicação completa do programa do MFA. A sua demissão da Presidência da República após o golpe falhado de 28 de Setembro de 1974 o seu envolvimento na tentativa de golpe de estado de direita do 11 de Março de 1975 e sua fuga para a Espanha e depois para o Brasil.