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Kevin Lynch e a imagem da cidade
Renato Saboya
14 março, 2008
38 Comentários
Kevin Lynch é um dos grandes autores do Urbanismo, responsável por uma das obras mais
famosas e mais influentes: A Imagem da Cidade. Nela, ele destaca a maneira como
percebemos a cidade e as suas partes constituintes, baseado em um extenso estudo em três
cidades norte-americanas, no qual pessoas eram questionadas sobre sua percepção da cidade,
como estruturavam a imagem que tinham dela e como se localizavam.

Foto: Fenners 1984.

Lynch identificou, como principal conclusão, que os elementos que as pessoas utilizam para
estruturar sua imagem da cidade podem ser agrupados em cinco grande tipos: caminhos,
limites, bairros, pontos nodais e marcos.
Concluiu também que essa percepção é feita aos poucos, já que é impossível apreender toda a
cidade de uma só vez. Portanto, o tempo é um elemento essencial. Além disso, verificou que
nada é experimentado individualmente, e sim em relação a seu entorno. Elementos
semelhantes, porém localizados em contextos diferentes, adquirem significados também
diferentes.
Cada cidadão tem determinadas associações com partes da cidade, e a imagem que ele faz
delas está impregnada de memórias e significados. Portanto, nem tudo pode ser generalizado,
apesar da aparente “universalidade” dos 5 elementos identificados por Lynch.
Conceitos principais
Um dos conceitos básico trabalhados é o da legibilidade, entendido como a
Facilidade com que cada uma das partes [da cidade] pode ser reconhecida e organizada em
um padrão coerente” (LYNCH, 1960, p.2).
É importante ter claro que a legibilidade a que Lynch se refere é aquela proveniente dos
aspectos visuais da cidade, ou seja, não leva em consideração esquemas não-visuais tais como
numeração de ruas ou outros sistemas que podem contribuir para a legibilidade mas não são
ligados à imagem da cidade especificamente.
Estruturar e identificar o ambiente é uma habilidade vital para todos os animais que se movem
e, por outro lado, a sensação de desorientação é angustiante para quem vivencia a cidade. Um
ambiente legível oferece segurança e possibilita uma experiência urbana mais intensa, uma
vez que a cidade explore seu potencial visual e expresse toda a sua complexidade.
Segundo Lynch, a percepção ambiental pode ser analisada segundo três componentes:
estrutura, identidade e significado. A identificação de um objeto implica na sua distinção em
relação a outras coisas, seu reconhecimento como uma entidade separada, ou seja, sua
identidade. Além disso, a imagem da cidade deve incluir o padrão espacial ou a relação do
objeto com o observador e com os outros objetos, oque Lynch chamou de estrutura.
Com relação ao significado, Lynch é mais cauteloso, não se aprofundando muito no conceito
nem no seu estudo. A ênfase é, portanto, na identidade e na estrutura. Apesar disso, o autor
argumenta que o objeto deve ter algum significado para o observador, seja prático ou
emocional, e que isso está intimamente ligado à sua identidade e seu papel dentro de uma
estrutura mais ampla.
Outro conceito importante de Lynch é a imageabilidade (imageablity, no original), entendida
como a
Qualidade de um objeto físico que lhe dá uma alta probabilidade de evocar uma imagem forte
em qualquer observador. Refere-se à forma, cor ou arranjo que facilitam a formação de
imagens mentais do ambiente fortemente identificadas, poderosamente estruturadas e
altamente úteis. (LYNCH, 1960, p. 9)
O conceito de imageabilidade, portanto, está ligado ao conceito de legibilidade, uma vez que
imagens “fortes” aumentam a probabilidade de construir uma visão clara e estruturada da
cidade.
Uma cidade com imageabilidade (aparente, legível, ou visível), nesse sentido, seria bem
formada, distinta, memorável; convidaria os olhos e ouvidos a uma maior atenção e
participação. (LYNCH, 1960, p. 10)
A imagem da cidade e seus elementos
Caminhos (paths)
“São canais ao longo dos quais o observador costumeiramente, ocasionalmente, ou
potencialmente se move. Podem ser ruas, calçadas, linhas de trânsito, canais, estradas-deferro” (LYNCH, 1960, p. 47).
Os caminhos foram considerados como os principais elementos
estruturadores da percepção ambiental para a maioria das pessoas
entrevistadas. Pelo fato de as pessoas perceberem a cidade enquanto se
deslocam pelos caminhos, estes não apenas estruturam a sua experiência mas
também estruturam os outros elementos da imagem da cidade.
Alguns caminhos específicos podem adquirir especial relevância na medida em que:
Concentram um tipo especial de uso (ruas intensamente comerciais, por exemplo);
Apresentam qualidades espaciais diferenciadas (muito largo ou muito estreito, por
exemplo);
Apresentam um tratamento intenso de vegetação;
Apresentam continuidade;
São visíveis de outras partes da cidade, ou possibilitam amplos visuais para outras
partes da cidade;
Apresentam origem e destino bem claros.

Figura 1 – Av. Beiramar Norte – Florianópolis – SC. Fonte: IPUF.

Quando os principais caminhos não apresentam identidade, a imagem global da cidade é
prejudicada.
As esquinas são pontos importantes na estrutura da cidade, já que representam uma decisão,
uma escolha. Nesses pontos a atenção do observador tende a ser redobrada, e por isso
elementos posicionados junto a essas intersecções tendem a ser mais facilmente notados e
utilizados como referenciais.
Figura 2 – Rua de Barcelona. Autor: Giika.

Limites (edges)
São elementos lineares constituídos pelas bordas de duas regiões distintas,
configurando quebras lineares na continuidade. Os limites mais fortemente
percebidos são aqueles não apenas proeminentes visualmente, mas também
contínuos na sua forma e sem permeabilidade à circulação.
Podem ser considerados barreiras (rios, estradas, viadutos, etc.) ou como
elementos de ligação (praças lineares, ruas de predestres, etc.). Podem ter qualidades
direcionais, assim como os caminhos. Ao longo de um rio, por exemplo, sempre tem-se a
noção de que direção se está percorrendo, uma vez que o lado do rio fornece essa orientação.
Outra característica dos limites é que eles podem ter um efeito de segregação nas cidades.
Limites numerosos e que atuam mais como barreiras do que como elementos de ligação
acabam separando execssivamente as partes da cidade, e prejudicando uma visão do todo.

Figura 3 – Charles River em Boston. Foto: WiliHybrid.

Bairros (districts)
Na concepção de Lynch, bairros são
partes razoavelmente grandes da cidade na qual o observador “entra”, e que são percebidas
como possuindo alguma característica comum, identificadora. (LYNCH, 1960, p. 66).
Nesse ponto, é importante esclarecer que a tradução para bairros, ou mesmo
para distritos, pode gerar confusão. O conceito de Lynch refere-se a uma área
percebida como relativamente homogênea em relação ao resto da cidade ou,
ao menos, como possuindo uma certa característica em comum que permite
diferenciá-la do resto do tecido urbano. É, portanto, um critério visual, perceptivo, ao
contrário do critério administrativo que define o conceito tradicional de bairro no Brasil. As
considerações a seguir referem-se ao conceito adotado por Lynch.
Os “Bairros” de Lynch não são limites administrativos.
As características que determinam os bairros podem ser das mais variadas naturezas: texturas,
espaços, formas, detalhes, símbolos, tipos de edificação, usos, atividades, habitantes, grau de
conservação, topografia, etc. Beacon Hill, em Boston, por exemplo (Fotos), foi reconhecida
prlas ruas estreitas e inclinadas; casas antigas, de tijolos, em fita e de escala intimista; portas
brancas; ruas e calçadas de paralelepípedo e tijolo; bom estado de conservação; e pedestres de
classes sociais altas.

Figura 4 – Boston – Beacon Hill.Fotos: David Paul Ohmer; Stephan Segraves; Paul Keheler.

Os bairros desempenham papel importante na legibilidade da cidade, não apenas em termos
de orientação, mas também como partes importantes do viver na cidade, e podem apresentar
diferentes tipos de limites. Alguns são precisos, bem definidos. Outros são mais suaves,
indefinidos. Da mesma forma, alguns podem ser “introvertidos”; outros, “extrovertidos”.
Pontos nodais (nodes)
São pontos estratégicos na cidade, onde o observador pode entrar, e que são
importantes focos para onde se vai e de onde se vem. Variam em função da
escala em que se está analisando a imagem da cidade: podem ser esquinas,
praças, bairros, ou mesmo uma cidade inteira, caso a análise seja feita em
nível regional.
Pontos de confluência do sistema de transporte são nós em potencial, tais como estações de
metrô e terminais de ônibus.

Figura 5 – Interseção de viadutos na China. Foto: Edward Burtynsky.
Outro tipo de nós que apareceram frequentemente nas entrevistas são as “concentrações
temáticas”, tais como os centros puramente comerciais. Tais locais atuam como nós porque
atraem muitas pessoas e são utilizadas como referenciais. A Pershing Square, em Los
Angeles, também é um exemplo de nó, percebido como um local com características distintas,
tais como a vegetação e as atividades que lá se realizam.

Figura 6 – Los Angele – Pershing Square. Foto: DaquellaManera.

Lynch também concluiu que a forma espacial não é essencial para um nó, mas pode dotá-lo de
maior relevância.
Marcos
São elementos pontuais nos quais o observador não entra. Podem ser de
diversas escalas, tais como torres, domos, edifícios, esculturas, etc.
Sua principal característica é a singularidade, algum aspecto que é único ou
memorável no contexto. Isso pode ser alcançado de duas maneiras: sendo
visto a partir de muitos lugares, ou estabelecendo um contraste local com os
elementos mais próximos.
Parecem ser mais usados pelas pessoas mais acostumadas à cidade, especialmente aqueles
marcos menos proeminentes, menores, mais comuns. À medida que as pessoas se tornam
mais conhecedoras da cidade, estas passam a se basear em elementos diferenciados, ao invés
de se guiar pelas semelhanças, utilizando-se de pequenos elementos referenciais.
A localização em esquinas maximiza sua importância.

Figura 7 – Ópera de Sydney. Foto: Tim Sheerman-Chase; Catedral de S. Maria delFiore – Florença. Fonte: Benevolo (1999)
Referências bibliográficas
BENÉVOLO, Leonardo. História da Cidade . São Paulo: Perspectiva, 1999.
LYNCH, Kevin. The image of the city. Cambridge: The M.I.T. Press, 1960.

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  • 1. Kevin Lynch e a imagem da cidade Renato Saboya 14 março, 2008 38 Comentários Kevin Lynch é um dos grandes autores do Urbanismo, responsável por uma das obras mais famosas e mais influentes: A Imagem da Cidade. Nela, ele destaca a maneira como percebemos a cidade e as suas partes constituintes, baseado em um extenso estudo em três cidades norte-americanas, no qual pessoas eram questionadas sobre sua percepção da cidade, como estruturavam a imagem que tinham dela e como se localizavam. Foto: Fenners 1984. Lynch identificou, como principal conclusão, que os elementos que as pessoas utilizam para estruturar sua imagem da cidade podem ser agrupados em cinco grande tipos: caminhos, limites, bairros, pontos nodais e marcos. Concluiu também que essa percepção é feita aos poucos, já que é impossível apreender toda a cidade de uma só vez. Portanto, o tempo é um elemento essencial. Além disso, verificou que nada é experimentado individualmente, e sim em relação a seu entorno. Elementos semelhantes, porém localizados em contextos diferentes, adquirem significados também diferentes. Cada cidadão tem determinadas associações com partes da cidade, e a imagem que ele faz delas está impregnada de memórias e significados. Portanto, nem tudo pode ser generalizado, apesar da aparente “universalidade” dos 5 elementos identificados por Lynch.
  • 2. Conceitos principais Um dos conceitos básico trabalhados é o da legibilidade, entendido como a Facilidade com que cada uma das partes [da cidade] pode ser reconhecida e organizada em um padrão coerente” (LYNCH, 1960, p.2). É importante ter claro que a legibilidade a que Lynch se refere é aquela proveniente dos aspectos visuais da cidade, ou seja, não leva em consideração esquemas não-visuais tais como numeração de ruas ou outros sistemas que podem contribuir para a legibilidade mas não são ligados à imagem da cidade especificamente. Estruturar e identificar o ambiente é uma habilidade vital para todos os animais que se movem e, por outro lado, a sensação de desorientação é angustiante para quem vivencia a cidade. Um ambiente legível oferece segurança e possibilita uma experiência urbana mais intensa, uma vez que a cidade explore seu potencial visual e expresse toda a sua complexidade. Segundo Lynch, a percepção ambiental pode ser analisada segundo três componentes: estrutura, identidade e significado. A identificação de um objeto implica na sua distinção em relação a outras coisas, seu reconhecimento como uma entidade separada, ou seja, sua identidade. Além disso, a imagem da cidade deve incluir o padrão espacial ou a relação do objeto com o observador e com os outros objetos, oque Lynch chamou de estrutura. Com relação ao significado, Lynch é mais cauteloso, não se aprofundando muito no conceito nem no seu estudo. A ênfase é, portanto, na identidade e na estrutura. Apesar disso, o autor argumenta que o objeto deve ter algum significado para o observador, seja prático ou emocional, e que isso está intimamente ligado à sua identidade e seu papel dentro de uma estrutura mais ampla. Outro conceito importante de Lynch é a imageabilidade (imageablity, no original), entendida como a Qualidade de um objeto físico que lhe dá uma alta probabilidade de evocar uma imagem forte em qualquer observador. Refere-se à forma, cor ou arranjo que facilitam a formação de imagens mentais do ambiente fortemente identificadas, poderosamente estruturadas e altamente úteis. (LYNCH, 1960, p. 9) O conceito de imageabilidade, portanto, está ligado ao conceito de legibilidade, uma vez que imagens “fortes” aumentam a probabilidade de construir uma visão clara e estruturada da cidade. Uma cidade com imageabilidade (aparente, legível, ou visível), nesse sentido, seria bem formada, distinta, memorável; convidaria os olhos e ouvidos a uma maior atenção e participação. (LYNCH, 1960, p. 10)
  • 3. A imagem da cidade e seus elementos Caminhos (paths) “São canais ao longo dos quais o observador costumeiramente, ocasionalmente, ou potencialmente se move. Podem ser ruas, calçadas, linhas de trânsito, canais, estradas-deferro” (LYNCH, 1960, p. 47). Os caminhos foram considerados como os principais elementos estruturadores da percepção ambiental para a maioria das pessoas entrevistadas. Pelo fato de as pessoas perceberem a cidade enquanto se deslocam pelos caminhos, estes não apenas estruturam a sua experiência mas também estruturam os outros elementos da imagem da cidade. Alguns caminhos específicos podem adquirir especial relevância na medida em que: Concentram um tipo especial de uso (ruas intensamente comerciais, por exemplo); Apresentam qualidades espaciais diferenciadas (muito largo ou muito estreito, por exemplo); Apresentam um tratamento intenso de vegetação; Apresentam continuidade; São visíveis de outras partes da cidade, ou possibilitam amplos visuais para outras partes da cidade; Apresentam origem e destino bem claros. Figura 1 – Av. Beiramar Norte – Florianópolis – SC. Fonte: IPUF. Quando os principais caminhos não apresentam identidade, a imagem global da cidade é prejudicada. As esquinas são pontos importantes na estrutura da cidade, já que representam uma decisão, uma escolha. Nesses pontos a atenção do observador tende a ser redobrada, e por isso elementos posicionados junto a essas intersecções tendem a ser mais facilmente notados e utilizados como referenciais.
  • 4. Figura 2 – Rua de Barcelona. Autor: Giika. Limites (edges) São elementos lineares constituídos pelas bordas de duas regiões distintas, configurando quebras lineares na continuidade. Os limites mais fortemente percebidos são aqueles não apenas proeminentes visualmente, mas também contínuos na sua forma e sem permeabilidade à circulação. Podem ser considerados barreiras (rios, estradas, viadutos, etc.) ou como elementos de ligação (praças lineares, ruas de predestres, etc.). Podem ter qualidades direcionais, assim como os caminhos. Ao longo de um rio, por exemplo, sempre tem-se a noção de que direção se está percorrendo, uma vez que o lado do rio fornece essa orientação. Outra característica dos limites é que eles podem ter um efeito de segregação nas cidades. Limites numerosos e que atuam mais como barreiras do que como elementos de ligação acabam separando execssivamente as partes da cidade, e prejudicando uma visão do todo. Figura 3 – Charles River em Boston. Foto: WiliHybrid. Bairros (districts) Na concepção de Lynch, bairros são partes razoavelmente grandes da cidade na qual o observador “entra”, e que são percebidas como possuindo alguma característica comum, identificadora. (LYNCH, 1960, p. 66). Nesse ponto, é importante esclarecer que a tradução para bairros, ou mesmo para distritos, pode gerar confusão. O conceito de Lynch refere-se a uma área percebida como relativamente homogênea em relação ao resto da cidade ou, ao menos, como possuindo uma certa característica em comum que permite
  • 5. diferenciá-la do resto do tecido urbano. É, portanto, um critério visual, perceptivo, ao contrário do critério administrativo que define o conceito tradicional de bairro no Brasil. As considerações a seguir referem-se ao conceito adotado por Lynch. Os “Bairros” de Lynch não são limites administrativos. As características que determinam os bairros podem ser das mais variadas naturezas: texturas, espaços, formas, detalhes, símbolos, tipos de edificação, usos, atividades, habitantes, grau de conservação, topografia, etc. Beacon Hill, em Boston, por exemplo (Fotos), foi reconhecida prlas ruas estreitas e inclinadas; casas antigas, de tijolos, em fita e de escala intimista; portas brancas; ruas e calçadas de paralelepípedo e tijolo; bom estado de conservação; e pedestres de classes sociais altas. Figura 4 – Boston – Beacon Hill.Fotos: David Paul Ohmer; Stephan Segraves; Paul Keheler. Os bairros desempenham papel importante na legibilidade da cidade, não apenas em termos de orientação, mas também como partes importantes do viver na cidade, e podem apresentar diferentes tipos de limites. Alguns são precisos, bem definidos. Outros são mais suaves, indefinidos. Da mesma forma, alguns podem ser “introvertidos”; outros, “extrovertidos”. Pontos nodais (nodes) São pontos estratégicos na cidade, onde o observador pode entrar, e que são importantes focos para onde se vai e de onde se vem. Variam em função da escala em que se está analisando a imagem da cidade: podem ser esquinas, praças, bairros, ou mesmo uma cidade inteira, caso a análise seja feita em nível regional. Pontos de confluência do sistema de transporte são nós em potencial, tais como estações de metrô e terminais de ônibus. Figura 5 – Interseção de viadutos na China. Foto: Edward Burtynsky.
  • 6. Outro tipo de nós que apareceram frequentemente nas entrevistas são as “concentrações temáticas”, tais como os centros puramente comerciais. Tais locais atuam como nós porque atraem muitas pessoas e são utilizadas como referenciais. A Pershing Square, em Los Angeles, também é um exemplo de nó, percebido como um local com características distintas, tais como a vegetação e as atividades que lá se realizam. Figura 6 – Los Angele – Pershing Square. Foto: DaquellaManera. Lynch também concluiu que a forma espacial não é essencial para um nó, mas pode dotá-lo de maior relevância. Marcos São elementos pontuais nos quais o observador não entra. Podem ser de diversas escalas, tais como torres, domos, edifícios, esculturas, etc. Sua principal característica é a singularidade, algum aspecto que é único ou memorável no contexto. Isso pode ser alcançado de duas maneiras: sendo visto a partir de muitos lugares, ou estabelecendo um contraste local com os elementos mais próximos. Parecem ser mais usados pelas pessoas mais acostumadas à cidade, especialmente aqueles marcos menos proeminentes, menores, mais comuns. À medida que as pessoas se tornam mais conhecedoras da cidade, estas passam a se basear em elementos diferenciados, ao invés de se guiar pelas semelhanças, utilizando-se de pequenos elementos referenciais. A localização em esquinas maximiza sua importância. Figura 7 – Ópera de Sydney. Foto: Tim Sheerman-Chase; Catedral de S. Maria delFiore – Florença. Fonte: Benevolo (1999)
  • 7. Referências bibliográficas BENÉVOLO, Leonardo. História da Cidade . São Paulo: Perspectiva, 1999. LYNCH, Kevin. The image of the city. Cambridge: The M.I.T. Press, 1960.