O documento apresenta três breves histórias. A primeira descreve uma viúva que contrata um encanador mal-humorado para instalar um novo chuveiro. A segunda fala sobre uma caminhada reflexiva onde lembranças do passado se misturam com o presente. A terceira reflete sobre como os fatos são percebidos de forma subjetiva por cada pessoa.
1. 260260260260260
JULHO
2014
O BandeirantePublicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo
O que a viúva não sabia
“O banho poderia ser tomado começando-se por
cima da cabeça como também poupando-se os
cabelos com o banho lateral ou ainda com as
estruturas conjuntamente abertas que, segundo o
vendedor, ter-se-ia a sensação de uma verdadeira
cachoeira. Realmente uma aquisição por demais
moderna, útil e, por que não dizer, futurística.”
SÔNIA ANDRUSKEVICIUS DE CASTRO p.3
“Deixou para trás tudo. Sentiu aquela dor pungente no
coração ao se despedir dos companheiros de tela. Todos
ficaram tristes ao perceberem a agitação de quem está
partindo. Eles pediram para o amigo ficar. Com
lágrimas escorrendo, disse ter sido grato por tudo que
passaram, mas era importante atravessar junto com o
tempo e adentrar a era da computação.”
SUZANA GRUNSPUN p.5
O pequeno Tuck’s
Caminhando sem destino
“Comparando como os fatos são percebidos e
narrados por cada um, percebemos a importância de
relativizar cada uma das versões. Sempre achei
muito difícil obter narrativas totalmente
concordantes, mesmo de pessoas muito próximas.
Mesmo quando não há interesses em jogo, o mundo
que cada um filtra é muito diferente.”
SHEILA REGINA SARRA p. 4
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EXPERIMENTOS
José Alberto
5
PÉROLAS
Carlos Benatti
6
F.C.M.B.B.
Sérgio Marun
6
HISTÓRIAS
Alitta Guimarães
4
2. 2 O Bandeirante - Julho 2014
Jornal O Bandeirante
ANO XXIII - nº. 260
Julho 2014
Publicação mensal da Sociedade
Brasileira de Médicos Escritores -
Regional do Estado de São Paulo SOBRAMES-SP. Sede:
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278 - 7º. Andar - Sala 1 (Prédio
da Associação Paulista de Medicin a) - São Paulo - SP
Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Marcos Gimenes
Salun (MTb 20.405-SP)
Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto
(MTb 17.671-SP).
Redação e Correspondência: Rua Francisco Pereira
Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201-100 –
Jundiaí – SP E-mail: josyannerita@gmail.com
Tels.: (11) 4521-6484 Celular (11) 99937-6342.
Colaboradores desta edição: (Textos literários): Alitta
Guimarães Costa Reis, Carlos José Benatti, José Alberto Vieira,
Sérgio Pelegrino Marun, Sheila Regina Sarra, Sônia Regina
Andruskevicius de Castro e Suzana Grunspun. (Fatos &
Olhares): Márcia Etelli Coelho.
Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de
1.000 exemplares PDF enviados por e-mail.
Diretoria - Gestão 2013/2014 - Presidente: Josyanne Rita
de Arruda Franco. Vice-Presidente: Carlos Augusto Ferreira
Galvão. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo-
Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-
Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro:Aida
Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal
Efetivos:Hélio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Marcos
Gimenes Salun. Conselho Fiscal Suplentes: José Jucovsky,
Rodolpho Civile e José Rodrigues Louzã.
.
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autores e não representam, necessariamente, a opinião
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Flerts Nebó - novembro a dezembro de 1992
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994
Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz Najar - 1995-1996
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000
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Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009
Roberto A.Aniche e CarlosAugusto F. Galvão - 2010
Josyanne R.A.Franco e CarlosAugusto F.Galvão - 2011-2012
Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - 2013-2014
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2º. Flerts Nebó (1990-1992)
3º. Helio Begliomini (1992-1994)
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5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998)
6º. Walter Whitton Harris (1999-2000)
7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002)
8º. Luiz Giovani (2003-2004)
9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005)
10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006)
11º. Helio Begliomini (2007-2008)
12º. Helio Begliomini (2009-2010)
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14º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2013-2014)
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Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto
Diagramação: Marcos Gimenes Salun | Rumo Editorial
Produções e Edições Ltda. E-mail: rumoeditorial@uol.com.br
Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica
Editora - São Paulo
Josyanne Rita de Arruda Franco
Médica Pediatra Presidente da Sobrames-SP
As Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP acontecem
na terceira quinta-feira de cada mês, a partir
das 19h00 na PIZZARIA BONDE PAULISTA
Rua Oscar Freire, 1.597 - Pinheiros - S.Paulo
Termina em 1.º de agosto o prazo para a inscrição de
chapas completas, conforme previsto nos artigos 34 a 41
do Estatuto (disponível no BLOG da entidade), para
participar do processo eleitoral que escolherá a nova
diretoria da Sobrames-SP para o biênio 2015/2016. Será
convocada uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 18
de setembro, data em que ocorrerão as eleições. É muito
importante a participação dos associados neste momento
em que se pretende manter a SOBRAMES em pleno vigor
nos anos que virão. Participe!
ELEIÇÕES: ÚLTIMAOPORTUNIDADE PARA
INSCREVER UMACHAPAE PARTICIPAR
“A Pizza Literária - décima terceira fornada”
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A edição de 2014 da tradicional coletânea da Sobrames-SP terá 26
autores que fazem, desta, mais uma primorosa edição.
O lançamento está previsto para 7 de novembro de 2014
VEJA MAIS INFORMAÇÕES DE NOSSA
COLETÂNEA 2014 NESTE BLOG
Encontro e ponte entre movimento e arte, destreza, suor,
sorriso e emoção! Renovado anseio de vencer desafios, superar
limites, encontrar o bafejo da sorte, avançar ideias. Fortalecer
a equipe, receber o abraço, compartilhar sempre. Copa do
Mundo? Talvez... Sim... Também! É a nossa Sobrames-SP há
mais de 25 anos! Arena de talentos, universo criativo de
potencialidades, o centro de um mundo especial uma vez por
mês! Aqui, a bola é a musa, o passe a inspiração! O gol é a arte
produzindo efeito! A taça do mundo é nossa, sorvamos juntos:
brindaremos por muito tempo!
01/07 – Jacyra da Costa Funfas
Nelson Jacintho
11/07 – Luiz Jorge Ferreira
12/07 – Ligia Terezinha Pezzuto
17/07 – Mario Name
19/07 – Roberto Caetano
Miraglia
3. O Bandeirante - Julho 2014 3
SôniaAndruskevicius de Castro
O que a viúva não sabia
Fazia calor, apesar do inverno, o sol brilhava
e a temperatura era de verão, como sempre
acontecia naquele país tropical e de tempo
confuso. Ela olhou a caixa no canto da sala e a
vontade de instalar aquele novo chuveiro fez brilhar
seus olhos. Não era um chuveiro comum. Era
branco e elegante, de contornos delicados e com
uma circunferência bastante grande por onde
deveria sair muita água. Não bastando, aquela
enorme circunferência ainda apresentava outra
de menor tamanho acoplada em sua extensão por
onde poderia sair ainda mais água direcionada
obliquamente. O banho poderia ser tomado
começando-se por cima da cabeça como também
poupando-se os cabelos com o banho lateral ou
ainda com as estruturas conjuntamente abertas
que, segundo o vendedor, ter-se-ia a sensação de
uma verdadeira cachoeira. Realmente uma
aquisição por demais moderna, útil e, por que
não dizer, futurística.
De posse do telefone, solicitou para a
empresa de seguro que mandasse um encanador
para instalar aquela preciosidade, uma vez que
não havia quem o fizesse e era para isso que
escolhera um seguro que lhe desse estes benefícios
domiciliares. Pediu ainda que lhe arrumassem a
torneira do jardim que às vezes teimava em ficar
pingando, sendo necessário muita força e por que
não dizer, uma certa brutalidade para fechá-la.
Em pouco tempo a campainha tocou. Um
rapaz de estatura muito baixa e uniformizado disse
apenas boa tarde. Ela sorriu e abriu o portão
rapidamente dizendo que poderia começar pela
torneira. O moço trazia duas maletas de ferro
que eram pesadas demais ou foram colocadas no
chão com muita força fazendo estalar o piso. A
primeira coisa que disse era que não sabia se
conseguiria arrumar a torneira, pois vendo o
modelo foi logo justificando que era de
manutenção difícil. Não foi o que ela constatou
presenciando o rápido conserto.
Onde está o chuveiro, ele perguntou. Foi
encaminhado ao banheiro e, ao visualizar a
majestosa caixa e o local onde deveria ser
instalado, foi logo dizendo que era o chuveiro
errado. Os olhos dela abriram-se de espanto
enquanto perguntava por que errado. O rapaz
então, não sabendo justificar, disse que abriria a
caixa e verificaria. Aí então despejou uma série
de defeitos. A marca era das melhores, mas a
primeira remessa precisou ser toda recolhida por
apresentar vazamentos, a instalação precisava ser
especializada e era necessário um adaptador
especial que por sorte ele teria em uma das suas
maletas. Vou tentar, mas não garanto o serviço.
Um rapaz de altíssimo grau de mau humor,
ela pensou. Pediu um banquinho para alcançar o
encanamento e começou o serviço reclamando
tanto que ela fechou o sorriso, cruzou os braços
e não fez nenhum comentário às suas
lamentações, nem mesmo quando ele, ouvindo o
barulho da máquina de lavar desligando
automaticamente, perguntou do que se tratava.
Conseguiu finalmente fazer a água sair por tão
precioso aparelho, não sem dizer que se desse
defeito era preciso voltar à loja e pedir um novo.
Ela não sabia por que tamanha rabugice,
visto que não conhecia o rapaz, mas não deixou
de fazer conjecturas. Cansaço, doença, finanças,
namorada? Foi quando se ouviram rojões
ensurdecedores, aos montes, como estouro de
pipoca na panela e ele finalmente sorriu, dizendo:
foi gol do Brasil.
4. 4 O Bandeirante - Julho 2014
Alitta Guimarães Costa Reis
Sempre a antiga e a nova história
Caminhando sem destino
Sheila Regina Sarra
É sempre a antiga história,
todos nós seremos pó.
Alguns de nós se adiantam,
morrem antes do previsto
impedidos de falar,
de trabalhar, de viver...
Calam-se, mortos de medo,
têm raquítica coragem,
e até bajulam, servis,
a uns poucos sem razão.
São tantos assim, prostrados
colando a testa no chão...
Mas é sempre a nova história,
todos nós somos amor.
Somos como a primavera,
gestando renovação,
somos como o fogo oculto
esperando em meio às brasas,
e como o pássaro novo
sentindo o crescer das asas...
Somos o pelo cortado
que recupera os fios,
Somos a chuva constante
que faz transbordar os rios.
Uma boa tarde para
andar sem rumo e pensar sem
limites. Enquanto o corpo se
exercita, o pensamento flui
livremente, brincando com as
emoções. No decorrer do
trajeto, vão brotando sen-
timentos antigos, lembranças
de tempos que há muito se
passaram. É um momento
único, no qual o presente se
conecta com o passado,
mesclando o atual com o que restou de tantas
experiências vividas.
No fervilhar de tantas emoções, é natural
que ocorram distorções dos fatos, principalmente
dos mais antigos, com alterações de detalhes e
mudanças de proporções, num processo que os
aproxima da versão gravada no inconsciente. É
comum aparecerem lembranças de enormes
cachorros bravos correndo atrás de uma minúscula
criança indefesa; diretoras de escola com mais
de três metros de altura que falavam com a
propriedade de um deus ameaçador; comidas
deliciosas cujo sabor jamais se conseguirá
reproduzir; perfumes inigualáveis que dominavam
totalmente os ambientes.
Um pensamento me vem, então, à mente.
Afinal, o que seria de fato a realidade? Uma
narrativa do acontecimento, despojada de
emoções e interpretações pessoais, ou o evento
lembrado e contextualizado de acordo com a
realidade própria de cada um. Poderíamos, até
mesmo, dizer que a realidade assumiria aspectos
diferentes de acordo com os
olhos de quem a vê. Não seria
uma realidade diferente, mas
uma percepção diferente da
realidade, própria de cada
indivíduo.
Comparando como os fatos
são percebidos e narrados por
cada um, percebemos a
importância de relativizar cada
uma das versões. Sempre achei
muito difícil obter narrativas
totalmente concordantes, mesmo de pessoas
muito próximas. Mesmo quando não há interesses
em jogo, o mundo que cada um filtra é muito
diferente.
Dentro desta linha de pensamento, passou-
me à mente que seria interessante fazer uma
verificação periódica de como está nossa
capacidade de apreensão dos fatos. Analisar de
que forma a nossa visão do mundo poderia divergir
da percepção dos outros e se esta divergência de
percepção poderia se tornar um fator de atrito e
de confrontos desnecessários. Afinal, faz parte
da vida, a compreensão de outras formas de
enxergar e de valorizar os fatos.
Ao final da caminhada, percebi que o
pensamento fica mais livre quando nos permitimos
divagar durante um passeio sem rumo. É como se
a mente se aproveitasse também da liberdade
dada ao corpo, buscando novos caminhos,
alternativas nunca desbravadas que podem se
revelar muito úteis.
5. O Bandeirante - Julho 2014 5
JoséAlberto Vieira
Experimentos
O pequeno Tuck’s
Suzana Grunspun
Vestir o que jamais ousou.
Amar a quem nunca amou.
Abraçar a quem jamais abraçou.
Entender a quem não te entende.
Mudar de opinião.
Dançar e contar sem saber.
Tocar a terra, cheirar o mato, sentir a chuva.
Ser criança, ainda que velho.
Rir de si mesmo e de seus defeitos.
Sentir sem medo de se ferir.
Despir-se de si para ser alguém que não você.
Não ter medo de errar.
Não temer o ridículo.
Tirar o contido, para viver o surpreendente.
Aprender, experimentar, viver...
E depois? Morrer.
Sem tédio, sem máscaras, sem culpas.
Desnudo e verdadeiro.
Fazer da última a mais rica, a mais nobre.
E no final dizer a si mesmo: valeu a pena!
Nasceu Tuck’s há muito tempo. No século passado.
O mundo não estava na era digital. Tuck’s era forte e
corajoso; sobreviveu a muitas mudanças. Já havia o
cinema e ele vivia lá; dentro das telas, praticamente
dentro dos filmes. Quando dava uma brecha ele olhava
interessado para a plateia. Seu corpo era como o de um
feijão e suas formas arredondadas deixavam-no hábil
para escorregar tela abaixo quando se deparava com algo
que o atraía lá fora.
Aos poucos sentia que o mundo estava se
modificando. Procurava aquelas plateias lotadas e não
as encontrava mais. E o público alegre que se lambuzava
de pipoca e balas coloridas como antes, onde estaria?
Foi então que tomou uma grande decisão... Um dia
migrou, sentiu uma tristeza profunda, o mundo vivera
transformações, era necessário procurar outros
universos.
Deixou para trás tudo. Sentiu aquela dor pungente
no coração ao se despedir dos companheiros de tela.
Todos ficaram tristes ao perceberem a agitação de quem
está partindo. Eles pediram para o amigo ficar. Com
lágrimas escorrendo, disse ter sido grato por tudo o que
passaram, mas era importante atravessar junto com o
tempo e adentrar a era da computação.
Talvez ele não conheceria amigos tão fiéis quanto
esses; mas seria importante enfrentar a solidão da
viagem e do desconhecido. Foi com o vento, as telas dos
cinemas se fecharam para sempre em torno dele.
Conheceu muitos espaços que se modificavam. Tinham
linguagens diferentes e em cada lugar havia um
responsável por difundir como instalar esses novos
elementos.
O mundo da linguagem D.O.S. lá o pequeno Tuck’s
transitou com uma certa dificuldade,tudo era incipiente,
mal conseguia sentar na sua cadeirinha e procurar os
espectadores, agora sabia se encontrar na Era Virtual.
As coisas ficavam em branco e preto, tudo muito
triste. O pequeno Tuck’s então voltou a deslizar no tempo
e alcançou outras dimensões, talvez tridimensionais, foi
para o Windows. Nossa que mudança! As cores eram
vivas, dava para derrubar a tinta com um pincel e num
programa especial tudo ficava maravilhosamente
interessante.
Mesmo estando no espaço virtual, entrava pelo
chamado DVD e podia compartilhar e se aproximar de
uma nova plateia. Certo que bem reduzida em relação
às antigas do cinema. Desenhos, músicas, até notícias
vinham instantaneamente. Agora tudo seria possível na
Internet. As mudanças repentinas continuaram e ele foi
percebendo a velocidade aumentar. Num piscar de olhos,
estava entrando e saindo das mãos das pessoas através
dos Ipod, Ipad, Iphone. Quando se deparou com uma
enorme maçã foi dragado por ela. Suas partículas agora
fazem parte de todo universo digital. O pequeno Tuck’s
está virtual em todas as nossas ações...
Eu sou Tuck’s em 1972...
6. 6 O Bandeirante - Julho 2014
Sérgio Pelegrini Marun
Querida Botucatu e minha F.C.M.B.B.*
Carlos José Benatti
Não sei se sabem que as amo muito, uma
por ter me acolhido com carinho, outra, por ter
participado do seu nascimento, de suas primeiras
dificuldades, dos seus primeiros e trôpegos passos
que creio também ajudei a se firmarem sobre
seus próprios pés.
Aos meus e aos olhos de muitos outros
sonhadores, era linda e como não podia deixar de
*Faculdade de Ciências Médicas e
Biológicas de Botucatu - o autor pertence
à primeira turma da FCMBB (foto).
ser por sua formosura, frágil, mas que linda e
encantadora era.
Linda donzela, com tantas mãos a ajudá-la
e a se darem por inteiro a você, não poderia
deixar de crescer e porque não tornar-se até bem
dengosa e cobiçada.
Que pena, a vida nos levou por caminhos
distantes, mas mesmo assim em nenhum momento
a esquecemos e deixamos de amar.
Os mesmos caminhos que nos afastaram
voltaram a nos unir e então descobri que você
cresceu e como eu também envelheceu, mas por
sua formosura e encanto conquistou milhares de
outros admiradores também apaixonados,
possessivos que se julgavam seus próprios donos.
Não os critico e tampouco os invejo, pois
que quando a tive, apesar de tantos a cortejarem,
era só minha, e quero ter a certeza que você
bem sabe disso.
Eu envelheci, e já não me sinto com forças
e coragem para querer disputá-la, F.C.M.B.B.,
mas a amo e não quero mal nem invejo aqueles
que também a amam, porém me reservo ao direito
de ter e guardar comigo ciúmes, muito ciúmes
de todos os que se acercam de você!
Pérolas Negras
Vi um passarinho numa cachoeira se banhando,
num lugar maravilhoso e pensei: é preciso
mesmo sorte para nascer passarinho no meio
deste paraíso. Para ele o mundo todo é assim,
um paraíso, tendo nenhuma importância a
existência de outros lugares infernais.
***
Quem tem dificuldade de um contato direto
com a vida tem dificuldades de fazer amigos, de
fazer uma família, e tem necessidade de se
apegar a algo que faça intermediação
com a vida.
***
Com a moderna tecnologia já não se discute a
existência do milagre. Discute-se qual
será o próximo milagre.
Talentos são reprimidos, mediocridades são
promovidas, porque líderes institucionais
fazem gestão para o grupo que representam
dentro da instituição e não para a instituição.
Empresas honestas dão chances aos
talentos e prosperam.
***
7. O Bandeirante - Julho 2014 7
Livros em destaque
JOSYANNE RITA DE
ARRUDA FRANCO
“Florfinha, a flormiguinha”
Ilustrações: Ostan
Editora in house - Jundiaí - SP
Trata-se de uma singela historinha
infantil contada em versos com
muita delicadeza pela autora. No
volume, ricamente ilustrado, a
autora trata de um tema também
delicado e muito importante para
adultos e crianças, que é o respei-
to às diferenças existentes entre
as pessoas, sejam aquelas físicas,
sociais ou culturais. Vale a pena
ler e reler esta obra.
Aquisições e informações pelo e-mail:
josyannerita@gmail.com
GEOVAH PAULO DA CRUZ
“hERESIA - Mistério no Sinai”
Edição do autor
Uma polêmica obra desse autor,
médico e biólogo e que tem forma-
ção teológica e filosófica. Numa re-
leitura do Velho Testamento, de
forma irreverente e bastante
descompromissada com dogmas e
crenças e sem nenhum cunho religio-
so, ele se propõe a desmistificar os
fatos e personagens alí contidos. Há
um toque de romance, de ensaio
histórico, político e sociológico
sobre aquele tempo e sobre aqueles
povos, hebreu e egípcio.
Aquisições e informações:
geovahcruz@uol.com.br
O trecho abaixo é parte de uma crônica de um dos autores
da SOBRAMES-SP, já publicado anteriormente numa de nossas
ANTOLOGIAS. Você consegue identificar o autor?
Resposta na próxima edição.
Esta agenda está sujeita a
alterações em decorrência de
fatores não previstos quando
de sua elaboração
Endereços e horários
Pizzas Literárias:
Pizzaria Bonde Paulista. Rua Oscar
Freire, 1.597 - a partir de 19h00.
Balada Literária:
APM - Espaço Maracá - Av. Brigadei-
ro Luís Antônio, 278 - 11.º andar -
das 18h30 às 22h00
Reuniões de Diretoria:
Sede da SOBRAMES-SP na APM -
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 -
7º. andar - Sala 1 - às 19h00
PIZZAS LITERÁRIAS
JAN - 16
FEV - 20
MAR - 2O
ABR - 24*
MAI - 15
JUN - 26*
JUL - 17
AGO - 21
SET - 18
OUT - 16
NOV - 13*
DEZ - 18
Realizadas na terceira
quinta-feira de cada mês
*ATENÇÃO Em virtude de
feriados, as datas das reuniões
de Abril, Junho e Novembro
foram modificadas
CONGRESSO NACIONAL
OUT - 08 a 12 Recife - PE
ELEIÇÕES
JUL - 17 - Prazo final para a
inscrição de chapas concorrentes
SET - 18 - Eleição
BALADA LITERÁRIA
MAI - 30 NOV - 07
COLETÂNEA 2014
FEV Divulgação das regras e
início das adesões de autores
NOV - 07 Lançamento
REUNIÕES DE DIRETORIA
Primeira quinta-feira do mês
O trecho da edição anterior pertence ao ensaio
“Fada verde - a bebida dos poetas - amor
e álcool”, de José Jucovsky, que foi publicado
na página 75 da coletânea “A Pizza Literária - décima primeira
fornada” de 2010. Que tal reler esse ensaio na íntegra, além
de outros textos dos talentosos autores da SOBRAMES
presentes naquela edição?
Relendo
REALIZADOCONFIRMADO
“No Brasil temos a cachaça, vulgarmente
conhecida como pinga, pelo fato de o
destilado do melaço da cana-de-açúcar
resultar persistente gota a gota de
aguardente que sai do alambique”.
Aquele domingo parecia que não iria
diferir de nenhum outro e lá se foi
Julinho para seu futebol. Seu pai lia o
jornal tranquilamente, tendo-o buscado
no jornaleiro de manhãzinha. Sua mãe
varria o quintal e sua irmã ainda dormia.
8. CLIMA DE COPA
Em clima de Copa do Mundo, a Pizza Literária de 26 de junho acolheu um bom número de participantes que
apresentaram inspirados textos literários em verso e prosa. Destaque-se ainda a presença dos visitantes que
nos prestigiaram e abrilhantaram ainda mais a noite festiva: Tania de Abreu Carvalho, médica psiquiatra, Same
Jorge Goés, médico ginecologista e Carla Dórea Bartz, editora da Revista On-Line “Sala dos Médicos”.
REVISTA OPINIAS
Idealizada pelo sobramista Marcos Gimenes Salun, a Revista OPINIAS,
disponível exclusivamente em meio virtual, pretende divulgar cultura e
compartilhar ideias que possam, de alguma forma, contribuir para melho-
rar o mundo em que vivemos. Visite o BLOG da revista, baixe as edições
em arquivos PDF e participe enviando seu artigo ou sugestão de pauta:
http://opinias2014.blogspot.com.br
SERVIÇO DE ESCUTA
Quem não teve oportunidade de assistir a entrevista de Ligia
Terezinha Pezzuto no programa Tribuna Independente, na REDE
VIDA, no último dia 10 de junho, sobre seu livro, poderá ter
acesso ao programa no link a seguir. Vale a pena!
http://www.redevida.com.br/programa/tribuna-independente/
entrevistas/servico-de-escuta-o-que-e-e-como-implanta-lo.html
CONGRESSOS EM PERNAMBUCO
Estão abertas as inscrições para o XXV Congresso Brasileiro de Médicos Escritores que acontecerá de
8 a 11 de outubro em Recife-PE, juntamente com o IX Congresso da UMEAL. Informações no site da
regional pernambucana da SOBRAMES: http://sobrames-pe.webnode.com
AIDA
O prêmio Superpizza de tema “Fim
de Festa”, avaliado pela enfermeira
Flávia Toledo, foi conquistado por
Aida Lúcia Pullin Dal Sasso
Begliomini, que recebeu o mimo
(uma garrafa de vinho) durante a
Pizza Literária de junho.
NELSON
O sobramista Nelson Jacintho,
coordenador do Movimento dos
Escritores de Ribeirão Preto e
região, promoveu um sarau
comemorativo ao dia do escritor de
Ribeirão Preto no último dia 4 de
julho.
BAGGIO
A Sobrames-SP registra e lamenta
o falecimento, no dia 26 de maio,
do Dr. Marco Aurelio Baggio,
sobramista mineiro e ex-presidente
da Sobrames Nacional, notável por
sua inteligência e vasta cultura.