O documento discute a possível revisão da CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) e apresenta ideias de um livro de 1987 que propunha mudanças na instituição, incluindo programas de desenvolvimento regional integrado e fortalecimento da agricultura familiar. Além disso, relata a situação crítica do Rio São Francisco em Barra e convida para o lançamento de um novo livro de Fernando Alcoforado.

1. AGRISSÊNIOR
NOTICIAS
Pasquim informativo e virtual.
Opiniões, humor e mensagens
EDITORES: Luiz Ferreira da Silva
(luizferreira1937@gmail.com) e
Jefferson Dias (jeffcdiass@gmail.com)
Edição 588 – ANO XIII Nº 07 – 06 de setembro de 2016
REPENSAR A CEPLAC?
Luiz Ferreira da Silva
Pesquisador aposentado do CEPEC/CEPLAC
luizferreira1937@gmail.com
Em 1987, a CEPLAC publicou o livro – A
CEPLAC E O FUTURO DAS REGIÕES CACAUEIRA
DO BRASIL, CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE – escrito
por um Grupo de Técnicos, Coordenado pelo
Dr. Emo Miranda, convocado pelo Secretário-
Geral, à época, Dr. João Monteiro. Eu
participei com Geraldo Borges, Manoel M.
Tourinho, José Alexandre, Armindo Castro
Neto e Fernando Alcoforado (consultor
contratado).
Foi engavetado e se perdeu a
oportunidade de energizar a CEPLAC, pois se
temia pela sua mudança de rumos na Nova
República.
Só que as ideias permaneceram, apesar
da insensatez dos Dirigentes que se
sucederam, ressurgindo 29 anos depois,
através do livro – TRIBUTO À ANTIGA CEPLAC,
INSTITUIÇÃO AGRICOLA ÚNICA, pelo menos em
parte.
E o que enfocava aquele Manual? Ainda
poderia ser utilizado? As ideias permanecem
válidas para os momentos atuais? Ou se
precisa de um novo repensar?
O livro, com 142 páginas, discutia,
dentre outros temas relevantes,
resumidamente:
Ѻ Programas de desenvolvimento
integrado com a inovação de se diferenciar
os diversos nichos cacaueiros através da
concepção de agrossistemas, a partir da
qual as ações da CEPLAC atingiriam com
maior eficácia as diversidades unidades eco-
sociais. Em outras palavras, os pacotes
tecnológicos seriam distintos para cada uma
delas, levando-se em conta a interação dos
fatores físicos com os socioeconômicos.
Ѻ Núcleo de estudos regionais que
concebia a instalação de uma unidade
desenvolvimentista, envolvendo os setores

2. primários, secundários e terciários, com vistas
a identificar e selecionar oportunidades de
investimentos para a região e prover a
CEPLAC de informações básicas para as
suas atividades de planejamento estratégico.
Uma verdadeira fábrica de projetos.
Ѻ Proposta de desenvolvimento da
cacauicultura contemplando o cacau da
Amazônia pelos seus aspectos
diferenciais e a diversificação da
produção na própria propriedade
cacaueira, ademais das ações
institucionais da CEPLAC.
Ѻ Fortalecimento da Organização do
meio rural com o envolvimento da
CEPLAC em programas imediatos, tais
como: reforma agrária, cooperativismo,
sindicalismo, associativismo.
Ѻ Objetivos a serem perseguidos pela
CEPLAC abrangendo temas como: elevar
o poder da competitividade do Brasil no
mercado internacional; desenvolver as
potencialidades econômicas da região
Cacaueira da Bahia; fortalecer a
CEPLAC política e organicamente;
incorporar a pequena produção familiar à
economia de mercado.
Ѻ Estratégias a serem
implementadas, tais como: renovação
dos cacauais decadentes; implantação
de novos cacauais; desenvolvimento
de tecnologias de baixo custo;
consolidação da cacauicultura da
Amazônia; expansão dos mercados
atuais e conquistas de novos mercados
para o cacau do Brasil no exterior;
diversificação das atividades
econômicas; estabelecimento de linhas
de crédito especiais.
Ѻ O modelo institucional com a
discussão dos aspectos de
ajustamentos político-institucional;
interinstitucionais; e administrativos.
Ѻ Institucionalização da CEPLAC
com os pressupostos do modelo
fundacional, incluindo o Anteprojeto de
Lei que a transformava em Fundação
CEPLAC.
Essas ideias permanecem válidas, mas
com a deterioração do Órgão, só podem ser
aplicadas com a sua revitalização, que passa
a ser o primeiro e urgente passo, como bem
colocou os autores do livro aludido,
recentemente publicado pela Scortecci
Editora (SP), de nada adiantando novos
“repensares” e inúteis diagnósticos, como é
comum se proceder, sobretudo quando o
objetivo é a procrastinação.
Dessa forma, sugiro buscar nas
bibliotecas da CEPLAC, se foi indexado, pois
tenho dúvidas, haja vista que fora apelidado
do “livrinho amarelo esdrúxulo” por
dirigentes que só enxergavam o cacaueiro
desvinculado do complexo de
desenvolvimento rural integrado e, em
consequência, uma CEPLAC sem conotação
P&D.
PREOCUPANTE! EM BARRA, O RIO SÃO FRANCISCO ESTÁ SECANDO
(centralnotícia.com.br)
Uma imagem preocupante foi registrada por
um leitor do Central Notícia, onde um afluente
do rio São Francisco está secando. O
flagrante foi feito na comunidade de Pau
D’Arco, no município de Barra do Rio Grande.
A situação está causando um grande espanto
entre as pessoas da área, pois não é comum
que nesta época do ano o nível do Velho
Chico esteja tão baixo que permita pessoas
andarem a pé como se fosse a estrada.

3. ‘Talvez se essa situação fosse em novembro,
não causaria tanto espanto, mas já no
começo de agosto a água estar tão baixa, é
muito preocupante’, disse um morador da
região, que arriscou um palpite ainda mais
dramático: “se continuar assim e a chuva não
cair na cabeceira do São Francisco, em
muitos trechos o rio vai cortar’, referindo à
possibilidade do nível descer totalmente e
interromper o curso normal da água”.
NOVO LIVRO DE ALCOFORADO
CONVITE PARA O LANÇAMENTO DO 12º LIVRO
DE FERNANDO ALCOFORADO "AS GRANDES
REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS, ECONÔMICAS E
SOCIAIS QUE MUDARAM O MUNDO" A
CONVITE DO PRESIDENTE EDUARDO MORAIS
DE CASTRO DO IGHB- INSTITUTO
GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DA BAHIA O
PRIMEIRO LANÇAMENTO DEVERÁ OCORRER
NO DIA 15 DE SETEMBRO PRÓXIMO NA SEDE
DESTA ENTIDADE A PARTIR DAS 17 HORAS E
A CONVITE DO PRESIDENTE FLÁVIO ALMEIDA
DO IRAE- INSTITUTO RÔMULO ALMEIDA DE
ALTOS ESTUDOS O SEGUNDO LANÇAMENTO
DEVERÁ OCORRER EM DATA AINDA A SER
AGENDADA. OS DETALHES DOS
LANÇAMENTOS DO LIVRO SERÃO
APRESENTADOS OPORTUNAMENTE.
SINOPSE DO LIVRO
A revolução é uma mudança ou
transformação radical em relação ao passado,
que pode ocorrer em distintos âmbitos
(científico, econômico, social, etc.). Essas
revoluções resultam como consequência da
evolução conjunta de processos científicos,
econômicos e sociais. Pode-se afirmar que
existem, portanto, três grandes tipos de
revoluções que mudaram o mundo:
1) científica; 2) econômica; e, 3) social. O
termo Revolução Científica é considerado
como um processo de evolução que leva em
conta as mudanças de paradigmas que
desencadearam o surgimento das ciências
modernas. O termo Revolução Econômica diz
respeito ao processo de desenvolvimento das
forças produtivas ocorrido graças aos
avanços científicos que, associados às
revoluções sociais no âmbito das sociedades,
contribuíram para a realização de
transformações na organização da produção
de suas atividades econômicas e, também,
nos modos de produção econômica. Por sua
vez, Revolução Social é uma mudança
abrupta no poder político e/ou na organização
estrutural de uma sociedade que resulta da
superação de uma gigantesca contradição
entre o estágio de desenvolvimento das
forças produtivas da sociedade e as relações
sociais de produção e, também, da
gigantesca contradição entre os interesses do
Estado e da grande maioria da Sociedade
Civil. O progresso da humanidade é o
resultado dessas três grandes revoluções.
Este livro consta de três partes com as
denominações seguintes:
Parte 1- As grandes revoluções científicas
que mudaram o mundo
Parte 2- As grandes revoluções econômicas
que mudaram o mundo
Parte 3- As grandes revoluções sociais que
mudaram o mundo
O FOFOQUEIRO
Ivone Boechat
O fofoqueiro é um tecelão juramentado in
delivery à procura de meias verdades ou
mentiras escancaradas que possa sair
anunciando por aí pra derrubar alguém.
Fofoqueiro que se preze mesmo não gosta de
ver nenhuma vítima de pé, fazendo sucesso.
O fofoqueiro é invejoso, mas tem outros
antipredicados bem mais inexpressivos no
currículo. Para cumprir a meta diária de
fofoca, ele é capaz de fazer o sacrifício de

4. parecer bonzinho. E há quem acredite e se
dispõe a fazer um pacto de paz, até a
decepção dar-lhe uma rasteira.
O fofoqueiro não tem pressa: fofoca hoje,
fofoca amanhã, ele sabe que o importante é
não perder a oportunidade. Assim sequestra a
vítima com as redes da dúvida e a faz refém
do disse me disse.
O fofoqueiro tem duas grandes vantagens a
seu favor: a vítima não tem defesa porque ele
se esconde e rói as cordas pelas costas, na
penumbra. O fofoqueiro finge-se simpático,
por isso é bem aceito por um bom tempo.
O fofoqueiro se faz de vítima, de ingênuo, vive
travestido de coitado e consegue enganar porque
é persistente: Água mole em pedra dura...
O fofoqueiro vive de plantão à procura das
brechas e ninguém, como ele, sabe aproveitar
as oportunidades para desestabilizar a vítima;
é mascarado, logo, pode passar despercebido
por algum tempo no meio das pessoas
corretas.
O fofoqueiro não suporta as palavras união,
paz, harmonia. Se pudesse riscaria do
dicionário dos outros, porque no dele não
existem. Ele não tem luz própria e usa óculos
escuros para se proteger do brilho dos
outros...
Toda família tem o fofoqueiro que merece. É
nela que ele engorda e tem prestígio; alguns
são promovidos a conselheiros; outros
recebem o troféu da confiabilidade:
conseguem enganar até que a verdade e a
justiça cheguem de mãos dadas e acabem
com a farra.
“Há alguns cujas palavras são como pontas
de espada”...Pv 12:18
PRECE
Fernando Pessoa
SENHOR, que és o céu e a terra, que és a
vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o
vento és tu. Tu és os nossos corpos e as
nossas almas e o nosso amor és tu também.
Onde nada está tu habitas e onde tudo está –
(o teu templo) – eis o teu corpo.
Dá-me alma para te servir e alma para te
amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu
e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no
mar, e mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o
céu. Que não haja lama nas estradas dos
meus pensamentos nem folhas mortas nas
lagoas dos meus propósitos. Faze com que
eu saiba amar os outros como irmãos e servir-
te como a um pai. [...]
Minha vida seja digna da tua presença. Meu
corpo seja digno da terra, tua cama. Minha
alma possa aparecer diante de ti como um
filho que volta ao lar.
Torna-me grande como o Sol, para que eu te
possa adorar em mim; e torna-me puro como
a lua, para que eu te possa rezar em mim; e
torna-me claro como o dia para que eu te
possa ver sempre em mim e rezar-te e
adorar-te.
Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me
que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.
[Prece - no livro O EU PROFUNDO - Obras
em Prosa - em um volume - Editora Nova
Aguilar, 2da Edição - 1976, página 33]
FRASES E PENSAMENTOS DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
“Falar é completamente fácil, quando se tem
palavras em mente que expressem sua
opinião. Difícil é expressar por gestos e
atitudes o que realmente sentimos.”
“Se o primeiro e o último pensamento do seu
dia for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chega a apertar o coração: é o amor!”
“Mas se desejarmos fortemente o melhor e,
principalmente, lutarmos pelo melhor... O
melhor vai se instalar em nossa vida. Porque
sou do tamanho daquilo que vejo, e não do
tamanho da minha altura.”
“É próprio da mulher o sorriso que nada
promete e permite tudo imaginar.”
“Democracia é a forma de governo em que o
povo imagina estar no poder.”
“Quando encontrar alguém e esse alguém
fizer seu coração parar de funcionar por
alguns segundos, preste atenção: pode ser a
pessoa mais importante da sua vida.””

5. A POESIA DA SEMANA
POEMA EM LINHA RETA
Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido
campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco,
tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência
para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo,
absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos
tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho,
submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido
mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos
moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras,
pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me
tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das
pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste
mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala
comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu
enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles
príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma
infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma
cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse
que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta
terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido
traído,
Como posso eu falar com os meus superiores
sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
A PIADA DA SEMANA
DOIS AMIGOS NO CÉU
Dois amigos morrem num acidente de carro e
chegam no céu sujos de sangue. Chegando
São Pedro ele diz:
- Só entrarão se tomarem banho!
Haviam dois tambores, um de mel e um de
merda, e o mais esperto correu e pulou
primeiro no tambor de mel. Enquanto ele
tomava banho de mel, ria do amigo que
tomava banho na bosta. Quando acabaram
de tomar banho o esperto gritou:
- Pedrão, traga a toalha!
São Pedro respondeu:
- Filhão, aqui não usamos toalha, um lambe o
outro!
oOo
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