Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, regional do Estado de São Paulo - SOBRAMES-SP, com noticiário e textos literários de seus membros.
1. 2014 O Bandeirante
Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo
263
OUTUBRO
Última noite de solteiro
“O tempo parecia que voava e que muita coisa restava por
fazer. Ainda à tarde desse dia, tive que me esconder na casa
de um amigo – o Cláudio Pascher; pois os companheiros de
faculdade da minha esposa queriam, a todo custo, me
enveredar em boates, a fim de que eu testasse a minha
masculinidade, tudo bem diferente daquilo que eu e minha
futura esposa construímos e almejávamos.”
HELIO BEGLIOMINI p.3
Sinos ecoam
“No momento em que as mentiras de longos anos ecoavam
com tranquilidade aos ouvidos de quem escutava e
abrilhantavam os olhos de quem as viam, em seus ouvidos
badalavam sinos enlouquecidos e aos seus olhos uma
imagem congelada ao tempo.”
ALINE ANDRUSKEVICIUS DE CASTRO p. 5
Situações engraçadas
“Tem pessoas também que nos fazem rir pelo simples
motivo de ao contar uma história, por mais
desinteressante que seja, dão uma entonação diferente,
interpretam, gesticulam, fazem uma careta mexendo com
nossos mecanismos pessoais e surge então a primeira
risada e depois outra e mais outra, conforme o
andamento da história e nas subsequentes.”
AÍDA LÚCIA PULLIN DAL SASSO BEGLIOMINI p.6
4 UM DIA
TARDE
Nelson Jacintho
4 INDAGAÇÃO
Flerts Nebó
Luiz Jorge
4
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2. 2 O Bandeirante - Outubro 2014
Jornal O Bandeirante
ANO XXIV - nº. 263
Outubro 2014
Publicação mensal da Sociedade
Brasileira de Médicos Escritores -
Regional do Estado de São Paulo SOBRAMES-SP. Sede:
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278 - 7º. Andar - Sala 1 (Prédio
da Associação Paulista de Medicin a) - São Paulo - SP
Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Marcos Gimenes
Salun (MTb 20.405-SP)
Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto
(MTb 17.671-SP).
Redação e Correspondência: Rua Francisco Pereira
Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201-100 –
Jundiaí – SP E-mail: josyannerita@gmail.com
Tels.: (11) 4521-6484 Celular (11) 99937-6342.
Colaboradores desta edição: (Textos literários): Aida Lúcia
Pullin Dal Sasso Begliomini, Aline Andruskevicius de Castro,
Flerts Nebó, Helio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Nelson
Jacintho. (Fatos & Olhares): Márcia Etelli Coelho.
Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de
1.000 exemplares PDF enviados por e-mail.
Diretoria - Gestão 2013/2014 - Presidente: Josyanne Rita
de Arruda Franco. Vice-Presidente: Carlos Augusto Ferreira
Galvão. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo-
Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-
Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro: Aida
Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal
Efetivos:Hélio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Marcos
Gimenes Salun. Conselho Fiscal Suplentes: José Jucovsky,
Rodolpho Civile e José Rodrigues Louzã.
.
Matérias assinadas são de responsabilidade de seus
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da Sobrames-SP
Editores de O Bandeirante
Flerts Nebó - novembro a dezembro de 1992
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994
Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz Najar - 1995-1996
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000
Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009
Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009
Roberto A.Aniche e Carlos Augusto F. Galvão - 2010
Josyanne R.A.Franco e Carlos Augusto F.Galvão - 2011-2012
Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - 2013-2014
Presidentes da Sobrames-SP
1º. Flerts Nebó (1988-1990)
2º. Flerts Nebó (1990-1992)
3º. Helio Begliomini (1992-1994)
4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996)
5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998)
6º. Walter Whitton Harris (1999-2000)
7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002)
8º. Luiz Giovani (2003-2004)
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10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006)
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12º. Helio Begliomini (2009-2010)
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Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun
Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto
Diagramação: Marcos Gimenes Salun | Rumo Editorial
Produções e Edições Ltda. E-mail: rumoeditorial@uol.com.br
Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica
Editora - São Paulo
A Sobrames-SP é e sempre será um espaço para a
demonstração de talentos. A vivência e a experiência de médicos
escritores e de outros profissionais dessa confraria de amigos
enriquecem a criação literária, estabelecendo e lapidando alianças
imorredouras. O alicerce da Sobrames-SP é o sólido e incondicional
apoio mútuo entre seus membros, fortalecendo a entidade com
o empenho de cada associado. A presença de convidados vai
ampliando o democrático círculo de amigos. No estreitamento
de laços com as demais Regionais da Sobrames, seguimos
vislumbrando horizontes. Para ilustrar estas palavras, a presente
edição oferece uma amostra do que é a Sobrames-SP! Conheça
e usufrua deste seleto universo de almas sensíveis. Boa leitura!
Josyanne Rita de Arruda Franco
Médica Pediatra Presidente da Sobrames-SP
A edição de 2014 da tradicional
coletânea da Sobrames-SP terá 26
autores que fazem, desta, mais uma
primorosa edição da série.
O lançamento de “A Pizza
Literária - décima terceira fornada”
está previsto para o dia 7 de novembro
de 2014, às 19h00, no Espaço Maracá,
no 11º. andar da Associação Paulista
de Medicina - APM. Na oportunidade
acontecerá também mais uma Balada
Literária, com música e apresentação
de textos dessa obra pelos seus autores
e convidados.
“A Pizza Literária - décima terceira fornada”
http://coletanea2014.blogspot.com.br/
As Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP acontecem
na terceira quinta-feira de cada mês, a partir
das 19h00 na PIZZARIA BONDE PAULISTA
Rua Oscar Freire, 1.597 - Pinheiros - S.Paulo
15/10 – Roberto Antonio Aniche
23/10 – Walter Whitton Harris
Está na hora de mais uma fornada
ESCRITORES PARTICIPANTES: Aída Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini;
Alcione Alcântara Gonçalves, Alitta Guimarães Costa Reis, Anienne Nasci-mento,
Carlos Augusto Ferreira Galvão, Edson Olímpio Silva de Oliveira,
Helio Begliomini, Hildette Rangel Enger, José Jucovsky, José Leopoldo Lopes
de Oliveira Sobrinho, Josyanne Rita de Arruda Franco, Luiz Jorge Ferreira,
Márcia Etelli Coelho, Marcos Gimenes Salun, Maria do Céu Coutinho Louzã,
Mércia Lúcia de Melo Neves Chade, Nelson Jacintho, Roberto Antonio Aniche,
Roberto Caetano Miraglia, Rodolpho Civile, Sérgio Perazzo, Sheila Regina
Sarra, Sonia Andruskevicius de Castro, Suzana Grunspun, Walter Whitton
Harris e Wilma Lúcia da Silva Moraes.
S
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3. O Bandeirante - Outubro 2014 3
Minha última noite
de solteiro
Helio Begliomini
Era o dia 23 de janeiro de 1979, véspera do
meu casamento com minha noiva, Aida Lúcia, na
Paróquia de São Pedro Apóstolo. Tudo tinha sido
muito corrido. A entrega dos convites, a aquisição
da mobília, a arrumação do enxoval, os
preparativos de última hora, enfeites, músicas,
recepção, lua de mel que infalivelmente seria para
Campo Grande, uma vez que tinha sido convocado
para prestar serviço militar no Mato Grosso.
O tempo parecia que voava e que muita coisa
restava por fazer. Ainda à tarde desse dia, tive
que me esconder na casa de um amigo – o Cláudio
Pascher; pois os companheiros de faculdade da
minha esposa queriam, a todo custo, me enveredar
em boates, a fim de que eu testasse a minha
masculinidade, tudo bem diferente daquilo que
eu e minha futura esposa construímos e
almejávamos. Foi por muito pouco que não fui
raptado por esses “colegas” e, por muito pouco,
não comprometera o meu casamento ainda antes
de acontecer.
O último dia de solteiro de minha vida foi
repleto de atividades desgastantes. Quando me
dei conta, já era meia-noite e meia e estava em
pleno dia do meu casamento. Entrei pela porta de
casa adentro. Todos estavam dormindo. Imperava
um grande silêncio. Sentei-me na cama e na
penumbra do quarto comecei a saborear os
instantes finais de uma convivência salutar e íntima
com a minha família.
No quarto à frente dormiam os meus pais.
Quantas recordações vieram de minha mãe...
Sempre trabalhadora, zelosa pela casa, pelas
apresentações de seus filhos; orgulhosa de suas
notas e façanhas – nunca se furtando em dar tudo
de si por eles.
Meu pai, trabalhador indefesso, sempre nos
orientou para o caminho dos estudos, da ocupação,
do serviço. Nunca o vi numa mesa de jogos.
Tampouco entre as portas de um bar ou perdendo
suas horas em futilidades e devaneios da vida. Ao
contrário, viveu para a família e dela tirava forças
para o trabalho. Uma de suas mais singelas lições
de vida e de fé era quando se ajoelhava ao pé da
cama para rezar. E o fazia todas as noites. Por
vezes, o cansaço o vencia e tinha de ser acordado
para que confortavelmente deitasse no leito.
No meu quarto dormia meu irmão, dois anos
mais novo. Ah! Quantas recordações dele também.
Nossa infância, nossos brinquedos, nosso futebol,
nossas intermináveis brigas e disputas... Tudo
passou como um relâmpago e já dava para sentir
saudades.
No quarto ao lado, estava minha irmã mais
nova. Dez anos separavam as nossas existências.
Eu iria me casar em pouco tempo e ela estava
em plena adolescência, com sonhos,
transformações e realizações de seu próprio
mundo. Nosso contato não fora muito grande,
pois estudei medicina durante seis anos fora de
casa. Mesmo assim, ela era a minha irmã caçula
– a temporã da família –, e por quem eu
alimentava profundo carinho.
De repente, a minha solidão se confundia
com a quietude da casa. Minhas reminiscências
faziam-me ver como tudo tinha passado
instantaneamente.
Ah! Se o tempo pudesse parar, ou melhor,
voltar atrás! Encararia muitas cenas da minha
vida com olhos mais compreensivos e com coração
mais aberto. A caridade iria se fazer mais
presente...
Naquela noite – minha última de solteiro –,
tive a sensação de perder, pelo menos em parte,
aquele aconchego familiar tão importante em
minha formação. O peso da responsabilidade
invadia o meu coração, pois eu estaria prestes a
passar para o rol dos casados, com a incumbência
de formar uma nova família, com aquela esposa
que compartilharia a minha vida.
Apesar do meu amor para com ela e do
tempo longo de namoro, muitas dúvidas e temores
rondavam a minha mente. Afinal, estaria trocando
o certo pelo possivelmente certo; minha família
por uma nova. Meus irmãos iriam se mesclar com
os meus cunhados. Tinha a certeza de que tudo
valeria a pena. Entretanto, o silêncio reinante
questionava minha aspiração futura. Apenas a
saudade que meu ser pranteava era, naquela
interminável noite, a maior evidência!
*******
(Crônica escrita aproximadamente 18 anos após
o casamento.)
4. 4 O Bandeirante - Outubro 2014
À tarde Um dia, uma vez
Nelson Jacintho
Flerts Nebó
Um dia, uma vez
Quis ser feliz
Mas sofri um revés
Deus assim não quis
Vou pelo mundo
Buscando alguém
Que grande absurdo!
E não sou de ninguém
Ando pela praça
Olhando para todos
Fico sem graça.
Que pena... que dor!
Que bom poderia ser
Ter você, meu amor!
À tarde eu adormeço
no teu colo quente...
À tarde eu sonho sorrindo
na tua alma triste.
Triste, mas bela como
um canteiro de gerânios
que recebe o casal de borboletas
que viajam em lua de mel
pelo mel de suas flores...
À tarde eu espreguiço
nos teus braços soltos
procurando teu abraço...
À tarde eu me consumo
na minha pequenez de
poeta solitário e triste
que vive de ilusões
e de sonhos...
Indagação, ausente, conflito
Luiz Jorge Ferreira
Poema 1*Hum... (INDAGAÇÃO)
Que rua é esta de numeração diversa.
Que não é minha nem mais é tua.
Que hoje só serve de moradia para a saudade.
Poema 2**Dhois... (AUSENTE)
Um cão bravo morde-se de raiva.
Sonha com cavalos, fêmeas e afagos.
Hoje, 29 de dezembro.
Toma conta do tempo.
Abandonado.
Em um abandonado estacionamento.
Em Osasco.
Poema 3***Thrês...(CONFLITO)
Não prego peças ao tempo.
O tempo me prega peças.
O tempo me entope artérias.
O tempo me salta o ventre.
O tempo me apaga os olhos.
O tempo amolece os dentes.
O tempo só cria ontens.
O tempo começa outonos.
O tempo põe-me no inverno.
Não prego peças ao tempo
Não hoje.
E não por muito tempo.
Estou grande.
Estou maior.
Estou pequeno.
Por falta de espaço.
Estou de cócoras.
Dentro de mim.
Pareço eu.
Mas não me reconheço.
5. O Bandeirante - Outubro 2014 5
Sinos ecoam
Aline Andruskevicius de Castro
Ecoaram em seus ouvidos os
ensinamentos que na mente
cabem os mais absurdos
pensamentos, nos ouvidos as
mais puras verdades, mas na
boca apenas a sabedoria de
selecionar a melhor omissão
ou a melhor mentira.
Enquanto uns dizem que a
mentira é pecadora, outros
que verdades constituem má
criação.
Exatamente o quê não poderia
ser dito? Tão difícil
compreender, quem dirá
selecionar. Optou-se pelo que
compreendia ser o certo, ao
menos a seu ver.
No momento em que as
mentiras de longos anos
ecoavam com tranquilidade aos ouvidos de
quem escutava e abrilhantavam os olhos de
quem as viam, em seus ouvidos badalavam sinos
enlouquecidos e aos seus olhos uma imagem
congelada ao tempo.
A verdade foi revelada, censura lançada e
bofetões proferidos.
Não se aquietou, nem teve a sabedoria de
aplicar os ensinamentos católicos que lhe foram
doutrinados, não se conteve e os revidou, e a
recriminaram.
Consequente isolamento de ser esquecida em
um canto qualquer pelo sincero atrevimento de
balburdiar a tranquilidade de ouvidos e apagar o
falso brilho dos olhos que habitara mentiras.
A amargura que sentira pelo isolamento que a
deixara não fora o que a entristeceu, mas a
angústia que tomou conta de seus pensamentos
foi ter a sensibilidade de compreender que viver
reclusa em mentiras traz calmaria para os que
não as escutam e a experiência de se viver em
batalha interna sem fim para quem não as
pronunciam.
Repudiados os mentirosos. Arrogantes os
sinceros. Covardes os que apanham em silêncio
e os que respondem à altura: insolentes. Ser
uma sincera audaciosa causa a inveja e a
intolerância de uns enquanto para outros o
respeito por ter conduta de coragem e bravura.
Não importa, não há quem tenha agradado a
todos e não há quem tenha sido odiado por
todos. Há quem venera Hitler até hoje, e os que
odeiam Cristo. Não há quem seja inteiriço de
amor ou de ódio, de qualidade ou defeitos.
A relevância está no sentimento que se carrega
no peito. No ser, mesmo quando não há
expectadores para aplaudi-lo ou repudiá-lo.
A única certeza existente é que se vive em
mundo que as pequenas mentiras fazem com
que as pessoas possam viver em um faz de conta
que é feliz. Pois a verdadeira felicidade é aquela
que habita com tranquilidade na alma, sem
mentiras, sem rancor, sem ódio, sem furacões
ou perturbações, em que os sinos badalam
sincronizados em uma perfeita sinfonia que se
iguala à época medieval, na chegada de uma
nova vida, o nascimento de uma alegria ou no
começo de uma missa em que o Cristo é
chamado.
Se um dia os sinos a perturbaram, hoje os
aliviam e acalmam...
6. 6 O Bandeirante - Outubro 2014
Situações engraçadas (ou não...)
Aída Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini
São inúmeras as vezes em que no meio de
nossas atividades diárias, de repente passamos
por alguma situação que sentimos uma vontade
enorme de rir. Nem sempre essa gostosa risada
é considerada “politicamente correta”, muito
pelo contrário pode ser engraçada para nós,
porém constrangedora por quem está sendo o
motivo da risada.
Rir da desgraça alheia pode causar um grande
desconforto e muitas vezes pode ser
extremamente perigoso e com graves
consequências. Imagine após um almoço você
conversando com o seu chefe percebe entre os
dentes dele, restos verdes da sobra da salada.
Será que a conversa fluirá de forma normal ou o
seu foco irá se concentrar no vai e vem da
alface dentro da boca? Nestas horas, mostra a
prudência que disfarçar e continuar a conversa
mais tarde será o mais acertado a fazer.
O que falar dos tombos? Estava no metrô, para
ser mais específica na escadaria do metrô Sé
com uma amiga advogada. Ela muito bem
vestida com saia justa, camisa branca, meia
fina escura e salto alto, quando de forma
repentina perdeu o equilíbrio e... caiu. A nossa
reação, tanto a dela quanto a minha, num
primeiro momento foi de espanto, em seguida,
no caso dela de vergonha, pois todos os olhares
se voltaram para ela e no meu de tentar ajudá-
-la a se levantar. Tão logo a ajudei, após notar
o enorme rasgo na meia de uma das suas
pernas, vendo que ela estava bem não pude me
conter e comecei a rir. A princípio de forma
discreta e ela não sabe se, por nervosismo ou
pela situação bizarra que se encontrava, me
acompanhou e depois juntas gargalhamos
enquanto rapidamente nos afastávamos dos
olhares indiscretos e risonhos a nossa volta.
Tem pessoas também que nos fazem rir pelo
simples motivo de ao contar uma história, por
mais desinteressante que seja, dão uma
entonação diferente, interpretam, gesticulam,
fazem uma careta mexendo com nossos
mecanismos pessoais e surge então a primeira
risada e depois outra e mais outra, conforme o
andamento da história e nas subsequentes.
Agora quer situação mais constrangedora que
em um velório quando todos estão tão
comovidos, enlutados, sentidos pela morte
inesperada ou não de alguém querido,
conversando de forma silenciosa e respeitosa.
Surge então de forma repentina, do fundo da
sala uma sonora risada de um grupinho que
acabou de escutar uma boa piada e se esqueceu
do local em que se encontrava.
Não tem também como não deixar de rir das
tiradas que as crianças em sua inocência falam
ou perguntam. Estávamos no Guarujá, sentados,
nos preparando para almoçar quando meu pai
trouxe uma bandeja enorme de graúdos
camarões com casca e cabeça completa e a
colocou no centro da mesa. Meu filho do meio,
na época com quatro anos, olhou admirado para
os crustáceos e disse: “Vovô não sabia que
camarão tinha zóios”.
De qualquer forma, rir é muito bom para a
saúde. Estimula de forma considerável os
músculos faciais, evitando rugas. Deixa-nos mais
bonitos, com a fisionomia mais leve, tipo
propaganda de pasta de dentes, margarina ou
carne friboi. Boas risadas após uma noitada de
boa comida, companhia especial e ótima safra
de vinho então nem se fala.
Rir espanta os maus fluidos e recarrega de boas
energias. Se você não faz isso com frequência,
experimente, pois é uma ótima receita e é
totalmente grátis.
7. O Bandeirante - Outubro 2014 7
Livros em destaque
HELMUT ADOLF MATARÉ
“A Bíblia tão desconhecida - um
estudo imparcial”
Legnar Editora - SP
O autor apresenta neste livro uma
visão toda pessoal da Bíblia e se
propõe a uma análise aprofundada
dos 73 livros que a compõe. Escrito
em 2001, logo após o atentado de
11 de setembro, o autor se debruça
sobre as escrituras para tentar
responder, dentre outras, questões
como: “A guerra contra o terror
eclodiu inopinada! Estamos
preparados, nós, seguidores da
Palavra de Deus, para uma luta
ideológica entre o ocidente e o
oriente?”
WALTER WHITTON HARRIS
“O Castelo da Colina”
Legnar Editora - SP
Este é o quarto romance do autor e
foi ambientado num pequeno reino
ao norte da Península Itálica, duran-te
a Idade Média. Com habilidade e
desenvoltura, Walter Harris trans-porta
os leitores para dentro de uma
história cheia de mistérios e roman-ce,
que se desenrola em torno da
morte de um influente nobre. Muitas
intrigas,amores e traições na
família, dominada pelo Castelo da
Colina, proporcionarão deleite de
quem folhear as páginas deste livro,
que encanta do começo ao fim.
Aquisições e informações:
wwharris@gmail.com
O trecho abaixo é parte de uma crônica de um dos autores
da SOBRAMES-SP, já publicada anteriormente numa de nossas
COLETÂNEAS. Você consegue identificar o autor?
Resposta na próxima edição.
Endereços e horários
Pizzas Literárias:
Pizzaria Bonde Paulista. Rua Oscar
Freire, 1.597 - a partir de 19h00.
Balada Literária:
APM - Espaço Maracá - Av. Brigadei-ro
Luís Antônio, 278 - 11º. andar -
das 18h30 às 22h00
Reuniões de Diretoria:
Sede da SOBRAMES-SP na APM -
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 -
7º. andar - Sala 1 - às 19h00
Esta agenda está sujeita a
alterações em decorrência de
fatores não previstos quando
de sua elaboração
O trecho da edição anterior pertence à poesia
“Rendição”, de Josyanne Rita de Arruda
Franco, que foi publicada na página 166 da
coletânea “A Pizza Literária - nona fornada” de
2006. Que tal reler essa poesia na íntegra, além de outros
textos dos talentosos autores da SOBRAMES presentes naquela
edição?
PIZZAS LITERÁRIAS
Realizadas na terceira
quinta-feira de cada mês
JAN - 16
FEV - 20
MAR - 2O
ABR - 24
MAI - 15
JUN - 26
JUL - 17
AGO - 21
SET - 18
OUT - 16
NOV - 13*
DEZ - 18
*ATENÇÃO Em virtude de
feriados, as datas das reuniões
de Abril, Junho e Novembro
foram modificadas
CONGRESSO NACIONAL
OUT - 08 a 12 Recife - PE
ELEIÇÕES
JUL - 17 Prazo final para a
inscrição de chapas concorrentes
SET - 18 Eleição
BALADA LITERÁRIA
MAI - 30 NOV - 07
COLETÂNEA 2014
FEV Divulgação das regras e
início das adesões de autores
NOV - 07 Lançamento
REUNIÕES DE DIRETORIA
Primeira quinta-feira do mês
Relendo
CONFIRMADO REALIZADO
“Olho... buscando outros olhos.
Meu peito palpita amores,
Paz, quietude sem dores
Aos pés da longa madrugada.”
(...) É através do aprimoramento dos
sentidos e do acúmulo de conhecimentos
que se vai “afinando” o cérebro, seu
catalisador, para a tão pretensa
perfeição que o homem busca atingir. (...)
8. NOITE DE FESTA E ALEGRIA
Soprando velinhas em comemoração
aos 26 anos de existência, a
SOBRAMES-SP festejou, durante a
Pizza Literária do dia 18 de
setembro, com o que mais lhe apraz:
apresentação de belos textos e
muita alegria. Na oportunidade
contou com a presença de amáveis
visitantes: José Luiz Ferraz Luz,
Alberto Francisco Sabbagi e
Janaína de Castro Galvão (de São
Paulo); Lilian Maial (do Rio de
Janeiro); Claúdia Rejane Correia
dos Santos e Anienne Barbosa
Gusmão do Nascimento (de
Alagoas).
TOMANDO POSSE
Na mesma oportunidade, Anienne
Barbosa Gusmão do Nascimento
aproveitou a visita que fez à capital
paulista para oficializar sua posse como
membro titular da Sobrames-SP. Ela foi
apresentada pelo sobramista Marcos
Gimenes Salun, reforçando um vínculo que
se iniciou através do facebook e que se
consolidou numa amizade entre eles,
culminando com o convite e o ingresso da
médica alagoana na regional paulista.
ASSEMBLEIA E ELEIÇÃO
No dia 18 de setembro, também realizou-se Assembleia Geral Ordinária durante
a qual foi eleita a nova diretoria para o biênio 2015-2016, assim constituída:
Carlos Augusto Ferreira Galvão (Presidente); Márcia Etelli Coelho (Vice-
Presidente); Marcos Gimenes Salun (Primeiro-Secretário); Maria do Céu
Coutinho Louzã (Segunda-Secretária); Helio Begliomini; (Primeiro-Tesoureiro);
Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini (Segunda-Tesoureira); Josyanne Rita de
Arruda Franco, José Alberto Vieira e Roberto Antonio Aniche (Conselho Fiscal
Efetivo); Alcione Alcântara Gonçalves, Geovah Paulo da Cruz e Mércia Lucia
de Melo Neves Chade (Conselho Fiscal Suplente). Os sobramistas eleitos,
empenhados em colaborar para que as atividades da Sobrames-SP prosperem
com ética e harmonia, tomarão posse na Pizza Literária do dia 18 de dezembro.
ALCIONE CONDECORADO
Em agosto o sobramista Alcione
Alcântara Gonçalves recebeu o
título de Membro Honorário da
Academia Estudantil de Letras
e Artes de Tupã.
LIVRO PREMIADO
O livro VIELAS DA VIDA de Alcione
Alcântara Gonçalves recebeu
Medalha de Ouro da Câmara do Livro
da Academia Brasileira de Estudos e
Pesquisas Literárias (RJ).