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EXPRESSIONISMO
A afirmação de uma ordem burguesa e suas 
contradições – como, por exemplo, a difusão de uma 
ideologia da liberdade em meio a tentativas de 
confinamento dos homens às convenções desse 
mesmo ordenamento burguês, a perspectiva de 
progresso e bem-estar humano produzidos pelo 
desenvolvimento tecnológico e o seu contraponto 
nas guerras de destruição em massa possibilitada 
pela mesma tecnologia – marcaram de várias 
maneiras o desenvolvimento do estilo de arte 
expressionista que, embora apresentasse uma 
natureza internacional, destacou-se sobremaneira na 
Alemanha.
• Sabe-se que o homem vem se valendo da 
arte ao longo do desenvolvimento das 
civilizações para expressar sua visão de 
mundo, suas paixões, suas histórias, 
verdades e opiniões, alegrias, dores, 
inquietações, angústias, medos, credos, 
preconceitos e insatisfações, e, para isso, 
utiliza-se de diferentes materiais, 
conceitos e princípios.
• Vimos, anteriormente, que a passagem de um 
período artístico para outro transcorre de modo 
gradativo, sutil, de forma lenta, sem data 
previamente estabelecida, e o desenvolvimento 
artístico e cultural se constrói acompanhando a 
natureza de transformação inerente às 
sociedades humanas e suas inquietações, em 
resposta às mudanças e vicissitudes que 
envolvem todas as dimensões da vida.
• Nesse quadro complexo, é comum 
encontrarmos diversos movimentos artísticos 
acontecendo simultaneamente no mesmo local 
(ou não) e época, porém defendendo verdades 
distintas, apresentando diferentes formas de 
enxergar o mundo. Também é comum 
encontrarmos um artista integrando mais de um 
movimento ao longo de sua trajetória artística.
• Foi assim que, no início do século XX, 
surgiram artistas europeus comprometidos 
com a ruptura das agonizantes tradições 
procedentes do século XIX e dispostos a 
produzir uma linguagem com uma 
proposta nova e moderna sobre a forma e 
a cor.
• Diversas regiões da Europa reagiram a 
essa busca, apresentando diferentes 
resultados estéticos. Possivelmente, os 
estilos com maior notoriedade, no início 
da arte moderna na França, sejam o 
fauvismo e o cubismo, porém, na 
Alemanha e Áustria, surgiu o 
expressionismo.
• Ao acompanharmos o processo vivenciado 
pelas sociedades no final do século XIX e início 
do século XX, encontraremos o surgimento do 
movimento internacional expressionista (1905- 
1925) que tem suas primeiras aparições no 
contexto tenso envolvendo o nacionalismo, o 
imperialismo e o belicismo dos países 
europeus. Porém, irrompe de forma decisiva no 
pesado clima de abatimento em que se 
encontrava a Europa durante o período da 
Primeira Guerra Mundial, produzindo uma 
reação artística de grande poder criativo que 
executou uma espécie de catarse, lançando 
mão de forte apelo emocional.
• Seus artistas abrigavam ideais e valores 
que buscavam romper com a limitação 
habitual da sociedade burguesa. Seu 
maior interesse era expressar as emoções 
e o interior de suas verdades psicológicas, 
fazendo da subjetividade do artista a sua 
força de expressão e orientação.
• O expressionismo reagiu contra a proposta 
impressionista que tratou das impressões 
externas e momentâneas dos efeitos da luz e 
da cor, para estender seu olhar para dentro de 
si, do ser humano, retratando a subjetividade 
de seus sentimentos sem compromisso 
necessário com a objetividade do real e, num 
processo de introspecção, representou o 
mundo por meio de sua própria verdade e 
sensibilidade.
• Efetivamente, suas origens estendem-se 
do pós-impressionismo, especialmente 
por meio de Vincent Van Gogh, 
perpassando por Edvard Munch e Paul 
Klee.
Edvard Munch 
• Edvard Munch (1863-1944), o mais 
popular pintor norueguês, dominou as 
técnicas artísticas como pintura, gravura, 
água-forte, litografia e xilogravura. É 
considerado uma das influências mais 
importantes para o desenvolvimento do 
expressionismo alemão e europeu.
• Na tentativa de combater seus tormentos 
e dificuldades que permearam toda sua 
existência, produziu um trabalho denso e 
inspirador.
Edvard Munch - O Grito (1893). 
O original (91 x 73,5 cm) explora 
a técnica de óleo e pastel sobre 
cartão.
• O expressionismo alemão apresenta dois 
importantes grupos: Die Bruck (A Ponte) e 
Blau-Reiter (Cavaleiro azul). 
• O expressionismo pode ser considerado um 
dos frutos, no campo das artes, das discussões 
em torno dos valores da cultura ocidental. 
• O ponto de partida foram os escritos do filósofo 
alemão Nietzsche sobre a modernidade que a 
associa à decadência cultural de uma 
sociedade burguesa industrial.
• Esse pensador do século XIX afirmou, em seus 
escritos, a possibilidade de superar esse 
quadro de decadência por processos dialéticos 
de revalorização e de autossuperação. 
Transcender o condicionamento econômico-social 
significava descobrir outras formas de 
expressão e sentido. Para tanto, o indivíduo 
deveria se insurgir contra os valores 
dominantes ao superar seus constrangimentos 
por novas liberdades. A busca da autenticidade 
do homem poderia ter como inspiração as 
formas de expressão primitivas. A força do 
primitivismo destruiria a cultura burguesa 
decadente.
• Os primeiros a se envolverem com tal 
pensamento foram jovens universitários 
alemães que ficaram conhecidos como os 
pintores Die Brucke, entre os quais se incluíam 
Ernst-Ludwig Kirchner, Erich Heckel, Fritz Bleyl 
e Karl Schmidt-Rottluff. Em 1906, esses artistas 
realizaram sua primeira exposição em Dresden, 
apresentando o seguinte manifesto:
• Com fé no progresso e numa nova geração de 
criadores e expectadores, reunimos toda a 
juventude. Como jovens, somos portadores do 
futuro e queremos criar para nós liberdade de 
vida e de movimento contra as forças mais 
antigas há muito estabelecidas. Reivindicamos 
como nossos todos aqueles que reproduzam o 
que os leva à criação imediatez e 
autenticidade.
• A maior preocupação do expressionismo, pelo 
exposto, está em aflorar o ser, o indivíduo, livre 
das amarras das convenções, das tradições 
castradoras, visando ao exercício pleno de sua 
força interior. 
• Assim, os pintores expressionistas 
comunicavam em suas obras as emoções e as 
sensações diretamente sem a preocupação 
com o exterior, com as convenções, com os 
academicismos da arte.
• Seu estilo caracterizava-se por pinceladas 
aparentes nas telas, utilização de cores que 
fugiam a certas representações de temas, 
distorcendo, de alguma forma, o tratamento 
convencional dos temas abordados, em uma 
rejeição clara das formas até então 
consideradas sofisticadas de competência 
artística. Dessa forma, realizavam a busca de 
uma expressão direta dos sentimentos, ficando 
conhecidos por expressionistas.
• A Blau-Reiter sucedeu a Die Bruck e foi 
composta por um grupo de artistas que, além 
da experimentação, anunciava o direito a uma 
criação autônoma, propondo a segurança de 
um espaço livre de limitações artísticas onde a 
expressão individual fosse expressa e 
respeitada. Eram desprovidos de formalidades 
e mais intelectualizados. Vasily Kandinsky, 
Agosto Macke, Franz Marc e Paul Klee 
pertenciam ao grupo.
• Nessa busca, o artista expressionista não se 
preocupava com a forma e sua harmonia, pois 
seu interesse residia na intensidade da 
expressão estética de suas sensações, que se 
apresentavam por meio das características dos 
traços distorcidos, das cores intensas aplicadas 
pelas pinceladas agitadas e pastosas de tinta, 
da densidade da atmosfera densa e carregada, 
do afastamento do figurativismo e da 
proximidade com o primitivismo.
• No expressionismo encontraremos nomes 
como Oskar Kokoschka, Agosto Macke, Franz 
Marc, Vasily Kandinsky, Karl Schmidt-Rottluff, 
Emil Nolde, Ernst-Ludwig Kirchner, Fritz Bleyl e 
Erich Heckel, Paul Klee, Otto Muller, Chaim 
Soutine entre outros.
• Os artistas alemães da Die Bruck, ao 
desenvolverem a influência da arte fauve 
e de artistas como Munch, exploravam 
perspectivas da composição, da forma e 
da cor por meio da produção de imagens 
com estilo de vida da contemporaneidade, 
como podemos observar na obra de 
Kirchner, a seguir.
Paul Klee - Senecio (1922). Óleo sobre tela de 
madeira, (40,5 x 38 cm).
Karl Schmidt-Rottluff 
• O pintor e desenhista alemão Karl 
Schmidt-Rottluff (1884-1976), um dos 
membros fundadores da Die Bruck, era 
estudante de arquitetura em Dresden. Seu 
trabalho recebeu notoriedade por sua 
produção de nus e paisagens.
• Atreveu-se ao aplicar na tela a discordância 
das cores de sua paleta juntamente com uso 
de formas irregulares, o que caracterizou o 
amadurecimento de seu trabalho. Entretanto, 
sua mudança para Berlim, na década de 1910, 
apresentará sua produção com inclinação ao 
cubismo africano, tanto na pintura quanto na 
xilogravura.
• No ano de 1937, mesmo após seu 
trabalho se fazer mais convencional, os 
nazistas confiscaram nos museus mais de 
600 obras de Schmidt-Rottluff, que foram 
expostas numa exposição de arte 
degenerada.
• Com o fim da guerra, passou a ministrar 
aulas na Universidade de Artes de Berlim 
e retomou sua pintura, porém, seu 
trabalho jamais recobrou a força de seu 
brilho.
Karl Schmidt-Rottluff, Casas na 
noite (1912). Óleo sobre tela, (95,6 x 
87,4 cm).
Ernst-Ludwig Kirchner 
• Ernst-Ludwig Kirchner (1880-1938) foi um 
dos mais fecundos pintores do 
expressionismo alemão, no qual integrou 
a liderança do Die Bruck. Produziu 
pinturas, aquarelas, desenhos, gravuras e 
esculturas que dialogavam num processo 
engenhoso de criação. Assim como outros 
artistas que foram seus contemporâneos, 
também teve seu trabalho rotulado de arte 
degenerada pelos nazistas.
• O expressionismo não se restringiu às 
artes visuais e se manifestou como 
tendência também no cinema, na 
literatura, no teatro e na dança.
• No Brasil o expressionismo revelou 
extraordinários nomes como Lasar Segall, 
Osvaldo Goeldi e Anita Malfatti.
Kirchner, - Street (1913)
Lasar Segall 
• O pintor, escultor, desenhista e gravador 
lituano, naturalizado brasileiro, Lasar 
Segall (1891-1957), residente em São 
Paulo, Brasil, desde a década de 1920, foi 
uma figura fundamental para o 
desenvolvimento do expressionismo 
brasileiro, além de colaborar 
decisivamente para a introdução do 
modernismo no Brasil.
• Seu trabalho, que apresentava forte influência 
da Die Bruck, após aportar em terras 
brasileiras, passou a retratar mulatas, 
marinheiros, prostitutas, negros, bananeiras e 
favelas. Agora sua produção apresentava 
contornos mais amenos nos ângulos e com 
menor tensão continua, representando 
magistralmente a força da arte expressionista, 
porém com a inspiração da nossa atmosfera de 
brasilidade.
• A casa em que Segall viveu em São Paulo, no 
bairro da Vila Mariana, onde funcionava 
também o ateliê do artista, abriga desde 1967 o 
Museu Lasar Segall, que, além do acervo 
museológico, oferece um centro com atividades 
culturais, com cursos de gravura, fotografia e 
criação literária, projeção de cinema e uma 
ampla biblioteca especializada em artes do 
espetáculo e fotografia.
Lasar Segall - Interior de 
pobres II. Pintura a óleo 
sobre tela, 1921. Em seu 
período alemão, Segall 
retrata o sentimento de 
derrotismo e ceticismo 
vivido na dura realidade 
trazida pela guerra e nos 
conflitos internos que 
desbancavam as 
possibilidades pessoais 
de sonhos e esperança.
Anita Malfatti 
• É inegável a constatação de que o trabalho de 
Anita Malfatti (1889-1964), pintora, desenhista e 
gravadora brasileira, tenha deflagrado a 
vanguarda do movimento modernista brasileiro. 
Anita desenvolveu fecunda produção artística que 
choca e levanta polêmica especialmente por meio 
das críticas proferidas por Monteiro Lobato em seu 
impiedoso artigo intitulado Paranoia ou 
mistificação, no qual compara o trabalho da artista 
aos desenhos dos internos dos manicômios. 
Sofreu inúmeras perseguições por conta de sua 
pintura.
• Entretanto, a determinada e brava artista 
seguiu na busca de sua estética, sem se 
importar com a opinião alheia aos seus 
propósitos artísticos. Antes de conhecer o 
expressionismo e seu significado, já produzia 
trabalhos expressionistas a despeito da 
divergência que teve a esse respeito. Anita foi, 
sem dúvida, uma artista revolucionária e muito 
à frente de seu tempo.
• Após morar na Alemanha entre 1910 e 1914 e 
estudar com nomes importantes do 
expressionismo alemão, inclusive tendo 
cursado a Academia Imperial de Belas Artes de 
Berlim durante um ano, seu trabalho está 
carregado da forte influência expressionista. 
Teve ainda oportunidade de estudar em Nova 
York e Paris.
• Em 1922, participou da Semana de Arte 
Moderna, ao lado de Tarsila do Amaral, Mário 
de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del 
Picchia, integrando o famoso Grupo dos Cinco.
Anita Malfatti - A boba 
(1915/16). Óleo sobre 
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EXPRESSIONISMO

  • 2. A afirmação de uma ordem burguesa e suas contradições – como, por exemplo, a difusão de uma ideologia da liberdade em meio a tentativas de confinamento dos homens às convenções desse mesmo ordenamento burguês, a perspectiva de progresso e bem-estar humano produzidos pelo desenvolvimento tecnológico e o seu contraponto nas guerras de destruição em massa possibilitada pela mesma tecnologia – marcaram de várias maneiras o desenvolvimento do estilo de arte expressionista que, embora apresentasse uma natureza internacional, destacou-se sobremaneira na Alemanha.
  • 3. • Sabe-se que o homem vem se valendo da arte ao longo do desenvolvimento das civilizações para expressar sua visão de mundo, suas paixões, suas histórias, verdades e opiniões, alegrias, dores, inquietações, angústias, medos, credos, preconceitos e insatisfações, e, para isso, utiliza-se de diferentes materiais, conceitos e princípios.
  • 4. • Vimos, anteriormente, que a passagem de um período artístico para outro transcorre de modo gradativo, sutil, de forma lenta, sem data previamente estabelecida, e o desenvolvimento artístico e cultural se constrói acompanhando a natureza de transformação inerente às sociedades humanas e suas inquietações, em resposta às mudanças e vicissitudes que envolvem todas as dimensões da vida.
  • 5. • Nesse quadro complexo, é comum encontrarmos diversos movimentos artísticos acontecendo simultaneamente no mesmo local (ou não) e época, porém defendendo verdades distintas, apresentando diferentes formas de enxergar o mundo. Também é comum encontrarmos um artista integrando mais de um movimento ao longo de sua trajetória artística.
  • 6. • Foi assim que, no início do século XX, surgiram artistas europeus comprometidos com a ruptura das agonizantes tradições procedentes do século XIX e dispostos a produzir uma linguagem com uma proposta nova e moderna sobre a forma e a cor.
  • 7. • Diversas regiões da Europa reagiram a essa busca, apresentando diferentes resultados estéticos. Possivelmente, os estilos com maior notoriedade, no início da arte moderna na França, sejam o fauvismo e o cubismo, porém, na Alemanha e Áustria, surgiu o expressionismo.
  • 8. • Ao acompanharmos o processo vivenciado pelas sociedades no final do século XIX e início do século XX, encontraremos o surgimento do movimento internacional expressionista (1905- 1925) que tem suas primeiras aparições no contexto tenso envolvendo o nacionalismo, o imperialismo e o belicismo dos países europeus. Porém, irrompe de forma decisiva no pesado clima de abatimento em que se encontrava a Europa durante o período da Primeira Guerra Mundial, produzindo uma reação artística de grande poder criativo que executou uma espécie de catarse, lançando mão de forte apelo emocional.
  • 9. • Seus artistas abrigavam ideais e valores que buscavam romper com a limitação habitual da sociedade burguesa. Seu maior interesse era expressar as emoções e o interior de suas verdades psicológicas, fazendo da subjetividade do artista a sua força de expressão e orientação.
  • 10. • O expressionismo reagiu contra a proposta impressionista que tratou das impressões externas e momentâneas dos efeitos da luz e da cor, para estender seu olhar para dentro de si, do ser humano, retratando a subjetividade de seus sentimentos sem compromisso necessário com a objetividade do real e, num processo de introspecção, representou o mundo por meio de sua própria verdade e sensibilidade.
  • 11. • Efetivamente, suas origens estendem-se do pós-impressionismo, especialmente por meio de Vincent Van Gogh, perpassando por Edvard Munch e Paul Klee.
  • 12. Edvard Munch • Edvard Munch (1863-1944), o mais popular pintor norueguês, dominou as técnicas artísticas como pintura, gravura, água-forte, litografia e xilogravura. É considerado uma das influências mais importantes para o desenvolvimento do expressionismo alemão e europeu.
  • 13. • Na tentativa de combater seus tormentos e dificuldades que permearam toda sua existência, produziu um trabalho denso e inspirador.
  • 14. Edvard Munch - O Grito (1893). O original (91 x 73,5 cm) explora a técnica de óleo e pastel sobre cartão.
  • 15. • O expressionismo alemão apresenta dois importantes grupos: Die Bruck (A Ponte) e Blau-Reiter (Cavaleiro azul). • O expressionismo pode ser considerado um dos frutos, no campo das artes, das discussões em torno dos valores da cultura ocidental. • O ponto de partida foram os escritos do filósofo alemão Nietzsche sobre a modernidade que a associa à decadência cultural de uma sociedade burguesa industrial.
  • 16. • Esse pensador do século XIX afirmou, em seus escritos, a possibilidade de superar esse quadro de decadência por processos dialéticos de revalorização e de autossuperação. Transcender o condicionamento econômico-social significava descobrir outras formas de expressão e sentido. Para tanto, o indivíduo deveria se insurgir contra os valores dominantes ao superar seus constrangimentos por novas liberdades. A busca da autenticidade do homem poderia ter como inspiração as formas de expressão primitivas. A força do primitivismo destruiria a cultura burguesa decadente.
  • 17. • Os primeiros a se envolverem com tal pensamento foram jovens universitários alemães que ficaram conhecidos como os pintores Die Brucke, entre os quais se incluíam Ernst-Ludwig Kirchner, Erich Heckel, Fritz Bleyl e Karl Schmidt-Rottluff. Em 1906, esses artistas realizaram sua primeira exposição em Dresden, apresentando o seguinte manifesto:
  • 18. • Com fé no progresso e numa nova geração de criadores e expectadores, reunimos toda a juventude. Como jovens, somos portadores do futuro e queremos criar para nós liberdade de vida e de movimento contra as forças mais antigas há muito estabelecidas. Reivindicamos como nossos todos aqueles que reproduzam o que os leva à criação imediatez e autenticidade.
  • 19. • A maior preocupação do expressionismo, pelo exposto, está em aflorar o ser, o indivíduo, livre das amarras das convenções, das tradições castradoras, visando ao exercício pleno de sua força interior. • Assim, os pintores expressionistas comunicavam em suas obras as emoções e as sensações diretamente sem a preocupação com o exterior, com as convenções, com os academicismos da arte.
  • 20. • Seu estilo caracterizava-se por pinceladas aparentes nas telas, utilização de cores que fugiam a certas representações de temas, distorcendo, de alguma forma, o tratamento convencional dos temas abordados, em uma rejeição clara das formas até então consideradas sofisticadas de competência artística. Dessa forma, realizavam a busca de uma expressão direta dos sentimentos, ficando conhecidos por expressionistas.
  • 21. • A Blau-Reiter sucedeu a Die Bruck e foi composta por um grupo de artistas que, além da experimentação, anunciava o direito a uma criação autônoma, propondo a segurança de um espaço livre de limitações artísticas onde a expressão individual fosse expressa e respeitada. Eram desprovidos de formalidades e mais intelectualizados. Vasily Kandinsky, Agosto Macke, Franz Marc e Paul Klee pertenciam ao grupo.
  • 22. • Nessa busca, o artista expressionista não se preocupava com a forma e sua harmonia, pois seu interesse residia na intensidade da expressão estética de suas sensações, que se apresentavam por meio das características dos traços distorcidos, das cores intensas aplicadas pelas pinceladas agitadas e pastosas de tinta, da densidade da atmosfera densa e carregada, do afastamento do figurativismo e da proximidade com o primitivismo.
  • 23. • No expressionismo encontraremos nomes como Oskar Kokoschka, Agosto Macke, Franz Marc, Vasily Kandinsky, Karl Schmidt-Rottluff, Emil Nolde, Ernst-Ludwig Kirchner, Fritz Bleyl e Erich Heckel, Paul Klee, Otto Muller, Chaim Soutine entre outros.
  • 24. • Os artistas alemães da Die Bruck, ao desenvolverem a influência da arte fauve e de artistas como Munch, exploravam perspectivas da composição, da forma e da cor por meio da produção de imagens com estilo de vida da contemporaneidade, como podemos observar na obra de Kirchner, a seguir.
  • 25. Paul Klee - Senecio (1922). Óleo sobre tela de madeira, (40,5 x 38 cm).
  • 26. Karl Schmidt-Rottluff • O pintor e desenhista alemão Karl Schmidt-Rottluff (1884-1976), um dos membros fundadores da Die Bruck, era estudante de arquitetura em Dresden. Seu trabalho recebeu notoriedade por sua produção de nus e paisagens.
  • 27. • Atreveu-se ao aplicar na tela a discordância das cores de sua paleta juntamente com uso de formas irregulares, o que caracterizou o amadurecimento de seu trabalho. Entretanto, sua mudança para Berlim, na década de 1910, apresentará sua produção com inclinação ao cubismo africano, tanto na pintura quanto na xilogravura.
  • 28. • No ano de 1937, mesmo após seu trabalho se fazer mais convencional, os nazistas confiscaram nos museus mais de 600 obras de Schmidt-Rottluff, que foram expostas numa exposição de arte degenerada.
  • 29. • Com o fim da guerra, passou a ministrar aulas na Universidade de Artes de Berlim e retomou sua pintura, porém, seu trabalho jamais recobrou a força de seu brilho.
  • 30. Karl Schmidt-Rottluff, Casas na noite (1912). Óleo sobre tela, (95,6 x 87,4 cm).
  • 31. Ernst-Ludwig Kirchner • Ernst-Ludwig Kirchner (1880-1938) foi um dos mais fecundos pintores do expressionismo alemão, no qual integrou a liderança do Die Bruck. Produziu pinturas, aquarelas, desenhos, gravuras e esculturas que dialogavam num processo engenhoso de criação. Assim como outros artistas que foram seus contemporâneos, também teve seu trabalho rotulado de arte degenerada pelos nazistas.
  • 32. • O expressionismo não se restringiu às artes visuais e se manifestou como tendência também no cinema, na literatura, no teatro e na dança.
  • 33. • No Brasil o expressionismo revelou extraordinários nomes como Lasar Segall, Osvaldo Goeldi e Anita Malfatti.
  • 35. Lasar Segall • O pintor, escultor, desenhista e gravador lituano, naturalizado brasileiro, Lasar Segall (1891-1957), residente em São Paulo, Brasil, desde a década de 1920, foi uma figura fundamental para o desenvolvimento do expressionismo brasileiro, além de colaborar decisivamente para a introdução do modernismo no Brasil.
  • 36. • Seu trabalho, que apresentava forte influência da Die Bruck, após aportar em terras brasileiras, passou a retratar mulatas, marinheiros, prostitutas, negros, bananeiras e favelas. Agora sua produção apresentava contornos mais amenos nos ângulos e com menor tensão continua, representando magistralmente a força da arte expressionista, porém com a inspiração da nossa atmosfera de brasilidade.
  • 37. • A casa em que Segall viveu em São Paulo, no bairro da Vila Mariana, onde funcionava também o ateliê do artista, abriga desde 1967 o Museu Lasar Segall, que, além do acervo museológico, oferece um centro com atividades culturais, com cursos de gravura, fotografia e criação literária, projeção de cinema e uma ampla biblioteca especializada em artes do espetáculo e fotografia.
  • 38. Lasar Segall - Interior de pobres II. Pintura a óleo sobre tela, 1921. Em seu período alemão, Segall retrata o sentimento de derrotismo e ceticismo vivido na dura realidade trazida pela guerra e nos conflitos internos que desbancavam as possibilidades pessoais de sonhos e esperança.
  • 39. Anita Malfatti • É inegável a constatação de que o trabalho de Anita Malfatti (1889-1964), pintora, desenhista e gravadora brasileira, tenha deflagrado a vanguarda do movimento modernista brasileiro. Anita desenvolveu fecunda produção artística que choca e levanta polêmica especialmente por meio das críticas proferidas por Monteiro Lobato em seu impiedoso artigo intitulado Paranoia ou mistificação, no qual compara o trabalho da artista aos desenhos dos internos dos manicômios. Sofreu inúmeras perseguições por conta de sua pintura.
  • 40. • Entretanto, a determinada e brava artista seguiu na busca de sua estética, sem se importar com a opinião alheia aos seus propósitos artísticos. Antes de conhecer o expressionismo e seu significado, já produzia trabalhos expressionistas a despeito da divergência que teve a esse respeito. Anita foi, sem dúvida, uma artista revolucionária e muito à frente de seu tempo.
  • 41. • Após morar na Alemanha entre 1910 e 1914 e estudar com nomes importantes do expressionismo alemão, inclusive tendo cursado a Academia Imperial de Belas Artes de Berlim durante um ano, seu trabalho está carregado da forte influência expressionista. Teve ainda oportunidade de estudar em Nova York e Paris.
  • 42. • Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, ao lado de Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia, integrando o famoso Grupo dos Cinco.
  • 43. Anita Malfatti - A boba (1915/16). Óleo sobre tela (61 x 50,6 cm).