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Resolução da Lista 11 de FF-207
01. Deduza a formulação equivalente a Hamilton-Jacobi usando uma
   transformação canônica do tipo 1.

   SOLUÇÃO:
   Com a formulação de Hamilton-Jacobi, queremos encontrar uma
   função geradora de uma transformação tal que as novas
   coordenadas canônicas, Q e P, sejam constantes no tempo. Isso não
   indica que o sistema analisado é estático. Suponhamos que essa
   função geradora seja escolhida de tal forma que a Kamiltoniana seja
   nula. Nessa circunstância, as equações da nova Hamiltoniana são
   trivialmente resolvidas, como mostrada abaixo:



   Então, procuremos por uma função geradora do tipo 1 (como
   manda o enunciado),                .
   Da transformação canônica, temos que:




   Das equações (2) e (3), chegamos em:



   Denotando      por , chamada de Função principal de Hamilton,
   temos:



   Essa EDP, comumente conhecida como Equação de Hamilton-Jacobi,
   é de primeira ordem nas (n+1) variáveis independentes
                 . Consequentemente, a solução geral vai envolver
   (n+1) constantes de integração,                          . Pode-se
   notar, todavia, que ela só depende das derivadas parciais de com
respeito à    e . Logo, se     for solução,      , para alguma
constante qualquer, também é. Por conta disso, qualquer solução,
contendo os (n+1) parâmetros necessários, pode ser escrita da
forma       . Então, uma das constantes de integração,       por
exemplo, é meramente aditiva e pode ser descartada. Dessa forma,
podemos escrever uma solução completa da equação (5) como:

Onde                   são        constantes    independentes     não
meramente aditivas.
Agora, podemos tomar essas       constantes de integração como as
novas coordenadas:

Essa escolha não contradiz o fato de que as novas coordenadas
estão conectadas com os valores iniciais de e no tempo . A
equação (3) pode ser reescrita como:



No instante , podemos analisar as constantes de integração em
termos das condições iniciais do problema. Então, as outras
equações de transformação, equações (4), podem ser reescritas
como:



Onde são constantes definidas pelas condições iniciais.
Assim, fazendo         , vemos que os novos momentos estão
conectados com os valores iniciais de e .
Podemos isolar a variável , na equação (7), em termos de :

Resolvendo o problema em função do tempo e das condições
iniciais. Depois, substitui o resultado na equação (6) para encontrar:

As equações (8) e (9) são solução das equações de Hamilton.
Podemos, com isso, perceber que a função principal de Hamilton é a
função geradora da transformação canônica que deixa a
Hamiltoniana nula e, portanto, os novos momentos e coordenadas
constantes no tempo.
02. Suponha que a função característica de Hamilton é usada como
   função geradora de uma transformação canônica. Obtenha as
   equações de movimento.

  SOLUÇÃO:
  Vamos inicialmente supor que a Hamiltoniana não depende
  explicitamente de . Daí, a equação de Hamilton-Jacobi se torna:



   Então, será possível integrá-la, bastando fazer uma separação de
   variáveis na Função Principal de Hamilton (aqui tomada como uma
   função geradora do tipo 2). será dividida em duas partes, uma
   envolvendo somente o tempo e a outra somente , como mostrado
   abaixo:

   Onde a função      é chamada de Função característica e   são as
   constantes de integração.
   Substituindo diretamente (2) em (1), temos:



   Da equação (2), também temos:




  Agora, vamos considerar uma transformação em que os novos
  momentos são todos constantes de movimento , e onde         é, em
  particular, a constante de movimento . Se a função geradora dessa
  transformação for denotada por           , então as equações de
  transformação são:
Enquanto essas equações se assemelham às equações (4) e (5), a
   condição agora determinando      é que     deve ser igual ao
   momento :

   Usando a equação (6) podemos chegar à seguinte EDP para       :



   Que é idêntica à equação (3) encontrada anteriormente. Portanto,
   podemos concluir que se            não dependendo do tempo
   explicitamente, o novo e o velho Hamiltonianos são iguais, e segue
   que        . Então, a função    gera uma transformação canônica
   em que todas as novas coordenadas são cíclicas. Então, as novas
   equações de movimento são:




  O que nos conduz a:




03. Completar o cálculo faltante na página da internet.

   SOLUÇÃO:
   Vamos usar a equação de Hamilton-Jacobi para derivar a fórmula
   analítica para o movimento de uma partícula num potencial central
   Newtoniano do tipo . Essa fórmula derivada pode então ser usada
   para comparar uma solução numérica aproximada com uma
   analítica, ou seja, uma solução exata para o problema.
   O problema é facilmente descrito em coordenadas esféricas
           . Nessas coordenadas, a Hamiltoniana assume a seguinte
   forma:



   Onde assumimos a constante Gravitacional               e a massa da
   partícula    .
Tomando como função principal de Hamilton uma função geradora
do tipo 2, temos:




Substituindo diretamente (1) e (2) na equação (3), chegamos à
equação de Hamilton-Jacobi correspondente a essa Hamiltoniana,
mostrada abaixo:



Como a Hamiltoniana não depende explicitamente de            e ,
podemos usar um método que é comumente chamado de
separação de variáveis, e escrever a solução procurada como:

Onde C é uma constante.
Segue de (5) que:



Substituindo (6) dentro da equação (4), temos:



Multiplicando por    , chegamos em:




Como os dois lados da expressão dependem de variáveis diferentes,
a igualdade se dá somente se eles forem iguais a uma constante.
Tomemos essa constante como :



Utilizando a primeira igualdade da equação (8), temos:
Utilizando a segunda igualdade da equação (8), temos:




As equações (9) e (10) são EDO’s de primeira ordem que podem ser
prontamente integradas.




O que nos conduz a:



Mas existem condições adicionais que a função S deve satisfazer.
Neste caso:

Onde            são constantes e:



Onde              também são constantes. A equação (15) vem do
fato ser uma função geradora do tipo 2, e as novas coordenadas e
os novos momentos são constantes pois a Kamiltoniana é nula.
Nesse caso, temos          ,          e       , e podemos fazer
           iguais a zero tal que a equação (15) resulta em:



Calculando a derivada parcial de    com relação à       a partir da
equação (13), temos:
Multiplicando, o numerador e denominador, dentro da integral por
     , temos:




Colocando       dentro da raiz, ficamos com:




A última igualdade de (16) e (17) resultam em:




Pode ser provado que essa relação é satisfeita por um movimento
plano, ou seja, que a partícula se move em um plano com o vetor
perpendicular a este plano. Podemos, portanto, mudar o nosso
sistema de coordenadas de forma que            . Então, a equação
(13) se torna:




Calculando agora a derivada parcial de   com relação à   a partir da
equação (19), temos:
Podemos juntar esse resultado com a segunda igualdade de (16), o
que nos conduz à equação abaixo que produz a forma da órbita:




Integrando a equação (20), chegaremos ao resultado já bem
conhecido para o movimento de uma partícula num potencial
central Newtoniano do tipo :



Onde é a excentricidade da órbita:




Outros parâmetros pertinentes da orbita são:


Onde é o semi-eixo maior da órbita (quando elíptica).
Lembremos que para uma partícula presa, a energia é negativa.



Onde   é o semi-eixo menor da órbita (quando elíptica).




Onde       é a distancia de maior aproximação. Por convenção, a
maior aproximação ocorre quando                      . Por isso,
temos a equação (24) dessa maneira.
Calculando agora a derivada parcial de com relação à a partir da
equação (19), temos:




Podemos juntar esse resultado com a primeira igualdade de (16), o
que nos conduz à em função de :
A solução para esta equação é bastante complicada e pode ser dada
em termos de funções de Bessel. O resultado é um movimento
harmônico com frequência média circular dada abaixo:

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Resolução da Lista 11 de FF-207: Equações de movimento em potencial central

  • 1. Resolução da Lista 11 de FF-207 01. Deduza a formulação equivalente a Hamilton-Jacobi usando uma transformação canônica do tipo 1. SOLUÇÃO: Com a formulação de Hamilton-Jacobi, queremos encontrar uma função geradora de uma transformação tal que as novas coordenadas canônicas, Q e P, sejam constantes no tempo. Isso não indica que o sistema analisado é estático. Suponhamos que essa função geradora seja escolhida de tal forma que a Kamiltoniana seja nula. Nessa circunstância, as equações da nova Hamiltoniana são trivialmente resolvidas, como mostrada abaixo: Então, procuremos por uma função geradora do tipo 1 (como manda o enunciado), . Da transformação canônica, temos que: Das equações (2) e (3), chegamos em: Denotando por , chamada de Função principal de Hamilton, temos: Essa EDP, comumente conhecida como Equação de Hamilton-Jacobi, é de primeira ordem nas (n+1) variáveis independentes . Consequentemente, a solução geral vai envolver (n+1) constantes de integração, . Pode-se notar, todavia, que ela só depende das derivadas parciais de com
  • 2. respeito à e . Logo, se for solução, , para alguma constante qualquer, também é. Por conta disso, qualquer solução, contendo os (n+1) parâmetros necessários, pode ser escrita da forma . Então, uma das constantes de integração, por exemplo, é meramente aditiva e pode ser descartada. Dessa forma, podemos escrever uma solução completa da equação (5) como: Onde são constantes independentes não meramente aditivas. Agora, podemos tomar essas constantes de integração como as novas coordenadas: Essa escolha não contradiz o fato de que as novas coordenadas estão conectadas com os valores iniciais de e no tempo . A equação (3) pode ser reescrita como: No instante , podemos analisar as constantes de integração em termos das condições iniciais do problema. Então, as outras equações de transformação, equações (4), podem ser reescritas como: Onde são constantes definidas pelas condições iniciais. Assim, fazendo , vemos que os novos momentos estão conectados com os valores iniciais de e . Podemos isolar a variável , na equação (7), em termos de : Resolvendo o problema em função do tempo e das condições iniciais. Depois, substitui o resultado na equação (6) para encontrar: As equações (8) e (9) são solução das equações de Hamilton. Podemos, com isso, perceber que a função principal de Hamilton é a função geradora da transformação canônica que deixa a Hamiltoniana nula e, portanto, os novos momentos e coordenadas constantes no tempo.
  • 3. 02. Suponha que a função característica de Hamilton é usada como função geradora de uma transformação canônica. Obtenha as equações de movimento. SOLUÇÃO: Vamos inicialmente supor que a Hamiltoniana não depende explicitamente de . Daí, a equação de Hamilton-Jacobi se torna: Então, será possível integrá-la, bastando fazer uma separação de variáveis na Função Principal de Hamilton (aqui tomada como uma função geradora do tipo 2). será dividida em duas partes, uma envolvendo somente o tempo e a outra somente , como mostrado abaixo: Onde a função é chamada de Função característica e são as constantes de integração. Substituindo diretamente (2) em (1), temos: Da equação (2), também temos: Agora, vamos considerar uma transformação em que os novos momentos são todos constantes de movimento , e onde é, em particular, a constante de movimento . Se a função geradora dessa transformação for denotada por , então as equações de transformação são:
  • 4. Enquanto essas equações se assemelham às equações (4) e (5), a condição agora determinando é que deve ser igual ao momento : Usando a equação (6) podemos chegar à seguinte EDP para : Que é idêntica à equação (3) encontrada anteriormente. Portanto, podemos concluir que se não dependendo do tempo explicitamente, o novo e o velho Hamiltonianos são iguais, e segue que . Então, a função gera uma transformação canônica em que todas as novas coordenadas são cíclicas. Então, as novas equações de movimento são: O que nos conduz a: 03. Completar o cálculo faltante na página da internet. SOLUÇÃO: Vamos usar a equação de Hamilton-Jacobi para derivar a fórmula analítica para o movimento de uma partícula num potencial central Newtoniano do tipo . Essa fórmula derivada pode então ser usada para comparar uma solução numérica aproximada com uma analítica, ou seja, uma solução exata para o problema. O problema é facilmente descrito em coordenadas esféricas . Nessas coordenadas, a Hamiltoniana assume a seguinte forma: Onde assumimos a constante Gravitacional e a massa da partícula .
  • 5. Tomando como função principal de Hamilton uma função geradora do tipo 2, temos: Substituindo diretamente (1) e (2) na equação (3), chegamos à equação de Hamilton-Jacobi correspondente a essa Hamiltoniana, mostrada abaixo: Como a Hamiltoniana não depende explicitamente de e , podemos usar um método que é comumente chamado de separação de variáveis, e escrever a solução procurada como: Onde C é uma constante. Segue de (5) que: Substituindo (6) dentro da equação (4), temos: Multiplicando por , chegamos em: Como os dois lados da expressão dependem de variáveis diferentes, a igualdade se dá somente se eles forem iguais a uma constante. Tomemos essa constante como : Utilizando a primeira igualdade da equação (8), temos:
  • 6. Utilizando a segunda igualdade da equação (8), temos: As equações (9) e (10) são EDO’s de primeira ordem que podem ser prontamente integradas. O que nos conduz a: Mas existem condições adicionais que a função S deve satisfazer. Neste caso: Onde são constantes e: Onde também são constantes. A equação (15) vem do fato ser uma função geradora do tipo 2, e as novas coordenadas e os novos momentos são constantes pois a Kamiltoniana é nula. Nesse caso, temos , e , e podemos fazer iguais a zero tal que a equação (15) resulta em: Calculando a derivada parcial de com relação à a partir da equação (13), temos:
  • 7. Multiplicando, o numerador e denominador, dentro da integral por , temos: Colocando dentro da raiz, ficamos com: A última igualdade de (16) e (17) resultam em: Pode ser provado que essa relação é satisfeita por um movimento plano, ou seja, que a partícula se move em um plano com o vetor perpendicular a este plano. Podemos, portanto, mudar o nosso sistema de coordenadas de forma que . Então, a equação (13) se torna: Calculando agora a derivada parcial de com relação à a partir da equação (19), temos:
  • 8. Podemos juntar esse resultado com a segunda igualdade de (16), o que nos conduz à equação abaixo que produz a forma da órbita: Integrando a equação (20), chegaremos ao resultado já bem conhecido para o movimento de uma partícula num potencial central Newtoniano do tipo : Onde é a excentricidade da órbita: Outros parâmetros pertinentes da orbita são: Onde é o semi-eixo maior da órbita (quando elíptica). Lembremos que para uma partícula presa, a energia é negativa. Onde é o semi-eixo menor da órbita (quando elíptica). Onde é a distancia de maior aproximação. Por convenção, a maior aproximação ocorre quando . Por isso, temos a equação (24) dessa maneira. Calculando agora a derivada parcial de com relação à a partir da equação (19), temos: Podemos juntar esse resultado com a primeira igualdade de (16), o que nos conduz à em função de :
  • 9. A solução para esta equação é bastante complicada e pode ser dada em termos de funções de Bessel. O resultado é um movimento harmônico com frequência média circular dada abaixo: