O documento descreve a Idade Média na Europa entre os séculos V e XV. Destaca que o século XI é considerado o "século das gêneses" na literatura francesa, com a criação de obras como a "Chanson de Roland". O século XII é visto como o auge da literatura medieval na França, com um grande renascimento. O texto também aborda características da sociedade medieval como o feudalismo, a economia rural e o poder da Igreja Católica.
Idade Média: A Poesia Trovadoresca na Formação de Portugal
1.
2. IDADE MÉDIA Séc. V ao XV
(Queda do Império romano do Ocidente – Idade
Moderna)
Século XI
É considerado o “séculos das gêneses”, na literatura – a primeira
canção de gesta “Chanson de Roland” (1.100), a primeira poesia
lírica, o primeiro drama litúrgico, indo além com a invenção a
primeira ogiva (1.093), do primeiro vitral, com o acontecimento do
primeiro torneio cavaleiresco e a primeira carta de liberdade de uma
comuna, todas criações francesas.
Importância do século XII
O século XII é considerado o século de ouro da literatura medieval
na França, é o século por excelência do grande renascimento
medieval.
3.
4. Portugal – processo de formação nacional
(1.139);
Feudalismo;
Economia ruralizada, enfraquecimento
comercial e sociedade hierarquizada;
As Cruzadas contribuíram para o renascimento
urbano e comercial a partir do século XIII;
Batalhas, entre católicos e muçulmanos,
duraram cerca de dois séculos, deixando milhares
de mortos e grande rastro de destruição;
A cultura está totalmente restrita a membros da
Igreja;
O clero estimulava as pessoas a acreditarem
que eram imperfeitas e inferiores e a buscar
redenção total na Igreja;
A vida do homem medieval era totalmente
norteada pelos valores religiosos e para a
Portugal – processo de formação nacional
(1.139);
Feudalismo;
Economia ruralizada, enfraquecimento
comercial e sociedade hierarquizada;
As Cruzadas contribuíram para o renascimento
urbano e comercial a partir do século XIII;
Batalhas, entre católicos e muçulmanos,
duraram cerca de dois séculos, deixando milhares
de mortos e grande rastro de destruição;
A cultura está totalmente restrita a membros da
Igreja;
O clero estimulava as pessoas a acreditarem
que eram imperfeitas e inferiores e a buscar
redenção total na Igreja;
A vida do homem medieval era totalmente
norteada pelos valores religiosos e para a
5. Igreja católica
“Os príncipes têm poder na terra, os
sacerdotes, sobre a alma. E assim como
a alma é mais valiosa que o corpo, assim
também mais valioso é o clero do que a
monarquia [...] Nenhum rei pode reinar
com acerto a menos que sirva
devotamente ao vigário de Cristo.”
Fala do papa Inocêncio III (1198-1216). In:
PERRY, Marvin. Civilização ocidental: uma história
Igreja católica
“Os príncipes têm poder na terra, os
sacerdotes, sobre a alma. E assim como
a alma é mais valiosa que o corpo, assim
também mais valioso é o clero do que a
monarquia [...] Nenhum rei pode reinar
com acerto a menos que sirva
devotamente ao vigário de Cristo.”
Fala do papa Inocêncio III (1198-1216). In:
PERRY, Marvin. Civilização ocidental: uma história
6. •Feudalismo : Suserano e
Vassalo.
•Teocentrismo: Deus como
centro do universo. (Deus
agente produtor do
conhecimento e o homem é
apenas o receptor desse
conhecimento).
11. Norte da França
Individualista
Influência civilização
romana
Organização mais
coesa
Direito de
primogenitura
(Feudo)
Igreja forte
Vassalo ligado ao
Suserano
Épico, guerreiro
Luta como tema capital
Allex – Terras Livres
Sul da França
Mulher – castelo centro de
convivência social
Mulher Santuário de inspiração
Feudo dividido entre os herdeiros
Igreja fraca
Neste contexto, surge o grande
tema o “AMOR” - alegria da paixão
amorosa
Joie d´amour
Amour Comblé - leal, inatingível e
sem recompensa
Dama sans merciNo século XIII (1209) Norte e Sul se unem.
12. Poesia no TrovadorismoPoesia no Trovadorismo
TROVADORESTROVADORES
Sempre escritaSempre escrita
por homenspor homens
LÍRICASLÍRICAS SATÍRICAS
De maldizerDe escárnioDe amigoDe amor
AcompanhadasAcompanhadas
por músicaspor músicas
16. A LÍRICA TROVADORESCA
Segismundo Spina (Presença da Literatura Portuguesa: Era
medieval)
Primeira época medieval: 1198 /1597 (Spina, 1985, p.
11)
Movimentos literários
Floração trovadoresca (Séc. XII – Séc. XIV)
A figura de Fernão Lopes - historiografia
A floração dos poetas palacianos (séc. XV e XVI)
Cancioneiro Geral de Resende (1516)
A personalidade dramática do Gil Vicente.
Floração trovadoresca
(jardins poéticos espalhados pela Europa - Spina, p.
13).
Movimento lírico do sul da frança - poesia provençal
(occitânica)
17. Os trovadores realizaram
uma grande descoberta,
talvez a mais importante de
todas as suas contribuições
para a arte poética, quando
perceberam que os
pássaros não cantam senão
na Primavera, mas que se
pode ser amoroso o ano
todo.
18. Cancioneiro da
Ajuda
Com 310 cantigas,
quase todas de amor.
Esse é o mais velho
cancioneiro, reunido no
reinado de D. Afonso
III. É o único que
remota a época
trovadoresca.
Cancioneiro da
Ajuda
Com 310 cantigas,
quase todas de amor.
Esse é o mais velho
cancioneiro, reunido no
reinado de D. Afonso
III. É o único que
remota a época
trovadoresca.
O Cancioneiro da Vaticana
Com 1.205 cantigas de variados
autores, mas todas com as
quatro modalidades, (amor,
amigo, escárnio e maldizer),
incluindo 138 cantigas de D.
Diniz, que era considerado o Rei-
trovador.
O Cancioneiro da Vaticana
Com 1.205 cantigas de variados
autores, mas todas com as
quatro modalidades, (amor,
amigo, escárnio e maldizer),
incluindo 138 cantigas de D.
Diniz, que era considerado o Rei-
trovador.
Cancioneiro da Biblioteca
Nacional
Com 1.647 cantigas de todas as
modalidades. O Cancioneiro
também é chamado de Calocci-
Brancutti em homenagem aos
seus dois possuidores italianos.
Cancioneiro da Biblioteca
Nacional
Com 1.647 cantigas de todas as
modalidades. O Cancioneiro
também é chamado de Calocci-
Brancutti em homenagem aos
seus dois possuidores italianos.
O Pergaminho Sharrer foi encontrado
nos arquivos da Torre do Tombo, em
Lisboa, em 1990, pelo professor Harvey
Leo Sharrer. É um fragmento de uma obra
maior, talvez do Livro das Trovas de Dom
Dinis, um livro de música monográfico
contendo composições de Don Denis I,
Rei de Portugal. O pergaminho foi escrito
nas cortes reais no final do século 13 ou
no início de 14.
19. O amor cortês
O cavaleiro devia mostrar-se delicado e tímido em frente da
sua amada. O código de cavalaria integra, também, um
código de amor, um conjunto de regras que dizem quem e
como se deve amar. O amor cortês é essencialmente
espiritual. Para conquistar a sua amada, o cavaleiro nobre
devia ser virtuoso, paciente, elegante no vestir, bem-
humorado, respeitoso perante as mulheres, enquanto a dama,
bela e pudica, deveria alimentar o seu amor com gestos
comedidos. A poesia trovadoresca – tipo de poesia amorosa
nascida no Sul de França – teve uma importância decisiva na
propagação do ideal do amor cortês.
O amor foi, pois, uma componente essencial da sociabilidade
cortesã e da cultura erudita da Idade Média.
O amor cortês
O cavaleiro devia mostrar-se delicado e tímido em frente da
sua amada. O código de cavalaria integra, também, um
código de amor, um conjunto de regras que dizem quem e
como se deve amar. O amor cortês é essencialmente
espiritual. Para conquistar a sua amada, o cavaleiro nobre
devia ser virtuoso, paciente, elegante no vestir, bem-
humorado, respeitoso perante as mulheres, enquanto a dama,
bela e pudica, deveria alimentar o seu amor com gestos
comedidos. A poesia trovadoresca – tipo de poesia amorosa
nascida no Sul de França – teve uma importância decisiva na
propagação do ideal do amor cortês.
O amor foi, pois, uma componente essencial da sociabilidade
cortesã e da cultura erudita da Idade Média.
20. Poesia provençal
A submissão absoluta à sua dama;
Uma vassalagem humilde e paciente;
Uma promessa de honrá-la e servi-la com fidelidade;
O uso do senhal (pseudônimo poético);
A mesura , a prudência, a moderação, a fim de não abalar a
reputação da dama;
A mulher excede a todas do mundo em formosura;
Por ela o trovador despreza todos os títulos, todas as
riquezas e a posse de todos os impérios;
O desprezo dos intrigantes da vida amorosa;
A presença de confidentes da tragédia amorosa.
21. Características das cantigas
Língua galego-português;
Tradição oral e coletiva;
Poesia cantada e acompanhada
por instrumentos musicais;
colecionada em cancioneiros
Autores trovadores;
Intérpretes: jograis, segréis e
menestréis;
Gêneros: lírico e satírico.
Características das cantigas
Língua galego-português;
Tradição oral e coletiva;
Poesia cantada e acompanhada
por instrumentos musicais;
colecionada em cancioneiros
Autores trovadores;
Intérpretes: jograis, segréis e
menestréis;
Gêneros: lírico e satírico.
22. As cantigas podem ser classificadas em:
Gênero lírico:
Cantigas de Amigo
Cantigas de Amor
Gênero satírico:
Cantigas de Escárnio
Cantigas de Mal-dizer
As cantigas podem ser classificadas em:
Gênero lírico:
Cantigas de Amigo
Cantigas de Amor
Gênero satírico:
Cantigas de Escárnio
Cantigas de Mal-dizer
23. Trovadorismo (Século XII ao XIV)
Foi a primeira manifestação literária da língua
portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade
Média, período em que Portugal estava no processo de
formação nacional..
O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da
Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da
Garvaia”) composta por Paio Soares de Taveirós para a
Sra. Maria Paes Ribeiro (a Ribeirinha). Esta fase da
literatura portuguesa vai até o ano de 1418, com a
nomeação de Fernão Lopes como guarda-mor da Torre
do Tombo.
24.
25. Cantigas de amor
Neste tipo de cantiga o trovador destaca
todas as qualidades da mulher amada,
colocando-se numa posição inferior (de
vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor
não correspondido (COITA). As cantigas de
amor reproduzem o sistema hierárquico da
época do feudalismo, pois o trovador passa a
ser o vassalo da amada (suserana) e espera
receber um benefício em troca de seus
“serviços” (as trovas, o amor dispensado,
sofrimento pelo amor não correspondido).
Linguagem ousada com o objetivo de
conquistar.
26. Martin Soares (canção d´amor)
Senhor fremosa, pois me non queredes
creer a coita'n que me ten Amor, (a)
por meu mal é que tan bem parecedes (b)
e por meu mal vos filhei por senhor, (c)
e por meu mal tan muito ben oí (d)
dizer de vós, e por meu mal vos vi: (e)
pois meu mal é quanto ben vós havedes. (f)
E pois vos vós da coita non nembrades (a)
nen do afán que mi o Amor faz sofrer,
por meu mal vivo máis ca vós cuidades, (b)
e por meu mal me fezo Deus nacer (c)
e por meu mal mon morrí u cuidei
como vos viss', e por meu mal fiquei (d)
vivo, pois vós por meu mal ren non dades.
(e)
Desta coita en que me vós tẽedes,
en que hoj'eu vivo tan sen sabor,
que farei eu, pois mi a vós non creedes? (a)
Que farei eu, cativo pecador?
Que farei eu, vivendo sempre assí?
Que farei eu, que mal día nací?
Que farei eu, pois me vós non valedes? (b)
E pois que Deus non quer que me valhades
nen me queirades mia coita creer, (a)
que farei eu? Por Deus, que mi o digades!
Que farei eu, se logo non morrer?
Que farei eu se máis a viver hei? (b)
Que farei eu, que conselh'i non hei? (c)
Que farei eu, que vós desemparades? (d)
(CV 46)
Cobra 1
(a)a mulher não quer acreditar no sofrimento que o
amor causa ao poeta;
(b)a beleza incomparável da mulher;
(d) o dia que ouvir alguém falar bem a seu respeito;
(e)o dia em que a viu;
(f)Todos os bens físicos e morais da mulher, que
contribuem para recrudescer a ruína do poeta.
Cobra II
(b) o amante vive a revelia da própria vida;
(c) Deus é responsável pelo nascimento e pelo seu
mal;
(d) Por infelicidade não morreu no dia em que a
conheceu;
(e) A mulher não dá a mínima importância ao drama
do poeta;
Cobra III
(a)Que fará o poeta sem o amor correspondido;
(b)o trovador reflete sobre a inanidade da vida.
Cobra IV
Momento de recuperação do trovador
(b) O que fará na terra sem o amor?
(c) a vida perdeu o sentido, o que fazer?
27. Cantiga de Amor de Don Dinis, Cantiga de mestria
https://www.youtube.com/watch?v=CkzqAH8y0uY
O que vos nunca cuidei a dizer
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer,
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabedes bem que d'outra senhor
que eu nom havia pavor nem hei.
E tod'aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei,
e desi por vos dar a entender
que por outra morria de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.
E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que hei-de viver,
que nenhum prazer nunca veerei;
e porque sõo desto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo terrei. (CBN 526/ CV 183)
Cantiga de Amor de Don Dinis, Cantiga de mestria
https://www.youtube.com/watch?v=CkzqAH8y0uY
O que vos nunca cuidei a dizer
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer,
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabedes bem que d'outra senhor
que eu nom havia pavor nem hei.
E tod'aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei,
e desi por vos dar a entender
que por outra morria de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.
E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que hei-de viver,
que nenhum prazer nunca veerei;
e porque sõo desto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo terrei. (CBN 526/ CV 183)
28. Cantigas de amigo
Enquanto nas Cantigas de Amor
o eu-lírico é um homem, nas
Cantigas de Amigo é uma mulher
(embora os escritores fossem
homens). A palavra amigo nestas
cantigas tem o significado de
namorado. O tema principal é a
lamentação da mulher pela falta
do amado.
29. .
Diferenças entre as Cantigas de Amor e Cantigas
de Amigo
Cantigas de Amigo
Influência da tradição oral
ibérica;
Eu lírico feminino;
Indireta (fala com um
confidente);
Assunto: saudade do ser
amado, ausência;
Ambientação popular, rural
e urbana
Linguagem recatada;
Presença de paralelismo.
Cantigas de Amigo
Influência da tradição oral
ibérica;
Eu lírico feminino;
Indireta (fala com um
confidente);
Assunto: saudade do ser
amado, ausência;
Ambientação popular, rural
e urbana
Linguagem recatada;
Presença de paralelismo.
Cantigas de Amor
Forte influência provençal;
Eu lírico masculino;
Direta (conversa com a
amada);
Assunto: sofrimento pelo
amor; não correspondido
(coita);
Ambientação aristocrática ;
Linguagem ousada;
Ausência do paralelismo.
Cantigas de Amor
Forte influência provençal;
Eu lírico masculino;
Direta (conversa com a
amada);
Assunto: sofrimento pelo
amor; não correspondido
(coita);
Ambientação aristocrática ;
Linguagem ousada;
Ausência do paralelismo.
34. Os Goliardos
Gouliard - do francês ave de arribação.
União de Golias (grupo de vagabundos e
tabernários que formavam uma tribo)-
Bispo Golias – patrono dos estudantes
ou o gigante bíblico Goliat)
Século XI – a superpopulação da
classe clerical, a crise das prebendas e o
rigor da ordem monástica criaram uma
legião de frades sem emprego, fugitivos,
que vieram, em êxodo, para o ambiente
secular das ruas e das praças, viver uma
vida fácil de boêmia tabernática e
romântica. (cf. Spina).
Clérico que levava vida irregular.
“Goliath” (gens Goliae) como
representação bíblica do diabo, em
alusão ao comportamento irreverente.
Gens Goliae ou família Goliae –
35. CARMINA BURANA (Canções da Baviera)
Em meados de 1803, um rolo de pergaminho com cerca de duzentos
poemas e canções medievais, foi encontrado na biblioteca da antiga
Abadia de Menediktbeuern, na Alta Baviera. Havia poemas dos
monges e dos eruditos viajantes em latim medieval; versos no
vernáculo do alemão da Alta Idade Média, e pinceladas de frâncico.
O erudito de dialetos da Baviera, Johann Andreas Schmeller, editou a
coleção em 1847, sob o título de Carmina Burana. Carl Orff, filho de
uma antiga família de eruditos e militares de Munique, ainda muito
novo familiarizou-se com esse códice de poesia medieval. Ele
arranjou alguns dos poemas em um “happening” – as “Cantiones
profane contoribus et choris cantandae comitantibus instrumnetis at
que imaginibus magics”- (canções seculares para solistas e coros,
acompanhados por instrumentos de imagens mágicas). A obra já é
vista no sentido do teatro musical de Orff, como um lugar de magia,
da busca de cultos e símbolos.
Disponível em: http://www.das.ufsc.br/~sumar/perfumaria/Carmina_Burana/carmina_burana.htm
36. CARMINA MURANA
O códex é subdividido em seis partes:
-Carmina moralia et satirica (1-55), de
caráter satírico e moral;-Carmina veris et
amoris (56-186), cantos primaveris e de
amor;
-Carmina lusorum et potatorum (187-228),
cantos orgiásticos e festivos;
-Carmina divina, de conteúdo moralístico-
sacro (parte que provavelmente foi
adicionada já no início do século XIV).
-Ludi, jogos religiosos.
-Supplementum, suplemento com diferentes
37. Carmina Burana
Madeiras - três flautas, 2 flautins, 3 oboés, corne inglês,
4 clarinetes, clarinete baixo, 2 fagotes, contrafagote.
Metais: 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones e tuba.
Percussão: tímpanos, glockenspiel, xilofone,
castanholas, diversos tipos de pequenos sinos, sinos
tubulares, diversos tipos de gongos, gongo suspenso,
matraca, triângulo, tam-tam, tamborim, diversos tipos de
tambores, um grande tambor baixo, celesta e dois pianos.
38. A roda da fortuna, no
codex dos Carmina
Burana.
39. Carmina Burana - O Fortuna, Imperatrix Mundi
(Fortuna imperatriz do mundo)
O Fortuna, Ó Sorte,
Velut Luna És como a Lua
Statu variabilis, Mutável,
Semper crescis Sempre aumentas
Aut decrescis; Ou diminuis;
Vita detestabilis A detestável vida
Nunc obdurat Ora oprime
Et tunc curat E ora cura
Ludo mentis aciem, Para brincar com mente;
Egestatem, Miséria,
Potestatem Poder,
Dissolvit ut glaciem. Ela os funde como gelo.
Sors immanis Sorte imensa
Et inanis, E vazia,
Rota tu volubilis Tu, roda volúvel
Status malus, És má,
Vana salus Vã é a felicidade
Semper dissolubilis, Sempre dissolúvel,
40. Cont.
Obumbrata Nebulosa
Et velata E velada
Michi quoque niteris; Também a mim contagias;
Nunc per ludum Agora por brincadeira
Dorsum nudum O dorso nu
Fero tui sceleris. Entrego à tua
perversidade.
Sors salutis A sorte na saúde
Et virtutis E virtude
Michi nunc contraria Agora me é contrária.
Est affectus Dá
Et defectus E tira
Semper in angaria. Mantendo sempre
escravizado
Hac in hora Nesta hora
Sine mora Sem demora
Corde pulsum tangite; Tange a corda vibrante;
Quod per sortem Porque a sorte
Sternit fortem, Abate o forte,
Mecum omnes plangite! Chorai todos comigo!
41. enchendo X encolhendo
pobreza X riqueza
vida X morte
derretes X congelas
benfazeja X malfazeja
sorte X azar
opulento X pulguento
42. 1. Omittamus studia,
dulce est desipere,
et carpamus dulcia
juventutis tenere!
Res est apta senectuti
Seriis intendere.
Velox etas preterit
studio detenta,
lascivire suggerit
tenera juventa.
2. Ver etatis labitur,
hiems nostra properat,
hita damnun patitur
hura carnem macerat.
Sanguis aret,
hebet,pectus,
minantur gaudia,
mos deterret iam
senectus,
morborum familia.
3. Imitemur superos!
Digna sententia,
et amoris teneros
iam venantur retia
Voto nostro serviamus!
Mos est numinum:
Ad plateas
descendamus
Poesia dos Goliardos
1. Deixemos os estudos, a insensatez é um
prazer; e colhamos os frutos gostosos da
doce juventude! Aplicar-se às coisas sérias
é tarefa própria da velhice.
Corre a idade celeremente, a idade dos
estudos, e a mocidade tenra nos convida ao
gozo.
2. A primavera da vida flui, o nosso inverno
aproxima-se, a vida já entra em declínio, as
preocupações maceram a carne; o sangue
seca, o peito enlanguesce, os prazeres
extinguem-se, a velhice já nos espreita com
seu rosário de males.
3. Imitemos os deuses – que é o melhor dos
desígnios; e que as malhas do amor se
apoderem dos jovens; sirvamos aos nossos
Poesia dos Goliardos
1. Deixemos os estudos, a insensatez é um
prazer; e colhamos os frutos gostosos da
doce juventude! Aplicar-se às coisas sérias
é tarefa própria da velhice.
Corre a idade celeremente, a idade dos
estudos, e a mocidade tenra nos convida ao
gozo.
2. A primavera da vida flui, o nosso inverno
aproxima-se, a vida já entra em declínio, as
preocupações maceram a carne; o sangue
seca, o peito enlanguesce, os prazeres
extinguem-se, a velhice já nos espreita com
seu rosário de males.
3. Imitemos os deuses – que é o melhor dos
desígnios; e que as malhas do amor se
apoderem dos jovens; sirvamos aos nossos
43.
44. Dom Dinis
-Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
Ai, flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pos
comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado
aquel que mentiu do que mi ha
jurado!
Ai Deus, e u é?
-Vós me preguntades polo voss'amigo,
e eu ben vos digo que é san'e vivo.
Ai Deus, e u é?
Vós me preguntades polo voss'amado,
e eu ben vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é san'e vivo
e seerá vosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é viv'e sano
e seerá vosc'ant'o prazo passado.
Ai Deus, e u é?
CBN 568/ CV 171
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?
v=FPJ61GqOfCA
45. Cantiga de amigo (rei português D. Sancho I –
1154-1211)
Ai eu coitada!
como vivo en gran cuidado
por meu amigo
que hei alongado;
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
Ai eu coitada!
Como vivo en gran desejo
por meu amigo
que tarda e non vejo!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
Disponível em: http://albalittera.blogspot.com.br/2012/12/ai-eu-coitada-como-vivo-em-gram-
cuidado.html
Cantiga de amigo (rei português D. Sancho I –
1154-1211)
Ai eu coitada!
como vivo en gran cuidado
por meu amigo
que hei alongado;
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
Ai eu coitada!
Como vivo en gran desejo
por meu amigo
que tarda e non vejo!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!
Disponível em: http://albalittera.blogspot.com.br/2012/12/ai-eu-coitada-como-vivo-em-gram-
cuidado.html
46. Cantiga de amigo
https://www.youtube.com/watch?v=Q_1EDSpz-fE&list=PL38E7D45DA399B444&index=1
Mia irmana fremosa, treides comigo
a la igreja de Vigo , u é o mar salido,
e miraremos las ondas.
Mia irmana fremosa, treides de grado
a la igreja de Vigo , u é o mar levado,
e miraremo-las ondas.
A la igreja de Vigo , u é o mar salido,
e verrá i, mia madre, o meu amigo
e miraremo las ondas.
A la igreja de Vigo , u é o mar levado,
e verrá i, mia madre, o meu amado
e miraremo-las ondas
Cantiga de amigo – Martim Codax - Cancioneiro Biblioteca Nacional
(1280)
47. PERO VIVIAEZ
Cantiga de romaria
(?)
Pois nossas madres van a San
Simón
de Val de Prados candeas
queimar, (b)
nós, as meninhas, punhemos
d'andar (a)
con nossas madres, e elas entón
queimen candeas por nós e
por si,
e nós, meninhas,
bailaremos i. (c)
Nossos amigos todos lá irán (d)
por nos veer e andaremos nós
bailand'ant'eles, fremosas, en cos,
e nossas madres, pois que alá
van,
queimen candeas por nós e
por si,
e nós, meninhas,
bailaremos i.
PERO VIVIAEZ
Cantiga de romaria
(?)
Pois nossas madres van a San
Simón
de Val de Prados candeas
queimar, (b)
nós, as meninhas, punhemos
d'andar (a)
con nossas madres, e elas entón
queimen candeas por nós e
por si,
e nós, meninhas,
bailaremos i. (c)
Nossos amigos todos lá irán (d)
por nos veer e andaremos nós
bailand'ant'eles, fremosas, en cos,
e nossas madres, pois que alá
van,
queimen candeas por nós e
por si,
e nós, meninhas,
bailaremos i.
a) Eu lírico feminino: “nós, as
meninas”
b) A carolice das mães que vão ao
santuário fazer promessas
(fanatismo religioso);
c) Refrão - Devoção superficial e
indiferente das meninas;
d) “nossos amigos” – namorados.
Cousir: observar, admirar.
A peregrinação é apenas pretexto ou
cenário do desenvolvimento da
temática amororosa e profana.
a) Eu lírico feminino: “nós, as
meninas”
b) A carolice das mães que vão ao
santuário fazer promessas
(fanatismo religioso);
c) Refrão - Devoção superficial e
indiferente das meninas;
d) “nossos amigos” – namorados.
Cousir: observar, admirar.
A peregrinação é apenas pretexto ou
cenário do desenvolvimento da
temática amororosa e profana.
Forma: cantiga de refrão,
em três coplas singulares
de decassílabos agudos, de
rima consoante.
Esquema rimático:
abbaCC; a rima é
interpolada (Simón/entón);
também é emparelhada
nas quadras
(queimar/andar) e no refrão
Forma: cantiga de refrão,
em três coplas singulares
de decassílabos agudos, de
rima consoante.
Esquema rimático:
abbaCC; a rima é
interpolada (Simón/entón);
também é emparelhada
nas quadras
(queimar/andar) e no refrão
48. LOURENÇO ,Jogral
Tres moças cantavan d'amor,
mui fremosinhas pastores,
mui coitadas dos amores.
E diss'end'ũa, mia senhor:
«Dized', amigas, comigo
o cantar do meu
amigo».
Todas tres cantavan mui ben,
come moças namoradas
e dos amores coitadas.
E diss'a por que perço o sén:
«Dized', amigas, comigo
o cantar do meu
amigo».
Que gran sabor eu havía
de as oír cantar entón!
E prougue-mi de coraçón
quanto mia senhor dizía:
«Dized', amigas, comigo
o cantar do meu
amigo».
E se as eu máis oísse
a que gran sabor estava!
E que muito me pagava
de como mia senhor disse:
«Dized', amigas, comigo
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?
Quatro estrofes acompanhadas por
um refrão dístico.
Redondilha maior (versos
heptassílabos). Traço de musicalidade.
“Mia senhor” - no entanto, trata-se de
uma mulher comum.
Quatro estrofes acompanhadas por
um refrão dístico.
Redondilha maior (versos
heptassílabos). Traço de musicalidade.
“Mia senhor” - no entanto, trata-se de
uma mulher comum.
49. Airas Nunez ( Bailada ou
bailia)
Bailemos nós ja todas tres, ai amigas,
so aquestas avelaneiras frolidas
e quen for velida, como nós, velidas,
se amigo amar,
so aquestas avelaneiras frolidas
verrá bailar.
Bailemos nós ja todas tres, ai irmanas,
so aqueste ramo destas avelanas
e quen for louçana, como nós,
louçanas
se amig'amar,
so aqueste ramo destas avelanas
verrá bailar.
Por Deus, ai amigas, mentr'al non
fazemos,
so aqueste ramo frolido bailemos
e quen ben parecer, como nós
parecemos,
Eu lírico participa de uma
dança.
Convida as amigas (irmãs).
3 cobras (estrofes).
Eu lírico participa de uma
dança.
Convida as amigas (irmãs).
3 cobras (estrofes).
Disponível:
https://www.youtube.com/watch?v=nSyO6gb3iPY
Disponível:
https://www.youtube.com/watch?v=nSyO6gb3iPY
50.
51. Martim Soares
Mal conselhado que fui, mia senhor,
quando vos fui primeiro conhocer!
ca nunca pudi gram coita perder,
nen perderei já, mentre vivo for;
nen viss'eu vós, nem quem mi o conselhou,
nen viss'aquel que me vos amostrou,
nen viss'o dia 'm que vos fui veer!
Ca des enton me fez o voss'amor
na mui gran coita 'm que vivo viver;
e, por mi a non leixar escaecer
e mi a fazer cada dia maior,
faz-me, senhor, em vós sempre cuidar
e faz-mi a Deus por mia morte rogar
e faz a vós a min gran mal fazer.
E quem se fez de min conselhador
que eu viss'o vosso bom parecer,
a quant'eu posso de vós entender,
de mia morte houve, e de meu mal, sabor;
e, mal pecado!, non moir'eu por en,
nen moiro, porque seria meu bem,
nen moiro, porque queria morrer.
E porque mi seria mui melhor
morte ca mais esta coita sofrer,
pois non mi-a prol de vo-la eu dizer,
nen vos faz outrem por mim sabedor,
nen mi val ren de queixar-m'end'assi,
nen me val coita que por vós sofri,
Nen mi val Deus, nen me poss'eu valer.
Pero, entanto com'eu vivo for,
queixar-m'-ei sempre de vós e d'Amor,
pois conselh'outro nom poss'i prender.
Ver amada, perde a liberdade (olhar/coração), amaldiçoa o
momento que viu a dama;
Supressão da liberdade;
Desejo de morte;
“cuidar” viver profundamente o drama passional.
Ver amada, perde a liberdade (olhar/coração), amaldiçoa o
momento que viu a dama;
Supressão da liberdade;
Desejo de morte;
“cuidar” viver profundamente o drama passional.
52. JOÃO GARCIA DE GUILHADE –
Cantiga de amor
(PRIMEIRA METADA DO SÉCULO XIII)
Estes meus olhos nunca perderán,
senhor, gran coita, mentr'eu vivo for.
E direi-vos, fremosa mia senhor,
destes meus olhos a coita que han:
choran e cegan quand'alguén
non veen,
e ora cegan per alguén que veen.
Guisado tẽen de nunca perder
meus olhos coita e meu coraçón.
E estas coitas, senhor, minhas son;
mais-los meus olhos, per alguén veer,
choran e cegan quand'alguén
non veen,
e ora cegan per alguén que veen.
E nunca ja poderei haver ben,
pois que Amor ja non quer, nen quer
Deus.
Mais os cativos destes olhos meus
Esta cantiga é de amor, como já visto, o eu
lírico sofre pelo amor impossível de sua
amada (senhora) que é da alta estirpe e ele
um fidalgo decaído.
Percebe-se que a falta deste amor o levará
um sofrimento tão grande, que o deixará
cego, pois se não pode idealizar este amor,
mais nada o interessa.
O eu lírico utiliza-se essas escolhas lexicais
“choran” e “cegan” para mostrar a dor
profunda deste amor.
Nas escolhas estéticas, percebemos que
contém cobras ( versos) e estribilho ( refrão)
“e ora cegan per alguén que veen”,
podemos constatar que esta cantiga é de
Refrão.
http://literatura-trovadorismo.blogspot.com.br/2012/04/normal-0-21-
false-false-false-pt-br-x.html
Esta cantiga é de amor, como já visto, o eu
lírico sofre pelo amor impossível de sua
amada (senhora) que é da alta estirpe e ele
um fidalgo decaído.
Percebe-se que a falta deste amor o levará
um sofrimento tão grande, que o deixará
cego, pois se não pode idealizar este amor,
mais nada o interessa.
O eu lírico utiliza-se essas escolhas lexicais
“choran” e “cegan” para mostrar a dor
profunda deste amor.
Nas escolhas estéticas, percebemos que
contém cobras ( versos) e estribilho ( refrão)
“e ora cegan per alguén que veen”,
podemos constatar que esta cantiga é de
Refrão.
http://literatura-trovadorismo.blogspot.com.br/2012/04/normal-0-21-
false-false-false-pt-br-x.html
53. PAI GOMEZ CHARINHO (1225-1295)
Muitos dizen con gran coita d'amor
que querrían morrer, e que assí
perderían coitas; mais eu de mí
quero dizer verdad'a mia senhor:
quería-me lh-eu mui gran ben querer,
mais non quería por ela morrer,
como outros morreron; e, que prol ten?
Ca des que morrer non a veerei
nen bõo serviço nunca lhi farei.
Por end', a senhor que eu quero ben
quería-melh'eu mui gran ben querer,
mais non quería por ela morrer,
com'outros morreron no mundo ja,
que depois nunca poderon servir
as por que morreron, nen lhis pedir
ren. Por end', esta que m'estas coitas dá
quería-me-lh'eu mui gran ben querer,
mais non quería por ela morrer,
Ca nunca lhi tan ben posso fazer
serviço morto, como se viver. CBN 809 /
Poética do
convencionalismo
amoroso: o morrer d’
amor
Poética do
convencionalismo
amoroso: o morrer d’
amor
54. Pero de Armea
Muitos me veen preguntar,
senhor, que lhis diga eu quen
esta dona que quero bem;
e con pavor de vos pesar
non lhis ouso dizer per ren,
senhor, que vos eu quero ben.
Pero punham de m'apartar,
se poderan de mi saber
por qual dona quer'eu morrer;
e eu, por vos non assanhar,
non lhis ouso dizer per ren,
senhor, que vos eu quero ben.
E, porque me veen chorar
d'amor, queren saber de mi
por qual dona moir'eu assi;
e eu, senhor, por vos negar,
non lhis ouso dizer por mi
per ren que por vós moir'assi. (CV
677/CCB 1085)
Pero de Armea
Muitos me veen preguntar,
senhor, que lhis diga eu quen
esta dona que quero bem;
e con pavor de vos pesar
non lhis ouso dizer per ren,
senhor, que vos eu quero ben.
Pero punham de m'apartar,
se poderan de mi saber
por qual dona quer'eu morrer;
e eu, por vos non assanhar,
non lhis ouso dizer per ren,
senhor, que vos eu quero ben.
E, porque me veen chorar
d'amor, queren saber de mi
por qual dona moir'eu assi;
e eu, senhor, por vos negar,
non lhis ouso dizer por mi
per ren que por vós moir'assi. (CV
677/CCB 1085)
Amor-segredoAmor-segredo
55. Dom Dinis( 1261/1325)
Proençaes soen mui ben
trobar
e dizen eles que é con amor;
mais os que troban no tempo
da frol
e non en outro, sei eu ben que
non
an tan gran coita no seu
coraçon
qual m'eu por mha senhor
vejo levar.
Pero que troban e saben loar
sas senhores o mais e o
melhor
que eles poden, soõ sabedor
que os que troban quand'a frol
sazon
á, e non ante, se Deus mi
perdon,
non an tal coita qual eu ei sen
Dom Dinis( 1261/1325)
Proençaes soen mui ben
trobar
e dizen eles que é con amor;
mais os que troban no tempo
da frol
e non en outro, sei eu ben que
non
an tan gran coita no seu
coraçon
qual m'eu por mha senhor
vejo levar.
Pero que troban e saben loar
sas senhores o mais e o
melhor
que eles poden, soõ sabedor
que os que troban quand'a frol
sazon
á, e non ante, se Deus mi
perdon,
non an tal coita qual eu ei sen
Os provençais que bem sabem
trovar!
e dizem eles que trovam com
amor,
mas os que cantam na estação
da flor
e nunca antes, jamais no coração
semelhante tristeza sentirão
qual por minha senhora ando a
levar.
Muito bem trovam! Que bem
sabem louvar
as suas bem-amadas! Com que
ardor
os provençais lhes tecem um
louvor!
mas os que trovam durante a
estação
da flor e nunca antes, sei que
não
Os provençais que bem sabem
trovar!
e dizem eles que trovam com
amor,
mas os que cantam na estação
da flor
e nunca antes, jamais no coração
semelhante tristeza sentirão
qual por minha senhora ando a
levar.
Muito bem trovam! Que bem
sabem louvar
as suas bem-amadas! Com que
ardor
os provençais lhes tecem um
louvor!
mas os que trovam durante a
estação
da flor e nunca antes, sei que
não
56. Canção do mar
(Frederico de Britto / Ferrer Trindade) Voz de Dulce Pontes - CD
Lágrimas
Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo.
Vem saber
Se o mar terá razão
Vem cá ver
Bailar meu coração.
Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=v_2fyB4dj4U
Canção do mar
(Frederico de Britto / Ferrer Trindade) Voz de Dulce Pontes - CD
Lágrimas
Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo.
Vem saber
Se o mar terá razão
Vem cá ver
Bailar meu coração.
Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=v_2fyB4dj4U
57. GENTE QUE VEM DE LISBOA/PEIXINHOS DO MAR
(tradicional – Pena Branca e Xavantinho)
Gente que vem de Lisboa
Gente que vem pelo mar
Laço de fita amarela
Na ponta da vela
No meio do mar
Ei nós, que viemos
De outras terras, de outro mar
Temos pólvora, chumbo e bala
Nós queremos é guerrear
Quem me ensinou a nadar
Quem me ensinou a nadar
Foi, foi marinheiro
Foi os peixinhos do mar
Ei nós, que viemos
De outras terras, de outro mar
Temos pólvora, chumbo e bala
Nós queremos é guerrear
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9vC-
kMWV1e0
58. Saudade Senhora Dona
Chico César
Se saudade matasse senhora
dona
vaqueiro haverá ter falecido
(bis)
Olhos gotejando aos borbotões
que nem barranca do São
Francisco
em tempo invernoso
Era de cortar coração senhora
dona
era de torar a prima
na parte melhor da cantiga
Ai amiga ...
Amiga prisioneira daquele
castelo
Eu amigo mal amanhado avistei
(bis)
Galopando eu vim
Pinotei da sela feito um cururu têi têi
Dei garra do laço
E a torre do castelo lacei
Ai minha amada, era de fumaça era de
loção
Era u'a rês mansinha, um bicho de
criação
A torre era um carneiro enjeitado
Daqueles rebanhos que pastam no céu
A torre tremia, tinha tanto medo
que pediu perdão
coração piedoso de donzela
Perdoava antes do pedido
E se saudade matasse senhora dona
Vaqueiro haveria ter falecido (bis)
59. Céu Da Mouraria
CD Madredeus
Quando Lisboa acordar
Do sono antigo que é seu,
Hei-de ser eu a cantar,
Que eu tenho um recado só meu.
Céu da Mouraria... ouve,
Vai chegar o dia novo!
E o sol, das madrugadas todas,
Névoa de um povo a sonhar,
Os teus mistérios, Lisboa,
São, as pombas que ainda há...
Disponível: https://www.youtube.com/watch?
v=SzHHsbJ_LyM
Céu Da Mouraria
CD Madredeus
Quando Lisboa acordar
Do sono antigo que é seu,
Hei-de ser eu a cantar,
Que eu tenho um recado só meu.
Céu da Mouraria... ouve,
Vai chegar o dia novo!
E o sol, das madrugadas todas,
Névoa de um povo a sonhar,
Os teus mistérios, Lisboa,
São, as pombas que ainda há...
Disponível: https://www.youtube.com/watch?
v=SzHHsbJ_LyM
60. Os senhores da guerra
Madredeus – O espírito da paz
La fora estão os senhores da guerra
E cantam já hinos de vitória
Qual é a historia desta terra?
É o medo, ali mesmo
Cá dentro estão os homens a espera
Unidos no destino da terra
Já não há memória, de paz na terra
É o medo, ali mesmo
Ó terra, Mais um dia a nascer
Ai, é menos um dia a morrer
É tão pouca a gloria duma guerra
E os os homens que as fazem sem vitorias
Já não há memória, de paz na terra
É o medo, ali mesmo
Os senhores da guerra
Madredeus – O espírito da paz
La fora estão os senhores da guerra
E cantam já hinos de vitória
Qual é a historia desta terra?
É o medo, ali mesmo
Cá dentro estão os homens a espera
Unidos no destino da terra
Já não há memória, de paz na terra
É o medo, ali mesmo
Ó terra, Mais um dia a nascer
Ai, é menos um dia a morrer
É tão pouca a gloria duma guerra
E os os homens que as fazem sem vitorias
Já não há memória, de paz na terra
É o medo, ali mesmo
Madredeus: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bwEWOvDf4GQ
Moonspell – disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mqyyeI0b29Q
61. FADO TROPICAL
Chico Buarque – Ruy Guerra (1972-1973)
Oh, musa do meu fado Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado No primeiro abril
Mas não sê tão ingrata Não esquece quem te amou
E em tua densa mata Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo
(além da sífilis, é claro)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar,
trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora...“
Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do Alentejo
De quem numa bravata
Arrebato um beijo
62. Cont. Fado tropical
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadura à proa
Mas o meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa"
63. Parte final do Fado tropical
Guitarras e sanfonas,
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre Trás-os-Montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=VHQFmBrjLCM