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Apresentar os princípios básicos da ornitologia; discutir temas atuais
relacionado ao mini curso; apresentar e discutir os caracteres
anatômicos e a sua importância na sistemática do grupo; caracterizar
os principais grupos de aves da região Neotropical, discutindo suas
relações sistemáticas e taxonômicas, além de problemas de
conservação.
Objetivos
Conteúdo
1. Origem e evolução
2. Evolução das penas
3. Osteologia comparada
4. Aves (Classificação e Fisiologia)
5. Adaptação para o voo
6. Morfologia externa
7. Reprodução
8. Conservação
9. Método de amostragem
10. Curadoria
Introdução
 Por que as aves fascinam?
 10.000 espécies no mundo (Birdlife2016)
 1.916 espécies de aves no Brasil (CBRO,2015)
1 Origem e Evolução
Porque os ornitólogos deveriam se preocupar
com a origem da aves?
Registros fosseis bastante incompletos devido
ao inúmeros processos que envolvem o processo
de fossilização
Mais o que se tem de informação possibilita
uma razoável compreensão da origem das aves
Pena fossilizada encontrada em rocha
calcaria na cidade de Solnhofen,
Alemanha,1861
Archaeopteryx sp , encontrado em 1877
Grupo-irmão atual sejam os Crocodylia, com os quais compartilham diversos caracteres
osteológicos
Aves, crocodilos e jacarés são répteis componentes do grande grupo
Archosauromorpha, que inclui também os pterosauros e outros dinossauros que não
são aves. A hipótese que atualmente conta com o maior suporte filogenético sugere
que as aves são répteis pertencentes à grande irradiação dos Dinosauria, mais
estreitamente relacionados aos Deinonychosauria
“Desta forma, é lícito considerar que os dinossauros, ao contrário do que se acredita,
não foram extintos, sendo as aves são os representantes atuais deste grupo cujos
representantes mais conhecidos e famosos extinguiram-se no final do Período
Cretáceo.”
Relações filogenéticas dos Amniota, incluindo grupos fósseis.
Observe a posição das aves como Archosauromorpha e Dinosauria
(Ornithology,2006)
Relações filogenéticas das aves e dinossauros, mostrando a que as aves são apenas
um dos muitos grupos de Dinosauria
(Fonte:http://biology.unm.edu/ccouncil/Biology_203/Summaries/Phylogeny.htm).
2 Evolução das Penas
 As penas não sugiram somete com a função especifica de voo
(Pomarede; 2005,2008);
 As pernas surgiram a partir da seleção sexual;
 Esta ligado a uma alta taxa metabólica;
 Proporcionou uma melhora nas habilidades locomotoras;
 Comunicação visual (Kundrát,2004);
 Auxiliar na manutenção da temperatura corpórea;
Apêndice tegumentário em Sinousauropteryx condizem com estágio I (Prum,1999)
.
Apêndice tegumentário em sinornithosaurus condizem com estágio II e
III(Prum,1999)
Apêndice tegumentário em
Sinousauropteryx condizem
com estágio IV e V
(Prum,1999).
Penas bem desenvolvidas confuciusornis condizem com estágio V
(Xu et.al 2001)
Osteologia Comparada
Relação respiratória
Processos de processos Uncinares
Processo de endotérmica
Similaridades entre Dinossauros (Terópodes) e Aves (Kundrat, 2007)
Algumas inovações esqueléticas criticas para o voo (Sereno,1999)
• Ossos longos (ex:Theropoda);
• Perda do digito 1 nos pés, perdendo seu papel de no apoio do peso
(ex:Ceratosaurus Neotheropoda);
• Expansão do coracóide e do externo;
• Presença de penas assimétricas
• Encurtamento do tronco
• Aquisição do voo basico e função de empoleirar-se.
• Fúrcula elástica e um esterno grande quilha.
Características avianas em Terópodes (Zhou;2004)
Características Grupo Terópodes
Fúrcula Oviraptorossaurideos
Dromeossaurideos
Púbis Retrovertida Dromeossaurideos
Troodontideos
Esterno em quilha Alvarezssaurideos
Penas ramificadas Oviraptorossaurideos
Dromeossaurideos
Coelurossaurdeos
Penas Assimétricas Dromeossaurideos
Comportamento de Nidificar Oviraptorossaurideos
Algumas Sinapomorfias
osteológicas que
sustentam a origem das
aves a partir de Terópodes
maniraptores (Chiappe &
Vargas,2003)
Relações filogenéticas das principais linhagens de aves do período Mesozóico,
mostrando sua ocorrência aproximada ao longo desse período(Chiappe &
Dyke, 2002)
4 Aves
Cerca de 10.000 espécies no mundo
(Birdlife,2014)
Na América do Sul aproximadamente 4000
espécies (Birdlif,2014)
Brasil aproximadamente 1.916 (CBRO,2015)
4.1 Classificação Aves
Reino Animalia
Filo Chodata
Subfilo Vertebrata
Grupo Craniata
Classe Aves
Ordem Passariformes
Família Tyranidae
Gênero Atilla
Espécie cinnamomeus
Atilla cinnamomeus (Gmelin,1789). Foto :Jackson
Clayton (Wikiaves,2016)
As aves atuais podem ser divididas
• Palaeognathae -Ordem Struthioniformes
-Ordem Tinamiformes
• Neognathae -Pelecaniformes, Anseriformes,
Falconiformes, Passeriformes entre outras.
Representante da super ordem Palaeognathae,
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827)
Foto: Kurazo Okada
4.2 Fisiologia Geral
Sistema Tegumentar:
• a superfície corporal é
impermeável e quase sem
glândulas. Exceção importante:
glândula uropigiana - secreta
um óleo que lubrifica e
impermeabiliza as penas e o
bico.
• A pele possui grande
quantidade de queratina, da
qual resultam penas, garras,
escamas e o bico.
• possui basicamente as
mesmas estruturas comuns
a todos os vertebrados.
Contudo, há a presença de
órgãos característicos como
o papo (armazenador), a
moela (triturador) e o
proventrículo (estômago
químico).
Sistema Digestório
• pulmonar. Pulmões com expansões
membranosas chamadas sacos
aéreos, que penetram nas vísceras e
em certos ossos ocos (pneumáticos)
– favorece o voo devido à redução
da massa corporal.
• Além disso, os sacos aéreos
aumentam a superfície de trocas
gasosas., otimizando a eficiência da
respiração.
Sistema Respiratório
• Possuem um "órgão do canto" chamado siringe, que se situa no final da traqueia antes
da ramificação em brônquios. A siringe é mais desenvolvida nos machos, pois o canto
deles serve para atrair as suas fêmeas e para delimitar os territórios.
• coração com 4 cavidades (2A e 2V)
no qual NÃO ocorre mistura de
sangue arterial e venoso (circulação
dupla e completa). Com isso, o
metabolismo se tornou mais
eficiente e permitiu a ocorrência da
endotermia (homeotermia).
• O sistema circulatório das aves é
muito semelhante ao dos mamíferos.
Uma das principais diferenças é o
fato de a artéria aorta ser curvada
para a direita nas aves e para a
esquerda nos mamíferos.
Sistema Circulatório
• possui as estruturas comuns a todos os vertebrados. Trata-se de um tubo neural com
cavidade interna e situado dorsalmente.
• O encéfalo é protegido pelo crânio e a medula espinhal pela coluna vertebral.
• Quanto aos sentidos, as aves têm bem desenvolvidos o equilíbrio, a visão
• Os olhos possuem membrana nictiante (proteção)
• O sistema sensorial das aves reflete o complexo do voo , uma vida especializada na qual
deve se obter alimento, acasalar , defender território.
• O encéfalo das Aves possui hemisferios cerebrais , cerebelo e mesencefalo (lobos opticos)
bem definidos.
Sistema Nervoso
• o ácido úrico é liberado com pouca água, sob a forma de uma pasta semissólida.
Aves não possuem bexiga – facilita o voo.
Sistema Excretor
• Dioicos com acentuado dimorfismo sexual;
• desenvolvimento direto.
• Todos ovíparos.
• Ovo com casca calcária (como em répteis)
• As fêmeas chocam os ovos (homeotermia) e praticam o comportamento do
cuidado parental.
Sistema Reprodutor
Sistema Muscular
• Músculos locomotores das asas maciços
para suprir a demanda do vôo.
• Maior – PEITORAL – abaixa as asas
SUPRACORACÓIDEO – eleva a asa – não se
localiza na coluna vertebral – sim
posicionado sob músculos peitorais – ligado
por tendão porção superior do úmero.
5 Adaptações para o voo
• Corpo aerodinâmico
• Penas
• Ossos pneumáticos
• Esterno em quilha para
ancorar a musculatura
peitoral desenvolvida
• Ausência de dentes
• Seres ovíparos
Morfologia Externa
Trogon melanurus,Swainson, 1838 Foto : Bruno Sarolli,
Tipos de pés, segundo o arranjo dos dedos (Proctor & Lynch, 1993,
Ornithology).
Diferentes formas de pés encontrados em vários representantes das aves (Fonte
http://www.arthursclipart.org/birdsodds/odds/page_01.htm).
Foto: Wirley Almeida Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)
Foto:Bruno Salaroli Terenotriccus erythrurus (Cabanis, 1847)
Exemplo de espécies com o
pé do tipo Anisodactilo
Foto: Wirley Almeida Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)
Exemplo de espécies com o pé do tipo Zigodactilo
Foto: Douglas Fernando ; Laterallus viridis (Statius Muller, 1776)
Exemplo de espécies com o pé do tipo Heterodactilo
Foto:J. Augusto Alves ; Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot, 1801)
Exemplo de espécies com o pé do tipo Sindactilo
Foto: Oscar Abener Fenalti Chaetura spinicaudus (Temminck, 1839)
Exemplo de espécies com o pé do tipo Pamprodactilo
Foto: Lucas Iabanji ; Jacana jacana (Linnaeus, 1766)
Diferentes formas de bicos
encontradas nas aves (Fonte:
Proctor & Lynch, 1993,
Ornithology).
Bicos
Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776)
Foto: Arquivo pessoal
Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814)
Foto: Arquivo pessoal
Cyanoloxia rothschildii (Bartlett, 1890)
Foto: Arquivo pessoal
Ensifera ensifera(Sword-biller hummingbird ,2003)
Nestor notabilis (Birds of New Zealand . National Geography– Photos.2001)
6 Penas
Diferentes tipos de penas encontrados
nas aves. Fonte: Handbook of Avian
Anatomy (Baumel et al. 1993) e
Handbook of the birds of the World, vol.
1 (del Hoyo et al. 1992, introdução),
ambos modificados.
Estrutura típica de uma pena de Ave, neste caso, uma pena de vôo (rêmige). Fonte:
Handbook of the birds of the World, vol. 1 (del Hoyo et al. 1992, introdução).
Distribuição das penas no corpo das aves. Observar Pterílias e Aptérios. Fonte Handbook
of the birds of the World, vol. 1 (del Hoyo et al. 1992, introdução).
Fonte: Martha Argel - Aves urbanas em Educação Ambiental ,2008
Nomenclatura das diferentes
regiões do corpo das aves.
Fonte: Handbook of the birds of
the World, vol. 1 (del Hoyo et al.
1992, introdução), modificado.
Reprodução
Monogamia: Macho e a fêmea formam par pelo menos durante o período reprodutivo.
Poligamia: encontrada em cerca de 3% das espécies de aves, é praticada por alguns
maçaricos, por exemplo. Neste sistema tanto os machos quanto as fêmeas podem ter vários
parceiros durante a reprodução;
Poliginia: corre em cerca de 2% das espécies de aves, o macho pode ter duas ou mais
parceiras durante o período reprodutivo.
Poliandria: ocorre o contrário – são as fêmeas que possuem dois ou mais parceiros durante
o período reprodutivo.
Poliginandria (encontrado em menos de 1% das espécies de aves) ocorre quando uma
fêmea acasala-se com vários machos, que, por sua vez, acasalam-se com outras diferentes
fêmeas. Este sistema está presente nas aves ratitas (emas, avestruzes etc.) e nos tinamídeos
(inhambus, macucos, perdizes e codornas). Neste sistema são os machos que incubam os
ovos e cuidam dos filhotes.
Promiscuidade (6% das espécies), onde as relações são indiscriminadas e de curta duração,
e qualquer fêmea receptiva pode se acasalar com qualquer macho. os tangarás (Família
Pipridae) e os beija-flores (Trochilidae) estão entre os representantes das aves mais
conhecidos que praticam este sistema de acasalamento (Gill, 1995).
Machos agregam-se em territórios e exibem-se na tentativa de atrair fêmeas para o
acasalamento;
•Os locais de exibições não contêm os recursos básicos requeridos pelas fêmeas;
•Os machos contribuem apenas com os gametas;
•Os machos não proveem nenhum cuidado parental aos seus descendentes;
•As fêmeas têm a oportunidade de selecionar um parceiro em potencial.
Maturidade no momento da eclosão
Os filhotes de aves podem ser divididos em dois grandes grupos ao nascer:
Nidícolas : Filhotes que nascem com pouca ou sem a cobertura de penas, com os
olhos ainda fechados e que dependem ainda de serem alimentados pelos pais por
um grande período de tempo são conhecidos como nidícolas. A maioria das
espécies de aves possui filhotes deste tipo, sendo exemplificados pelos
passeriformes e por grande parte das aves que nidificam em cavidades.
Semialtricial: incapazes de deixar o ninho;
Altricial: olhos fechados, poucas plúmulas ou sem, incapazes de deixar o ninho,
alimentados pelos pais
Tyto
Micrastur semitorquatus , Foto Thiago Filadelfo
Semialtricial
Altricial
Foto : The Nature Conservece
Nidífugos: Os filhotes da maioria das aves que nidificam no solo nascem com uma densa
camada de plumas (algumas vezes até mesma penas), com os olhos abertos e são capazes
de seguir os seus pais,
Semiprecocial: capazes de andar mas permanecem com os pais
Seguem os pais, mas encontram seu próprio alimento –patos e aves limícolas;
Seguem os pais e os alimentos lhe são indicados -Phasianidae;
Seguem os pais e são alimentados por eles – mergulhões e saracuras;
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776)
Foto: Guto Balieiro
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758)
Foto: Marcelo Holderbaum
Semiprecocial
Ninhos
Ninhos em Ocos
Ninhos Elaborados
7 Migração
• No sentido amplo, o termo migração é mais frequentemente utilizado para os
movimentos direcionais em massa de um grande número de indivíduos de uma
determinada espécie de uma localidade para a outra (Begon et al. 1990).
• No sentido estrito, a migração se caracteriza pelo deslocamento realizado anualmente
e que se repete, de forma estacional, por uma determinada população animal que se
desloca da sua área de reprodução para áreas de alimentação e descanso, em uma
determinada época do ano, retornando a sua área de reprodução original (Alerstam e
Hedenström 1998;http://www.ibama.gov.br/cemave).
• Este ciclo, que se repete, tem como causa a oferta de alimento sazonalmente
disponível (Sick 1983).
Sistemas Migratórios no Brasil
• O conhecimento atual da avifauna brasileira sugere que ao menos 197 espécies
apresentam algum padrão de deslocamento considerado migratório
(CEMAVE,2016).
• Desse total, 53% (104 espécies) reproduzem no Brasil CEMAVE,2016).
• 47% (93 espécies) possuem seus sítios de reprodução em outros países, seja na
região circumpolar relacionada à América do Norte e Groenlândia (aves
setentrionais), ou em áreas no sul da América do Sul e Antártida (meridionais).
Mapa das principais rotas de migração de aves nas Américas. Modificado de Audubon, disponível
em: http://fl.audubonaction.org/site/MessageViewer?em_id=33661.0&pgwrap=n>. Acesso:
10/08/2016.
Mapa das principais rotas de aves migratórias no Brasil (CEMAVE,2016).
• Sick (1983) fez uma síntese sobre o conhecimento de aves migratórias na América do
Sul:
• migrações neárticas (aves provenientes do hemisfério norte);
• migrações austrais (aves que se deslocam para o norte a partir do hemisfério sul,
havendo dentro do continente diversas migrações a partir da parte meridional em
direção ao norte);
• deslocamentos em resposta à sazonalidade de recursos hídricos e tróficos (tais como
florações e frutificações), que incluem movimentos regionais, locais ou parciais;
• Deslocamentos nos Andes e nas cadeias de montanhas do sudeste do Brasil, produzindo
migrações altitudinais importantes
Migrantes neárticos - aves que se reproduzem na América do Norte que regularmente
migram em direção ao hemisfério sul durante a estação não reprodutiva).
Segundo Stotz et al. (1996), mais de 420 espécies migram para os Neotrópicos, havendo
uma diversidade maior no Norte da América Central e diminuindo em direção ao Sul.
Charadrius semipalmatus Bonaparte, 1825
Foto : Lucas Iabanji
Hirundo rustica Linnaeus, 1758.
Foto: Oscar Abener Fenalti
Calidris alba (Pallas, 1764)
Foto: Ronaldo Koloszuk
Tyrannus savana Vieillot, 1808
Foto: Leonardo Casadei
Migrantes austrais: Os migrantes austrais migram sazonalmente do sul da América do
Sul para o norte. Segundo Stotz et al. (1996),
• constituem cerca 50% dos migrantes da América do Norte.
• As espécies migrantes austrais diferem das neárticas por migrarem distâncias
menores (menos de 15% alcançam a Amazônia), serem dominadas por alguns
grupos taxonômicos (tiranídeos, fringilídeos e anatídeos) e proporcionalmente
haver um menor número de migrantes de altitudes elevadas (Chesser 1994).
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859
Foto: Kurazo Okada
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)
Foto: Wirley Almeida
Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865
Foto: Kurazo Okada
Migrações regionais, locais e parciais. Movimentos regionais e de menor escala são
comuns em algumas áreas e entre alguns grupos de aves neotropicais. Por exemplo,
na América Central e sudeste do Brasil ocorrem movimentos sazonais de altitude,
particularmente de frugívoros e nectarívoros. Espécies que realizam este tipo de
movimento encontram-se em risco elevado de vulnerabilidade devido ao
desmatamento mais severo em regiões de baixada (Stotz et al. 1996).
Estrilda astrild (Linnaeus, 1758) Foto: Pedro França
Diversidade de Habitats das Aves
Aves silvícolas: A maioria dos passeriformes que vivem em ambientes florestados
como a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, as Matas de Araucárias, Caatinga,
Cerrado e Campos Rupestres
Cercomacra tyrannina (Sclater, 1855)
Foto:Ciro Albano
Schistochlamys melanopis (Latham, 1790)
Foto:J.Augusto Alves
Aves aquáticas: Abrangendo as aves que vivem em ambientes dulcícolas como
rios, lagos e banhados. Ex: Garças, marrecas, colhereiro, flamingo, etc.
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758)
Foto:J.Augusto Alves
Eudocimus ruber (Linnaeus, 1758)
Foto:J.Augusto Alves
Aves marinhas: Costeiras ou oceânicas, abrangendo aves que dependem do mar para
obter alimento (peixes e crustáceos) ou das ilhas para se reproduzirem.
Leucophaeus atricilla (Linnaeus, 1758)
Foto: Kurazo Okada
Aves limícolas: Abrangendo maçaricos e batuíras que frequentam lagunas e manguezais
enterrando seus bicos no fundo lodoso em busca de pequenos organismos.
Numenius hudsonicus Latham, 1790
Foto: Kurazo Okada
Calidris canutus (Linnaeus, 1758)
Foto: Kurazo Okada
8 Conservação
O Brasil esta entre os países com maior riqueza de aves, com 1916 espécies.
Destas, 232 ocorrem exclusivamente no território brasileiro.
Detemos 122 aves que ocorrem risco de desaparecer (Bird Life International,2008)
União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN)
Espécies Categorias
25 Criticamente Ameaçada
33 Em Perigo
64 Vulnerável
96 Quase Ameaçadas
43 Táxons de aves descrito entre os anos de 2000 a 2014, sendo 36 espécies e 7
subespécies (arquivo pessoal).
Taxóns N
Strigidae Leach, 1820 1
Glaucidium mooreorum Silva, Coelho & Gonzaga, 2002
Caprimulgidae Vigors, 1825 1
Hydropsalis longirostris pedrolimai (Grantsau, 2008)
Trochilidae Vigors, 1825 1
Thalurania furcata rupicola Grantsau, 2010
Bucconidae Horsfield, 1821 1
Nystalus obamai Whitney, Piacentini, Schunck, Aleixo, Sousa, Silveira & Rêgo, 2013
Falconidae Leach, 1820 1
Micrastur mintoni Whittaker, 2003
Psittacidae Rafinesque, 1815 4
Pyrrhura snethlageae Joseph & Bates, 2002
Pyrrhura snethlageae lucida Arndt, 2008
Pyrrhura snethlageae snethlageae Joseph & Bates, 2002
Pyrilia aurantiocephala (Gaban-Lima, Raposo & Höfling, 2002)
Thamnophilidae Swainson, 1824 10
Epinecrophylla dentei Whitney, Isler, Bravo, Aristizábal, Schunck, Silveira & Piacentini, 2013
Myrmotherula oreni Miranda, Aleixo, Whitney, Silveira, Guilherme, Santos & Schneider, 2013
Formicivora grantsaui Gonzaga, Carvalhaes & Buzzetti, 2007
Formicivora paludicola Buzzetti, Belmonte-Lopes, Reinert, Silveira & Bornschein, 2014
Formicivora acutirostris (Bornschein, Reinert & Teixeira, 1995)
Herpsilochmus sellowi Whitney & Pacheco, 2000
Herpsilochmus praedictus Cohn-Haft & Bravo, 2013
Herpsilochmus stotzi Whitney, Cohn-Haft, Bravo, Schunck & Silveira, 2013
Thamnophilus divisorius Whitney, Oren & Brumfield, 2004
Hypocnemis rondoni Whitney, Isler, Bravo, Aristizábal, Schunck, Silveira, Piacentini, Cohn-Haft & Rêgo, 2013
Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873 1
Conopophaga cearae Cory, 1916
Grallariidae Sclater & Salvin, 1873 1
Hylopezus whittakeri Carneiro, Gonzaga, Rêgo, Sampaio, Schneider & Aleixo, 2012
Rhinocryptidae Wetmore, 1926 (1837) 3
Scytalopus gonzagai Maurício, Belmonte-Lopes, Pacheco, Silveira, Whitney & Bornschein, 2014
Scytalopus diamantinensis Bornschein, Maurício, Belmonte-Lopes, Mata & Bonatto, 2007
Scytalopus pachecoi Maurício, 2005
Dendrocolaptidae Gray, 1840 6
Xiphorhynchus fuscus pintoi Longmore & Silveira, 2005
Campylorhamphus cardosoi Portes, Aleixo, Zimmer, Whittaker, Weckstein, Gonzaga, Ribas, Bates & Lees, 2013
Campylorhamphus gyldenstolpei Aleixo, Portes, Whittaker, Weckstein, Gonzaga, Zimmer, Ribas & Bates, 2013
Lepidocolaptes fatimalimae Rodrigues, Aleixo, Whittaker & Naka, 2013
Dendrocolaptes retentus Batista, Aleixo, Vallinoto, Azevedo, Rêgo, Silveira, Sampaio & Schneider, 2013
Xiphocolaptes carajaensis Silva, Novaes & Oren, 2002
Furnariidae Gray, 1840 2
Cinclodes espinhacensis Freitas, Chaves, Costa, Santos & Rodrigues, 2012
Cichlocolaptes mazarbarnetti Barnett & Buzzetti, 2014
Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907 3
Cnipodectes superrufus Lane, Servat, Valqui & Lambert, 2007
Tolmomyias sucunduri Whitney, Schunck, Rêgo & Silveira, 2013
Hemitriccus cohnhafti Zimmer, Whittaker, Sardelli, Guilherme & Aleixo, 2013
Tyrannidae Vigors, 1825 3
Zimmerius chicomendesi Whitney, Schunck, Rêgo & Silveira, 2013
Suiriri suiriri burmeisteri Kirwan, Steinheimer, Raposo & Zimmer, 2014
Serpophaga griseicapilla Straneck, 2008
Corvidae Leach, 1820 1
Cyanocorax hafferi Cohn-Haft, Santos Junior, Fernandes & Ribas, 2013
Polioptilidae Baird, 1858 1
Polioptila attenboroughi Whittaker, Aleixo, Whitney, Smith & Klicka, 2013
Thraupidae Cabanis, 1847 3
Dacnis flaviventer orientalis Grantsau, 2010
Dacnis lineata albirostris Grantsau, 2010
Sporophila beltoni Repenning & Fontana, 2013
Total 43
Mapa apontando 247 localidades na Amazônia brasileira para as quais estão disponíveis
algumas informações ornitológicas baseadas em publicações e registros não publicados
de espécimes até o final do século XX (veja Oren 2001).
As áreas delimitadas representam as maiores lacunas de amostragens de acordo com
Oren (2001), listadas assim:
1) Tocantins;
2) sul do Maranhão;
3) norte do Pará;
4) noroeste de Roraima;
5) alto curso do Rio Japurá;
6) alto curso dos Rios Javari, Tarauacá, e Purus;
7) afluentes da margem oeste do Rio Purus;
8) afluentes da margem leste do Rio Purus;
9) afluentes da margem leste do Rio Madeira;
10) afluentes da margem leste do Rio Juruena; e
11) alto curso do Rio Iriri e médio curso do Rio Xingu acima das corredeiras da
Cachoeira Grande.
Principais Ameaças (Presente e Futuro)
• Fragmentação de habitat
• Desmatamento
• Captura excessiva
• Invasão de espécies exóticas
• Poluição
• Perturbação antrópica morte acidental
• Alterações na dinâmica das espécies nativas
• Desastres naturais
Iniciativas para conservação
• Projetos de conservação de espécies junto com seus habitats
• Manutenção de corredores ecológicos ligado as populações para um constante
fluxo gênico.
• Elaboração de um lista de espécies vulneráveis e seus ecossistemas
• Estudo da biologia básica de espécies raras ou pouco abundantes
• Estabelecer prioridades entres outros.
9 Métodos de estudo de aves
MÉTODOS DE MOSTRAGEM
Estudos prévios
• Realizar levantamento prévio in situ, pelo período mínimo de um ano.
• Áreas de influência direta e indireta, com o objetivo de determinar:
- quais espécies de aves ocorrem na área quais a utilizam como sítio reprodutivo, área
de forrageamento Dormitório e etc.
- planejamento amostral ou desenho experimental diz respeito ao método utilizado
para escolher a amostra da população ou organizar os indivíduos que farão parte de um
experimento.
- Planejamentos e desenhos inapropriados podem levar a conclusões falaciosas.
- Além disso, o planejamento de um estudo é tendencioso quando favorece
sistematicamente certos resultados.
Método AMBIENTES
Florestal Aquática Costeiro
Lista de Mackinnon
X X X
Pontos de escuta
X
Captura e marcação
X X X
Censo por varredura
X
Censo de itinerário fixo
X
Demonstrativo do(s) método(s) mais adequado(s) a ser (em) utilizado(s) de acordo
com o tipo de ambiente existente na área
MÉTODO PARA DETERMINAR A RIQUEZA E ABUNDANCIA
Lista de Mackinnon
• Técnica de levantamento por listas de Mackinnon de 10 espécies, conforme descrito
por Herzog et al. (2002).
• Percorrendo-se trilhas e estradas pré-existentes nas áreas de amostragem.
• Devem-se amostrar todos os ambientes, inclusive durante o período noturno.
• Deverão ser programadas quatro expedições ao ano, uma por estação, com no mínimo
3 a cinco dias consecutivos (adaptado).
• Os registros devem ser compilados em uma ficha de campo contendo as seguintes
informações: data, horário, espécie, tipo de registro (acústico = A, visual = V, pista ou
vestígio = P) e uso do habitat (alimentação, dormitório ou nidificação).
Captura e marcação
• Diversos métodos de capturas de aves são conhecidos em todo o mundo, cada qual
adequado a algum grupo particular de aves.
Para trabalhos de captura e anilhamento é necessário que o responsável seja anilhador
Sênior registrado no Cadastro Nacional de Anilhadores do Sistema Nacional de Anilhamento
(www.icmbio.gov.br/cemave/sna).
• A equipe poderá contar com anilhadores auxiliares, registrados em qualquer categoria,
respeitando a proporcionalidade de no máximo 10 redes por anilhador.
• Cada ambiente deve ser amostrado com três conjuntos de cinco redes de neblina de
tamanho padrão (12 x 2,5 m; malhas diversas) operadas por dois dias, totalizando 150
horas-rede/local de amostragem ou 4.500 h/m2.
• Cada conjunto de cinco redes deve estar separado entre si por uma distância mínima de
200 m.
• As amostragens deverão ser realizadas quatro expedições ao ano, uma por estação.
• Para maiores detalhes, consultar Roos (2010) e o Manual de Anilhamento de Aves
Silvestres (IBAMA 1994) para obter orientações quanto aos diferentes métodos de captura
a serem utilizados.
Ponto de escuta
• As amostragens deverão ser realizadas logo no início da manhã, período de maior
atividade das aves (Vielliard et al. 2010), começando no amanhecer e se estendendo por
no mínimo 3 ou 4 horas (Ralph et al. 1995).
• Deverão ser programadas quatro expedições ao ano, uma por estação, com no mínimo
cinco dias consecutivos.
• Os censos não podem ser feitos quando houver chuva ou vento forte, pois interfere na
audibilidade das vocalizações. A chuva também diminui a visibilidade (Ralph et al. 1995,
1996).
• O observador registrará todas as espécies de aves ouvidas e vistas durante 10 minutos
por ponto de escuta, com raio máximo de 100 m, de acordo com ambiente, o que
diminuirá a diferença de detectabilidade entre espécies, ambientes e períodos (Araujo et
al. 2012).
• Para detecção de aves de rapina a distância radial nos pontos de escuta pode ser
adaptada (p. ex. 30, 150, 500 m) considerando o tipo de ambiente (Granzinolli & Motta-
Junior 2010).
Censo por varredura
• Propostos para áreas que apresentem ambientes aquáticos (lagoas, lagunas, brejos e
açudes) será necessário realizar a contagem das aves associadas a tais ambientes no
período da manhã e final da tarde.
• Deverão ser programadas quatro expedições ao ano, uma por estação, com no mínimo
cinco dias consecutivos.
• O esforço amostral em cada área poderá ser relativo, pois deverá ser utilizado o tempo
necessário para contar e registrar as aves encontradas no momento, sendo o tempo de
permanência no local associado à abundância de aves e o tamanho da área (Guadagnin
et al. 2005).
• As aves deverão ser contadas segundo o método descrito por Bibby et al. (1992).
Censo de itinerário fixo (em praias)
• Para empreendimentos que abrangem ambientes costeiros recomenda-se utilizar o
método de itinerário fixo em praias arenosas de grande extensão (Branco et al. 2010).
• A praia poderá ser percorrida com veículo a velocidade constante, seguindo o
transecto pré-estabelecido (Vooren & Chiaradia 1990, Bibby et al. 1992, Barbieri &
Mendonça 2008).
• A densidade populacional é expressa em número de exemplares por unidade de área
(p. ex. 200 aves/km2).
Censo em colônias
• Espécies coloniais muitas vezes necessitam de métodos de pesquisa especiais para
contar, ou estimar o número total de ninhos na colônia (Branco et al. 2010).
Os trabalhos realizados no período de reprodução deverão ocorrer no início da manhã, final
da tarde ou em dias nublados (Burger & Lawrence 2000), alternando as áreas escolhidas
para minimizar a interferência na rotina da colônia.
Censo em áreas de dormitório
• Aves em áreas de dormitório ou descanso devem ser contadas no mesmo período do dia
em cada estação do ano (preferencialmente nos horários com maior número de aves),
geralmente no início e final do dia (Burger & Lawrence 2000) em expedições de no
mínimo três dias consecutivos.
Monitoramento de carcaças
• Para o monitoramento de carcaças deverá ser realizado o método de busca ativa diária
por toda área de influência direta do local de estudo em um raio de 1 km.
10 Gestão e Curadoria de Dados
Gestão de dados brutos (Registros e Observações)
• Tem que transferir os dados de nossas notas de campo ou instrumentos para a
planilha no mesmo dia.
• Para verificar com rapidez, se observações ou unidade experimentais estão corretas .
• Se for necessário voltar a campo e coletar observações adicionais.
• Sempre tenha um Beckap
Metadados (Dados sobre dados)
 Nome e informações de contato quem coletou os dados;
 Informações geográficas sobre o local de coleta dos dados;
 Nome do estudo ou projeto que os dados foram coletados;
 Fontes de apoio que permitiram seu projeto ou estudo;
 Uma descrição da organização do arquivo de dados , que devera incluir:
• Breve descrição dos métodos usados para coletar os dados;
• Os tipos de unidades experimentais;
• As unidades de medida ou observação de cada umas das variáveis;
• A descrição de qualquer abreviação utilizada no arquivo de dados
Armazenamento ( Temporário e permanente)
 O sistema mais durável e o único meio aceitável como o verdadeiro e o papel;
 Fazer copias em impressoras a laser;
 Armazenar em meio digital;
 Em lugar seguro;
 Armazenar na “nuvem”
Curadoria
 Os dados coletados pertencem tecnicamente a agencia;
 Devem estar disponíveis;
 Devem ser usáveis por todos;
 Dados de museus , herbários , coleções animais e plantas devem ser
gerenciados para que estejam acessíveis a outras pessoas.
Dados discrepante (outliers)
São valores de medição ou observação registrados que estão fora do intervalo da maior
parte dos dados.
• É importante os dados discrepantes, pois eles podem ter efeitos dramáticos sobre os
testes estatísticos:
• Podem ter sido anotados incorretamente
• Os dados não apresentam observações validadas de seu espaço amostral original;
• Excluir observações, simplesmente porque são confusas ou são adulteradas , pode ser
considerado fraude cientifica;
• Erro por equipamento quebrado.
Verificação de dados
Riqueza e Diversidade de Espécies
• A diversidade de espécie refere-se à variedade de espécies de organismos vivos de uma
determinada comunidade, habitat ou região;
– diversidade de espécies é considerada como um aspecto favorável de comunidades
naturais.
• A riqueza de espécies refere-se a abundância numérica de uma determinada área
geográfica, região ou comunidade;
• A equidade, equitabilidade, igualdade refere-se ao padrão de distribuição de indivíduos
entre as espécies, sendo proporcional a diversidade, exceto se houver co-dominância de
espécie.
• A dominância como o próprio nome já diz, refere-se a dominância de uma ou mais
espécies numa determinada comunidade, habitat ou região.
Diversidades Alfa Beta e Gama
A diversidade α, ou local, corresponde à diversidade dentro de um habitat ou comunidade,
e é bastante sensível à definição de habitat, e à área e intensidade da amostragem ;
A diversidade γ, ou regional, corresponde à diversidade de uma grande área, bioma,
continente, ilha, etc
A diversidade β corresponde à diversidade entre habitats ou outra variação ambiental
qualquer, isto é, mede o quanto a composição de espécies varia de um lugar para outro.
O QUE DEVEMOS MEDIR ?
AMOSTRAGEM
A riqueza e a diversidade de espécies dependem, além da própria natureza da comunidade,
do esforço amostral despendido, uma vez que o número de espécies aumenta com o
aumento do número de indivíduos amostrados .
As curvas de acumulação de espécies (curvas do coletor) permitem avaliar o quanto um
estudo se aproxima de capturar todas as espécies do local.
Quando a curva estabiliza, ou seja, nenhuma espécie nova é adicionada, significa que a
riqueza total foi obtida
Curva de acumulação de espécies hipotética. O número de espécies aumenta
com o aumento do esforço amostral. Após 5o indivíduos amostrados a curva
não atingiu a assíntota.
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
N°acumuladodeEspecies
Dias de censo/captura etc...
Curva de acumulção de especies
Em todo caso, a estabilização da curva é bastante difícil, pois muitas espécies raras
costumam ser adicionadas após muitas amostragens, sobretudo em regiões tropicais.
Assim, medidas de riqueza de espécies que permitam estimar a riqueza a partir dos
dados obtidos, ou comparar inventários entre diferentes áreas com diferentes
unidades amostrais são bastante úteis nestes casos.
Índices
Este índice expressa a relação entre o número de indivíduos de uma determinada
espécie e o número de indivíduos de todas as espécies encontradas.
ÍNDICE DE DOMINÂNCIA
onde:
DA = dominância da sp A
NA , NB, NC, ...... NN = número de indivíduos de espécie A, B, C ...... N.
FREQÜÊNCIA
Expressa a relação entre o número de amostras ou estações na qual uma determinada
espécie está presente e o número total de amostras ou estações realizadas.
onde:
FA = freqüência da espécie A.
Pa = número de amostras ou estações nas
quais a sp A está presente.
P = número total de amostras ou estações
sendo:
F maior ou igual a 50% .............................................. sp constante
10% menor F menor ou igual a 49% ........................ sp comum
F menor ou igual 10% ................................................ sp rara
Diversidade de Shanon-Wiener (Alfa)
Este índice e apropriado para amostras aleatórias em comunidades de interesse .
pi = é a proporção da espécie em relação ao numero total
espécies encontradas no levantamento.
log = base 10 ou neperiano
Equitabilidade
A equitabilidade é mais comumente expressada pelo Índice de Pielou:
onde:
Onde H’ é o Índice de Shanon-Wiener e Hmax' é dado pela seguinte
expressão:
H’ máximo = log S
onde:
S = número total de espécies
Compara a diversidade de Shanon-Wiener com as distribuições das espécies observadas
que maximiza a diversidade.
Este índice e obtido através da equação
A diversidade é uma função do número de espécies e da equitabilidade dos valores de
importância da mesma.
Tanto a amostra A quanto a amostra B possuem a mesma riqueza de espécies (S=4).
No entanto, a amostra A possui alta equitabilidade e baixa dominância, enquanto a amostra
B, alta dominância e baixa equitabilidade. Assim, pode-se concluir que:
a) a equitabilidade é o inverso da dominância;
b) a amostra A é mais diversa que a amostra B.
Rarefação
consiste em calcular o número esperado de espécies em cada amostra para um
tamanho de amostra padrão
onde E(S) é o número esperado de espécies em uma amostragem aleatória, S é o
número total de espécies registradas, N é o número total de indivíduos
registrados, Ni é o número de indiví-duos da espécie i, e n é o tamanho
padronizado da amostra escolhido.
O termo (N//n) é calculado como N!/n!(N-n)!
A rarefação deve ser usada apenas para amostras obtidas com métodos padronizados, e
em habitats iguais ou similares.
Outra restrição é que as curvas não podem ser extrapoladas para além do número de
indivíduos (N) na maior amostra. O método de rarefação permite ainda o cálculo da
variância do número esperado de espécies.
A fórmula para calcular a variância é descrita em Krebs (1999).
Amostras de espécies de duas comunidades
hipotéticas A e B.
Curva de rarefação para duas comunidades. A amostra da comunidade A (■) tem 23
indivíduos representando nove espécies, enquanto a amostra da comu-nidade B (▲) tem
apenas 13 indivíduos representando seis espécies. O número de espécies esperado na
comunidade A para uma amostra de 13 indivíduos é 6,56.
Jackknife 1°Ordem
Estima riqueza de espécies de uma comunidade. A experiência sugere que esse
seja um bom estimado de riqueza de espécies.
Onde:
Sobs é o numero de espécies observada
S1 é o numero de espécies que esta presente em somente um agrupamento
f é o número de grupamentos que contem iesima sp de um grupamento
Obrigado

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Princípios da Ornitologia e Conservação das Aves Neotropicais

  • 1.
  • 2. Apresentar os princípios básicos da ornitologia; discutir temas atuais relacionado ao mini curso; apresentar e discutir os caracteres anatômicos e a sua importância na sistemática do grupo; caracterizar os principais grupos de aves da região Neotropical, discutindo suas relações sistemáticas e taxonômicas, além de problemas de conservação. Objetivos
  • 3. Conteúdo 1. Origem e evolução 2. Evolução das penas 3. Osteologia comparada 4. Aves (Classificação e Fisiologia) 5. Adaptação para o voo 6. Morfologia externa 7. Reprodução 8. Conservação 9. Método de amostragem 10. Curadoria
  • 4. Introdução  Por que as aves fascinam?  10.000 espécies no mundo (Birdlife2016)  1.916 espécies de aves no Brasil (CBRO,2015)
  • 5. 1 Origem e Evolução Porque os ornitólogos deveriam se preocupar com a origem da aves?
  • 6. Registros fosseis bastante incompletos devido ao inúmeros processos que envolvem o processo de fossilização Mais o que se tem de informação possibilita uma razoável compreensão da origem das aves
  • 7. Pena fossilizada encontrada em rocha calcaria na cidade de Solnhofen, Alemanha,1861
  • 8. Archaeopteryx sp , encontrado em 1877
  • 9. Grupo-irmão atual sejam os Crocodylia, com os quais compartilham diversos caracteres osteológicos Aves, crocodilos e jacarés são répteis componentes do grande grupo Archosauromorpha, que inclui também os pterosauros e outros dinossauros que não são aves. A hipótese que atualmente conta com o maior suporte filogenético sugere que as aves são répteis pertencentes à grande irradiação dos Dinosauria, mais estreitamente relacionados aos Deinonychosauria “Desta forma, é lícito considerar que os dinossauros, ao contrário do que se acredita, não foram extintos, sendo as aves são os representantes atuais deste grupo cujos representantes mais conhecidos e famosos extinguiram-se no final do Período Cretáceo.”
  • 10. Relações filogenéticas dos Amniota, incluindo grupos fósseis. Observe a posição das aves como Archosauromorpha e Dinosauria (Ornithology,2006)
  • 11. Relações filogenéticas das aves e dinossauros, mostrando a que as aves são apenas um dos muitos grupos de Dinosauria (Fonte:http://biology.unm.edu/ccouncil/Biology_203/Summaries/Phylogeny.htm).
  • 13.  As penas não sugiram somete com a função especifica de voo (Pomarede; 2005,2008);  As pernas surgiram a partir da seleção sexual;  Esta ligado a uma alta taxa metabólica;  Proporcionou uma melhora nas habilidades locomotoras;  Comunicação visual (Kundrát,2004);  Auxiliar na manutenção da temperatura corpórea;
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17. Apêndice tegumentário em Sinousauropteryx condizem com estágio I (Prum,1999) .
  • 18. Apêndice tegumentário em sinornithosaurus condizem com estágio II e III(Prum,1999)
  • 19. Apêndice tegumentário em Sinousauropteryx condizem com estágio IV e V (Prum,1999).
  • 20. Penas bem desenvolvidas confuciusornis condizem com estágio V (Xu et.al 2001)
  • 22. Relação respiratória Processos de processos Uncinares Processo de endotérmica Similaridades entre Dinossauros (Terópodes) e Aves (Kundrat, 2007)
  • 23. Algumas inovações esqueléticas criticas para o voo (Sereno,1999) • Ossos longos (ex:Theropoda); • Perda do digito 1 nos pés, perdendo seu papel de no apoio do peso (ex:Ceratosaurus Neotheropoda); • Expansão do coracóide e do externo; • Presença de penas assimétricas • Encurtamento do tronco • Aquisição do voo basico e função de empoleirar-se. • Fúrcula elástica e um esterno grande quilha.
  • 24. Características avianas em Terópodes (Zhou;2004) Características Grupo Terópodes Fúrcula Oviraptorossaurideos Dromeossaurideos Púbis Retrovertida Dromeossaurideos Troodontideos Esterno em quilha Alvarezssaurideos Penas ramificadas Oviraptorossaurideos Dromeossaurideos Coelurossaurdeos Penas Assimétricas Dromeossaurideos Comportamento de Nidificar Oviraptorossaurideos
  • 25. Algumas Sinapomorfias osteológicas que sustentam a origem das aves a partir de Terópodes maniraptores (Chiappe & Vargas,2003)
  • 26. Relações filogenéticas das principais linhagens de aves do período Mesozóico, mostrando sua ocorrência aproximada ao longo desse período(Chiappe & Dyke, 2002)
  • 27.
  • 29. Cerca de 10.000 espécies no mundo (Birdlife,2014) Na América do Sul aproximadamente 4000 espécies (Birdlif,2014) Brasil aproximadamente 1.916 (CBRO,2015)
  • 30. 4.1 Classificação Aves Reino Animalia Filo Chodata Subfilo Vertebrata Grupo Craniata Classe Aves Ordem Passariformes Família Tyranidae Gênero Atilla Espécie cinnamomeus Atilla cinnamomeus (Gmelin,1789). Foto :Jackson Clayton (Wikiaves,2016)
  • 31. As aves atuais podem ser divididas • Palaeognathae -Ordem Struthioniformes -Ordem Tinamiformes • Neognathae -Pelecaniformes, Anseriformes, Falconiformes, Passeriformes entre outras.
  • 32. Representante da super ordem Palaeognathae, Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) Foto: Kurazo Okada
  • 34. Sistema Tegumentar: • a superfície corporal é impermeável e quase sem glândulas. Exceção importante: glândula uropigiana - secreta um óleo que lubrifica e impermeabiliza as penas e o bico. • A pele possui grande quantidade de queratina, da qual resultam penas, garras, escamas e o bico.
  • 35. • possui basicamente as mesmas estruturas comuns a todos os vertebrados. Contudo, há a presença de órgãos característicos como o papo (armazenador), a moela (triturador) e o proventrículo (estômago químico). Sistema Digestório
  • 36. • pulmonar. Pulmões com expansões membranosas chamadas sacos aéreos, que penetram nas vísceras e em certos ossos ocos (pneumáticos) – favorece o voo devido à redução da massa corporal. • Além disso, os sacos aéreos aumentam a superfície de trocas gasosas., otimizando a eficiência da respiração. Sistema Respiratório
  • 37. • Possuem um "órgão do canto" chamado siringe, que se situa no final da traqueia antes da ramificação em brônquios. A siringe é mais desenvolvida nos machos, pois o canto deles serve para atrair as suas fêmeas e para delimitar os territórios.
  • 38. • coração com 4 cavidades (2A e 2V) no qual NÃO ocorre mistura de sangue arterial e venoso (circulação dupla e completa). Com isso, o metabolismo se tornou mais eficiente e permitiu a ocorrência da endotermia (homeotermia). • O sistema circulatório das aves é muito semelhante ao dos mamíferos. Uma das principais diferenças é o fato de a artéria aorta ser curvada para a direita nas aves e para a esquerda nos mamíferos. Sistema Circulatório
  • 39. • possui as estruturas comuns a todos os vertebrados. Trata-se de um tubo neural com cavidade interna e situado dorsalmente. • O encéfalo é protegido pelo crânio e a medula espinhal pela coluna vertebral. • Quanto aos sentidos, as aves têm bem desenvolvidos o equilíbrio, a visão • Os olhos possuem membrana nictiante (proteção) • O sistema sensorial das aves reflete o complexo do voo , uma vida especializada na qual deve se obter alimento, acasalar , defender território. • O encéfalo das Aves possui hemisferios cerebrais , cerebelo e mesencefalo (lobos opticos) bem definidos. Sistema Nervoso
  • 40.
  • 41. • o ácido úrico é liberado com pouca água, sob a forma de uma pasta semissólida. Aves não possuem bexiga – facilita o voo. Sistema Excretor
  • 42. • Dioicos com acentuado dimorfismo sexual; • desenvolvimento direto. • Todos ovíparos. • Ovo com casca calcária (como em répteis) • As fêmeas chocam os ovos (homeotermia) e praticam o comportamento do cuidado parental. Sistema Reprodutor
  • 43. Sistema Muscular • Músculos locomotores das asas maciços para suprir a demanda do vôo. • Maior – PEITORAL – abaixa as asas SUPRACORACÓIDEO – eleva a asa – não se localiza na coluna vertebral – sim posicionado sob músculos peitorais – ligado por tendão porção superior do úmero.
  • 45. • Corpo aerodinâmico • Penas • Ossos pneumáticos • Esterno em quilha para ancorar a musculatura peitoral desenvolvida • Ausência de dentes • Seres ovíparos
  • 46. Morfologia Externa Trogon melanurus,Swainson, 1838 Foto : Bruno Sarolli,
  • 47. Tipos de pés, segundo o arranjo dos dedos (Proctor & Lynch, 1993, Ornithology).
  • 48. Diferentes formas de pés encontrados em vários representantes das aves (Fonte http://www.arthursclipart.org/birdsodds/odds/page_01.htm).
  • 49. Foto: Wirley Almeida Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) Foto:Bruno Salaroli Terenotriccus erythrurus (Cabanis, 1847) Exemplo de espécies com o pé do tipo Anisodactilo
  • 50. Foto: Wirley Almeida Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) Exemplo de espécies com o pé do tipo Zigodactilo
  • 51. Foto: Douglas Fernando ; Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) Exemplo de espécies com o pé do tipo Heterodactilo
  • 52. Foto:J. Augusto Alves ; Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot, 1801) Exemplo de espécies com o pé do tipo Sindactilo
  • 53. Foto: Oscar Abener Fenalti Chaetura spinicaudus (Temminck, 1839) Exemplo de espécies com o pé do tipo Pamprodactilo
  • 54. Foto: Lucas Iabanji ; Jacana jacana (Linnaeus, 1766)
  • 55. Diferentes formas de bicos encontradas nas aves (Fonte: Proctor & Lynch, 1993, Ornithology). Bicos
  • 56. Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776) Foto: Arquivo pessoal
  • 57. Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814) Foto: Arquivo pessoal
  • 58. Cyanoloxia rothschildii (Bartlett, 1890) Foto: Arquivo pessoal
  • 60. Nestor notabilis (Birds of New Zealand . National Geography– Photos.2001)
  • 62. Diferentes tipos de penas encontrados nas aves. Fonte: Handbook of Avian Anatomy (Baumel et al. 1993) e Handbook of the birds of the World, vol. 1 (del Hoyo et al. 1992, introdução), ambos modificados.
  • 63. Estrutura típica de uma pena de Ave, neste caso, uma pena de vôo (rêmige). Fonte: Handbook of the birds of the World, vol. 1 (del Hoyo et al. 1992, introdução).
  • 64. Distribuição das penas no corpo das aves. Observar Pterílias e Aptérios. Fonte Handbook of the birds of the World, vol. 1 (del Hoyo et al. 1992, introdução).
  • 65. Fonte: Martha Argel - Aves urbanas em Educação Ambiental ,2008
  • 66. Nomenclatura das diferentes regiões do corpo das aves. Fonte: Handbook of the birds of the World, vol. 1 (del Hoyo et al. 1992, introdução), modificado.
  • 67. Reprodução Monogamia: Macho e a fêmea formam par pelo menos durante o período reprodutivo. Poligamia: encontrada em cerca de 3% das espécies de aves, é praticada por alguns maçaricos, por exemplo. Neste sistema tanto os machos quanto as fêmeas podem ter vários parceiros durante a reprodução; Poliginia: corre em cerca de 2% das espécies de aves, o macho pode ter duas ou mais parceiras durante o período reprodutivo. Poliandria: ocorre o contrário – são as fêmeas que possuem dois ou mais parceiros durante o período reprodutivo. Poliginandria (encontrado em menos de 1% das espécies de aves) ocorre quando uma fêmea acasala-se com vários machos, que, por sua vez, acasalam-se com outras diferentes fêmeas. Este sistema está presente nas aves ratitas (emas, avestruzes etc.) e nos tinamídeos (inhambus, macucos, perdizes e codornas). Neste sistema são os machos que incubam os ovos e cuidam dos filhotes.
  • 68. Promiscuidade (6% das espécies), onde as relações são indiscriminadas e de curta duração, e qualquer fêmea receptiva pode se acasalar com qualquer macho. os tangarás (Família Pipridae) e os beija-flores (Trochilidae) estão entre os representantes das aves mais conhecidos que praticam este sistema de acasalamento (Gill, 1995). Machos agregam-se em territórios e exibem-se na tentativa de atrair fêmeas para o acasalamento; •Os locais de exibições não contêm os recursos básicos requeridos pelas fêmeas; •Os machos contribuem apenas com os gametas; •Os machos não proveem nenhum cuidado parental aos seus descendentes; •As fêmeas têm a oportunidade de selecionar um parceiro em potencial.
  • 69. Maturidade no momento da eclosão Os filhotes de aves podem ser divididos em dois grandes grupos ao nascer: Nidícolas : Filhotes que nascem com pouca ou sem a cobertura de penas, com os olhos ainda fechados e que dependem ainda de serem alimentados pelos pais por um grande período de tempo são conhecidos como nidícolas. A maioria das espécies de aves possui filhotes deste tipo, sendo exemplificados pelos passeriformes e por grande parte das aves que nidificam em cavidades. Semialtricial: incapazes de deixar o ninho; Altricial: olhos fechados, poucas plúmulas ou sem, incapazes de deixar o ninho, alimentados pelos pais
  • 70. Tyto Micrastur semitorquatus , Foto Thiago Filadelfo Semialtricial
  • 71. Altricial Foto : The Nature Conservece
  • 72. Nidífugos: Os filhotes da maioria das aves que nidificam no solo nascem com uma densa camada de plumas (algumas vezes até mesma penas), com os olhos abertos e são capazes de seguir os seus pais, Semiprecocial: capazes de andar mas permanecem com os pais Seguem os pais, mas encontram seu próprio alimento –patos e aves limícolas; Seguem os pais e os alimentos lhe são indicados -Phasianidae; Seguem os pais e são alimentados por eles – mergulhões e saracuras;
  • 73. Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) Foto: Guto Balieiro Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) Foto: Marcelo Holderbaum Semiprecocial
  • 78. • No sentido amplo, o termo migração é mais frequentemente utilizado para os movimentos direcionais em massa de um grande número de indivíduos de uma determinada espécie de uma localidade para a outra (Begon et al. 1990). • No sentido estrito, a migração se caracteriza pelo deslocamento realizado anualmente e que se repete, de forma estacional, por uma determinada população animal que se desloca da sua área de reprodução para áreas de alimentação e descanso, em uma determinada época do ano, retornando a sua área de reprodução original (Alerstam e Hedenström 1998;http://www.ibama.gov.br/cemave). • Este ciclo, que se repete, tem como causa a oferta de alimento sazonalmente disponível (Sick 1983).
  • 79. Sistemas Migratórios no Brasil • O conhecimento atual da avifauna brasileira sugere que ao menos 197 espécies apresentam algum padrão de deslocamento considerado migratório (CEMAVE,2016). • Desse total, 53% (104 espécies) reproduzem no Brasil CEMAVE,2016). • 47% (93 espécies) possuem seus sítios de reprodução em outros países, seja na região circumpolar relacionada à América do Norte e Groenlândia (aves setentrionais), ou em áreas no sul da América do Sul e Antártida (meridionais).
  • 80. Mapa das principais rotas de migração de aves nas Américas. Modificado de Audubon, disponível em: http://fl.audubonaction.org/site/MessageViewer?em_id=33661.0&pgwrap=n>. Acesso: 10/08/2016.
  • 81. Mapa das principais rotas de aves migratórias no Brasil (CEMAVE,2016).
  • 82. • Sick (1983) fez uma síntese sobre o conhecimento de aves migratórias na América do Sul: • migrações neárticas (aves provenientes do hemisfério norte); • migrações austrais (aves que se deslocam para o norte a partir do hemisfério sul, havendo dentro do continente diversas migrações a partir da parte meridional em direção ao norte); • deslocamentos em resposta à sazonalidade de recursos hídricos e tróficos (tais como florações e frutificações), que incluem movimentos regionais, locais ou parciais; • Deslocamentos nos Andes e nas cadeias de montanhas do sudeste do Brasil, produzindo migrações altitudinais importantes
  • 83. Migrantes neárticos - aves que se reproduzem na América do Norte que regularmente migram em direção ao hemisfério sul durante a estação não reprodutiva). Segundo Stotz et al. (1996), mais de 420 espécies migram para os Neotrópicos, havendo uma diversidade maior no Norte da América Central e diminuindo em direção ao Sul.
  • 84. Charadrius semipalmatus Bonaparte, 1825 Foto : Lucas Iabanji Hirundo rustica Linnaeus, 1758. Foto: Oscar Abener Fenalti Calidris alba (Pallas, 1764) Foto: Ronaldo Koloszuk Tyrannus savana Vieillot, 1808 Foto: Leonardo Casadei
  • 85. Migrantes austrais: Os migrantes austrais migram sazonalmente do sul da América do Sul para o norte. Segundo Stotz et al. (1996), • constituem cerca 50% dos migrantes da América do Norte. • As espécies migrantes austrais diferem das neárticas por migrarem distâncias menores (menos de 15% alcançam a Amazônia), serem dominadas por alguns grupos taxonômicos (tiranídeos, fringilídeos e anatídeos) e proporcionalmente haver um menor número de migrantes de altitudes elevadas (Chesser 1994).
  • 86. Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 Foto: Kurazo Okada Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) Foto: Wirley Almeida Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865 Foto: Kurazo Okada
  • 87. Migrações regionais, locais e parciais. Movimentos regionais e de menor escala são comuns em algumas áreas e entre alguns grupos de aves neotropicais. Por exemplo, na América Central e sudeste do Brasil ocorrem movimentos sazonais de altitude, particularmente de frugívoros e nectarívoros. Espécies que realizam este tipo de movimento encontram-se em risco elevado de vulnerabilidade devido ao desmatamento mais severo em regiões de baixada (Stotz et al. 1996). Estrilda astrild (Linnaeus, 1758) Foto: Pedro França
  • 88.
  • 89. Diversidade de Habitats das Aves Aves silvícolas: A maioria dos passeriformes que vivem em ambientes florestados como a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, as Matas de Araucárias, Caatinga, Cerrado e Campos Rupestres Cercomacra tyrannina (Sclater, 1855) Foto:Ciro Albano Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) Foto:J.Augusto Alves
  • 90. Aves aquáticas: Abrangendo as aves que vivem em ambientes dulcícolas como rios, lagos e banhados. Ex: Garças, marrecas, colhereiro, flamingo, etc. Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) Foto:J.Augusto Alves Eudocimus ruber (Linnaeus, 1758) Foto:J.Augusto Alves
  • 91. Aves marinhas: Costeiras ou oceânicas, abrangendo aves que dependem do mar para obter alimento (peixes e crustáceos) ou das ilhas para se reproduzirem. Leucophaeus atricilla (Linnaeus, 1758) Foto: Kurazo Okada
  • 92. Aves limícolas: Abrangendo maçaricos e batuíras que frequentam lagunas e manguezais enterrando seus bicos no fundo lodoso em busca de pequenos organismos. Numenius hudsonicus Latham, 1790 Foto: Kurazo Okada Calidris canutus (Linnaeus, 1758) Foto: Kurazo Okada
  • 94. O Brasil esta entre os países com maior riqueza de aves, com 1916 espécies. Destas, 232 ocorrem exclusivamente no território brasileiro. Detemos 122 aves que ocorrem risco de desaparecer (Bird Life International,2008) União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) Espécies Categorias 25 Criticamente Ameaçada 33 Em Perigo 64 Vulnerável 96 Quase Ameaçadas
  • 95. 43 Táxons de aves descrito entre os anos de 2000 a 2014, sendo 36 espécies e 7 subespécies (arquivo pessoal). Taxóns N Strigidae Leach, 1820 1 Glaucidium mooreorum Silva, Coelho & Gonzaga, 2002 Caprimulgidae Vigors, 1825 1 Hydropsalis longirostris pedrolimai (Grantsau, 2008) Trochilidae Vigors, 1825 1 Thalurania furcata rupicola Grantsau, 2010 Bucconidae Horsfield, 1821 1 Nystalus obamai Whitney, Piacentini, Schunck, Aleixo, Sousa, Silveira & Rêgo, 2013 Falconidae Leach, 1820 1 Micrastur mintoni Whittaker, 2003 Psittacidae Rafinesque, 1815 4 Pyrrhura snethlageae Joseph & Bates, 2002 Pyrrhura snethlageae lucida Arndt, 2008 Pyrrhura snethlageae snethlageae Joseph & Bates, 2002 Pyrilia aurantiocephala (Gaban-Lima, Raposo & Höfling, 2002) Thamnophilidae Swainson, 1824 10 Epinecrophylla dentei Whitney, Isler, Bravo, Aristizábal, Schunck, Silveira & Piacentini, 2013 Myrmotherula oreni Miranda, Aleixo, Whitney, Silveira, Guilherme, Santos & Schneider, 2013 Formicivora grantsaui Gonzaga, Carvalhaes & Buzzetti, 2007 Formicivora paludicola Buzzetti, Belmonte-Lopes, Reinert, Silveira & Bornschein, 2014 Formicivora acutirostris (Bornschein, Reinert & Teixeira, 1995) Herpsilochmus sellowi Whitney & Pacheco, 2000 Herpsilochmus praedictus Cohn-Haft & Bravo, 2013 Herpsilochmus stotzi Whitney, Cohn-Haft, Bravo, Schunck & Silveira, 2013 Thamnophilus divisorius Whitney, Oren & Brumfield, 2004 Hypocnemis rondoni Whitney, Isler, Bravo, Aristizábal, Schunck, Silveira, Piacentini, Cohn-Haft & Rêgo, 2013
  • 96. Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873 1 Conopophaga cearae Cory, 1916 Grallariidae Sclater & Salvin, 1873 1 Hylopezus whittakeri Carneiro, Gonzaga, Rêgo, Sampaio, Schneider & Aleixo, 2012 Rhinocryptidae Wetmore, 1926 (1837) 3 Scytalopus gonzagai Maurício, Belmonte-Lopes, Pacheco, Silveira, Whitney & Bornschein, 2014 Scytalopus diamantinensis Bornschein, Maurício, Belmonte-Lopes, Mata & Bonatto, 2007 Scytalopus pachecoi Maurício, 2005 Dendrocolaptidae Gray, 1840 6 Xiphorhynchus fuscus pintoi Longmore & Silveira, 2005 Campylorhamphus cardosoi Portes, Aleixo, Zimmer, Whittaker, Weckstein, Gonzaga, Ribas, Bates & Lees, 2013 Campylorhamphus gyldenstolpei Aleixo, Portes, Whittaker, Weckstein, Gonzaga, Zimmer, Ribas & Bates, 2013 Lepidocolaptes fatimalimae Rodrigues, Aleixo, Whittaker & Naka, 2013 Dendrocolaptes retentus Batista, Aleixo, Vallinoto, Azevedo, Rêgo, Silveira, Sampaio & Schneider, 2013 Xiphocolaptes carajaensis Silva, Novaes & Oren, 2002 Furnariidae Gray, 1840 2 Cinclodes espinhacensis Freitas, Chaves, Costa, Santos & Rodrigues, 2012 Cichlocolaptes mazarbarnetti Barnett & Buzzetti, 2014 Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907 3 Cnipodectes superrufus Lane, Servat, Valqui & Lambert, 2007 Tolmomyias sucunduri Whitney, Schunck, Rêgo & Silveira, 2013 Hemitriccus cohnhafti Zimmer, Whittaker, Sardelli, Guilherme & Aleixo, 2013 Tyrannidae Vigors, 1825 3 Zimmerius chicomendesi Whitney, Schunck, Rêgo & Silveira, 2013 Suiriri suiriri burmeisteri Kirwan, Steinheimer, Raposo & Zimmer, 2014 Serpophaga griseicapilla Straneck, 2008 Corvidae Leach, 1820 1 Cyanocorax hafferi Cohn-Haft, Santos Junior, Fernandes & Ribas, 2013 Polioptilidae Baird, 1858 1 Polioptila attenboroughi Whittaker, Aleixo, Whitney, Smith & Klicka, 2013 Thraupidae Cabanis, 1847 3 Dacnis flaviventer orientalis Grantsau, 2010 Dacnis lineata albirostris Grantsau, 2010 Sporophila beltoni Repenning & Fontana, 2013 Total 43
  • 97.
  • 98. Mapa apontando 247 localidades na Amazônia brasileira para as quais estão disponíveis algumas informações ornitológicas baseadas em publicações e registros não publicados de espécimes até o final do século XX (veja Oren 2001). As áreas delimitadas representam as maiores lacunas de amostragens de acordo com Oren (2001), listadas assim: 1) Tocantins; 2) sul do Maranhão; 3) norte do Pará; 4) noroeste de Roraima; 5) alto curso do Rio Japurá; 6) alto curso dos Rios Javari, Tarauacá, e Purus; 7) afluentes da margem oeste do Rio Purus; 8) afluentes da margem leste do Rio Purus; 9) afluentes da margem leste do Rio Madeira; 10) afluentes da margem leste do Rio Juruena; e 11) alto curso do Rio Iriri e médio curso do Rio Xingu acima das corredeiras da Cachoeira Grande.
  • 99.
  • 100.
  • 101.
  • 102. Principais Ameaças (Presente e Futuro) • Fragmentação de habitat • Desmatamento • Captura excessiva • Invasão de espécies exóticas • Poluição • Perturbação antrópica morte acidental • Alterações na dinâmica das espécies nativas • Desastres naturais
  • 103. Iniciativas para conservação • Projetos de conservação de espécies junto com seus habitats • Manutenção de corredores ecológicos ligado as populações para um constante fluxo gênico. • Elaboração de um lista de espécies vulneráveis e seus ecossistemas • Estudo da biologia básica de espécies raras ou pouco abundantes • Estabelecer prioridades entres outros.
  • 104. 9 Métodos de estudo de aves
  • 105. MÉTODOS DE MOSTRAGEM Estudos prévios • Realizar levantamento prévio in situ, pelo período mínimo de um ano. • Áreas de influência direta e indireta, com o objetivo de determinar: - quais espécies de aves ocorrem na área quais a utilizam como sítio reprodutivo, área de forrageamento Dormitório e etc. - planejamento amostral ou desenho experimental diz respeito ao método utilizado para escolher a amostra da população ou organizar os indivíduos que farão parte de um experimento. - Planejamentos e desenhos inapropriados podem levar a conclusões falaciosas. - Além disso, o planejamento de um estudo é tendencioso quando favorece sistematicamente certos resultados.
  • 106. Método AMBIENTES Florestal Aquática Costeiro Lista de Mackinnon X X X Pontos de escuta X Captura e marcação X X X Censo por varredura X Censo de itinerário fixo X Demonstrativo do(s) método(s) mais adequado(s) a ser (em) utilizado(s) de acordo com o tipo de ambiente existente na área
  • 107. MÉTODO PARA DETERMINAR A RIQUEZA E ABUNDANCIA Lista de Mackinnon • Técnica de levantamento por listas de Mackinnon de 10 espécies, conforme descrito por Herzog et al. (2002). • Percorrendo-se trilhas e estradas pré-existentes nas áreas de amostragem. • Devem-se amostrar todos os ambientes, inclusive durante o período noturno. • Deverão ser programadas quatro expedições ao ano, uma por estação, com no mínimo 3 a cinco dias consecutivos (adaptado). • Os registros devem ser compilados em uma ficha de campo contendo as seguintes informações: data, horário, espécie, tipo de registro (acústico = A, visual = V, pista ou vestígio = P) e uso do habitat (alimentação, dormitório ou nidificação).
  • 108. Captura e marcação • Diversos métodos de capturas de aves são conhecidos em todo o mundo, cada qual adequado a algum grupo particular de aves. Para trabalhos de captura e anilhamento é necessário que o responsável seja anilhador Sênior registrado no Cadastro Nacional de Anilhadores do Sistema Nacional de Anilhamento (www.icmbio.gov.br/cemave/sna). • A equipe poderá contar com anilhadores auxiliares, registrados em qualquer categoria, respeitando a proporcionalidade de no máximo 10 redes por anilhador. • Cada ambiente deve ser amostrado com três conjuntos de cinco redes de neblina de tamanho padrão (12 x 2,5 m; malhas diversas) operadas por dois dias, totalizando 150 horas-rede/local de amostragem ou 4.500 h/m2. • Cada conjunto de cinco redes deve estar separado entre si por uma distância mínima de 200 m. • As amostragens deverão ser realizadas quatro expedições ao ano, uma por estação. • Para maiores detalhes, consultar Roos (2010) e o Manual de Anilhamento de Aves Silvestres (IBAMA 1994) para obter orientações quanto aos diferentes métodos de captura a serem utilizados.
  • 109. Ponto de escuta • As amostragens deverão ser realizadas logo no início da manhã, período de maior atividade das aves (Vielliard et al. 2010), começando no amanhecer e se estendendo por no mínimo 3 ou 4 horas (Ralph et al. 1995). • Deverão ser programadas quatro expedições ao ano, uma por estação, com no mínimo cinco dias consecutivos. • Os censos não podem ser feitos quando houver chuva ou vento forte, pois interfere na audibilidade das vocalizações. A chuva também diminui a visibilidade (Ralph et al. 1995, 1996). • O observador registrará todas as espécies de aves ouvidas e vistas durante 10 minutos por ponto de escuta, com raio máximo de 100 m, de acordo com ambiente, o que diminuirá a diferença de detectabilidade entre espécies, ambientes e períodos (Araujo et al. 2012). • Para detecção de aves de rapina a distância radial nos pontos de escuta pode ser adaptada (p. ex. 30, 150, 500 m) considerando o tipo de ambiente (Granzinolli & Motta- Junior 2010).
  • 110. Censo por varredura • Propostos para áreas que apresentem ambientes aquáticos (lagoas, lagunas, brejos e açudes) será necessário realizar a contagem das aves associadas a tais ambientes no período da manhã e final da tarde. • Deverão ser programadas quatro expedições ao ano, uma por estação, com no mínimo cinco dias consecutivos. • O esforço amostral em cada área poderá ser relativo, pois deverá ser utilizado o tempo necessário para contar e registrar as aves encontradas no momento, sendo o tempo de permanência no local associado à abundância de aves e o tamanho da área (Guadagnin et al. 2005). • As aves deverão ser contadas segundo o método descrito por Bibby et al. (1992).
  • 111. Censo de itinerário fixo (em praias) • Para empreendimentos que abrangem ambientes costeiros recomenda-se utilizar o método de itinerário fixo em praias arenosas de grande extensão (Branco et al. 2010). • A praia poderá ser percorrida com veículo a velocidade constante, seguindo o transecto pré-estabelecido (Vooren & Chiaradia 1990, Bibby et al. 1992, Barbieri & Mendonça 2008). • A densidade populacional é expressa em número de exemplares por unidade de área (p. ex. 200 aves/km2).
  • 112. Censo em colônias • Espécies coloniais muitas vezes necessitam de métodos de pesquisa especiais para contar, ou estimar o número total de ninhos na colônia (Branco et al. 2010). Os trabalhos realizados no período de reprodução deverão ocorrer no início da manhã, final da tarde ou em dias nublados (Burger & Lawrence 2000), alternando as áreas escolhidas para minimizar a interferência na rotina da colônia. Censo em áreas de dormitório • Aves em áreas de dormitório ou descanso devem ser contadas no mesmo período do dia em cada estação do ano (preferencialmente nos horários com maior número de aves), geralmente no início e final do dia (Burger & Lawrence 2000) em expedições de no mínimo três dias consecutivos. Monitoramento de carcaças • Para o monitoramento de carcaças deverá ser realizado o método de busca ativa diária por toda área de influência direta do local de estudo em um raio de 1 km.
  • 113. 10 Gestão e Curadoria de Dados
  • 114. Gestão de dados brutos (Registros e Observações) • Tem que transferir os dados de nossas notas de campo ou instrumentos para a planilha no mesmo dia. • Para verificar com rapidez, se observações ou unidade experimentais estão corretas . • Se for necessário voltar a campo e coletar observações adicionais. • Sempre tenha um Beckap
  • 115. Metadados (Dados sobre dados)  Nome e informações de contato quem coletou os dados;  Informações geográficas sobre o local de coleta dos dados;  Nome do estudo ou projeto que os dados foram coletados;  Fontes de apoio que permitiram seu projeto ou estudo;  Uma descrição da organização do arquivo de dados , que devera incluir: • Breve descrição dos métodos usados para coletar os dados; • Os tipos de unidades experimentais; • As unidades de medida ou observação de cada umas das variáveis; • A descrição de qualquer abreviação utilizada no arquivo de dados
  • 116. Armazenamento ( Temporário e permanente)  O sistema mais durável e o único meio aceitável como o verdadeiro e o papel;  Fazer copias em impressoras a laser;  Armazenar em meio digital;  Em lugar seguro;  Armazenar na “nuvem”
  • 117. Curadoria  Os dados coletados pertencem tecnicamente a agencia;  Devem estar disponíveis;  Devem ser usáveis por todos;  Dados de museus , herbários , coleções animais e plantas devem ser gerenciados para que estejam acessíveis a outras pessoas.
  • 118. Dados discrepante (outliers) São valores de medição ou observação registrados que estão fora do intervalo da maior parte dos dados. • É importante os dados discrepantes, pois eles podem ter efeitos dramáticos sobre os testes estatísticos: • Podem ter sido anotados incorretamente • Os dados não apresentam observações validadas de seu espaço amostral original; • Excluir observações, simplesmente porque são confusas ou são adulteradas , pode ser considerado fraude cientifica; • Erro por equipamento quebrado. Verificação de dados
  • 119. Riqueza e Diversidade de Espécies • A diversidade de espécie refere-se à variedade de espécies de organismos vivos de uma determinada comunidade, habitat ou região; – diversidade de espécies é considerada como um aspecto favorável de comunidades naturais. • A riqueza de espécies refere-se a abundância numérica de uma determinada área geográfica, região ou comunidade; • A equidade, equitabilidade, igualdade refere-se ao padrão de distribuição de indivíduos entre as espécies, sendo proporcional a diversidade, exceto se houver co-dominância de espécie. • A dominância como o próprio nome já diz, refere-se a dominância de uma ou mais espécies numa determinada comunidade, habitat ou região.
  • 120. Diversidades Alfa Beta e Gama A diversidade α, ou local, corresponde à diversidade dentro de um habitat ou comunidade, e é bastante sensível à definição de habitat, e à área e intensidade da amostragem ; A diversidade γ, ou regional, corresponde à diversidade de uma grande área, bioma, continente, ilha, etc A diversidade β corresponde à diversidade entre habitats ou outra variação ambiental qualquer, isto é, mede o quanto a composição de espécies varia de um lugar para outro. O QUE DEVEMOS MEDIR ? AMOSTRAGEM A riqueza e a diversidade de espécies dependem, além da própria natureza da comunidade, do esforço amostral despendido, uma vez que o número de espécies aumenta com o aumento do número de indivíduos amostrados .
  • 121. As curvas de acumulação de espécies (curvas do coletor) permitem avaliar o quanto um estudo se aproxima de capturar todas as espécies do local. Quando a curva estabiliza, ou seja, nenhuma espécie nova é adicionada, significa que a riqueza total foi obtida Curva de acumulação de espécies hipotética. O número de espécies aumenta com o aumento do esforço amostral. Após 5o indivíduos amostrados a curva não atingiu a assíntota. 0 10 20 30 40 50 60 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 N°acumuladodeEspecies Dias de censo/captura etc... Curva de acumulção de especies
  • 122. Em todo caso, a estabilização da curva é bastante difícil, pois muitas espécies raras costumam ser adicionadas após muitas amostragens, sobretudo em regiões tropicais. Assim, medidas de riqueza de espécies que permitam estimar a riqueza a partir dos dados obtidos, ou comparar inventários entre diferentes áreas com diferentes unidades amostrais são bastante úteis nestes casos.
  • 123. Índices Este índice expressa a relação entre o número de indivíduos de uma determinada espécie e o número de indivíduos de todas as espécies encontradas. ÍNDICE DE DOMINÂNCIA onde: DA = dominância da sp A NA , NB, NC, ...... NN = número de indivíduos de espécie A, B, C ...... N.
  • 124. FREQÜÊNCIA Expressa a relação entre o número de amostras ou estações na qual uma determinada espécie está presente e o número total de amostras ou estações realizadas. onde: FA = freqüência da espécie A. Pa = número de amostras ou estações nas quais a sp A está presente. P = número total de amostras ou estações sendo: F maior ou igual a 50% .............................................. sp constante 10% menor F menor ou igual a 49% ........................ sp comum F menor ou igual 10% ................................................ sp rara
  • 125. Diversidade de Shanon-Wiener (Alfa) Este índice e apropriado para amostras aleatórias em comunidades de interesse . pi = é a proporção da espécie em relação ao numero total espécies encontradas no levantamento. log = base 10 ou neperiano
  • 126. Equitabilidade A equitabilidade é mais comumente expressada pelo Índice de Pielou: onde: Onde H’ é o Índice de Shanon-Wiener e Hmax' é dado pela seguinte expressão: H’ máximo = log S onde: S = número total de espécies Compara a diversidade de Shanon-Wiener com as distribuições das espécies observadas que maximiza a diversidade. Este índice e obtido através da equação
  • 127. A diversidade é uma função do número de espécies e da equitabilidade dos valores de importância da mesma. Tanto a amostra A quanto a amostra B possuem a mesma riqueza de espécies (S=4). No entanto, a amostra A possui alta equitabilidade e baixa dominância, enquanto a amostra B, alta dominância e baixa equitabilidade. Assim, pode-se concluir que: a) a equitabilidade é o inverso da dominância; b) a amostra A é mais diversa que a amostra B.
  • 128. Rarefação consiste em calcular o número esperado de espécies em cada amostra para um tamanho de amostra padrão onde E(S) é o número esperado de espécies em uma amostragem aleatória, S é o número total de espécies registradas, N é o número total de indivíduos registrados, Ni é o número de indiví-duos da espécie i, e n é o tamanho padronizado da amostra escolhido. O termo (N//n) é calculado como N!/n!(N-n)!
  • 129. A rarefação deve ser usada apenas para amostras obtidas com métodos padronizados, e em habitats iguais ou similares. Outra restrição é que as curvas não podem ser extrapoladas para além do número de indivíduos (N) na maior amostra. O método de rarefação permite ainda o cálculo da variância do número esperado de espécies. A fórmula para calcular a variância é descrita em Krebs (1999). Amostras de espécies de duas comunidades hipotéticas A e B.
  • 130. Curva de rarefação para duas comunidades. A amostra da comunidade A (■) tem 23 indivíduos representando nove espécies, enquanto a amostra da comu-nidade B (▲) tem apenas 13 indivíduos representando seis espécies. O número de espécies esperado na comunidade A para uma amostra de 13 indivíduos é 6,56.
  • 131. Jackknife 1°Ordem Estima riqueza de espécies de uma comunidade. A experiência sugere que esse seja um bom estimado de riqueza de espécies. Onde: Sobs é o numero de espécies observada S1 é o numero de espécies que esta presente em somente um agrupamento f é o número de grupamentos que contem iesima sp de um grupamento