O documento discute dois assuntos: 1) mais uma manobra do governo para adiar indefinidamente a CPI da Lava Jato na cidade através da criação repentina de outras CPIs; 2) a ocupação do Teatro de Bolso pela classe artística local para cobrar uma política cultural, já que o teatro está fechado há 3 anos alegando falta de verba, embora o governo gaste com outros serviços.
1. Governo teatral e artistas sem palco
Caros leitores, esta semana gostaria de chamar atenção sobre dois
fatos que ocorreram nos últimos dias e são muito relevantes para o
futuro da nossa cidade. Primeiramente, demonstrar minha
indignação diante de mais uma manobra orquestrada pelos
vereadores da bancada governista com o intuito de adiar
indeterminadamente a CPI da Lava Jato, recentemente protocolada
na Câmara, que pretende investigar o contrato bilionário entre a
empresa Odebrecht e Prefeitura de Campos, além das as relações
da empreiteira com a família Garotinho. De repente, nos informaram
que a CPI da Lava Jato teria que esperar “na fila”, atrás de outras
cinco CPI’s que foram recentemente criadas sem o conhecimento de
grande parte dos vereadores da Casa. Vale ressaltar que quatro
delas foram protocoladas num único dia, uma semana antes de ser
protocolada a CPI da Lava Jato.
Ao questionarmos quem foram os vereadores que propuseram essas cinco
CPI’s, que surgiram em um passe de mágica, apenas identificamos duas
autorias. Ficou mais do que claro que esta foi mais uma forma desonesta
para evitar que se investigue a família Garotinho. E a pergunta que fica é: o
que eles temem? Os temas das CPI’s que brotaram do chão são temas que
poderiam ser debatidos em audiência pública, como a seca ou da violência
na cidade. Mais uma vez abusam de manobras internas para evitar que a
verdade venha à tona!
Enquanto isso, acompanhamos com muita satisfação a ocupação do Teatro
de Bolso Procópio Ferreira, organizada por membros da classe artística da
cidade, que há muito tempo foi abandonada por este desgoverno. Como eles
mesmos apontaram, o Teatro de Bolso está fechado há cerca de três anos
porque a prefeitura alega não ter dinheiro para instalar o sistema de ar-
condicionado no local! Ao mesmo tempo, foi publicado esta semana no Diário
Oficial do Município, um contrato no valor de R$ 58 mil com uma empresa
prestadora de serviço de “buffet”! Este mesmo governo pagou, no início de
abril, R$ 96 mil por espetáculos com fogos de artifício. Então quer dizer que
não tem dinheiro para reabrir o Teatro? Os artistas que fazem parte da
ocupação cobram uma política cultural de verdade e sugerem uma gestão
compartilhada do Teatro de Bolso. A luta dos artistas locais, que ocuparam
um espaço que é deles, serve como exemplo para todos os segmentos do
nosso município. Temos um “palco” enorme para atuar e não podemos ficar
reféns de um espetáculo decadente.
Infelizmente, o único teatro oferecido por esse casal que nos “desgoverna” é
o “teatro” das encenações performáticas e carentes de verdade e das
vergonhosas manobras que operam nas sessões da Câmara de Campos.