O documento descreve um caso clínico tratado por Freud de um homem com neurose obsessiva. O homem sofria de obsessões e impulsos compulsivos, como pensamentos recorrentes de que algo ruim aconteceria com pessoas próximas. Após um ano de análise psicanalítica com Freud, durante o qual foram interpretados os significados por trás de símbolos como "ratos", o homem se curou de seus sintomas obsessivos.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
O CASO CLINICO SOBRE O HOMEM DOS RATOS
1. Centro Universitário Alves Faria
Trabalho de Psicologia da Personalidade
GOIÂNIA
2017
Centro Universitário ALVES FARIA
GRADUÇÃO EM PSICOLÓGIA
2. O Caso Clínico sobre O homem dos ratos
Alunos: Mariana de Lima Batista,
Ângela Aparecida de Oliveira de Valim,
Hakila Winderlaine,
Isabela Stefaisk
Magna Martins
Mariana lemes
Neurose Obsessiva
Definição de neurose obsessiva: A neurose obsessiva se
caracteriza como uma doença mental grave, podendo ser entenda a
partir de um conflito decorrente de uma experiência traumática que
acomete a estrutura do sujeito no contexto libidinal. O trabalho
defensivo da neurose obsessiva consiste, portanto, em transformar a
representação forte da experiência infantil penosa numa representação
enfraquecida e em orientar para outros usos a soma de excitação, por
esse estratagema, foi desligada de sua fonte verdadeira.
Desse modo, a neurose obsessiva se desenvolve a partir do
Complexo de Édipo, onde a libido do indivíduo encontra-se fixada no
estágio anal de maturação da sexualidade. O sentimento de culpa, pode
se caracterizar como uma forte tendência do neurótico obsessivo, em
que tentam usar objetos como tentativa de aliviar conflitos internos.
As obsessões podem ser identificadas a partir de pensamentos,
ideias, sentimentos, frases, números, superstições mágicas, atitudes
compulsivas que invadem a consciência de forma repetida e recorrente,
o que provoca no sujeito uma sensação de mal-estar e impotência diante
de tais pensamentos.
3. Assim, o pensamento do sujeito obsessivo é abstrato, não tem uma
ligação com a realidade. Os obsessivos se preparam constantemente
para o futuro, e não conseguem viver o presente. Na psicanálise, há
mais dificuldade no tratamento desse indivíduo tendo em vista a
dificuldade de associação livre, assim como na internalização do
conflito apresentado.
GOIÂNIA
2017
O Homem dos Ratos
Freud tratou um jovem cujo trabalho foi publicado como "Homem dos Ratos"
(1909) (Vol. X da Coleção das Obras Completas de Freud da Editora Imago .
Freud procurou formular, a partir do estudo do caso, uma explicação sobre a
neurose obsessivo-compulsiva à luz da teoria psicossexual do
desenvolvimento. Para tanto, realizou uma descrição rica e precisa de rituais e
obsessões que seu paciente apresentava, buscando interpretá-los à luz de sua
teoria. Tal concepção prevaleceu até pouco tempo atrás, quando novos fatos
vieram modificar essas concepções.
O paciente, um jovem de educação universitária, apresentou-se a Freud com a
queixa de obsessões desde sua infância, mas com uma maior intensidade nos
últimos 4 anos de sua vida. Sofria de TEMORES de que algo acontecesse a
duas pessoas de quem mais gostava - seu pai e uma jovem a quem admirava.
Além disso, tinha consciência de IMPULSOS COMPULSIVOS - tais como, por
exemplo, de cortar sua garganta com uma navalha -, produzindo
4. posteriormente PROIBIÇÕES, muitas vezes em conexão com coisas triviais,
como no dia em que a jovem de quem gostava ia partir, e ele bateu com o pé
numa pedra da estrada em que caminhava, e foi obrigado a afastá-la do
caminho, pondo-a à beira da estrada, pois lhe veio a ideia de que o carro dela
iria passar e poderia acidentar-se nessa pedra. Contudo, minutos depois
pensou que era um absurdo, e foi obrigado a voltar e recolocar a pedra à sua
posição original.
A experiência que precipitou a primeira consulta do paciente com Freud
ocorreu quando estava em manobras em uma unidade militar. Um oficial
descreveu uma forma de tortura na qual o prisioneiro ficava sentado nú,
amarrado sobre um recipiente contendo ratos, que buscavam escavar seu ânus
em busca de uma saída. Tal pensamento passou a invadir sua mente sem que
fosse capaz de evitá-lo, causando-lhe grande aflição. Achava que isso poderia
acontecer com a jovem de quem gostava e com o pai, já falecido há 9 anos.
Como forma de evitar essa obsessão, empregava uma fórmula particular,
dizendo a si mesmo: "Mas", acompanhado por um gesto de repúdio, e depois:
"O que é que você está pensando?"
O jovem passou anos combatendo essas e outras idéias, conforme relatou,
perdendo, deste modo, muito tempo de sua vida. Vários tratamentos haviam
sido tentados, com nenhum efeito positivo.
A análise de Freud concentrou-se na ambivalência do paciente para com seu
pai e a jovem a quem cortejava, originada em sua sexualidade precoce e
intensa e sentimentos antigos de raiva contra seu pai - que haviam sido
severamente reprimidos. O símbolo do rato levou Freud e o paciente a uma
série de associações que incluíam erotismo anal, lembranças de excitações
anais quando o paciente em criança eliminava lombrigas (que Freud
interpretava como simbolizando um pênis), e o fato de ter sido espancado pelo
pai aos 4 anos de idade por ter mordido uma pessoa. Associou ainda com
problemas antigos do pai do paciente com o jogo (em alemão, um jogador é
uma spielratte - ou rato-do-jogo), a idéia infantil do parto anal e a própria
experiência real de haver tido verminose quando criança. Após um ano de
análise, o paciente curou-se de seus sintomas e, nas palavras de Freud, "o
delírio dos ratos desapareceu".