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Metodologia do Treinamento do Futsal
Prof. Fernando Ferretti
Capítulo I
Princípios Pedagógicos da Iniciação e da Aprendizagem no Futsal
1.Introdução
2.Objetivos da Aprendizagem na Iniciação
3.Cuidados Didáticos numa Sessão de treinamento
Capítulo II
O Treinamento Técnico
1.O Treinamento Técnico e sua Divisão
2.As regras do Futsal contribuem para o desenvolvimento técnico
do desporto.
Capítulo III
O Treinamento Tático
O aprendizado Tático
Fundamentos Táticos Defensivos
Fundamentos Táticos Ofensivos
Tempos de ataque
As linhas de defesa
A marcação no escanteio
O tamanho das quadras e sua conseqüência na tática da equipe
Os princípios do Contra-Ataque
A montagem do Plano Tático
Sugestões de Conteúdos nas diferentes categorias competitivas
A evolução dos Tipos de Ataque
Treinamento Tático no alto nível
Capítulo IV
O Treinador e o Treinamento
Comando e direção de equipes
Futsal : Profissão Técnico
O Treinador e as formas de comunicação
Que tipo de treinador você é ?
Capítulo V
O Treinador e o Jogo
O Treinador e o jogo
A solidão do Treinador
Ataque dois toques
A defesa, o ataque e a vantagem numérica
Capítulo VI
Avaliação do rendimento no Futsal
O Treinador e os Meios Auxiliares
Capítulo VII
O Treinamento Psicológico
A Preparação emocional
O Futsal e os pais de atletas das divisões de base
A capacidade volitiva do atleta
Dinâmicas de grupo para atletas de Futsal
Capítulo VIII
Mundo Futsal
Onde o Futsal me levou
O Futsal Feminino
Futebol X Futsal
Futsal e a T.V
Futsal Profissional
Capítulo I
Princípios Pedagógicos da Iniciação e da Aprendizagem no Futsal
1. Introdução
Jean Piaget, define aprendizagem segundo três parâmetros:
Aprendizagem Motora: Referente ao conhecimento dos fundamentos e
aprimoramento das qualidades físicas.
Aprendizagem Cognitiva: Referente ao conhecimento do jogo, do
grupo, reconhecimento dos líderes, torcida e influências.
Aprendizagem Afetiva: Referente a relação do indivíduo entre si e com o entorno.
O Futsal definitivamente é melhor jogado por quem aprende a raciocinar o jogo
(Aprendizagem Cognitiva), por quem desenvolve melhor suas habilidades motoras, pré
requisito para a excelência do gesto técnico(Aprendizagem Motora) e claro, enquanto
recreativo o Futsal contribui para a formação do caráter do aprendiz(Aprendizagem
Afetiva), solidificação de conceitos higiênicos ( o exercício melhorando a qualidade
de vida), já que muitos chegarão ao ápice da pirâmide, vivendo, realmente, como
profissionais do Futsal(Aprendizagem afetiva).
Dito isso, temos que considerar também o desenvolvimento motor normal da criança (como
indivíduo) para entender as limitações do nosso atleta, de acordo com as diferentes
etapas do seu aprimoramento motor, intimamente ligado a maturação do seu sistema
nervoso central. O exemplo disso são dificuldades de nossas crianças das categorias
fraldinha ou pré-mirim, por exemplo, diante das movimentações táticas muito elaboradas,
porque a qualidade de raciocínio abstrato chega muito depois das idades destas
categorias.
Podemos afirmar então:
Maturação - Diferenciação estruturais e funcionais do
organismo que levam a padrões de comportamento.
Aprendizagem - Enriquecimento das características da
criança, através do treinamento, experiências e
observações.
Desenvolvimento - Soma de maturação e aprendizagem.
A idade mais apropriada para a iniciação da criança,
quase sempre está em desacordo com a maioria dos autores
especializados no assunto. A criança começa muito antes,
animada pela família, pelos diferentes tipos de mídia,
numa gama de estímulos muito maior que a 10, 15 anos
atrás. O que queremos discutir e sugerir aqui é a melhor
forma de orientar o trabalho destas crianças, segundo o
estágio de desenvolvimento do sistema nervoso central que
tenham atingido, segundo o quadro acima.
Veja o quadro abaixo, observando as características
cognitivas, motoras e afetivas de acordo com a faixa
etária mais importante na aprendizagem do Futsal, pois aí
o aluno solidificará conceitos que levará durante toda a
vida ativa no Futsal.
06/ 08 anos
Pouca atenção- Nível de concentração baixo
Individualista- Começa a entender o conceito de grupo,
além do familiar até então, sua única referencia grupal.
Muita Energia- cansa e se recupera rápido.
08/12 anos
Aumenta Concentração
Nasce espírito Competitivo
• Ver, interpretar e entender a dinâmica do jogo, é a base para jogar bem e
eficientemente. Dentro desta quantidade de informações que vai formando o
arcabouço cognitivo do nosso atleta podemos destacar os sempre citados
fundamentos táticos, que tem como essência a noção espaço-temporal. Nosso
atleta precisa controlar a todo momento para onde correr e a que tempo,
exercitar a antevisão do lance(pelada de 1 toque) e só vai automatizar estas
ações se ao mesmo tempo que aprimora as qualidades físico-técnicas
(resistência, potência, passes, força, chute, etc...) observa, discute e
experimenta as experiências e ensinamentos dos técnicos, companheiros,
adversários, palestras, entrevistas, vídeos, do universo chamado Futsal.
Definitivamente ou se raciocina sobre o andamento do jogo ou seremos pura
intuição e técnica, as vezes insuficientes para um jogo bem jogado. Tenho
visto situações e escutado experiências, onde os atletas no convívio do dia-a-
dia ensinam detalhes, que no conjunto fazem a diferença.
Por exemplo: Jogador observa jogador e são capazes de ensinar detalhes
quase imperceptíveis aos demais. Pivô vira melhor para um determinado lado,
que chuta sempre no mesmo canto, fixo que sempre antecipa ou que nunca
antecipa, a posição em que determinado atleta prefere para passar sempre a
um determinado ponto da quadra, etc... Portanto viva Piaget que nunca entrou
numa quadra de Futsal, já batia um bolão ao definir com clareza a muito tempo,
e como ninguém, o que confirmamos na prática todo santo dia.
• 2. Objetivos da Aprendizagem na Iniciação
A - Noção Espaço-Temporal: É a essência do jogo chamado Futsal. O atleta levará o que aprende aqui para o
resto da vida útil no desporto. Para onde se corre e a que tempo é a base de qualquer sistema tático, em todas
as categorias do Futsal. É uma qualidade especial no Futsal , mas o ser humano já começa a vivenciá-la
desde os primeiros dias de vida. Um bebê ainda no berço , já busca no espaço determinados objetos e a um
tempo de acordo com a destreza aprendida.
• Esta qualidade é especial no Futsal porque nosso desporto é como se fosse uma brincadeira de gato e rato.
Um jogador corre num determinado espaço de quadra tentando se desvencilhar da marcação enquanto o
marcador tenta controlar o jogador a ser marcado e a bola e vice-versa. Esta é uma qualidade que vai
depender muito das experiências motoras vividas na infância , mas que devemos sempre procurar melhorar
em nosso atleta.
• Nosso atleta, numa partida calcula ainda que sem saber, as reações dos adversários, o tempo da bola para
dominar, passar e chutá-la e o tempo de seus companheiros.
• Fica claro então, a importância desta qualidade, nas diversas situações de jogo, sobretudo depois que a
preparação física evoluiu e tornou a marcação muito mais efetiva.
• Dito isso ,a noção espaço temporal deve ser capítulo especial de nossa programação de treinamentos, em
todos os níveis de aprendizagem, especialmente nas escolinhas e categorias de base. É nas categorias
iniciais que as crianças começam a descobrir, num nível mais consciente o espaço e o tempo no Futsal e
vencem alguns receios adquiridos em experiências motoras mal sucedidas.
• Observe estes exemplos: Numa sessão de treinamento a tendência das crianças ao correr é ficar todas
próximas umas das outras e buscando mais o centro da quadra num posicionamento já em desacordo com a
ocupação de espaços tão importantes no Futsal ; ou quando dividimos a turma em colunas,
• para um exercício de chute, a tendência é que a coluna , por instinto, vá para o meio da quadra, sem explorar
as alas da , tão importantes na distribuição tática.
• Face ao exposto, pode estar aí a resposta as nossas dúvidas quanto ao aprendizado tático de nossos atletas e
ao entendimento da filosofia de trabalho de qualquer Treinador. Seguem abaixo três exemplos para treinar
esta qualidade muito importante:
1 - Nas corridas de aquecimento não deixe que as crianças
corram em círculos pela quadra. Devem correr buscando os
diferentes espaços de quadra e em variadas direções,
explorando-as pois.
2 - Nos trabalhos de passe, sair daquelas posições paradas
na quadra e fazê-los em movimento como numa situação de
jogo.
3 - Utilize uma corda que é batida no sentido anti-horário,
por 2 ajudantes enquanto: a) as crianças passam por baixo
ou por cima dela, sem bola; b)sem bola e com um companheiro
ao lado, c)com bola, passa a bola de um lado e domina do
outro, d)passa bola por cima e passa por baixo para dominar
do outro lado, e)passa a bola por baixo e vai chutar do
outro lado ao gol, etc, Nestes exercícios com corda , o
espaço está na distância percorrida e o tempo na
movimentação da corda acima e a baixo.
B - Direção/Sentido( As 6 direções do Futsal):
Convido todo mundo a fazer um exercício simples. No
início de uma aula, mande os alunos correr.
Simplesmente correr. Farão sempre em círculo. Por que?
Se no Futsal não existe este tipo de deslocamento.
Basicamente são seis as direções de quadra para onde
um jogo de Futsal anda:
Considerando a marca central da quadra (de onde se
dá a saída de jogo), olhando adiante até a meta de
fundo de quadra, por trás na mesma linha até a meta que
está as minhas costas, ao meu lado direito, ao meu lado
esquerdo, e na diagonal até o escanteio que está a
minha frente e por último no escanteio que está as
minhas costas.
É para aí que se corre, num jogo de Futsal e nossas
crianças desde muito cedo devem explorar estes espaços
de quadra, logo no aquecimento no início de cada aula
ou treino.
C - Flexibilidade das Regras: As regras do Futsal
de categorias menores devem ser adaptadas. As
arbitragens devem ser educativas e não punitivas.
D - Vivência na Categoria: A criança deve jogar nua
sua categoria.
E - Identificação dos espaços de quadra e posições: O
atleta tem que aprender a conhecer e saber ocupar os
espaços de quadra.
F - Noções de Interação Tática Básica: A criança deve
começar a conhecer os fundamentos táticos.
3. Cuidados Didáticos numa Sessão de Treinamento
a) Não use apito. Corrija seus atletas falando durante todo
o treinamento. Procure se comunicar com todo o grupo em
tom de voz alta e clara. (sem gritar).
b) Durante os treinamentos, não sente nunca e não fique
parado. Caminhando você encontra sempre alguém que
necessita de uma palavra, de ajuda. Passei pela área e
faça o atleta senti que também merece atenção individual.
Fale. Explique. Aconselhe. Seja firme.
c) Faça também observações individuais. Isto ajuda a
combater a timidez da criança, aumenta o grau de
confiança dela no seu trabalho.
d) Antes de começar qualquer atividade, estabeleça objetivos
e certifique-se que eles foram alcançados ao final da
mesma, comunicando ao grupo individual ou coletivamente.
Faça as considerações do que melhorou e do que precisa
ser melhorado.
e) Durante os jogos, divida com todos do plantel, suas
orientações, inclusive com aqueles que você usa pouco. Ao
pedir um tempo durante uma partida, exija que todos
escutem suas explicações, de forma que todos possam
compartilhar de suas idéias e sejam sabedores delas, caso
seja necessário participar do jogo.
F) Elabore exercícios onde o maior número de atletas
participe de uma só vez.
G) Não participe dos exercícios. Observe e corrija.
h) Misture o plantel. Dê a oportunidade aos mais fracos de
treinar com os mais fortes em alguns momentos de
treino.
i) Faça o entra e sai (titulares por reservas ) durante as
sessões de treinamento, educando os atletas para as
situações de jogo.
j) Incentive e escute opiniões.
k) Controle e não permita a violência e a agressividade em
excesso dos atletas.
l) Reforce o positivo (“vejam como o fulaninho faz isso
bem”) e o negativo (“ tente fazer melhor, pois eu sei
que você conseguirá”).
m) Controlar bem os tempos de esforço. E a graduação dos
exercícios. (Do mais fácil para o mais difícil).
n) REGULARIDADE- Está é a chave para o sucesso. Execute e
mande repetir. Faça outra vez. Volte a fazer. Peça de novo.
No treino seguinte , tudo outra vez.
o) Em quem seu atleta se espelha? Use os exemplos de jogos e
jogadores ao vivo e através de teipes. Estas imagens valem
mais que mil palavras.
p) A qualidade dos seus exercícios é proporcional a
motivação que seus atletas demonstram ao participar deles.
Se for o contrário, esqueça. Tente outro.
q) O Treinador deve orientar material esportivo adequado:
Uso de caneleira e não uso de short de surf , por exemplo.
r) Deve-se orientar com relação a alimentação e a higiene do
aluno/atleta.
s) Deve ser cobrado do aluno/atleta rendimento satisfatório
na escola.
t) O Aluno/Atleta deve ser cobrado com relação à horário,
disciplina, limites e no convívio com os colegas.
u) No início de sua vida esportiva como atleta ,Treinador
não deve determinar as posições e sim deixar o atleta
vivenciar.
v) Fazer trabalhos bilaterais na iniciação para poder usar
os dois pés no futuro.
Capítulo II
O Treinamento Técnico
1. Treinamento Técnico e suas Divisões
O desenvolvimento tático e físico, nos últimos anos ,
passou a exigir dos treinadores da modalidade uma
especificidade muito variada nos diferentes tipos de
treinamento técnico. São cada vez maiores as exigências
para o atleta em quadra, quanto ao seu ótimo rendimento
numa partida.
Penso estarmos todos de acordo quanto ao fato de que o
rendimento tático de um atleta ou equipe, está
intimamente ligado ao que se consegue fazer tecnicamente.
É por aí que todos os problemas táticos de uma equipe
começam a se resolver. Tenho dito, que NADA SUPERA A
QUALIDADE. Em tese, o que sempre nos levará a alcançar
ótimos resultados, é a qualidade técnica de nossos
atletas, de forma que busque sempre cercar-se dos
melhores e seus problemas, estarão, diríamos 50%
resolvidos.
É claro que só a técnica não resolve nada. O
perfil do que deva ser o melhor dos melhores no Futsal
moderno, é uma excelente técnica, acompanhada de um
super preparo físico e uma inteligência tática apurada,
somando-se a isso um faro apurado para chutar muito e
fazer gols.
Considerando o somatório destas qualidades, você é
capaz de identificar algum jogador que tenha este
perfil no Futsal brasileiro? Eu conheço alguns, mais
deixo para vocês este exercício de reflexão.
A Divisão do Treinamento Técnico é o seguinte:
A - Treinamento Técnico de Especialidades: Visa
melhorar a técnica inerente a cada posição. Por
exemplo, o pivô busca melhorar o domínio de bola e
passe. O central ou fixo, vai melhorar o desarme e o
chute de longa e média distância, e assim
sucessivamente. Mas a multiplicidade de funções no
Futsal também exige do nosso atleta uma boa dose de
conhecimento mínimo das características das outras
posições, de forma que experimentar estas atitudes é
muito importante naquilo que podemos chamar, se é que
existe, o jogador completo. Neste momento o Pivô
aprende também as atitudes do Fixo, aprimora suas
características de armador/passador como ala e
vice/versa. As sessões de treinamento nesta parte são
pequenas oficinas, repartidas na quadra onde cada um
aprimora suas qualidades especiais(da posição) e
“prova” a do outro.
B _ Treinamento Técnico de Correção: Nesta parte vamos
corrigir tudo aquilo que nosso atleta não faz bem ou não
faz. É de domínio público que os estudos de cientistas
interessados em desvendar o cérebro humano, já descobriram
que usamos muito pouco (10,20%) a nossa capacidade
cerebral. Este conceito é o ponto de partida para nossa
busca ao atleta mais ambidestro possível. Isto é, atletas
que saibam usar bem as duas pernas nos diferentes
fundamentos. Provado está que o iniciante ao se definir
por uma das duas lateralidades possíveis (esquerda ou
direita) o faz em razão do lado predominante do cérebro,
tendendo a especializa-lo cada vez mais, em detrimento do
lado não definido.
Considerar também, que a tendência de todos nós,
inclusive nosso aluno/atleta é desprezar, diminuir e
desconhecer aquilo que não conhece, não exercita, não
pratica e não domina.
Aproveitando, pois esse conceito do pouco uso da
capacidade cerebral, devemos incentiva-lo a treinar
bilateralmente. Tudo aquilo que se treina com uma perna ,
deve-se repetir, também, com a outra. Isto em todos os
níveis de aprendizagem.
O treinamento técnico de correção olhado a luz destes
conceitos torna-se de uma simplicidade impressionante.
Basta colocar nosso atleta diante da própria dificuldade,
daquilo que faz mal ou não faz. Se ele chuta mal com a
perna esquerda ou evita chutar com ela, é esse o exercício
de correção que deverá fazer. Se domina mal com a perna
direita, outro exercício estará pronto e assim por
diante.
Controlar os exercícios através de simples ficha onde
se faz os apontamentos do que foi proposto ao atleta.
Reciclar periodicamente. Dar a ele, atleta, também a
oportunidade de opinar sobre aquilo que acha que deva
melhorar. As vezes, nosso poder de observação deixa
escapar aquilo que nossos elucida. Estamos acostumados a
acompanha-lo dia a dia mas não devemos desprezar suas
considerações sobre seu próprio aperfeiçoamento.
Podemos então dizer que o treinamento técnico de
correção é a melhora e apuro do gesto técnico inerente ao
Futsal, através do exercício repetido das maiores
dificuldades do atleta. À partir disso podemos arriscar a
seguinte sentença:
CORREÇÃO........CONFIANÇA.........PROGRESSO
Isto porque após colocarmos nosso atleta tantas vezes
diante das suas dificuldades, ele começa a ganhar
confiança, pois o que antes fazia mal, agora faz melhor,
o que podemos chamar de progresso. Lembre-se : Costumamos
não fazer bem aquilo que não conhecemos, não treinamos !
Considerar, também, na elaboração dos exercícios o
conceito da progressão pedagógica, portanto saindo do
mais fácil para o mais difícil. Por exemplo, quando
corrigimos o fundamento chute, devemos mostrar ao atleta
que primeiro equilibre seu corpo em relação a bola,
inclusive observando seu pé de apoio em relação a ela, no
passo seguinte buscar a direção do chute e por último a
força.
Notaremos num médio espaço de tempo, quantas
maravilhas podemos alcançar corrigindo os fundamentos,
essência do jogo bem praticado, meio caminho para as
vitórias.
Não se esqueça: “Fotografe” (com sua tela mental )
seus atletas e estarão prontos os exercícios mais
simples e eficazes para a correção técnica.
Estará diante da dificuldade e de tanto repetir,
vai melhorar. Tomemos como exemplo o caso do voleibol,
no Brasil, que há 20, 25 anos não era quase nada e
hoje é campeão olímpico. Nos últimos anos este
desporto deu um salto de qualidade tremendo,
investindo no treinamento maciço e repetitivo dos
fundamentos.
A razão primordial desse sucesso é a preocupação em
quantificar e portanto medir através de scouts o
desempenho dos atletas durante uma partida, durante
todo um campeonato, premiando-os por suas excelentes
performances nos fundamentos.
Os scouts das equipes e campeonatos vigiam e
realçam as qualidades ou deficiências de fundamentos
que cada atleta possui.
É quase seguro que uma boa recepção, um bom passe e por
fim um potente cortada vai jogar a bola no chão, na quadra
adversária, num desporto onde só se vê confronto no
fundamento bloqueio, e portanto, tudo é mais fácil. A bola
quando está do meu lado de quadra, é só minha, o que
facilita tremendamente as coisas. O que diríamos então do
Futsal onde o confronto e a marcação não nos permite mais
jogar com conforto e espaço.
O problema é que no Brasil todo mundo pensa que é bom
de bola e não precisa treinar fundamentos. Vejamos, também
o exemplo da Holanda que investiu maciçamente nos
fundamentos do futebol e tem mostrado ao mundo um jogo
muito vistoso, com jogadores espetaculares.
c) Treinamento Técnico de Grupo: Nesta parte do
treinamento você vai buscar relevar o clima de confronto, a
imitação do gesto técnico. Seus atletas vivenciarão as
ações as ações do que realmente deve acontecer numa partida
de Futsal. São jogos de igualdade e superioridade numérica
caracterizando a situação da partida.
1 - Jogo dos Setores
Formação: 14, sendo cada equipe com 1 goleiro e 2 em
cada setor.
Objetivo: Passe e finalização.
Desenvolvimento: dois toques, não pode jogar fora do
setor, havendo o terceiro toque, chute de primeira.
2 - Desarme só na defesa
Formação: 5x5
Objetivo: Contra-Ataque
Desenvolvimento: Equipe que está atacando e perde a bola só
pode desarmar no seu campo defensivo.
3 – Futvolei
Formação: 6x6
Objetivo: Controle e passe
Desenvolvimento: É obrigatório os três toques sendo um de
cabeça.
4 - Jogo do passe aéreo com rede de volei
Formação: 5x5
Objetivo: Passe aéreo, na paralela e domínio.
Desenvolvimento: São armada os mastros do volei e uma
fita da altura dos mesmos. Entrada no ataque com
passe por cima da rede ou pelo lado de primeira.
5 - Jogo pelas alas
Formação: 5x5
Objetivo: forçar a lateralidade do jogo de ataque
Desenvolvimento: Não é permitido tocar na bola dentro
da quadra de volei, sendo punido com lateral.
6 - Jogo para o pivô
Formação: 5x5
Objetivo: Forçar no pivô o jogo de ataque .
Desenvolvimento: Primeiro domínio na quadra adversária é
feito na posição básica de pivô.
7 - Jogo de finalização com opção para o pivô
Formação: 5x5
Objetivo: finalização, marcação e passe ao pivô.
Desenvolvimento: Baliza na linha de fundo do volei, na ala
finalizar só de primeira, quem passa ao pivô, sobe para
finalizar, pode haver contra-ataque. No escanteio e
lateral chute livre.
8 - Jogo do chutão
Formação: 10 atletas
Objetivo: Pivô de tempo, marcação de retorno e aproximação
do ataque.
Desenvolvimento: Atleta da lateral lança para o pivô
9 - Jogo do erro
Formação: 5x5
Objetivo: Passe
Desenvolvimento: 8’ ou dois gols, em todo erro que
originar um contra-ataque o atleta é desqualificado, a
equipe com vantagem numérica tem 3 chances de finalizar.
10 - Jogo do gol dentro da área
Formação: 4x4
Objetivo: Passe
Desenvolvimento: Somente o jogador autorizado a entrar na
área pode fazer um gol.
11 - Jogo do passe aéreo
Formação: 3x2 em cada meia quadra
Objetivo: Passe aéreo e finalização
Desenvolvimento: só vale passe aéreo.
12 - Jogo de passe ao homem do meio
Formação: 5x5
Objetivo: Passe e fechamento do meio
Desenvolvimento: Passar a bola ao pivô.
13 - Jogo Multi-Metas
Formação: 5x5
Objetivo: Finalização e marcação
Desenvolvimento: Deve-se fazer os gols nas várias metas.
14 - Jogo do Voleio
Formação: 5x5
Objetivo: finalização de voleio
Desenvolvimento: Passe com as mãos, não pode correr com a
bola, finalizar só de voleio, cortar o passe só de cabeça.
15 - Jogo do fundamento determinado
Formação: 5x5
Objetivo: Antevisão do lance, raciocínio tático.
Desenvolvimento: Determina-se com que perna se pode fazer que
fundamento . Exemplo, passe com a perna esquerda e domínio com a
direita.
16 - Jogo do chute de 1 tempo ou de primeira
Formação: 5x5
Objetivo: Finalização de primeira
Desenvolvimento: As equipes só podem finalizar de primeira.
Se dominar não pode mais chutar.
d) Treinamento Específico de Goleiro:
Vai longe o tempo em que se virava goleiro porque jogava-se
mal na linha. Era só aparecer um gordinho ou um desajeitado e
pronto, por falta de oportunidade ,mandavam o garoto para a trave.
A mudança da regra ,no início de 1997,começou a delinear o
goleiro de Futsal do futuro. Bom com as mãos ,bom com os pés.
Dito isso analisaremos o seguinte: A prática nos mostra que
"geneticamente" falando(o genético está entre aspas porque não
estamos falando ramo da Biologia) tem goleiro que nasce goleiro,
passa um tempão sem treinar ou jogar e na volta, fecha o gol; e o
que precisa treinar muito ,sem parar para ser e continuar bom
goleiro ,porque na volta de uma inatividade pode tomar uns bons
frangos. Logo se percebe, desde a escolinha aquele indivíduos com
"pinta" de goleiro e invariavelmente acabam mesmo virando bons
goleiros.
Vamos então a razão central desde pequeno ensaio. Em
primeiro lugar ,a mudança de regra dificultou a vida daqueles que
pouca habilidade tem com os pés e neste momento temos uma corrida
contra o tempo, com todos eles treinando freneticamente para
corrigir suas dificuldades. É válido ,mas vejo aí um erro de foco.
Tem gente esquecendo de pegar a bola debaixo da trave que é
a função primeira de cada goleiro. A maioria dos principais
goleiros do Brasil não são tão bons com os pés mas suas equipes
não deixaram de disputar títulos.
Deveremos ter uma geração espetacular de goleiros tão
bons com as mãos quanto com os pés quando os atuais infantis,
infanto - juvenis chegarem ao adulto. Neste momento, é melhorar
o que já se sabe e primeiro defender as bolas, depois passar e
fazer gols. Não esquecer que o linha-goleiro é uma boa opção.
Tratar de treinar no gol um excelente passador/chutador ,
jogador de linha.
Na formação/treinamento dos goleiros ,sem dúvida ,a
resistência aeróbica é a base para as exigências da posição
mas, é no trabalho anaeróbico ( lático e alático) que está
centrado o rendimento do goleiro. E no tempo de reação(cai,
levanta, salta, cai de novo, levanta outra vez) que está a
qualidade principal do goleiro. E também na agilidade ,a troca
de posições sucessivas e na maior velocidade possível.
Portanto, conseguida uma boa base aeróbica, o trabalho
do goleiro deve ser centrado em atividades de quadra ,com
ênfase no tempo de reação e debaixo da trave, no contato com a
bola. O que orienta o trabalho com os pés é a melhora dos
fundamentos na imitação dos gestos técnicos realizados numa
partida. Então , por exemplo ,o goleiro defende ,coloca a bola
fora da área e passa. Treina domínio parcial com a coxa, e
passa ou chuta ao gol. Ao perceber a chegada do marcador ,faz o
passe ,etc.
Com as sucessivas mudanças na regra o goleiro já
chegou na linha e é responsável por um jogo de vantagem
numérica que tanto proporciona fazer gols, quanto ajuda
a quebrar as marcações rígidas de qualquer adversário.
Com essas alterações chegaram os treinadores de
goleiro, tamanho a importância que representa a figura
do goleiro bem treinado na equipe.
O trabalho do goleiro no treinamento é basicamente
de tempo de reação. Aquele cai, levanta, cai de novo,
senta, e assim por diante. Exercícios de velocidade de
reação, num limiar anaeróbico (freqüência cardíaca de
media intensidade).
2. As regras do Futsal contribuem para o
desenvolvimento técnico do desporto?
As regras de qualquer desporto servem para normatizar
as ações dos mesmos, dentro de um limite de ações
técnicas e disciplinares. A transgressão das regras gera
de imediato, uma punição, que se reverte em benefício do
adversário.
Penso que estamos, mais ou menos de acordo, com
proposição acima. Dito isso o que queremos discutir é se
uma seqüência de punições, inibe ou estimula nosso atleta
das categorias de base, no seu desenvolvimento técnico
tático.
A criança só aprenderá, vivenciando, participando e
que sejam experiências realmente educativas, longe das
pequenas batalhas que invariavelmente se travam nos jogos
das categorias de base, onde os maiores protagonistas da
educação são pais, árbitros e técnicos, e muito menos a
crianças.
Em primeiro lugar, muito se discute qual a melhor
idade para começar a competir, considerando os aspectos
físicos e psicológicos.
A evolução da fisiologia do exercício, nos últimos
20 anos responde a maioria das perguntas quanto ao aspecto
físico. já quanto ao psicológico, no que diz respeito às
reações do indivíduo frente as diferentes facetas da
competição, muito há ainda que pesquisar e responder,
embora a presença do psicólogo na Comissão Técnica seja
imprescindível e indiscutível.
Seguindo o nosso raciocínio, porque se critica tanto o
início precoce no Futsal, quando na Ginástica Olímpica se
começa aos 3,4 anos e um ginasta aos 19,20 é considerado um
velho?
Responder esta pergunta requer um pouco de atenção.
A evolução da ciência, em geral e o bombardeamento
de informações dos meios de comunicação, amadurece muito
mais rápido um indivíduo do que a 15,20 anos atrás. O
primeiro presente que um menino (e por que não as meninas?)
recebe é uma bola de futebol. Começam no Futsal porque os
espaços nas cidades cada vez são menores e porque quase
todo mundo acha que o Futsal é um Futebol de Campo pequeno,
o que não é totalmente mentira nem totalmente verdade
Alguns clubes de Futebol já descobriram a qualidade
especial dos craques de campo, que começaram no Futsal.
Isso pelo seu tempo de reação apurado, básico no Futsal e
muito importante nos espaços de Futebol de campo, onde o
jogo se decide.
Então, a questão central é quem ensina o que, e qual a
qualidade didática desses ensinamentos, e o que as regras
ajudam ou poderiam ajudar na formação do atleta.
Estamos de acordo que o início ideal deva ser em torno
dos 7 anos de idade, que coincide com a saída do chamado
Jardim para a primeira série do primeiro grau. Neste
momento a criança reconhece um grupo distinto do familiar
e tem que repartir experiências fundamentais na natureza
associativa do Futsal.
O que desmotiva as crianças nos primeiros anos de
Futsal é, quase sempre, a má conduta de Pais e
Treinadores (ainda que a nível inconsciente), preocupados
uns em compensar suas frustrações e os outros só em suas
aspirações pessoais. É comum o caso de Clubes que buscam
jogadores de boa técnica e não se preocupam com a
formação tática do jogador. Enquanto só a técnica e a
estatura fazem diferença, ótimo.
Depois o que se vê são os inúmeros exemplos de mini
craques que desaparecem sem deixar vestígio, impedidos de
chegar ao juvenil e ao adulto.
Outro exemplo são os jogadores que passam temporadas
inteiras sentados no banco, com pouca ou nenhuma
oportunidade de jogar, privilégio dado a 5,6 jogadores do
plantel que tudo resolvem.
Existe também a desculpa de que jogador de primeiro ano
de categoria não serve para nada mais que completar treino
e perdem a oportunidade de vivenciar e aprender o que
poderia ser útil, de imediato.
É neste momento que a mudança de regras, pelos menos nas
categorias não oficias (as oficiais são infantil, juvenil e
adulto) poderiam aportar algo mais que a punição ao atleta.
Sigamos os exemplos do voleibol e do basquete onde as
regras se diferenciam nas categorias, de base para ajudar
na formação do atleta. Os treinadores não se acomodam e
tratam de trabalhar, corrigir e formar atletas, pois sabem
que necessitaram de muito mais gente qualificada para
competir.
No Futsal, já existem alguns bons exemplos, como o da
Federação de São Paulo, que exige que todo mundo jogue pelo
5 minutos até a categoria Pré-Mirim, mas há muito por fazer
como, por exemplo, diminuir o tamanho da baliza, que é muito
grande para jogadores até mirim, acabar com laterais e
escanteios batidos direto a área adversária (isto não se
parece com nada que se vê no Futsal profissional).Não
permitir que o goleiro chute ou passe para chutar direto ao
campo adversário, quicando a bola, etc, etc.
O que acontece é que um jogador de menos técnica acaba
aprendendo a raciocinar melhor porque sabe que não vai
resolver na habilidade e o jogador habilidoso, que não é
incentivado a raciocinar porque nos satisfazemos com meia
dúzia de dribles que possam dar.
Indiscutivelmente, nossos jogadores seguem sendo os
melhores do mundo taticamente, mas precisamos melhorar a
qualidade do que se oferece a nossa criança e a mudança da
regra nas categorias iniciais como chupetinha, mamadeira,
fraldinha, pré-mirim e mirim seria muito bom para fomentar
uma preparação mais adequada.
Penso que a Federação do Rio de Janeiro está prestes a
ser a pioneira desta revolução pedagógica, pois já estuda,
com a nossa humilde participação, (e convidamos todos a
fazer o mesmo) algumas mudanças importantes.
Capítulo III
O Treinamento Tático
1. O Aprendizado Tático
Uma das maiores dificuldades da maioria dos
Técnicos de Futsal, sobretudo os da categorias de base,
é ensinar as ações táticas e conseguir bom resultado
prático.
Os Técnicos entendem que o sucesso das ações
táticas está na simples repetição das jogadas e padrões,
nas formas em que foram copiadas, seja de um jogo visto
na televisão ou mesmo no aprendizado ao vivo, nas
partidas que presencia, nos cursos que participa e na
convivência com outros profissionais. É chegar no treino,
mostrar a movimentação e nosso atleta já saberá repetir
tudo que foi ensinado. Aí começam nossas decepções.
A excelência nas ações táticas depende primeiro de
uma qualidade de fundamentação técnica que nem sempre
lembramos de corrigir e desenvolver, sobretudo o passe,
essência do jogo.
Mas, a maior dificuldade está no embasamento tático
que nosso atleta deve possuir como pré requisito, para
executar estas ações. Falo dos fundamentos de defesa e
ataque, primordiais para um jogo bem executado.
Saber se colocar em relação ao adversário e a bola nas
atitudes ofensivas e defensivas, é como se diz, o “pulo do
gato”. Se não vejamos:
Seu atleta já sabe que defender é tentar desarmar,
acompanhar o adversário colocando-o dentro do seu campo
visual ao mesmo tempo que a bola e estar atrás da
linha(hipotética) da mesma?
Que no ataque, nunca deve receber a bola parado?
Saber correr e a que tempo, no nosso desporto é a chave.
Não basta ter a bola nos pés. É preciso saber para onde se
vai, quando se está sem ela, ajudando e abrindo espaço para
o companheiro que a tem sob domínio. Estão aí as origens de
nossas dificuldades e o diferencial entre as grandes
equipes do Brasil e as que só tem jogadores habilidosos com
a bola nos pés. Existem bons jogadores em qualquer lugar. O
diferencial é se eles sabem para onde ir e quando ao
ficarem sem a posse de bola.
Futsal Competitivo é um desporto exclusivo para atletas
capazes de pensar e refletir. Nestes tempos, estamos
vivemos as dificuldades que um Treinador passa diante de
jogadores de boa técnica, mas ainda incapazes de raciocinar
uma seqüência de ações para criar e explorar espaços,
naquilo que deveria ser o Futsal bem jogado. Um jogador só
vislumbra tempos e espaço se reúne uma bagagem de conceito
indispensáveis.
Exemplo:
Para desmarcar-se tem que correr, mas só correr não é
desmarcar-se. O atacante que corre faz o marcador correr e,
portanto desequilibrar-se, e quem marca desequilibrado,
marca pior. Se estivermos de acordo até aqui, veremos que a
simples ação de correr é muito melhor que jogar parado,
facilitando a marcação, mas, como já citei, a chave é para
onde e como corremos, levando o adversário a um espaço de
quadra e quando ele pensa que nos tem sob controle, paramos
a corrida, mudamos a direção, e mudamos novamente, e paramos
e corremos e fintamos, como num jogo de gato e rato. Claro
que o atacante, enquanto corre está pendente da bola, que a
qualquer momento pode receber de seu companheiro, mas
enganar o adversário é o que chamamos de saber correr.
Dado o exemplo, muitos dos jogadores de Futsal como os
de Futebol de Campo, jogam por intuição, nada dependentes
dos outro quatro companheiros que estão em quadra. Quando se
dão conta é porque estão prestes a perder a bola, por
desespero.
A sugestão é que nós Treinadores treinem os
fundamentos de defesa e ataque para que os atletas
aprendam a raciocinar o jogo(raciocínio tático). A
dificuldade na aprendizagem também estará na idade do
atleta, pois quanto mais velho, maior a dificuldade de se
aprender estes fundamentos.
Aí está uma das razões da desenvoltura do jogador
brasileiro. Mal ou bem, estes conceitos já bem falados e
treinados desde a base, o que facilita muito na idade
competitiva
2. Fundamentos Táticos Defensivos
Abordaremos aqui, como sugere o título , o básico em
qualquer defesa numa equipe de Futsal. Não confundir
básico com pouco expressivo ou sem importância. Ao
contrário, se conseguirmos incutir na cabeça de nosso
atleta os conceitos que se seguem , teremos assim , o pré
requisito para marcar bem em qualquer espaço de quadra.
Esses fundamentos defensivos tratam de como nosso
atleta deve se colocar em relação a bola e ao adversário a
ser marcado e, sobretudo, que tipo de ajuda ele pode
proporcionar ao seu próprio companheiro. Nosso atleta deve
aprender também, a controlar , mesmo a distância, o que
acontece nos espaços de quadra próximos aquele em que se
encontra e/ou cobrir os espaços livres deixados pelos
companheiros que mal acompanham seus oponentes ou são
driblados por estes.
Portanto marcar é: 1) Tentativa de Desarme (Tirar a bola
do adversário) e,
2) Acompanhamento (Quando o adversário
se desloca sem bola.)
3) Retomada do Equilíbrio
Isto posto, passemos então aos fundamentos de defesa
propriamente ditos:
A - Tentativa de controlar a bola e o homem a ser marcado:
Quando marcamos nosso adversário, deveremos
controlar duas variantes importantes que são: a bola e o
jogador oponente. Na tentativa de marcar, se nosso atleta
perde a bola ou o homem, ou pior, perde os dois ,nossa
equipe começa a correr riscos defensivos.
É bem verdade que há um momento em que nosso atleta
vai ter que optar entre um ou outro, de acordo com seu
poder de rápida resposta a situação que se configura. Ele
esquece a bola e acompanha seu adversário até o final de
forma que estará junto de se oponente se a bola ali chegar.
Ou, perde o homem , mas ajuda seu companheiro
fazendo superioridade numérica contra o adversário
desarmando-o. Entenda-se por controlar o adversário, o ato
de manter o adversário e/ou a bola dentro do seu campo
visual.
B - Tempo de Abordagem:
Trata-se do tempo exato e correto para se
fazer a abordagem no adversário que tem ou poderá ter a
bola. Este momento certo é no instante que o adversário
vai receber a bola, ou seja, enquanto a bola “viaja”
para encontrar o atacante adversário, chega junto nosso
atleta defensor.
Não se deve chegar antes da bola porque
deixamos de fazer a cobertura de nosso companheiro e
não se chega depois que o adversário domina a bola,
porque ele acabará ganhando metros preciosos em direção
ao nosso gol.
c) Tempo da Volta Eletiva:
Nosso atleta aprende aqui como se deve acompanhar o
adversário a partir do momento em ele perde o controle da
bola de seu campo visual, num passe que já chegou ao pivô
adversário . São dois os caminhos:ou acompanhamos nosso
oponente até o final, perdendo a bola mas controlando o
adversário ou, largamos nosso oponente e ajudamos nosso
companheiro envolvido na disputa de bola a desarmar seu
oponente fazendo superioridade numérica num espaço de
quadra. O que normalmente mais se vê é o jogador que
defende parando no meio do caminho . Nem marca seu oponente
direto nem ajuda seu companheiro envolvido na disputa de
bola.
d) Marcação de Retorno – Superioridade numérica de defesa
contra o ataque:
Considerando que equipe que marca bem é aquela que
está sempre próxima da linha da bola, o nosso atleta deve
sempre tentar controlar seu oponente direto e, ao mesmo
tempo, ajudar o companheiro envolvido na disputa de bola,
caracterizando-se assim, superioridade numérica no setor
da quadra onde está a bola. O pivô como primeiro homem de
defesa, uma vez vencida sua linha de marcação, deve
imprimir uma movimentação para a lateral e na diagonal
para trás e ajudar , com vantagem numérica sua defesa.
3. Fundamentos Táticos Ofensivos
A - Na frente da linha da bola: O atleta que vai receber a bola
na maioria das vezes deve estar à frente da mesma.
B - Entrar/sair do campo visual do adversário: Quem vai receber
deve tentar ludibriar o adversário como num jogo de gato e rato,
saindo do seu campo visual.
C - Linha de Passe: Todos os atletas que estão sem a posse de
bola devem aparecer quando um do seu time está com a mesma.
D - Nunca Receber Parado: Como já foi dito os atletas tem que se
movimentar para receber, evitando assim receber a bola parados.
E - Andar com a bola – Enquanto me movo com a bola,colocando-me
entre o adversário e a bola que conduzo,estou movendo a defesa
adversária,por isso em desequilíbrio e marcando pior.
F - Velocidade Precisa do Passe – Estimular a velocidade do
passe(tempo 1)pois o passe veloz faz a defesa adversária perder
o equilíbrio.Vide jogo da Zona de armação.
4. Tempos do Ataque
O início do ataque de uma equipe se dá , de acordo com
o tipo de defesa que o adversário imprime na saída da bola das
mãos do goleiro que inicia o ataque.
São três os tempos de ataque:
Quebras de Marcação – Se o adversário pressiona nossa
saída de bola, é necessário romper essa pressão para que
ganhando espaço em direção a quadra de defesa adversária
possamos realizar;
Padrões de Jogo – São ações com início e reinício ,
apostando que uma movimentação repetitiva vai induzir,
invariavelmente ,o adversário ao erro, por desconcentração e,
finalmente;
Jogadas Ensaiadas – São ações com início e fim , de bola
em movimento (durante o jogo) e bolas paradas(Saída de centro,
faltas , laterais e escanteios).
Portanto, o fator determinante do tipo de ataque a usar
é marcação que o adversário faz quando nosso goleiro pega a
bola para repor em jogo. As quebras de marcação se fazem
necessário para que nossa equipe busque espaço para seu jogo
de movimentação treinado. É um erro grande acharmos que
podemos resolver tudo com um goleiro lançador e um pivô
passador/ finalizador, quando o adversário nos pressiona. Este
é um tipo de ataque que começa e termina rápido, inimigo de
uma posse de bola elaborada e só deve servir de alternância
para o ataque, e não como ritmo de ataque.
Uma vez “quebrada” a marcação adversária , buscamos os padrões
de jogo que são movimentações repetitivas, com início e
reinicio e daí para as variações de jogadas ensaiadas com
bolas paradas e em movimento.
Devemos mostrar ao nosso atleta que a velocidade do
ataque deve ser proporcional a qualidade do passe bem feito.
Não existe ataque sem qualidade de passe, que deve ser feito
com a calma necessária para chegue ao seu destino.
Aí sim, nosso atleta deve ser, sem bola, muito veloz
para que nesse deslocamento sem bola, possa vencer o oponente,
buscando espaços vazios, colocando-se então em posição
privilegiada para receber a bola.
Por último, nosso atleta deve aprender a criar no adversário
uma permanente dúvida: olha para a bola e nos perde de seu
campo visual ou, nos olha e perde a bola de seu campo visual.
Entrar e sair do campo visual do atleta que nos marca é
fundamental para desestruturar a marcação adversária. Não
podemos permitir que o atleta que nos marca, controle ao mesmo
tempo homem e bola, daí nossa movimentação constante,
procurando fugir do controle visual dele. Futsal não é um
desporto que se joga só com a bola nos pés. É muito o que faz e
se corre sem ela. Melhor correr desordenadamente do que jogar
parado. Todo adversário que marca correndo atrás de nosso
atleta marca pior porque está desequilibrado.
5. As Linhas de Defesa
Quando pensamos num tipo de defesa para enfrentarmos um
adversário 'há que se fazer algumas considerações,
preliminarmente.
Saber a característica do ataque adversário é a primeira
delas. Se é de ritmo veloz(aquele que quer fazer tudo
rápido) ou pensado, centralizado em um ou dois jogadores, o
famoso carimbador por quem a bola sempre passa antes da
definição do jogo de ataque.
Isto é determinante para falarmos nas tais linhas de
defesa que são:
Linha 1 ou Meio Aberto
Indicada para aquele momento do jogo em que há
desvantagem no placar e o tempo está chegando ao fim.Com meio
da quadra literalmente aberto cada um pega o seu, o fixo
antecipa ao pivô e o goleiro adversário joga livre.
Indicada, também, contra equipes fracas tecnicamente e diante
de necessidade de vencer a partida e por boa diferença de
gols. Bem feita, restringe o jogo de ataque do adversário na
ligação goleiro- pivô que rapidamente se define bem ou mal.
Acontece que muitos adversários marcados assim ,
vencendo a partida , acabam proporcionando muitos contra
ataques, o que é um erro. Contra atacado deve ser quem perde a
partida;
Linha 2 ou Pressão no homem da bola
Aqui se tenta fechar o "fatídico" meio de quadra
contra lançamentos do goleiro adversário. Chamamos de
fatídico, entre aspas, porque o meio de quadra aberto não é a
pior coisa que pode acontecer a uma equipe defensivamente,
como alguns treinadores querem fazer parecer com aqueles
gritos do banco " FECHA O MEIO !! ".Isto pelas razões
explicadas acima. Considerar que a última mudança de regra,
proibiu e retorno de bola ao goleiro e deu a possibilidade de
marcar fechando o passe lateral, aquele primeiro passe que se
faz para o lado logo depois que se recebe a bola do goleiro.
Isto força ,de imediato, o passe para a frente (o
marcador não permite aquele passe para o lado),na maioria
das vezes alto ,lento e por isso com pouco qualidade,
facilitando a antecipação do fixo ao pivô adversário ou, no
mínimo, um jogo de contato entre eles que desequilibra o
jogo de fundo de quadra de qualquer adversário (a bola não
para ali ou chega sem qualidade) e,
Linha 3 ou Meio de quadra
A mais indicada para quebrar a velocidade de ataque
do adversário. É quando a cobertura, com os seus homens mais
próximos, melhor funciona. Muitos jogadores pensam que marcar
3 é marcar passivo. Já falamos em outro artigo que marcar,
antes de mais nada, é desarmar o adversário, entrar tomar a
bola dele, isto em qualquer espaço de quadra.
Repito sempre , que é melhor tomar um drible( tentando
roubar a bola e deixando a cobertura atenta) do que recuar ,
facilitando a progressão do adversário para dentro de nossa
quadra de defesa.
Linha 4 ou três metros do Basquete
É uma marcação que agrupa os homens de defesa e facilita a
cobertura da marcação.
Funciona como a marcação no Handebol, os atletas tentar
marcar a frente da área para evitar o arremate de média distância.
Dito isto ,chamamos atenção para a variação: de linha 3 para
2.Dá-se ao adversário uma falsa impressão de espaço e uma vez dada a
saída pelo goleiro adversário subimos a linha 2 e pressionamos.
Indicada contra aqueles adversários que tudo sinalizam antes de
começar o jogo, com a bola ainda na mão do goleiro.
E ,finalmente, considerar a linha de defesa é sempre a da
linha (hipotética)da bola. Isto quer dizer que é inútil depois de
quebrada a linha 1 ou 2 tentar voltar para ela. É preferível correr
para a linha 3 ,equilibrar-se e voltar a tentar a desarmar o
adversário. Já falamos em outro estudo que marcação boa é aquela que
está equilibrada. Se estamos sempre correndo atrás do adversário,
pior marcaremos.
6. A Marcação no Escanteio
Ao se falar na marcação do escanteio no Futsal há que se
fazer, primeiramente, uma consideração matemática. Isto mesmo: m
a t e m á t i c a ! Senão vejamos: Qualquer equipe que defenda
um escanteio leva, matematicamente falando, uma considerável
vantagem sobre aquela equipe que cobra o escanteio. Estamos
todos de acordo que a equipe defensora tem seus 5 jogadores à
postos na cobrança. Já a equipe atacante está limitada a
praticamente, 3 jogadores, pois seu goleiro está quase sempre,
lá do outro lado da quadra, o cobrador do escanteio após fazê-
lo fica momentaneamente fora do jogo, a não ser que a bola
retorne para ele. Portanto a pergunta é: Porque são tão
freqüentes os gols de escanteio se é considerável a vantagem de
quem defende ? A resposta que venho buscando e a que mais me
aproximo, é devido ao fato de que os defensores de escanteio
nunca controlam, ao mesmo tempo a bola e o adversário a ser
marcado. Isto porque se orientam pela última de linha de defesa
possível, que é a linha de fundo. Estão quase sempre com a bola
fora de seu campo visual, sendo obrigados a optar por olhar só o
homem ou perdê-lo para olhar a bola. Já os atacantes se deslocam
sempre vendo a bola e os adversários marcadores, buscando
confundi-los.
Isto posto, devemos buscar o menor dos riscos, já que a
dificuldade citada, aumenta os riscos de quem defende, razão
pela qual acontecem tantos e , por que não dizer, belos gols. O
menor dos riscos é a defesa postada em zonas à saber: O homem do
primeiro pau deve colocar-se na diagonal, deixando as bolas que
entram ali para o goleiro ( não valendo gol direto do escanteio,
é fácil para o goleiro controlar este espaço).Este
posicionamento ajuda a inibir os passes diretos para dentro da
área. Na mesma linha, em direção a quadra contraria está homem
responsável pela marcação dos passes para trás e que marca a
trajetória da bola nestes passes. Seu posicionamento nunca deve
desproteger o fixo. Se ele está muito afastado do homem do
primeiro pau, facilita a entrado do passe direto ao pivô
adversário, dentro da área. Por trás do fixo está o homem do
segundo pau, que deve primeiro cobrir este espaço da área e só
depois sair acompanhando a trajetória da bola. Este atleta tem a
posição mais cômoda, já que bolas alçadas ao lado oposto da
quadra na diagonal são raras e lentas, daí estar mais ou menos
liberados para a função essencial da cobertura. Por último,
nosso atleta não pode confundir marcar zona com passividade e
reações lentas. Ao contrário, deve lutar bravamente pela bola em
sua zona e ,ainda, tentar ajudar o companheiro da zona contígua.
Pense nisso. Até breve.
7. O Tamanho das Quadras e sua conseqüência na Tática da equipe
Tenho escutado, com freqüência, de muitas pessoas do meio do
Futsal a colocação: Ajudaria o desenvolvimento do desporto, se as
medidas das quadras fossem padronizadas, como no Basquete e no
Voleibol ?.
Trata-se, na nossa opinião, de um grande disparate. A nossa
supremacia no desporto se deve fundamentalmente, a versatilidade
técnica e tática dos nossos jogadores e treinadores. Esta
versatilidade, sem dúvida, se desenvolve nos diferentes tamanhos
de quadra. Reconheço, entretanto que só depois da fusão com a
FIFA, em 1989, passamos a jogar em quadras de tamanho perto dos
36, 40 e até 42 metros de comprimento, já que, com dita fusão,
tornou-se exigência quadras maiores em competições internacionais.
E neste momento fomos os primeiros a rapidamente responder com
grande qualidade diante das novas exigências. Ganhamos o Mundial
de Hong-Kong em 1991e depois na Espanha em 1996, em quadras de 42
metros de comprimento. È preciso que se diga que o Brasil não
alcançou este estágio por mero acaso. Temos e continuamos a fazer
história neste desporto, jogado nos cinco continentes.
A versatilidade do nosso atleta se deve ao fato de que a
cada dia se joga em quadras de tamanhos diferentes, que
exigem posturas táticas e técnicas diferentes. Num lapso
muito pequeno de tempo o treinador está obrigado a montar
estratégias para quadras tão diferentes. Estamos de acordo
que a marcação é muito mais complicada na quadra grande e
vice-versa nas quadras menores.
As grandes quadras são boas para contra-atacar e para
atacar, sendo péssimas para defender. Nestas quadras o
conceito de jogar fechado na defesa é colocar a linha de
marcação no meio é falso. Mesmo no meio sobram muito espaços
para o ataque adversário manobrar e a bola entra fácil no
pivô. A marcação que consideramos ideal é a chamada linha 4,
ali perto da marca dos três pontos do basquete, quando os
homens de defesa estão mais agrupados e portanto, fazendo
funcionar a cobertura.
No ataque aprendemos e aperfeiçoamos o jogo de segundo
pau, muito bem executado por algumas das nossas principais
equipes e sua efetividade se deve ao fato de que a defesa
sempre tende a olhar a bola, esquecendo-se do homem que
entra por trás de toda a linha defensiva.
8. Os Princípios do Contra- Ataque
Todo contra ataque pressupõe vantagem numérica.É o sinal
de que a equipe defensora acaba de roubar a bola ou
interceptar um passe e partirá ao campo adversário em
condições excelentes de finalizar.
Então,a quantidade e qualidade dos contra ataques depende
de uma boa defesa,que aliás não é o objeto deste pequeno
ensaio. Já tratamos dos Fundamentos da Defesa e das Linhas da
Defesa em outros artigos neste espaço.Fica claro então que
antes de iniciar o contra ataque,seu sistema de defesa já
funcionou,propiciando partir ao gol adversário em vantagem
numérica.
Considerando que a tendência atual do Futsal é de
predomínio de defesa contra os ataques,arriscamos dizer que o
jogo hoje é praticamente 60,70% de contra ataques.
Dito isso ,existem alguns posicionamentos básicos que
determinam a qualidade do contra ataque uma vez roubada a
bola pela defesa e nos lembram um pouco também os fundamentos
de ataque,assunto que também já foi discutido nestas
páginas.Senão vejamos:
1) O jogador que rouba a bola deve adiantá-la ao máximo,nunca
passá-la para trás ou para o lado;
2) Os jogadores que estão sem posse de bola devem ficar
adiante da linha da bola e entrar em linha de passe
buscando os espaços vazios na defesa adversária
facilitando o passe do condutor da bola;
3) E,claro uma boa dose de criatividade do passador já que
diante de tanta vantagem nunca se deve desperdiçar a
oportunidade de chutar ao gol,porque erro de passe neste
momento é quase fatal pois aí pode começar o chamado
contra ataque que nasce de um contra ataque errado,que
encontrará sua defesa com mais desvantagem numérica
ainda,o que leva a uma sucessão de erros incontroláveis.
Portanto ,o que parece fácil,na realidade depende de um
treinamento tático mais apurado para que nossa equipe não se
exponha ao tal contra ataque do contra ataque.
É muito importante que nossos atletas ataquem já
pensando em defender e defendam já pensando em atacar ou contra
atacar.
Diante de um início de contra ataque confuso e sem
segurança ,melhor que nossa equipe decida por um ataque pensado
e sem pressa.Considerar também que os treinamentos de contra
ataque são bastante anaeróbicos (cansativos) daí a importância
de se controlar a freqüência dos atletas ou adaptá-los quando
buscamos exercícios de velocidade com bola.
Por último, sugerimos a seguir,duas opções de treinamento, em
forma de jogo para treinar contra ataque:
Formação: duas equipes de 5X5
Regras: Começamos com uma equipe atacando a outra.Quando a
equipe atacante perde a posse de bola , não pode tentar
recuperar em seu campo de ataque.Só no seu campo de defesa.Isso
facilitará um início de contra ataque para a equipe defensora
que roubou a bola.Todas as cobranças de laterais são da defesa
e não existe escanteio.O goleiro deve estar atento para fazer
uma rápida reposição,originando aí novos contra ataques.
9 - Contra Ataque a partir do Passe em Círculo
Desenvolvimento – Partindo de uma troca de passes em
círculo,(o passador vai para o lugar do recebedor)e ao sinal
do Professor,em um dos dois lados da quadra haverá vantagem
numérica de ataque contra defesa .Neste momento o contra
ataque se inicia.Pode-se permitir o contra do contra ataque.
10 - A Montagem do Plano Tático
Ao ensejo de uma competição, aquela para a qual você preparou sua equipe é
fundamental que o plano tático , ou seja, aquilo que sua equipe vai fazer dentro
da quadra para surpreender o adversário ou defender–se das surpresas dele,
esteja pronto ou em vias de ficar.
É claro que todo planejamento tático vai se alterando no decorrer da
competição, na medida em que se mostre eficaz ou não, ou quando você observa e
cria novas opções que podem ser úteis.
Tática boa é aquela que sua equipe consegue realizar e que se mostre eficaz
e eficácia no Futsal é resultado. È necessário que o Técnico faça sempre uma
auto crítica sobre a correlação entre o plano tático e os bons e maus
resultados.
Seus atletas também são mais ou menos responsáveis por esta eficácia.
Alguns tem seu nível de atenção naquilo que vê, outros naquilo que escutam. É
comum, depois de uma palestra, encontrar jogadores que pouco sabem o que foi
dito mas logo percebem o que se pede se visualizarem as ações pedidas, por uma
demonstração na prática ou até mesmo numa fita de vídeo. Seu nível de atenção
está calçado no estímulo visual. E, ao contrário, aqueles que só de escutar
falar já sabem do que se trata. Estes tem seu nível de atenção com
preponderância no auditivo.
Outro exercício importante para a fixação(preensão) do plano tático é
escrevê-lo e entregar a cada membro da equipe. Este texto pode ter gráficos das
jogadas ações ou não. Se você não coloca gráficos estimula o atleta durante a
leitura orientada, o uso do que chamamos “tela mental”. Ele lê e forma ou tenta
formar a imagem da ação na memória. Este é o chamado raciocínio abstrato, muito
importante para a retenção dos assuntos treinados. O texto depois de lido e
discutido por todo o grupo, fica para permanente consulta, de forma que ninguém
pode alegar desconhecê-lo.
PRINCÍPIOS DA MONTAGEM DO PLANO TÁTICO
Qual a realidade do nosso plantel ?
Aprimoramento constante dos fundamentos táticos individuais
O que necessito melhorar / treinar já(urgente) ?
O que posso ir melhorando com o tempo ?
Como avalio ? Resultados / Scouts.
11 - Sugestão de Conteúdos nas diferentes Categorias Competitivas
DEFESA:
• Iniciação ao Pré-Mirim( de 07 a 10 anos)
• Aprendizado da marcação individual- quem acompanha quem na
hora de defender.
• Princípios do conceito de cobertura- Estar atento no companheiro
que é driblado.
• Marcação de bolas paradas(falta, lateral, escanteio, e saída de
centro)- Estar sempre que possível, atrás da linha da bola.
Mirim até Infantil( 11 a 14 anos)
Cobertura por setores- O atleta marca o seu e já
está pendente do espaço do companheiro adjacente.
Identificação do último homem- É o inicio da percepção do
quanto é importante atacar pensando em defender.
Bolas Paradas- Saber se colocar para defender as
diversas jogadas de bola parada do adversário.
Identificar as linhas de defesa de acordo com a linha da
bola.
Infanto até Juvenil(15 até 19 anos)
Aperfeiçoamento do sentido de cobertura
(quem cobre quem de acordo com os setores
vulneráveis)
Saber que as linhas se alteram
constantemente, de acordo com o ataque
adversário, e que se deve sempre buscar o
equilíbrio suficiente para tentar desarmar o
adversário nos diferentes espaços de quadra.
ATAQUE:
Iniciação ao Pré-Mirim(07 aos 10 anos)
Noções de tempo e espaço
Diferentes tipos de passe
Não especializar nas diversas posições de quadra
Jogadas combinadas com poucos tempos de execução
Mirim até Infantil (11 até 14 anos)
Especializar nas diversas posições sabendo que o
Futsal é dinâmico e exige do atleta conhecimento dos
diversos espaços de quadra e das posições que ocupam
Os diversos posicionamentos em relação aos
companheiros e adversários.
Sistemas de ataque pouco complexos (jogar com pivô-
quando se mete a bola, quem é que passa, a que tempo e quem
se preocupa em cobrir.)
Infanto até Juvenil 15 até 19 anos)
São reconhecidos pela sua quantidade em determinada
posição. Mas reúnem informações para identificar o básico de
todas elas. Por exemplo, Um pivô quando é obrigado a estar de
beque, sabe alguns conceitos que ajudam a não comprometer a
defesa(Futsal é dinâmico).
Sistemas de ataque e defesa mais complexos.
Conhecimento dos diferentes Tempos de ataque que sempre estará
de acordo com a defesa adversária.
Ler e entender o jogo, principalmente o do adversário.
11. A Evolução dos tipos de ataque
As formas de atacar no Futsal nos últimos 20 anos vem
sofrendo mutações importantes, impostas pela evolução da
preparação física e conseqüentemente pela capacidade de
marcação das equipes ... Identificar essas mutações nos
ajudam a entender a forma de jogar das mais importantes
equipes nacionais e a imaginar como se jogará no futuro , que
aliás já chegou e repete um pouco o passado .
Antes de mais nada é preciso dizer que nada substitui a
qualidade , em nenhum tempo . Esperamos sempre pendentes do
grande jogador , daquele jogador que resolve e além da
verdade . O Brasil tem sido agraciado com um sem fim de
grandes jogadores , revelados em séries , através dos tempos
. Portanto quando pensamos em estudar a evolução do ataque
neste pequeno ensaio , não podemos esquecer que a qualidade
sempre se sobressairá . Dito isso , vamos lá :
Voltando ao tempo , aliás meu tempo de registro no
Futsal , na década de 70 , atacava considerando que cada
jogador deveria ocupar seu espaço de quadra , de forma que o
fixo “não passava do meio da quadra” , os alas eram de
lateralidade definida pois havia sempre um ala direito e um
ala esquerdo e finalmente o pivô , onde convergiam todas as
jogadas de ataque e a este cabia jogar na frente (em SP , pivô
ainda é chamado “ frente” ou “frentista”) e nunca primou pela
marcação , aponto de se dizer que pivô “não precisa voltar” .
Esses jogadores atuavam portanto em seu espaço de
quadra e quando eram bem marcavam anulavam–se a maior parte de
seu potencial .
Depois veio o tempo das jogadas ensaiadas onde a escola
cearense se destacou (O Sumov é até hoje o maior ganhador de
Taça Brasil de Clubes de todos os tempos , a última em 1986 em
Curitiba / PR). Por jogada ensaiada entendemos ação ofensiva
que tem início , desenvolvimento e finalização com seus tempos
característicos e com cada jogador colocado de acordo com sua
lateralidade e característica .
Os jogadores passavam então a atacar com uma movimentação
baseada nas surpresas das jogadas , sendo este o marco
inicial do jogo de ataque onde se buscava criar e ocupar
espaços livre na quadra . Mais uma vez a marcação aprendeu
que bastava estar atento as sinalizações feita pelos
adversários para neutralizar as jogadas ensaiadas .
Na década de 80 surge o Bradesco EC e com ele o embrião
do profissionalismo , do treinamento de dois períodos , da
preparação física científica . Surge também o que se
convencionou chamar de padrão de jogo (ações ofensivas que
tem início e reinício) . O primeiro deles foi o padrão de
meio ou o famoso “toca de sai” , imortalizado por um time de
altíssima qualidade que se movimentava por toda quadra sem
guardar posições . A evolução dos tipos de padrão foi ditada
sobretudo pela equipe da Sadia de SC , já com uma geração de
bons jogadores e super atletas . Nasce com eles o padrão
redondo ou circular , excelente ainda hoje para vencer
defesas muito fechadas e recuadas . Também copiamos e
adaptamos os 4 em linha , muito usado na Espanha .
De certa forma , até hoje , se tenta jogar desta forma ,
mas a dificuldade já é muito grande , pois novamente a
marcação já escorada na preparação física científica de
super atletas praticamente anula estas tentativas .
Para onde vamos então ? Penso que para um jogo de ataque com
preocupação de abrir e ocupar espaços .Todos precisarão
defender com aplicação e atacar de forma que ao visualizar o
companheiro coma bola e estando num espaço adjacente , sair
dali levando a marcação , abrindo espaço nas costas do
marcado do nosso companheiro que tem a bola . É o tempo de
literalmente saber jogar sem bola . Estar sempre criando a
seguinte dúvida na cabeça do adversário : Segue nos olhando
e nos acompanha , ou perde o contato visual conosco para
olhar para bola ?Chegou o tempo que só habilidade não
resolve , só preparação física também não . É preciso mais .
É necessário saber correr sem bola tentando iludir o
adversário .
12.Treinamento Tático no Alto Nível
A evolução do Futsal nos últimos 25 anos tratou de revelar
um novo tipo de atleta, ao que nos acostumamos chamar de
“completo”. É impossível funcionar bem na quadra ,se nosso
jogador não reunir algumas características essenciais para uma
partida.
No módulo passado(2) já traçávamos um pouco do que é ,ou
deveria ser, este perfil, para um rendimento ótimo. Comentamos
também, que o Futsal, é cada vez mais um desporto para
jogadores que aprendem ,desde muito cedo, a raciocinar, a “
ver ”o jogo , já que está cada vez mais difícil jogar com
espaço e liberdade.
O Futsal tem revelado um sem fim de jogadores de técnica
até muito discutível ,mas que se destacam nas grandes equipes
do país e são imprescindíveis a seus Técnicos ou Treinadores .
Isto se deve ao fato que são atletas que tem uma
qualidade de movimentação e domínio de espaço de quadra, que o
fazem especiais. A técnica apurada ,ajuda muito mas não
resolve todo o problema , já que não deixar jogar(marcar
bem)tem sido uma característica do Futsal moderno. E no que
ele evoluiu ? Falemos um pouquinho da história tática do
desporto.
Na década de 70 cada um atuava na sua posição ,de forma
que o fixo não passava do meio ,os alas corriam pela faixa
de quadra de acordo com a sua lateralidade predominante e o
pivô ,jogava só na frente ,quase que sem a necessidade de
marcar ou ajudar a defesa.
No início da década de 80,surgiram as primeiras equipes
profissionais, dentre elas o Bradesco EC do Rio de Janeiro,
a Perdigão de Videira / SC e a Enxuta de Caxias do Sul /
RS.Com a preparação física, já sendo feita com bases
científicas. Estas equipes já buscavam uma movimentação mais
harmoniosa (de laboratório) ao que chamamos da época da
“jogadas ensaiadas”. No final desta mesma década ,já começa
a existir um certo equilíbrio entre técnica apurada (dos
“craques”) e os jogadores aplicados, de muita concentração
tática e excelente preparo físico. Chega com eles o chamado
período dos “padrões de jogo” que são movimentações
coletivas das equipes, que buscam desequilibrar a
concentração defensiva do adversário e estas ações tem
sempre um reinício programado, de forma que aquilo que
eventualmente não funciona, imediatamente volta a recomeçar.
Chegamos então, no que basicamente é a essência do jogo
das grandes equipes brasileiras, ao que chamamos” atitudes
táticas”, que é a reação instantânea a ação de um
companheiro, facilitando o jogo de ataque . Não podemos
esquecer que as defesas também evoluíram a medida que a
ciência do treinamento desportivo foi criando meios e
métodos para que nossos atletas se tornassem realmente, umas
“máquinas de jogar”.
Dito isso, vamos tratar de dividir nossos estudos para
torná-lo mais didático ,facilitando o entendimento. E já
poderíamos começar dizendo que o treinamento tático se
divide em DEFESA e ATAQUE.A alternância e velocidade do
Futsal moderno nos coloca a cada segundo de partida diante
destas duas facetas do jogo, que se alteram numa velocidade
impressionante e ao mudarmos de atacante a defensor, em
frações de segundo, buscamos uma reação instantânea para
responder as ações adversárias.
Falaremos inicialmente dos Fundamentos de Defesa e
Ataque ,a nosso ver as essências do aprendizado tático no
Futsal e a razão de tudo funcionar bem, durante uma partida.
Se nosso atleta reúne uma bagagem tática individual,
conseguirá, sem muitos problemas, executar qualquer plano
tático, pois a base do trabalho coletivo de uma equipe está
num conjunto de raciocínios e ações táticas individuais.
Quando citamos as Atitudes Táticas como a base do Futsal
moderno nos referíamos a velocidade das atitudes
individuais que cada atleta deve realizar ajudando seu
companheiro que tem o domínio da bola. Por exemplo, quando
tenho a posse de bola e a conduzo do centro para uma das
alas da quadra, de imediato a reação de meu companheiro
deveria ser uma das duas seguintes: ou dispara correndo na
paralela levando o adversário que o marca ,me abrindo
espaço, ou na desatenção deste ,recebe nas costas ou passa
por trás de mim numa ação chamada de “pisada”. Nada disso
precisa estar previamente combinado entre todos, mas é uma
reação natural de quem aprendeu a correr ocupando tempos e
espaços de quadras.
Como treinamos estas atitudes ? Observe esta sugestão :
Jogo do Terceiro Homem:
Objetivo: Ensinar reação tática do homem que não está
efetivamente participando do lance ou seja, treinar a
antevisão do lance.
Formação: 5 contra 5 com 2 goleiros.
Desenvolvimento: Quem acaba de passar ,não pode
voltar a receber a bola. Este homem fica obrigado ,então a
movimentar-se buscando outro espaço de quadra e aquele que
“entra” para receber se move antes antevendo o lance,
dificultando ações defensivas do adversário.
Outro tema importante no planejamento tático de uma
equipe, são as chamadas bolas paradas (saída de jogo,
faltas, laterais e escanteios).Saber sacar proveito no
ataque destas situações quando atacamos e saber defendê-las
pode decidir uma partida contra ou a nosso favor.
CAPÍTULO IV
O Treinador e o Treinamento
Comando e direção de equipes
A natureza das funções do Treinador de Futsal, está
basicamente no exercício do que chamamos LIDERANÇA. Vamos
falar de outras qualidades inerentes a nossa função, tais
como o sentido de Organização, a capacidade de discutir e
dividir idéias. mas é a partir do ato de liderar o grupo é
que tudo começa a funcionar, facilitando o alcance dos
resultados. Eventual mente, nossa meta, como profissional,
não é alcançar uma grande equipe do alto nível do Futsal
nacional ou internacional. Nos contentamos com nosso
trabalho nas escolinhas ou em equipes das divisões de base.
Cada um buscando alcançar suas metas ou sonhos. Mas
esse caminho será abreviado ou mais acidentado na medida da
quantidade dos bons resultados que alcançarmos. Não
esqueçamos que vivemos numa sociedade altamente competitiva
em que só os bons são reconhecidos.
Vamos, então, enumerar algumas características dentro
daquilo que seja LIDERAR um trabalho de preparação de uma
equipe de Futsal , a saber:
A - ORGANIZAÇÃO
Falamos aqui até daquela organização mínima, que permite
saber onde está a cópia da tabela, com o programa de jogos da
sua equipe e até onde está a chave do carro que vai te levar
ao treino da equipe. Nisso está incluído, também a
pontualidade, a nosso ver o ponto de partida, para a seriedade
do trabalho. Se o treino está marcado para as 19 horas , às 19
horas ele começa e não espera ninguém, nem mesmo você, já que
alguém deveria estar lá para substituí-lo. Falamos de um
diário de treinamento, onde estão anotados todos os
acontecimentos no dia a dia da equipe, como o conteúdo dos
treinamentos, de forma que seu trabalho tenha sempre uma
seqüência lógica apoiada nestes apontamentos. Anote tudo que
você disse de importante, o que foi dito para você, as faltas,
presenças e atrasos.
B – SIMPLICIDADE
Desde o linguajar usado na comunicação com os atletas
até a forma de proceder, andar, vestir-se. Uma equipe é,
mais ou menos o reflexo das atitudes de seu Treinador.
Você poderá não ser tão amado quanto gostaria mas será
sempre um exemplo de procedimentos.
C - VALORIZAR O GRUPO DE TRABALHO
Tenho dito, após todos esses anos, que somos,
invariavelmente o que o nosso grupo conseguiu ser. Nosso
aprendizado se aperfeiçoa, em grande parte naquilo que
vemos e aprendemos com nossos atletas e companheiros de
comissão técnica. Você deve ser o primeiro a defender seu
grupo diante de todas as tentativas de intromissão externa
e não perder a oportunidade de aprender com essa
convivência.
D - DISCUTIR E DIVIDIR IDÉIAS
Toda a sua estratégia é nada se você não conta com a
participação efetiva de seus atletas. Você raciocina e
deseja que algo seja feito, mas só quem materializa os
atos são os atletas em quadra. A consecução de seus
objetivos, então serão muito mais eficazes na medida em
que você permite que seu grupo participe das tomadas de
decisão. Seu grupo estará mais consciente e seguro para
fazer aquilo que se pede porque participou , efetivamente
da tomada de decisões.
E – IMPARCIALIDADE
Usando um dito popular, “Pau que dá em Chico , dá em
Francisco”, ou seja o mesmo peso e medidas para todos, sem
exceção, desde o Pelé até o Macalé, da equipe. Aprendemos no
convívio com nossos atletas a ter mais simpatia por que por
outros. Isso é natural na raça humana. Com alguns
simpatizamos mais, a outros fazemos um pouco mais de
reservas, porque nem sempre suas atitudes nos agradam. Mas o
que não podemos deixar acontecer é que nosso grupo perceba
que trabalhamos com preferências pessoais. Os atletas
estarão sempre nos observando e medindo nossas atitudes, e
no futuro, estarão na dependência de que façamos o mesmo
diante de personagens e situações diferentes. E é assim que
tem que ser, ou será o início do fim de um relacionamento de
grupo. Não devemos estar pendentes da amizade de ninguém
dentro do grupo. Portanto, é exatamente o contrário do que
normalmente se pensa. É da seriedade, da imparcialidade e do
respeito profissional que as amizades surgirão no decorrer
do tempo.
5 MEIAS VERDADES 5 MEIAS MENTIRAS NA DIREÇÃO DE
CLUBES
OS ATLETAS SÃO NOSSO MAIOR
PATRIMÔNIO.
SÃO IMPREVISIVÉIS E PROCUPANTES.
O QUE VALE SÃO AS VITÓRIAS E TÍTULOS.
A MINHA DECISÃO FOI RACIONAL. EU QUIS FAZER ISSO.
NÓS JULGAMOS NOSSOS ATLETAS
PELO DESENPENHO.
JULGO SEU DESEMPENHO COM QUANTO
GOSTO DE VOCÊ.
ISSO É TRABALHO , NÃO É PESSOAL. TUDO É PESSOAL.
PRIMEIRO LUGAR É O CLUBE. EU VENHO EM PRIMEIRO LUGAR.
Futsal Profissão Técnico
- Conheça seu Clubes , divulgue-o e fale muito bem dele . Este
é o emprego que você p pode ter no momento e o trampolim para o
melhor , que está por vim .
- Enfrente dificuldades com sorrisos e sabedorias .
- Procure sempre entusiasmar .
- Mantenha o diálogo sempre aberto , em todos os níveis. Escute
as opiniões de todos que podem influenciar em seu trabalho . Do
Diretor ao roupeiro . Entenda as idéias como auxílio ao seu
trabalho.
- Embora você seja obrigado a falar muito , ESCUTE sempre .
Pratique a grande virtude de escutar a argumentação de todos .
- A emoção no Futsal é inevitável , mas NÃO decida com ela.
Tudo de bom mal que acontecer ao seu trabalho e a sua equipe
vai ser melhor entendida algumas horas depois ou dias depois
e, portanto, podemos tirar mais proveito dos ensinamentos
que o jogo proporciona.
Acalme sempre o ímpeto destruidor de seus atletas, da
comissão técnica e do grupo diretivo.
Ao menor sinal de dificuldades, fuja das decisões
drásticas e radicais. O maior erro é iniciar do zero, tudo
que já estava começado e deu trabalho para construir.
Conheça cada movimento de seus adversários. Freqüente os
jogos, busque informações, grave em vídeo, reunindo o maior
número de dados. Ao armar suas estratégias, pense naquilo
que o adversário faz de bom, procurando anular suas
potencialidades.
Trace e divida com todos os objetivos de cada partida.
- Cobre resultados, todos os dias. Sua equipe é o seu
reflexo. Se você está desanimado, triste e sem vibração,
assim ficarão seus atletas.
- Elogie e enalteça perante o grupo todos os acertos. Tenha
o dom do reforço positivo.
Quantas pessoas você elogia por dia ? E quantas você
critica? As pessoas elogiadas se transformam ajudando você a
chegar lá.
- Procure tirar o máximo de todos, criando sistemas e
métodos para que rendam em sua plenitude. Quem quer faz,
Quem não quer manda e se esquece de cobrar. Sua equipe só
renderá na plenitude se você criar meios para tal, ainda que
você esteja só para tudo.
3 - O Treinador e as formas de Comunicação
Transmissor- O Técnico
Mensagem do Comunicador- As palavras e meios
Receptor- Atletas e Comissão Técnica
FORMAS DE COMUNICAÇÃO:
Simples - Usar as palavras mais fáceis de serem
entendidas. Eles serão mais persuasivas.
Passo a Passo - Usando auxílios visuais, sem deve
acumular detalhes.
Feed Back - Observar se a mensagem foi bem recebida e
dar ao atleta a oportunidade de se expressar.
Aproveitar o linguajar corriqueiro dos atletas.
No dia adia procurar usar a linguagem corrente dos
atletas observando a faixa etária do grupo. Um jogador do
fraldinha vai ter dificuldade para entender os conceitos
de diagonal e paralela, tanto quanto citar o “Navio
Negreiro” de Castro Alves, com aquele português culto que
ninguém entende, numa preleção não vai ajudar muito.
Tempo e Espaço
Situe o atleta nas experiências vividas pelo grupo
em treinos, jogos, viagens e eventos sociais da equipe.
Mostre os bons e maus exemplos dos adversários nas
diferentes situações.
Detalhamento de idéias
Do conceito mais simples ao mais complexo, dentro
dos conceitos da progressão pedagógica. Ajude o atleta a
se convencer do seu raciocínio ou idéia. Não é necessário
jurar , é preciso explicar bem e o convencimento virá.
Comunicação Dramática
Fale com amor, com ênfase, com paixão. Faça seu
atleta sentir a força de suas palavras. Treinador com
aquele ar “professoral” e com atitudes brandas não
sugestionaram ninguém. “Rode a baiana”. “ Porra!!!! Isto
aqui está uma merda...... é melhor que dizer que “Nosso
time se desconcentrou...”. Tenha bom humor sempre. Saiba
se divertir com as situações vividas sem perder a
autoridade nos seus atos.
4. Que tipo de Treinador Você é?
Sempre escutamos a máxima que existem treinadores de
treino e treinadores de jogo. Alguns são ótimos para orientar
treinos, sabem o que fazem, seus atletas efetivamente aprendem
mas durante as partidas erram de forma primaria ,cometendo
enganos capazes de surpreender o mais desatento espectador.
Outros chegam ao treino sem saber exatamente o que
fazer, são pouco criativos nas formas de treinamento mas
durante as partidas tem 'olhos de lince" , enxergam longe ,
orienta os atletas e é perfeitamente entendido ,transformando
partidas para melhor.
É a partir deste asserto que queremos fazer algumas
considerações sobre a atuação do Treinador.
Em primeiro lugar o treino deve ser o exercício mais
aproximado do que vai ou o que você pensa que vai acontecer
no jogo. Faça a seguinte pergunta, para você mesmo: Isso
que estou treinando ,acontece no jogo? Se a resposta for
positiva, siga em frente, este é o caminho. Mas se houver
dúvida na resposta, refaça a proposta. Portanto o "clima de
jogo" no treino é fundamental.
O diferencial é que por mais aproximado ao jogo que
seja o ambiente de treino , o de jogo será sempre algo
diferente. Primeiro porque embora você simule as ações do
seu adversário durante o treino, nunca será ele mesmo que
está ali, de forma que você nunca está livre da surpresa
que ele pode proporcionar.
Com a relação as experiências com que o Treinador se
defronta nas partidas ,sempre haverá algo de novo ,alguma
surpresa de forma que a medida que o tempo passa sua
"bagagem" vai aumentando , sua capacidade de reagir bem a
situações inusitadas melhora. Então, a experiência no banco
é proporcional ao tempo sentado nele, durante as partidas.
Quanto maior for o tempo de atuação, provavelmente
maior será a capacidade para ver e resolver situações
técnico táticas durante os jogos.
Por outro lado, o Treinador precisa sempre estar
revisando sua capacidade para organizar e controlar os
treinamentos.
Na execução do planejamento tático, deve ser observado
que a equipe tem duas necessidades: a de médio / longo prazo,
aquilo que se pretende alcançar com a sucessão de
treinamentos táticos e o de curtíssimo prazo, aquilo que
acabamos de errar ,no jogo passado e necessitamos melhorar já
no próximo treino ,eliminando ou minimizando os erros para a
partida seguinte. O Treinador "de treino" deve criar ações
que motivem e quebrem a monotonia das repetições, já que para
automatizar (criar o ato reflexo atleta executa
automaticamente) movimentos é necessário repetir e repetir as
ações.
Em resumo, então é o seguinte : O Treinador deve
sempre estar atento as duas facetas que se complementam para
sua formação - criativo / didático (onde quer chegar e como
chegarei lá) nos treinamentos e intuitivo nos jogos já que
sempre nos preparamos para uma partida que ainda não vemos -
imaginando o que vai acontecer mas sem saber exatamente o que
acontecerá. Esta capacidade de intuir as situações pode fazer
a diferença na transformação de uma partida e ela vai se
formando na sucessão de situações que vivemos através de
nossa vida no Futsal atuando e vendo partidas.
Capítulo V
O Treinador e o Jogo
É conhecido de todos aquela máxima que diz : “ Existem
treinadores de treino e treinadores especialistas na condução
de uma partido” . Não acreditamos na essência deste
pensamento .
O treinador em sua vida desportiva passa mais tempo
treinando uma equipe do que sentado , num banco durante as
competições , mas se partirmos do princípio que devemos
incentivar no treino o clima de jogo ,, é nos treinamentos
que o Treinador vai se formando e ganhando experiência . Se
durante a semana nos preocupamos com exercícios das situações
de jogo , é como se estivéssemos fazendo a antecipação delas
e , aprendendo todo tempo a “ver” o jogo desde o banco de
reservas .
O confronto e o clima de jogo são fundamentais nas
sessões de treinamento . As informações sobre o adversário ,
estudadas a passada aos atletas formam a base para
mentalização da estratégia de jogo , tudo realizado durante a
semana ou dias que antecederam a competição . Pretender em
cima da hora treinar e falar tudo ao atleta é um grande
engano . Não ser humano capaz de reter tanto blá, blá,
blá... E mais ; já se falou e treinou tanto que até a
preleção é dispensável . Naqueles momentos que antecedem a
partida é importante que o atleta faça sua própria
mentalização , tão importante para a performance desportiva .
Durante a partida concentra-se , ao máximo no jogo
desenvolvido pela sua equipe e pelo adversário. Avalie , no
primeiro momento , se confirmam suas expectativas sobre o
ataque e a defesa do adversário , do rendimento esperado pelos
seus atletas e vá considerando as possibilidades de mudança
seja qual for o resultado . No nosso jogo aquela de que “time
que está ganhando não se mexe” , não serve de nada . A
multiplicidade de uma situação numa partida , exige mudança a
todo minuto , independentemente do resultado parcial .
Tente se afastar da tremenda emoção que é criticar
seguidamente o árbitro . As vezes , com firmeza mas com
educação se consegue mais de um indivíduo tão sujeito a errar
como nós mesmos . Vejo treinadores especialistas em arbitragem
e querendo ensinar ao árbitro durante os jogos . Acho que
treinador que se preocupa em demasia com arbitragem se
desconcentra em temas mais importantes como os citados acima .
Ao final da partida , agradeça ao empenhos dos atletas ,
independente do resultado e marque ou relembre o próximo
encontro ou treino , quando aí sim se poderá fazer uma
avaliação sem muitas emoções . Quase nada que diga logo depois
de uma partida é aproveitável . Se vencemos a tendência é
esquecer o que precisa ser melhorado , apesar da vitória . Se
perdermos a tendência é achar que nada presta , dando uma
vontade de começar tudo novamente , o que não é sensato .
Dito isto, aí está algumas considerações sobre o Treinador
durante o jogo:
A) Preleção- Quando e porque?
A preleção deve ser o “gran finale” de uma etapa da
preparação que visa uma partida. Ela é muito importante ou não serve
de quase nada. Se depois de uma sessão de treinamentos, você precisa
estar uma, duas horas falando para sua equipe o que não conseguiu
treinar, o que já deveria ter dito e treinado, algo está errado.
Havendo treinado e mostrado os caminhos do ataque e defesa para uma
determinada partida, a preleção é algo agradável e um saudável relato
do que seus atletas já sabem. Ela é rápida , concisa, apoiada em
meios áudio visuais e na medida do possível, divertida.
B) Arbitragem
Não deve ser da natureza das funções do treinador se
especializar em arbitragem. Sobre a regra devemos saber o suficiente
para controlar a partida. Treinador que se concentra muito nos erros
do árbitro, acaba não exercendo a atividade principal que é comandar
a equipe durante o jogo. Nas suas reclamações, não ofenda nunca o
arbitro. A ofensa acaba com seu poder de convencimento. Esfrie os
ânimos aos primeiros sinais de violência contra o adversário ou ao
próprio árbitro.
C) Substituições/Propósitos
As substituições já devem estar pré concebidas em sua
mente, antes dos jogos. Você já deve saber que no impedimento
de um atleta, por qualquer motivo, outro deve ser o
substituto eventual.
D) Reservas/ Os grupos do plantel
Reservas que não servem para nada, não fique com ele.
Por que se seu time está perdendo de 8x0 e o cara não entra e
quando seu time está ganhando de 8x0, ele também não entra ,
para que ele serve ? . Costumo dizer que um grupo de atletas,
num plantel é formado por quatro grupos, a saber:
1) Os titulares: São os melhores que você tem para começar uma
partida, naquele momento.
2) Os reservas imediatos: São aqueles que poderiam ser titulares
e entrarão primeiro numa partida e logo poderão estar entre os
que começam o jogo.
3) Os jogadores de situação: Entram menos, mas para desempenhar
funções importantes, como exercer uma marcação individual ou
“casada”, bater uma falta, etc.
4) A Baba: Só treina, quase nunca estão relacionados entre os
que vão para o jogo., mas tem sua importância para os treinos
aconteçam. Seu trabalho como treinador é estimular a
competição entre esses grupos e fazer que os jogadores
transitem de cima para baixo e de baixo para cima, nesta
pirâmide, de forma que quem relaxar pode perder espaço para
quem está se esforçando para sair de baixo para cima. Ao
Treinador cabe criar, nas situações de treino, outras
idênticas para que todos tenham a mesma oportunidade de
progredir. Ninguém deve treinar menos ou pouco em relação a
todos no plantel. É do esforço individual de cada um, com a
ajuda do Treinador, é que se consegue buscar e achar espaço
para jogar mais num plantel. O Treinador não dá nada a
ninguém. Ele cria meios para que todos se desenvolvam.
2. A solidão do treinador
Uma partida muito importante da sua vida está para
começar . Sua equipe treinou muito para este momento . Você
estudou tudo sobre o adversário e este é um jogo decisivo que
lhe dará a passagem até a vaga , no momento mais importante
da competição .
Todos os que estão em volta lhe observam, comentam suas
decisões sobre o que deveria ser feito sobre a preparação e
escalação da equipe . Sua torcida e diretores estão ansiosos
por este dia e pelo resultado da partida . Sua mãe , esposa ,
filho , amigos rezam e torcem incondicionalmente por você e o
grande dia chegou e a hora da partida também .
Sua equipe já está aquecendo na quadra , a arquibancada
do ginásio de esportes está lotada . Todos lhe observam
enigmáticos como se quisessem lhe dizer , mudar algo na
equipe antes do grande momento . Eles acham , pelos olhares
lançados ,você inseguro demais ou calmo demais ou nervoso
demais ou calado demais ou, enfim , se perguntam , embora sem
emitir uma só palavra , se você é a pessoa exatamente certa
no lugar certo , se você vai dar conta do recado .
Você no banco e ao seu lado , os companheiros de sempre ,
o médico , o massagista , o supervisor ultimando os detalhes
da súmula , o diretor nervoso , o auxiliar técnico e o
preparador físico voltando de dentro das quatro linhas após
encerrar o aquecimento da equipe . A arbitragem se coloca , a
mesa zera o cronômetro e a partida vai começar e você
Treinador como se pudesse parar o relógio do tempo diz : STOP
!!!! Parem tudo !!!!
Todos no ginásio param e lhe observam . Você pergunta a
cada uma das pessoas , no ginásio , desde seus companheiros e
diretor até o último torcedor , inclusive seus atletas :
Quanto você pagaria pelo meu lugar no banco ????? . Esta
pessoa sentaria no lugar do treinador (no seu lugar!!!) , com
plenos poderes para mudar tudo , antes e durante a partida.
Bastaria pagar por isso fosse pouco ou muito dinheiro e você
treinador iria para a arquibancada . Ver o jogo como ,
torcedor , diretor , jornalista , curioso , sem nenhum
compromisso , só o de se divertir , xingar , criticar ,
berrar .
Aí , eu lhe pergunto : Sabe quantos comprariam seu lugar
???? NINGUÉM !!!!!
Porque ninguém é valente suficientemente para trocar de
lugar com você naquele momento . Ainda que nada pagasse . Moral
da história : Seja você mesmo , com suas valentias , seus
temores , dúvidas e virtudes . Prove para todo mundo que suas
idéias na preparação do jogo eram as mais adequadas , por que
você e sua comissão técnica é que estão ali no dia-a-dia com a
equipe . Erre e acerte com sua vontade e sua determinação ,
aprendendo cada lição que os jogos lhe ensinam . Porque naquele
momento , que o jogo está para começar , e durante a própria
partida é solidão quase total e as pessoas em volta só vão
saber algum tempo depois o que você já sabia alguns segundos ,
minutos antes . Só conseguiram reagir a sua reação tomada
instantes antes .
3. Ataque dois toques . Você usaria ?
A evolução constante da ciência do treinamento
desportivo , tornando a preparação física no Futsal algo
mais especial nestes último anos , tem determinado
alterações importantes na forma de atacar .
Num outro ponto já discutimos o quanto á evolução da
marcação alterou a forma de atacar através dos tempos .
O que queremos discutir agora , é uma proposta para
desvencilhamo-nos dessas aguerridas marcações que nos dão
pouco ou nenhum espaço .
Na temporada passada (1999) , no Clube de Regata Vasco
da Gama (RJ) , comecei a testar o que chamamos de ataque 2
toques . Consistia em pedir aos jogadores que só dessem dois
toques na bola .
Claro que não era uma exigência extrema . O atleta que
vislumbrasse uma opção de seguir com a bola por mais tempo
(toques) , poderia fazê-lo , mas caso contrário deveria
respeitar o limite de 2 toques.
Depois de muito treinar os dois toques como exercício
de tempo e espaço , pensei que por aí poderia estar o
caminho do ataque que busca fugir destas marcações cada vez
mais sufocantes . E a ciência deste tipo de ataque está na
movimentação dos 4 jogadores (inclusive o goleiro ) que
momentaneamente não tem a bola . Pois são obrigados a
buscar espaços vazios , fugindo da marcação para receber a
bola . E mais : Os defensores contrários , mal se
equilibram . Quando ainda estão chegando para tentar o
desarme , o atacante já se livrou da bola para buscar outro
espaço vazio , para recebê-la . Claro que a qualidade de
passe de uma equipe tem a ver com isso tudo , pois em bom
passe não teremos qualidade no ataque .
Este pode ser um caminho para abrir espaços nas defesas
adversária cada vez mais compactas e atentas para nos
roubar a bola e partir para o contra ataque .
Convido aos quem tido a paciência de nos visitar , a
debater e até ampliar a proposta .
Penso que o tempo das jogadas ensaiadas (exceto as de
bola parada ) e dos padrões, está no fim.
4. A defesa , o ataque e a vantagem numérica
Muito já falamos sobre as diferentes formas de defender (
as linhas de defesa ) e atacar (os tempos do ataque) e antes
disso , do embasamento tático individual necessário a cada um
dos nossos atletas , antes de aprender os sistemas táticos de
defesa e ataque .
O que queremos discutir agora é algo que tem a ver com o
sentido comum de toda defesa (cobertura e todo ataque)
receber a bola desmarcada ).
Sabemos que o Futsal é um desporto disputado em espaços
relativamente pequenos (máximo de 800 metros quadrados ou
40X20 metros).
Com tempos de reação muito especiais , onde as disputas
de quadra se baseiam fundamentalmente na vantagem numérica de
atacantes sobre defensores ou vice-versa .
Senão vejamos : Se existe vantagem numérica de , num
espaço de quadra de defensores sobre atacantes , é provável
que a defesa fique com a bola para atacar ou até iniciar um
contra ataque e , ao contrário também é verdade , quando os
atacantes são mais numerosos que os defensores , num espaço
de quadra é provável que a equipe atacante termine por
chutar ao gol do adversário .
Imagine então , uma partida de Futsal e veja quantas
vezes isso acontece . É o mais simples jogo , até numa
partida de baixo nível tático .
Se treinarmos nossos atletas para perceberem essas
vantagens , podemos melhorar muito nossa defesa e nosso
ataque , independentemente dos sistemas que usamos .
Marcar buscando sempre vantagens numéricas nos setores
da quadra pressupõe saber que o mesmo tempo em que vigiamos
nosso homem , estamos preocupados com o nosso companheiro
envolvido na disputa de bola com o adversário , de forma que
estaremos prontos para fazer a cobertura caso ele seja
batido .
E no ataque , fugir do adversário buscando um espaço
onde possamos receber a bola mais ou menos desmarcada .
Claro que o tamanho da quadra aumenta ou diminua nossas
dificuldades na defesa ou no ataque , mas defesa atenta é
aquela que busca supremacia numérica num espaço e quadra e
ataque difícil de ser marcado é aquele que se movimenta para
fazer a defesa correr e por isso , marcar desequilibrado . E
quando isso acontece , perceba o diferencial numérico de
jogadores no espaço de quadra , nos lances anteriores.
Capítulo VI
Avaliação do Rendimento no Futsal
1. O Treinador e os Meios Auxiliares
A tecnologia da última geração já alcançou o treinamento
desportivo e por conseqüência o Futsal . Os computadores
que tudo registram , os frequencimetros sinalizando a
freqüência cardíaca ideal preconizada para o exercício ,
os lactímetros medindo o nível de lactato sangüíneo ,
determinante da fadiga muscular e até as camisa
fabricadas com fibras especiais , de forma que facilitam
a transpiração , etc ....
Mas , quanto de nós tem acesso a isso tudo ? Será essa a
realidade no dia-a-dia com o nossos atletas?
Evidentemente que não . Dito isso , vamos falar dos meios
auxiliares ao trabalho do treinador que muito pouco tem
dessa tecnologia de ponta mas que são muito importantes
para registrar seu trabalho e de sua equipe , de forma
que acumulando números e informações você pode chegar a
conclusões essenciais . Senão vejamos :
Diário de Treinamento
Se você não planeja tudo que vai treinar mas se você não
anota tudo que acontece durante o treino estar duplamente
errado .
Com o diário você , pelo menos , pode seguir uma seqüência
entre aquilo que ensinou na última aula / treino e o que vai
mostrar no treino seguinte . O diário é um desses cadernos
pautados que se compra baratinho em qualquer papelaria . Ali
você anota dia , objetivos , desenvolvimento do treino e
ocorrência , tipo quem faltou , quem se lesionou , enfim você
vai se cercando de informações e como diz o ditado “Todo homem
informado é um homem perigoso” .
Scouts das partidas
Vivemos intensamente a época da informatização , toda
nossa vida se orientas por ações de um computador ,seja no
controle da conta bancária ou até numa catraca eletrônica , no
nosso ônibus do dia-a-dia , de forma que num futuro próximo ,
qualquer indivíduo vai ter que saber dominar a máquina para
sobreviver nesta selva de chips e memórias virtuais .
E no nosso pequeno mundo do Futsal , isto também já é
verdade . Algumas equipes já controlam desde o banco de
reservas , durante o jogo a eficiência dos jogadores ,
lançando nos “notebooks” a performance de cada um .
Mas o que queremos mostrar nestas linhas é que
independentemente da tecnologia que usamos , o resultado do
“scout” é primordial para avaliação dos sistemas de defesa e
ataque de uma equipe, durante um jogo .
Analisaremos , pois o seguinte :
Esqueçamos o computador caro e os meios eletro
eletrônico dispendiosos . Você pode fazer um bem simples ,
controlando só duas variantes em uma partida . Os chutes
com seus percentuais de erro e acerto e o desarme . Isto
porque a quantidade de chutes está intimamente ligada ao
volume e qualidade do seu ataque e o desarme a eficiência
de sua defesa .
Numa folha dessas tipo A4 , desenhe um quadra de Futsal
, nos dois lados da folha. Usando um lado em cada tempo de
jogo , você ou alguém que lhe possa ajudar , vai marcando o
número da camisa de seus jogadores . A partir disso vai
sabendo de que região da quadra ele chutou e seu percentual
de acerto . Se ele chutou para fora marque só o número , se
chutou para a defesa do goleiro ou na trave , marque o
número da camisa dentro de um círculo e se fez o gol ,
marque o número circundado e com dois traços “x” , ou
qualquer sinalização que você queira fazer e possa entender
na hora de avaliar os números.
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  • 1. Metodologia do Treinamento do Futsal Prof. Fernando Ferretti Capítulo I Princípios Pedagógicos da Iniciação e da Aprendizagem no Futsal 1.Introdução 2.Objetivos da Aprendizagem na Iniciação 3.Cuidados Didáticos numa Sessão de treinamento Capítulo II O Treinamento Técnico 1.O Treinamento Técnico e sua Divisão 2.As regras do Futsal contribuem para o desenvolvimento técnico do desporto.
  • 2. Capítulo III O Treinamento Tático O aprendizado Tático Fundamentos Táticos Defensivos Fundamentos Táticos Ofensivos Tempos de ataque As linhas de defesa A marcação no escanteio O tamanho das quadras e sua conseqüência na tática da equipe Os princípios do Contra-Ataque A montagem do Plano Tático Sugestões de Conteúdos nas diferentes categorias competitivas A evolução dos Tipos de Ataque Treinamento Tático no alto nível Capítulo IV O Treinador e o Treinamento Comando e direção de equipes Futsal : Profissão Técnico O Treinador e as formas de comunicação Que tipo de treinador você é ?
  • 3. Capítulo V O Treinador e o Jogo O Treinador e o jogo A solidão do Treinador Ataque dois toques A defesa, o ataque e a vantagem numérica Capítulo VI Avaliação do rendimento no Futsal O Treinador e os Meios Auxiliares Capítulo VII O Treinamento Psicológico A Preparação emocional O Futsal e os pais de atletas das divisões de base A capacidade volitiva do atleta Dinâmicas de grupo para atletas de Futsal
  • 4. Capítulo VIII Mundo Futsal Onde o Futsal me levou O Futsal Feminino Futebol X Futsal Futsal e a T.V Futsal Profissional
  • 5. Capítulo I Princípios Pedagógicos da Iniciação e da Aprendizagem no Futsal 1. Introdução Jean Piaget, define aprendizagem segundo três parâmetros: Aprendizagem Motora: Referente ao conhecimento dos fundamentos e aprimoramento das qualidades físicas. Aprendizagem Cognitiva: Referente ao conhecimento do jogo, do grupo, reconhecimento dos líderes, torcida e influências. Aprendizagem Afetiva: Referente a relação do indivíduo entre si e com o entorno. O Futsal definitivamente é melhor jogado por quem aprende a raciocinar o jogo (Aprendizagem Cognitiva), por quem desenvolve melhor suas habilidades motoras, pré requisito para a excelência do gesto técnico(Aprendizagem Motora) e claro, enquanto recreativo o Futsal contribui para a formação do caráter do aprendiz(Aprendizagem Afetiva), solidificação de conceitos higiênicos ( o exercício melhorando a qualidade de vida), já que muitos chegarão ao ápice da pirâmide, vivendo, realmente, como profissionais do Futsal(Aprendizagem afetiva). Dito isso, temos que considerar também o desenvolvimento motor normal da criança (como indivíduo) para entender as limitações do nosso atleta, de acordo com as diferentes etapas do seu aprimoramento motor, intimamente ligado a maturação do seu sistema nervoso central. O exemplo disso são dificuldades de nossas crianças das categorias fraldinha ou pré-mirim, por exemplo, diante das movimentações táticas muito elaboradas, porque a qualidade de raciocínio abstrato chega muito depois das idades destas categorias.
  • 6. Podemos afirmar então: Maturação - Diferenciação estruturais e funcionais do organismo que levam a padrões de comportamento. Aprendizagem - Enriquecimento das características da criança, através do treinamento, experiências e observações. Desenvolvimento - Soma de maturação e aprendizagem. A idade mais apropriada para a iniciação da criança, quase sempre está em desacordo com a maioria dos autores especializados no assunto. A criança começa muito antes, animada pela família, pelos diferentes tipos de mídia, numa gama de estímulos muito maior que a 10, 15 anos atrás. O que queremos discutir e sugerir aqui é a melhor forma de orientar o trabalho destas crianças, segundo o estágio de desenvolvimento do sistema nervoso central que tenham atingido, segundo o quadro acima. Veja o quadro abaixo, observando as características cognitivas, motoras e afetivas de acordo com a faixa etária mais importante na aprendizagem do Futsal, pois aí o aluno solidificará conceitos que levará durante toda a vida ativa no Futsal.
  • 7. 06/ 08 anos Pouca atenção- Nível de concentração baixo Individualista- Começa a entender o conceito de grupo, além do familiar até então, sua única referencia grupal. Muita Energia- cansa e se recupera rápido. 08/12 anos Aumenta Concentração Nasce espírito Competitivo
  • 8. • Ver, interpretar e entender a dinâmica do jogo, é a base para jogar bem e eficientemente. Dentro desta quantidade de informações que vai formando o arcabouço cognitivo do nosso atleta podemos destacar os sempre citados fundamentos táticos, que tem como essência a noção espaço-temporal. Nosso atleta precisa controlar a todo momento para onde correr e a que tempo, exercitar a antevisão do lance(pelada de 1 toque) e só vai automatizar estas ações se ao mesmo tempo que aprimora as qualidades físico-técnicas (resistência, potência, passes, força, chute, etc...) observa, discute e experimenta as experiências e ensinamentos dos técnicos, companheiros, adversários, palestras, entrevistas, vídeos, do universo chamado Futsal. Definitivamente ou se raciocina sobre o andamento do jogo ou seremos pura intuição e técnica, as vezes insuficientes para um jogo bem jogado. Tenho visto situações e escutado experiências, onde os atletas no convívio do dia-a- dia ensinam detalhes, que no conjunto fazem a diferença. Por exemplo: Jogador observa jogador e são capazes de ensinar detalhes quase imperceptíveis aos demais. Pivô vira melhor para um determinado lado, que chuta sempre no mesmo canto, fixo que sempre antecipa ou que nunca antecipa, a posição em que determinado atleta prefere para passar sempre a um determinado ponto da quadra, etc... Portanto viva Piaget que nunca entrou numa quadra de Futsal, já batia um bolão ao definir com clareza a muito tempo, e como ninguém, o que confirmamos na prática todo santo dia.
  • 9. • 2. Objetivos da Aprendizagem na Iniciação A - Noção Espaço-Temporal: É a essência do jogo chamado Futsal. O atleta levará o que aprende aqui para o resto da vida útil no desporto. Para onde se corre e a que tempo é a base de qualquer sistema tático, em todas as categorias do Futsal. É uma qualidade especial no Futsal , mas o ser humano já começa a vivenciá-la desde os primeiros dias de vida. Um bebê ainda no berço , já busca no espaço determinados objetos e a um tempo de acordo com a destreza aprendida. • Esta qualidade é especial no Futsal porque nosso desporto é como se fosse uma brincadeira de gato e rato. Um jogador corre num determinado espaço de quadra tentando se desvencilhar da marcação enquanto o marcador tenta controlar o jogador a ser marcado e a bola e vice-versa. Esta é uma qualidade que vai depender muito das experiências motoras vividas na infância , mas que devemos sempre procurar melhorar em nosso atleta. • Nosso atleta, numa partida calcula ainda que sem saber, as reações dos adversários, o tempo da bola para dominar, passar e chutá-la e o tempo de seus companheiros. • Fica claro então, a importância desta qualidade, nas diversas situações de jogo, sobretudo depois que a preparação física evoluiu e tornou a marcação muito mais efetiva. • Dito isso ,a noção espaço temporal deve ser capítulo especial de nossa programação de treinamentos, em todos os níveis de aprendizagem, especialmente nas escolinhas e categorias de base. É nas categorias iniciais que as crianças começam a descobrir, num nível mais consciente o espaço e o tempo no Futsal e vencem alguns receios adquiridos em experiências motoras mal sucedidas. • Observe estes exemplos: Numa sessão de treinamento a tendência das crianças ao correr é ficar todas próximas umas das outras e buscando mais o centro da quadra num posicionamento já em desacordo com a ocupação de espaços tão importantes no Futsal ; ou quando dividimos a turma em colunas, • para um exercício de chute, a tendência é que a coluna , por instinto, vá para o meio da quadra, sem explorar as alas da , tão importantes na distribuição tática. • Face ao exposto, pode estar aí a resposta as nossas dúvidas quanto ao aprendizado tático de nossos atletas e ao entendimento da filosofia de trabalho de qualquer Treinador. Seguem abaixo três exemplos para treinar esta qualidade muito importante:
  • 10. 1 - Nas corridas de aquecimento não deixe que as crianças corram em círculos pela quadra. Devem correr buscando os diferentes espaços de quadra e em variadas direções, explorando-as pois. 2 - Nos trabalhos de passe, sair daquelas posições paradas na quadra e fazê-los em movimento como numa situação de jogo. 3 - Utilize uma corda que é batida no sentido anti-horário, por 2 ajudantes enquanto: a) as crianças passam por baixo ou por cima dela, sem bola; b)sem bola e com um companheiro ao lado, c)com bola, passa a bola de um lado e domina do outro, d)passa bola por cima e passa por baixo para dominar do outro lado, e)passa a bola por baixo e vai chutar do outro lado ao gol, etc, Nestes exercícios com corda , o espaço está na distância percorrida e o tempo na movimentação da corda acima e a baixo.
  • 11. B - Direção/Sentido( As 6 direções do Futsal): Convido todo mundo a fazer um exercício simples. No início de uma aula, mande os alunos correr. Simplesmente correr. Farão sempre em círculo. Por que? Se no Futsal não existe este tipo de deslocamento. Basicamente são seis as direções de quadra para onde um jogo de Futsal anda: Considerando a marca central da quadra (de onde se dá a saída de jogo), olhando adiante até a meta de fundo de quadra, por trás na mesma linha até a meta que está as minhas costas, ao meu lado direito, ao meu lado esquerdo, e na diagonal até o escanteio que está a minha frente e por último no escanteio que está as minhas costas. É para aí que se corre, num jogo de Futsal e nossas crianças desde muito cedo devem explorar estes espaços de quadra, logo no aquecimento no início de cada aula ou treino.
  • 12. C - Flexibilidade das Regras: As regras do Futsal de categorias menores devem ser adaptadas. As arbitragens devem ser educativas e não punitivas. D - Vivência na Categoria: A criança deve jogar nua sua categoria. E - Identificação dos espaços de quadra e posições: O atleta tem que aprender a conhecer e saber ocupar os espaços de quadra. F - Noções de Interação Tática Básica: A criança deve começar a conhecer os fundamentos táticos.
  • 13. 3. Cuidados Didáticos numa Sessão de Treinamento a) Não use apito. Corrija seus atletas falando durante todo o treinamento. Procure se comunicar com todo o grupo em tom de voz alta e clara. (sem gritar). b) Durante os treinamentos, não sente nunca e não fique parado. Caminhando você encontra sempre alguém que necessita de uma palavra, de ajuda. Passei pela área e faça o atleta senti que também merece atenção individual. Fale. Explique. Aconselhe. Seja firme.
  • 14. c) Faça também observações individuais. Isto ajuda a combater a timidez da criança, aumenta o grau de confiança dela no seu trabalho. d) Antes de começar qualquer atividade, estabeleça objetivos e certifique-se que eles foram alcançados ao final da mesma, comunicando ao grupo individual ou coletivamente. Faça as considerações do que melhorou e do que precisa ser melhorado. e) Durante os jogos, divida com todos do plantel, suas orientações, inclusive com aqueles que você usa pouco. Ao pedir um tempo durante uma partida, exija que todos escutem suas explicações, de forma que todos possam compartilhar de suas idéias e sejam sabedores delas, caso seja necessário participar do jogo.
  • 15. F) Elabore exercícios onde o maior número de atletas participe de uma só vez. G) Não participe dos exercícios. Observe e corrija. h) Misture o plantel. Dê a oportunidade aos mais fracos de treinar com os mais fortes em alguns momentos de treino. i) Faça o entra e sai (titulares por reservas ) durante as sessões de treinamento, educando os atletas para as situações de jogo. j) Incentive e escute opiniões. k) Controle e não permita a violência e a agressividade em excesso dos atletas. l) Reforce o positivo (“vejam como o fulaninho faz isso bem”) e o negativo (“ tente fazer melhor, pois eu sei que você conseguirá”). m) Controlar bem os tempos de esforço. E a graduação dos exercícios. (Do mais fácil para o mais difícil).
  • 16. n) REGULARIDADE- Está é a chave para o sucesso. Execute e mande repetir. Faça outra vez. Volte a fazer. Peça de novo. No treino seguinte , tudo outra vez. o) Em quem seu atleta se espelha? Use os exemplos de jogos e jogadores ao vivo e através de teipes. Estas imagens valem mais que mil palavras. p) A qualidade dos seus exercícios é proporcional a motivação que seus atletas demonstram ao participar deles. Se for o contrário, esqueça. Tente outro. q) O Treinador deve orientar material esportivo adequado: Uso de caneleira e não uso de short de surf , por exemplo. r) Deve-se orientar com relação a alimentação e a higiene do aluno/atleta. s) Deve ser cobrado do aluno/atleta rendimento satisfatório na escola. t) O Aluno/Atleta deve ser cobrado com relação à horário, disciplina, limites e no convívio com os colegas.
  • 17. u) No início de sua vida esportiva como atleta ,Treinador não deve determinar as posições e sim deixar o atleta vivenciar. v) Fazer trabalhos bilaterais na iniciação para poder usar os dois pés no futuro.
  • 18. Capítulo II O Treinamento Técnico 1. Treinamento Técnico e suas Divisões O desenvolvimento tático e físico, nos últimos anos , passou a exigir dos treinadores da modalidade uma especificidade muito variada nos diferentes tipos de treinamento técnico. São cada vez maiores as exigências para o atleta em quadra, quanto ao seu ótimo rendimento numa partida. Penso estarmos todos de acordo quanto ao fato de que o rendimento tático de um atleta ou equipe, está intimamente ligado ao que se consegue fazer tecnicamente. É por aí que todos os problemas táticos de uma equipe começam a se resolver. Tenho dito, que NADA SUPERA A QUALIDADE. Em tese, o que sempre nos levará a alcançar ótimos resultados, é a qualidade técnica de nossos atletas, de forma que busque sempre cercar-se dos melhores e seus problemas, estarão, diríamos 50% resolvidos.
  • 19. É claro que só a técnica não resolve nada. O perfil do que deva ser o melhor dos melhores no Futsal moderno, é uma excelente técnica, acompanhada de um super preparo físico e uma inteligência tática apurada, somando-se a isso um faro apurado para chutar muito e fazer gols. Considerando o somatório destas qualidades, você é capaz de identificar algum jogador que tenha este perfil no Futsal brasileiro? Eu conheço alguns, mais deixo para vocês este exercício de reflexão.
  • 20. A Divisão do Treinamento Técnico é o seguinte: A - Treinamento Técnico de Especialidades: Visa melhorar a técnica inerente a cada posição. Por exemplo, o pivô busca melhorar o domínio de bola e passe. O central ou fixo, vai melhorar o desarme e o chute de longa e média distância, e assim sucessivamente. Mas a multiplicidade de funções no Futsal também exige do nosso atleta uma boa dose de conhecimento mínimo das características das outras posições, de forma que experimentar estas atitudes é muito importante naquilo que podemos chamar, se é que existe, o jogador completo. Neste momento o Pivô aprende também as atitudes do Fixo, aprimora suas características de armador/passador como ala e vice/versa. As sessões de treinamento nesta parte são pequenas oficinas, repartidas na quadra onde cada um aprimora suas qualidades especiais(da posição) e “prova” a do outro.
  • 21. B _ Treinamento Técnico de Correção: Nesta parte vamos corrigir tudo aquilo que nosso atleta não faz bem ou não faz. É de domínio público que os estudos de cientistas interessados em desvendar o cérebro humano, já descobriram que usamos muito pouco (10,20%) a nossa capacidade cerebral. Este conceito é o ponto de partida para nossa busca ao atleta mais ambidestro possível. Isto é, atletas que saibam usar bem as duas pernas nos diferentes fundamentos. Provado está que o iniciante ao se definir por uma das duas lateralidades possíveis (esquerda ou direita) o faz em razão do lado predominante do cérebro, tendendo a especializa-lo cada vez mais, em detrimento do lado não definido. Considerar também, que a tendência de todos nós, inclusive nosso aluno/atleta é desprezar, diminuir e desconhecer aquilo que não conhece, não exercita, não pratica e não domina.
  • 22. Aproveitando, pois esse conceito do pouco uso da capacidade cerebral, devemos incentiva-lo a treinar bilateralmente. Tudo aquilo que se treina com uma perna , deve-se repetir, também, com a outra. Isto em todos os níveis de aprendizagem. O treinamento técnico de correção olhado a luz destes conceitos torna-se de uma simplicidade impressionante. Basta colocar nosso atleta diante da própria dificuldade, daquilo que faz mal ou não faz. Se ele chuta mal com a perna esquerda ou evita chutar com ela, é esse o exercício de correção que deverá fazer. Se domina mal com a perna direita, outro exercício estará pronto e assim por diante. Controlar os exercícios através de simples ficha onde se faz os apontamentos do que foi proposto ao atleta. Reciclar periodicamente. Dar a ele, atleta, também a oportunidade de opinar sobre aquilo que acha que deva melhorar. As vezes, nosso poder de observação deixa escapar aquilo que nossos elucida. Estamos acostumados a acompanha-lo dia a dia mas não devemos desprezar suas considerações sobre seu próprio aperfeiçoamento.
  • 23. Podemos então dizer que o treinamento técnico de correção é a melhora e apuro do gesto técnico inerente ao Futsal, através do exercício repetido das maiores dificuldades do atleta. À partir disso podemos arriscar a seguinte sentença: CORREÇÃO........CONFIANÇA.........PROGRESSO Isto porque após colocarmos nosso atleta tantas vezes diante das suas dificuldades, ele começa a ganhar confiança, pois o que antes fazia mal, agora faz melhor, o que podemos chamar de progresso. Lembre-se : Costumamos não fazer bem aquilo que não conhecemos, não treinamos ! Considerar, também, na elaboração dos exercícios o conceito da progressão pedagógica, portanto saindo do mais fácil para o mais difícil. Por exemplo, quando corrigimos o fundamento chute, devemos mostrar ao atleta que primeiro equilibre seu corpo em relação a bola, inclusive observando seu pé de apoio em relação a ela, no passo seguinte buscar a direção do chute e por último a força.
  • 24. Notaremos num médio espaço de tempo, quantas maravilhas podemos alcançar corrigindo os fundamentos, essência do jogo bem praticado, meio caminho para as vitórias. Não se esqueça: “Fotografe” (com sua tela mental ) seus atletas e estarão prontos os exercícios mais simples e eficazes para a correção técnica. Estará diante da dificuldade e de tanto repetir, vai melhorar. Tomemos como exemplo o caso do voleibol, no Brasil, que há 20, 25 anos não era quase nada e hoje é campeão olímpico. Nos últimos anos este desporto deu um salto de qualidade tremendo, investindo no treinamento maciço e repetitivo dos fundamentos. A razão primordial desse sucesso é a preocupação em quantificar e portanto medir através de scouts o desempenho dos atletas durante uma partida, durante todo um campeonato, premiando-os por suas excelentes performances nos fundamentos. Os scouts das equipes e campeonatos vigiam e realçam as qualidades ou deficiências de fundamentos que cada atleta possui.
  • 25. É quase seguro que uma boa recepção, um bom passe e por fim um potente cortada vai jogar a bola no chão, na quadra adversária, num desporto onde só se vê confronto no fundamento bloqueio, e portanto, tudo é mais fácil. A bola quando está do meu lado de quadra, é só minha, o que facilita tremendamente as coisas. O que diríamos então do Futsal onde o confronto e a marcação não nos permite mais jogar com conforto e espaço. O problema é que no Brasil todo mundo pensa que é bom de bola e não precisa treinar fundamentos. Vejamos, também o exemplo da Holanda que investiu maciçamente nos fundamentos do futebol e tem mostrado ao mundo um jogo muito vistoso, com jogadores espetaculares.
  • 26. c) Treinamento Técnico de Grupo: Nesta parte do treinamento você vai buscar relevar o clima de confronto, a imitação do gesto técnico. Seus atletas vivenciarão as ações as ações do que realmente deve acontecer numa partida de Futsal. São jogos de igualdade e superioridade numérica caracterizando a situação da partida. 1 - Jogo dos Setores Formação: 14, sendo cada equipe com 1 goleiro e 2 em cada setor. Objetivo: Passe e finalização. Desenvolvimento: dois toques, não pode jogar fora do setor, havendo o terceiro toque, chute de primeira.
  • 27. 2 - Desarme só na defesa Formação: 5x5 Objetivo: Contra-Ataque Desenvolvimento: Equipe que está atacando e perde a bola só pode desarmar no seu campo defensivo. 3 – Futvolei Formação: 6x6 Objetivo: Controle e passe Desenvolvimento: É obrigatório os três toques sendo um de cabeça.
  • 28. 4 - Jogo do passe aéreo com rede de volei Formação: 5x5 Objetivo: Passe aéreo, na paralela e domínio. Desenvolvimento: São armada os mastros do volei e uma fita da altura dos mesmos. Entrada no ataque com passe por cima da rede ou pelo lado de primeira. 5 - Jogo pelas alas Formação: 5x5 Objetivo: forçar a lateralidade do jogo de ataque Desenvolvimento: Não é permitido tocar na bola dentro da quadra de volei, sendo punido com lateral.
  • 29. 6 - Jogo para o pivô Formação: 5x5 Objetivo: Forçar no pivô o jogo de ataque . Desenvolvimento: Primeiro domínio na quadra adversária é feito na posição básica de pivô. 7 - Jogo de finalização com opção para o pivô Formação: 5x5 Objetivo: finalização, marcação e passe ao pivô. Desenvolvimento: Baliza na linha de fundo do volei, na ala finalizar só de primeira, quem passa ao pivô, sobe para finalizar, pode haver contra-ataque. No escanteio e lateral chute livre. 8 - Jogo do chutão Formação: 10 atletas Objetivo: Pivô de tempo, marcação de retorno e aproximação do ataque. Desenvolvimento: Atleta da lateral lança para o pivô
  • 30. 9 - Jogo do erro Formação: 5x5 Objetivo: Passe Desenvolvimento: 8’ ou dois gols, em todo erro que originar um contra-ataque o atleta é desqualificado, a equipe com vantagem numérica tem 3 chances de finalizar. 10 - Jogo do gol dentro da área Formação: 4x4 Objetivo: Passe Desenvolvimento: Somente o jogador autorizado a entrar na área pode fazer um gol. 11 - Jogo do passe aéreo Formação: 3x2 em cada meia quadra Objetivo: Passe aéreo e finalização Desenvolvimento: só vale passe aéreo.
  • 31. 12 - Jogo de passe ao homem do meio Formação: 5x5 Objetivo: Passe e fechamento do meio Desenvolvimento: Passar a bola ao pivô. 13 - Jogo Multi-Metas Formação: 5x5 Objetivo: Finalização e marcação Desenvolvimento: Deve-se fazer os gols nas várias metas.
  • 32. 14 - Jogo do Voleio Formação: 5x5 Objetivo: finalização de voleio Desenvolvimento: Passe com as mãos, não pode correr com a bola, finalizar só de voleio, cortar o passe só de cabeça. 15 - Jogo do fundamento determinado Formação: 5x5 Objetivo: Antevisão do lance, raciocínio tático. Desenvolvimento: Determina-se com que perna se pode fazer que fundamento . Exemplo, passe com a perna esquerda e domínio com a direita. 16 - Jogo do chute de 1 tempo ou de primeira Formação: 5x5 Objetivo: Finalização de primeira Desenvolvimento: As equipes só podem finalizar de primeira. Se dominar não pode mais chutar.
  • 33. d) Treinamento Específico de Goleiro: Vai longe o tempo em que se virava goleiro porque jogava-se mal na linha. Era só aparecer um gordinho ou um desajeitado e pronto, por falta de oportunidade ,mandavam o garoto para a trave. A mudança da regra ,no início de 1997,começou a delinear o goleiro de Futsal do futuro. Bom com as mãos ,bom com os pés. Dito isso analisaremos o seguinte: A prática nos mostra que "geneticamente" falando(o genético está entre aspas porque não estamos falando ramo da Biologia) tem goleiro que nasce goleiro, passa um tempão sem treinar ou jogar e na volta, fecha o gol; e o que precisa treinar muito ,sem parar para ser e continuar bom goleiro ,porque na volta de uma inatividade pode tomar uns bons frangos. Logo se percebe, desde a escolinha aquele indivíduos com "pinta" de goleiro e invariavelmente acabam mesmo virando bons goleiros. Vamos então a razão central desde pequeno ensaio. Em primeiro lugar ,a mudança de regra dificultou a vida daqueles que pouca habilidade tem com os pés e neste momento temos uma corrida contra o tempo, com todos eles treinando freneticamente para corrigir suas dificuldades. É válido ,mas vejo aí um erro de foco. Tem gente esquecendo de pegar a bola debaixo da trave que é a função primeira de cada goleiro. A maioria dos principais goleiros do Brasil não são tão bons com os pés mas suas equipes não deixaram de disputar títulos.
  • 34. Deveremos ter uma geração espetacular de goleiros tão bons com as mãos quanto com os pés quando os atuais infantis, infanto - juvenis chegarem ao adulto. Neste momento, é melhorar o que já se sabe e primeiro defender as bolas, depois passar e fazer gols. Não esquecer que o linha-goleiro é uma boa opção. Tratar de treinar no gol um excelente passador/chutador , jogador de linha. Na formação/treinamento dos goleiros ,sem dúvida ,a resistência aeróbica é a base para as exigências da posição mas, é no trabalho anaeróbico ( lático e alático) que está centrado o rendimento do goleiro. E no tempo de reação(cai, levanta, salta, cai de novo, levanta outra vez) que está a qualidade principal do goleiro. E também na agilidade ,a troca de posições sucessivas e na maior velocidade possível. Portanto, conseguida uma boa base aeróbica, o trabalho do goleiro deve ser centrado em atividades de quadra ,com ênfase no tempo de reação e debaixo da trave, no contato com a bola. O que orienta o trabalho com os pés é a melhora dos fundamentos na imitação dos gestos técnicos realizados numa partida. Então , por exemplo ,o goleiro defende ,coloca a bola fora da área e passa. Treina domínio parcial com a coxa, e passa ou chuta ao gol. Ao perceber a chegada do marcador ,faz o passe ,etc.
  • 35. Com as sucessivas mudanças na regra o goleiro já chegou na linha e é responsável por um jogo de vantagem numérica que tanto proporciona fazer gols, quanto ajuda a quebrar as marcações rígidas de qualquer adversário. Com essas alterações chegaram os treinadores de goleiro, tamanho a importância que representa a figura do goleiro bem treinado na equipe. O trabalho do goleiro no treinamento é basicamente de tempo de reação. Aquele cai, levanta, cai de novo, senta, e assim por diante. Exercícios de velocidade de reação, num limiar anaeróbico (freqüência cardíaca de media intensidade).
  • 36. 2. As regras do Futsal contribuem para o desenvolvimento técnico do desporto? As regras de qualquer desporto servem para normatizar as ações dos mesmos, dentro de um limite de ações técnicas e disciplinares. A transgressão das regras gera de imediato, uma punição, que se reverte em benefício do adversário. Penso que estamos, mais ou menos de acordo, com proposição acima. Dito isso o que queremos discutir é se uma seqüência de punições, inibe ou estimula nosso atleta das categorias de base, no seu desenvolvimento técnico tático. A criança só aprenderá, vivenciando, participando e que sejam experiências realmente educativas, longe das pequenas batalhas que invariavelmente se travam nos jogos das categorias de base, onde os maiores protagonistas da educação são pais, árbitros e técnicos, e muito menos a crianças.
  • 37. Em primeiro lugar, muito se discute qual a melhor idade para começar a competir, considerando os aspectos físicos e psicológicos. A evolução da fisiologia do exercício, nos últimos 20 anos responde a maioria das perguntas quanto ao aspecto físico. já quanto ao psicológico, no que diz respeito às reações do indivíduo frente as diferentes facetas da competição, muito há ainda que pesquisar e responder, embora a presença do psicólogo na Comissão Técnica seja imprescindível e indiscutível. Seguindo o nosso raciocínio, porque se critica tanto o início precoce no Futsal, quando na Ginástica Olímpica se começa aos 3,4 anos e um ginasta aos 19,20 é considerado um velho? Responder esta pergunta requer um pouco de atenção. A evolução da ciência, em geral e o bombardeamento de informações dos meios de comunicação, amadurece muito mais rápido um indivíduo do que a 15,20 anos atrás. O primeiro presente que um menino (e por que não as meninas?) recebe é uma bola de futebol. Começam no Futsal porque os espaços nas cidades cada vez são menores e porque quase todo mundo acha que o Futsal é um Futebol de Campo pequeno, o que não é totalmente mentira nem totalmente verdade
  • 38. Alguns clubes de Futebol já descobriram a qualidade especial dos craques de campo, que começaram no Futsal. Isso pelo seu tempo de reação apurado, básico no Futsal e muito importante nos espaços de Futebol de campo, onde o jogo se decide. Então, a questão central é quem ensina o que, e qual a qualidade didática desses ensinamentos, e o que as regras ajudam ou poderiam ajudar na formação do atleta. Estamos de acordo que o início ideal deva ser em torno dos 7 anos de idade, que coincide com a saída do chamado Jardim para a primeira série do primeiro grau. Neste momento a criança reconhece um grupo distinto do familiar e tem que repartir experiências fundamentais na natureza associativa do Futsal. O que desmotiva as crianças nos primeiros anos de Futsal é, quase sempre, a má conduta de Pais e Treinadores (ainda que a nível inconsciente), preocupados uns em compensar suas frustrações e os outros só em suas aspirações pessoais. É comum o caso de Clubes que buscam jogadores de boa técnica e não se preocupam com a formação tática do jogador. Enquanto só a técnica e a estatura fazem diferença, ótimo.
  • 39. Depois o que se vê são os inúmeros exemplos de mini craques que desaparecem sem deixar vestígio, impedidos de chegar ao juvenil e ao adulto. Outro exemplo são os jogadores que passam temporadas inteiras sentados no banco, com pouca ou nenhuma oportunidade de jogar, privilégio dado a 5,6 jogadores do plantel que tudo resolvem. Existe também a desculpa de que jogador de primeiro ano de categoria não serve para nada mais que completar treino e perdem a oportunidade de vivenciar e aprender o que poderia ser útil, de imediato. É neste momento que a mudança de regras, pelos menos nas categorias não oficias (as oficiais são infantil, juvenil e adulto) poderiam aportar algo mais que a punição ao atleta. Sigamos os exemplos do voleibol e do basquete onde as regras se diferenciam nas categorias, de base para ajudar na formação do atleta. Os treinadores não se acomodam e tratam de trabalhar, corrigir e formar atletas, pois sabem que necessitaram de muito mais gente qualificada para competir.
  • 40. No Futsal, já existem alguns bons exemplos, como o da Federação de São Paulo, que exige que todo mundo jogue pelo 5 minutos até a categoria Pré-Mirim, mas há muito por fazer como, por exemplo, diminuir o tamanho da baliza, que é muito grande para jogadores até mirim, acabar com laterais e escanteios batidos direto a área adversária (isto não se parece com nada que se vê no Futsal profissional).Não permitir que o goleiro chute ou passe para chutar direto ao campo adversário, quicando a bola, etc, etc. O que acontece é que um jogador de menos técnica acaba aprendendo a raciocinar melhor porque sabe que não vai resolver na habilidade e o jogador habilidoso, que não é incentivado a raciocinar porque nos satisfazemos com meia dúzia de dribles que possam dar.
  • 41. Indiscutivelmente, nossos jogadores seguem sendo os melhores do mundo taticamente, mas precisamos melhorar a qualidade do que se oferece a nossa criança e a mudança da regra nas categorias iniciais como chupetinha, mamadeira, fraldinha, pré-mirim e mirim seria muito bom para fomentar uma preparação mais adequada. Penso que a Federação do Rio de Janeiro está prestes a ser a pioneira desta revolução pedagógica, pois já estuda, com a nossa humilde participação, (e convidamos todos a fazer o mesmo) algumas mudanças importantes.
  • 42. Capítulo III O Treinamento Tático 1. O Aprendizado Tático Uma das maiores dificuldades da maioria dos Técnicos de Futsal, sobretudo os da categorias de base, é ensinar as ações táticas e conseguir bom resultado prático. Os Técnicos entendem que o sucesso das ações táticas está na simples repetição das jogadas e padrões, nas formas em que foram copiadas, seja de um jogo visto na televisão ou mesmo no aprendizado ao vivo, nas partidas que presencia, nos cursos que participa e na convivência com outros profissionais. É chegar no treino, mostrar a movimentação e nosso atleta já saberá repetir tudo que foi ensinado. Aí começam nossas decepções.
  • 43. A excelência nas ações táticas depende primeiro de uma qualidade de fundamentação técnica que nem sempre lembramos de corrigir e desenvolver, sobretudo o passe, essência do jogo. Mas, a maior dificuldade está no embasamento tático que nosso atleta deve possuir como pré requisito, para executar estas ações. Falo dos fundamentos de defesa e ataque, primordiais para um jogo bem executado. Saber se colocar em relação ao adversário e a bola nas atitudes ofensivas e defensivas, é como se diz, o “pulo do gato”. Se não vejamos: Seu atleta já sabe que defender é tentar desarmar, acompanhar o adversário colocando-o dentro do seu campo visual ao mesmo tempo que a bola e estar atrás da linha(hipotética) da mesma? Que no ataque, nunca deve receber a bola parado?
  • 44. Saber correr e a que tempo, no nosso desporto é a chave. Não basta ter a bola nos pés. É preciso saber para onde se vai, quando se está sem ela, ajudando e abrindo espaço para o companheiro que a tem sob domínio. Estão aí as origens de nossas dificuldades e o diferencial entre as grandes equipes do Brasil e as que só tem jogadores habilidosos com a bola nos pés. Existem bons jogadores em qualquer lugar. O diferencial é se eles sabem para onde ir e quando ao ficarem sem a posse de bola. Futsal Competitivo é um desporto exclusivo para atletas capazes de pensar e refletir. Nestes tempos, estamos vivemos as dificuldades que um Treinador passa diante de jogadores de boa técnica, mas ainda incapazes de raciocinar uma seqüência de ações para criar e explorar espaços, naquilo que deveria ser o Futsal bem jogado. Um jogador só vislumbra tempos e espaço se reúne uma bagagem de conceito indispensáveis.
  • 45. Exemplo: Para desmarcar-se tem que correr, mas só correr não é desmarcar-se. O atacante que corre faz o marcador correr e, portanto desequilibrar-se, e quem marca desequilibrado, marca pior. Se estivermos de acordo até aqui, veremos que a simples ação de correr é muito melhor que jogar parado, facilitando a marcação, mas, como já citei, a chave é para onde e como corremos, levando o adversário a um espaço de quadra e quando ele pensa que nos tem sob controle, paramos a corrida, mudamos a direção, e mudamos novamente, e paramos e corremos e fintamos, como num jogo de gato e rato. Claro que o atacante, enquanto corre está pendente da bola, que a qualquer momento pode receber de seu companheiro, mas enganar o adversário é o que chamamos de saber correr. Dado o exemplo, muitos dos jogadores de Futsal como os de Futebol de Campo, jogam por intuição, nada dependentes dos outro quatro companheiros que estão em quadra. Quando se dão conta é porque estão prestes a perder a bola, por desespero.
  • 46. A sugestão é que nós Treinadores treinem os fundamentos de defesa e ataque para que os atletas aprendam a raciocinar o jogo(raciocínio tático). A dificuldade na aprendizagem também estará na idade do atleta, pois quanto mais velho, maior a dificuldade de se aprender estes fundamentos. Aí está uma das razões da desenvoltura do jogador brasileiro. Mal ou bem, estes conceitos já bem falados e treinados desde a base, o que facilita muito na idade competitiva
  • 47. 2. Fundamentos Táticos Defensivos Abordaremos aqui, como sugere o título , o básico em qualquer defesa numa equipe de Futsal. Não confundir básico com pouco expressivo ou sem importância. Ao contrário, se conseguirmos incutir na cabeça de nosso atleta os conceitos que se seguem , teremos assim , o pré requisito para marcar bem em qualquer espaço de quadra. Esses fundamentos defensivos tratam de como nosso atleta deve se colocar em relação a bola e ao adversário a ser marcado e, sobretudo, que tipo de ajuda ele pode proporcionar ao seu próprio companheiro. Nosso atleta deve aprender também, a controlar , mesmo a distância, o que acontece nos espaços de quadra próximos aquele em que se encontra e/ou cobrir os espaços livres deixados pelos companheiros que mal acompanham seus oponentes ou são driblados por estes.
  • 48. Portanto marcar é: 1) Tentativa de Desarme (Tirar a bola do adversário) e, 2) Acompanhamento (Quando o adversário se desloca sem bola.) 3) Retomada do Equilíbrio Isto posto, passemos então aos fundamentos de defesa propriamente ditos:
  • 49. A - Tentativa de controlar a bola e o homem a ser marcado: Quando marcamos nosso adversário, deveremos controlar duas variantes importantes que são: a bola e o jogador oponente. Na tentativa de marcar, se nosso atleta perde a bola ou o homem, ou pior, perde os dois ,nossa equipe começa a correr riscos defensivos. É bem verdade que há um momento em que nosso atleta vai ter que optar entre um ou outro, de acordo com seu poder de rápida resposta a situação que se configura. Ele esquece a bola e acompanha seu adversário até o final de forma que estará junto de se oponente se a bola ali chegar. Ou, perde o homem , mas ajuda seu companheiro fazendo superioridade numérica contra o adversário desarmando-o. Entenda-se por controlar o adversário, o ato de manter o adversário e/ou a bola dentro do seu campo visual.
  • 50. B - Tempo de Abordagem: Trata-se do tempo exato e correto para se fazer a abordagem no adversário que tem ou poderá ter a bola. Este momento certo é no instante que o adversário vai receber a bola, ou seja, enquanto a bola “viaja” para encontrar o atacante adversário, chega junto nosso atleta defensor. Não se deve chegar antes da bola porque deixamos de fazer a cobertura de nosso companheiro e não se chega depois que o adversário domina a bola, porque ele acabará ganhando metros preciosos em direção ao nosso gol.
  • 51. c) Tempo da Volta Eletiva: Nosso atleta aprende aqui como se deve acompanhar o adversário a partir do momento em ele perde o controle da bola de seu campo visual, num passe que já chegou ao pivô adversário . São dois os caminhos:ou acompanhamos nosso oponente até o final, perdendo a bola mas controlando o adversário ou, largamos nosso oponente e ajudamos nosso companheiro envolvido na disputa de bola a desarmar seu oponente fazendo superioridade numérica num espaço de quadra. O que normalmente mais se vê é o jogador que defende parando no meio do caminho . Nem marca seu oponente direto nem ajuda seu companheiro envolvido na disputa de bola.
  • 52. d) Marcação de Retorno – Superioridade numérica de defesa contra o ataque: Considerando que equipe que marca bem é aquela que está sempre próxima da linha da bola, o nosso atleta deve sempre tentar controlar seu oponente direto e, ao mesmo tempo, ajudar o companheiro envolvido na disputa de bola, caracterizando-se assim, superioridade numérica no setor da quadra onde está a bola. O pivô como primeiro homem de defesa, uma vez vencida sua linha de marcação, deve imprimir uma movimentação para a lateral e na diagonal para trás e ajudar , com vantagem numérica sua defesa.
  • 53. 3. Fundamentos Táticos Ofensivos A - Na frente da linha da bola: O atleta que vai receber a bola na maioria das vezes deve estar à frente da mesma. B - Entrar/sair do campo visual do adversário: Quem vai receber deve tentar ludibriar o adversário como num jogo de gato e rato, saindo do seu campo visual. C - Linha de Passe: Todos os atletas que estão sem a posse de bola devem aparecer quando um do seu time está com a mesma. D - Nunca Receber Parado: Como já foi dito os atletas tem que se movimentar para receber, evitando assim receber a bola parados. E - Andar com a bola – Enquanto me movo com a bola,colocando-me entre o adversário e a bola que conduzo,estou movendo a defesa adversária,por isso em desequilíbrio e marcando pior. F - Velocidade Precisa do Passe – Estimular a velocidade do passe(tempo 1)pois o passe veloz faz a defesa adversária perder o equilíbrio.Vide jogo da Zona de armação.
  • 54. 4. Tempos do Ataque O início do ataque de uma equipe se dá , de acordo com o tipo de defesa que o adversário imprime na saída da bola das mãos do goleiro que inicia o ataque. São três os tempos de ataque: Quebras de Marcação – Se o adversário pressiona nossa saída de bola, é necessário romper essa pressão para que ganhando espaço em direção a quadra de defesa adversária possamos realizar; Padrões de Jogo – São ações com início e reinício , apostando que uma movimentação repetitiva vai induzir, invariavelmente ,o adversário ao erro, por desconcentração e, finalmente; Jogadas Ensaiadas – São ações com início e fim , de bola em movimento (durante o jogo) e bolas paradas(Saída de centro, faltas , laterais e escanteios).
  • 55. Portanto, o fator determinante do tipo de ataque a usar é marcação que o adversário faz quando nosso goleiro pega a bola para repor em jogo. As quebras de marcação se fazem necessário para que nossa equipe busque espaço para seu jogo de movimentação treinado. É um erro grande acharmos que podemos resolver tudo com um goleiro lançador e um pivô passador/ finalizador, quando o adversário nos pressiona. Este é um tipo de ataque que começa e termina rápido, inimigo de uma posse de bola elaborada e só deve servir de alternância para o ataque, e não como ritmo de ataque. Uma vez “quebrada” a marcação adversária , buscamos os padrões de jogo que são movimentações repetitivas, com início e reinicio e daí para as variações de jogadas ensaiadas com bolas paradas e em movimento. Devemos mostrar ao nosso atleta que a velocidade do ataque deve ser proporcional a qualidade do passe bem feito. Não existe ataque sem qualidade de passe, que deve ser feito com a calma necessária para chegue ao seu destino.
  • 56. Aí sim, nosso atleta deve ser, sem bola, muito veloz para que nesse deslocamento sem bola, possa vencer o oponente, buscando espaços vazios, colocando-se então em posição privilegiada para receber a bola. Por último, nosso atleta deve aprender a criar no adversário uma permanente dúvida: olha para a bola e nos perde de seu campo visual ou, nos olha e perde a bola de seu campo visual. Entrar e sair do campo visual do atleta que nos marca é fundamental para desestruturar a marcação adversária. Não podemos permitir que o atleta que nos marca, controle ao mesmo tempo homem e bola, daí nossa movimentação constante, procurando fugir do controle visual dele. Futsal não é um desporto que se joga só com a bola nos pés. É muito o que faz e se corre sem ela. Melhor correr desordenadamente do que jogar parado. Todo adversário que marca correndo atrás de nosso atleta marca pior porque está desequilibrado.
  • 57. 5. As Linhas de Defesa Quando pensamos num tipo de defesa para enfrentarmos um adversário 'há que se fazer algumas considerações, preliminarmente. Saber a característica do ataque adversário é a primeira delas. Se é de ritmo veloz(aquele que quer fazer tudo rápido) ou pensado, centralizado em um ou dois jogadores, o famoso carimbador por quem a bola sempre passa antes da definição do jogo de ataque. Isto é determinante para falarmos nas tais linhas de defesa que são:
  • 58. Linha 1 ou Meio Aberto Indicada para aquele momento do jogo em que há desvantagem no placar e o tempo está chegando ao fim.Com meio da quadra literalmente aberto cada um pega o seu, o fixo antecipa ao pivô e o goleiro adversário joga livre. Indicada, também, contra equipes fracas tecnicamente e diante de necessidade de vencer a partida e por boa diferença de gols. Bem feita, restringe o jogo de ataque do adversário na ligação goleiro- pivô que rapidamente se define bem ou mal. Acontece que muitos adversários marcados assim , vencendo a partida , acabam proporcionando muitos contra ataques, o que é um erro. Contra atacado deve ser quem perde a partida;
  • 59. Linha 2 ou Pressão no homem da bola Aqui se tenta fechar o "fatídico" meio de quadra contra lançamentos do goleiro adversário. Chamamos de fatídico, entre aspas, porque o meio de quadra aberto não é a pior coisa que pode acontecer a uma equipe defensivamente, como alguns treinadores querem fazer parecer com aqueles gritos do banco " FECHA O MEIO !! ".Isto pelas razões explicadas acima. Considerar que a última mudança de regra, proibiu e retorno de bola ao goleiro e deu a possibilidade de marcar fechando o passe lateral, aquele primeiro passe que se faz para o lado logo depois que se recebe a bola do goleiro.
  • 60. Isto força ,de imediato, o passe para a frente (o marcador não permite aquele passe para o lado),na maioria das vezes alto ,lento e por isso com pouco qualidade, facilitando a antecipação do fixo ao pivô adversário ou, no mínimo, um jogo de contato entre eles que desequilibra o jogo de fundo de quadra de qualquer adversário (a bola não para ali ou chega sem qualidade) e,
  • 61. Linha 3 ou Meio de quadra A mais indicada para quebrar a velocidade de ataque do adversário. É quando a cobertura, com os seus homens mais próximos, melhor funciona. Muitos jogadores pensam que marcar 3 é marcar passivo. Já falamos em outro artigo que marcar, antes de mais nada, é desarmar o adversário, entrar tomar a bola dele, isto em qualquer espaço de quadra. Repito sempre , que é melhor tomar um drible( tentando roubar a bola e deixando a cobertura atenta) do que recuar , facilitando a progressão do adversário para dentro de nossa quadra de defesa.
  • 62. Linha 4 ou três metros do Basquete É uma marcação que agrupa os homens de defesa e facilita a cobertura da marcação. Funciona como a marcação no Handebol, os atletas tentar marcar a frente da área para evitar o arremate de média distância. Dito isto ,chamamos atenção para a variação: de linha 3 para 2.Dá-se ao adversário uma falsa impressão de espaço e uma vez dada a saída pelo goleiro adversário subimos a linha 2 e pressionamos. Indicada contra aqueles adversários que tudo sinalizam antes de começar o jogo, com a bola ainda na mão do goleiro. E ,finalmente, considerar a linha de defesa é sempre a da linha (hipotética)da bola. Isto quer dizer que é inútil depois de quebrada a linha 1 ou 2 tentar voltar para ela. É preferível correr para a linha 3 ,equilibrar-se e voltar a tentar a desarmar o adversário. Já falamos em outro estudo que marcação boa é aquela que está equilibrada. Se estamos sempre correndo atrás do adversário, pior marcaremos.
  • 63. 6. A Marcação no Escanteio Ao se falar na marcação do escanteio no Futsal há que se fazer, primeiramente, uma consideração matemática. Isto mesmo: m a t e m á t i c a ! Senão vejamos: Qualquer equipe que defenda um escanteio leva, matematicamente falando, uma considerável vantagem sobre aquela equipe que cobra o escanteio. Estamos todos de acordo que a equipe defensora tem seus 5 jogadores à postos na cobrança. Já a equipe atacante está limitada a praticamente, 3 jogadores, pois seu goleiro está quase sempre, lá do outro lado da quadra, o cobrador do escanteio após fazê- lo fica momentaneamente fora do jogo, a não ser que a bola retorne para ele. Portanto a pergunta é: Porque são tão freqüentes os gols de escanteio se é considerável a vantagem de quem defende ? A resposta que venho buscando e a que mais me aproximo, é devido ao fato de que os defensores de escanteio nunca controlam, ao mesmo tempo a bola e o adversário a ser marcado. Isto porque se orientam pela última de linha de defesa possível, que é a linha de fundo. Estão quase sempre com a bola fora de seu campo visual, sendo obrigados a optar por olhar só o homem ou perdê-lo para olhar a bola. Já os atacantes se deslocam sempre vendo a bola e os adversários marcadores, buscando confundi-los.
  • 64. Isto posto, devemos buscar o menor dos riscos, já que a dificuldade citada, aumenta os riscos de quem defende, razão pela qual acontecem tantos e , por que não dizer, belos gols. O menor dos riscos é a defesa postada em zonas à saber: O homem do primeiro pau deve colocar-se na diagonal, deixando as bolas que entram ali para o goleiro ( não valendo gol direto do escanteio, é fácil para o goleiro controlar este espaço).Este posicionamento ajuda a inibir os passes diretos para dentro da área. Na mesma linha, em direção a quadra contraria está homem responsável pela marcação dos passes para trás e que marca a trajetória da bola nestes passes. Seu posicionamento nunca deve desproteger o fixo. Se ele está muito afastado do homem do primeiro pau, facilita a entrado do passe direto ao pivô adversário, dentro da área. Por trás do fixo está o homem do segundo pau, que deve primeiro cobrir este espaço da área e só depois sair acompanhando a trajetória da bola. Este atleta tem a posição mais cômoda, já que bolas alçadas ao lado oposto da quadra na diagonal são raras e lentas, daí estar mais ou menos liberados para a função essencial da cobertura. Por último, nosso atleta não pode confundir marcar zona com passividade e reações lentas. Ao contrário, deve lutar bravamente pela bola em sua zona e ,ainda, tentar ajudar o companheiro da zona contígua. Pense nisso. Até breve.
  • 65. 7. O Tamanho das Quadras e sua conseqüência na Tática da equipe Tenho escutado, com freqüência, de muitas pessoas do meio do Futsal a colocação: Ajudaria o desenvolvimento do desporto, se as medidas das quadras fossem padronizadas, como no Basquete e no Voleibol ?. Trata-se, na nossa opinião, de um grande disparate. A nossa supremacia no desporto se deve fundamentalmente, a versatilidade técnica e tática dos nossos jogadores e treinadores. Esta versatilidade, sem dúvida, se desenvolve nos diferentes tamanhos de quadra. Reconheço, entretanto que só depois da fusão com a FIFA, em 1989, passamos a jogar em quadras de tamanho perto dos 36, 40 e até 42 metros de comprimento, já que, com dita fusão, tornou-se exigência quadras maiores em competições internacionais. E neste momento fomos os primeiros a rapidamente responder com grande qualidade diante das novas exigências. Ganhamos o Mundial de Hong-Kong em 1991e depois na Espanha em 1996, em quadras de 42 metros de comprimento. È preciso que se diga que o Brasil não alcançou este estágio por mero acaso. Temos e continuamos a fazer história neste desporto, jogado nos cinco continentes.
  • 66. A versatilidade do nosso atleta se deve ao fato de que a cada dia se joga em quadras de tamanhos diferentes, que exigem posturas táticas e técnicas diferentes. Num lapso muito pequeno de tempo o treinador está obrigado a montar estratégias para quadras tão diferentes. Estamos de acordo que a marcação é muito mais complicada na quadra grande e vice-versa nas quadras menores. As grandes quadras são boas para contra-atacar e para atacar, sendo péssimas para defender. Nestas quadras o conceito de jogar fechado na defesa é colocar a linha de marcação no meio é falso. Mesmo no meio sobram muito espaços para o ataque adversário manobrar e a bola entra fácil no pivô. A marcação que consideramos ideal é a chamada linha 4, ali perto da marca dos três pontos do basquete, quando os homens de defesa estão mais agrupados e portanto, fazendo funcionar a cobertura. No ataque aprendemos e aperfeiçoamos o jogo de segundo pau, muito bem executado por algumas das nossas principais equipes e sua efetividade se deve ao fato de que a defesa sempre tende a olhar a bola, esquecendo-se do homem que entra por trás de toda a linha defensiva.
  • 67. 8. Os Princípios do Contra- Ataque Todo contra ataque pressupõe vantagem numérica.É o sinal de que a equipe defensora acaba de roubar a bola ou interceptar um passe e partirá ao campo adversário em condições excelentes de finalizar. Então,a quantidade e qualidade dos contra ataques depende de uma boa defesa,que aliás não é o objeto deste pequeno ensaio. Já tratamos dos Fundamentos da Defesa e das Linhas da Defesa em outros artigos neste espaço.Fica claro então que antes de iniciar o contra ataque,seu sistema de defesa já funcionou,propiciando partir ao gol adversário em vantagem numérica. Considerando que a tendência atual do Futsal é de predomínio de defesa contra os ataques,arriscamos dizer que o jogo hoje é praticamente 60,70% de contra ataques. Dito isso ,existem alguns posicionamentos básicos que determinam a qualidade do contra ataque uma vez roubada a bola pela defesa e nos lembram um pouco também os fundamentos de ataque,assunto que também já foi discutido nestas páginas.Senão vejamos:
  • 68. 1) O jogador que rouba a bola deve adiantá-la ao máximo,nunca passá-la para trás ou para o lado; 2) Os jogadores que estão sem posse de bola devem ficar adiante da linha da bola e entrar em linha de passe buscando os espaços vazios na defesa adversária facilitando o passe do condutor da bola; 3) E,claro uma boa dose de criatividade do passador já que diante de tanta vantagem nunca se deve desperdiçar a oportunidade de chutar ao gol,porque erro de passe neste momento é quase fatal pois aí pode começar o chamado contra ataque que nasce de um contra ataque errado,que encontrará sua defesa com mais desvantagem numérica ainda,o que leva a uma sucessão de erros incontroláveis.
  • 69. Portanto ,o que parece fácil,na realidade depende de um treinamento tático mais apurado para que nossa equipe não se exponha ao tal contra ataque do contra ataque. É muito importante que nossos atletas ataquem já pensando em defender e defendam já pensando em atacar ou contra atacar. Diante de um início de contra ataque confuso e sem segurança ,melhor que nossa equipe decida por um ataque pensado e sem pressa.Considerar também que os treinamentos de contra ataque são bastante anaeróbicos (cansativos) daí a importância de se controlar a freqüência dos atletas ou adaptá-los quando buscamos exercícios de velocidade com bola. Por último, sugerimos a seguir,duas opções de treinamento, em forma de jogo para treinar contra ataque: Formação: duas equipes de 5X5 Regras: Começamos com uma equipe atacando a outra.Quando a equipe atacante perde a posse de bola , não pode tentar recuperar em seu campo de ataque.Só no seu campo de defesa.Isso facilitará um início de contra ataque para a equipe defensora que roubou a bola.Todas as cobranças de laterais são da defesa e não existe escanteio.O goleiro deve estar atento para fazer uma rápida reposição,originando aí novos contra ataques.
  • 70. 9 - Contra Ataque a partir do Passe em Círculo Desenvolvimento – Partindo de uma troca de passes em círculo,(o passador vai para o lugar do recebedor)e ao sinal do Professor,em um dos dois lados da quadra haverá vantagem numérica de ataque contra defesa .Neste momento o contra ataque se inicia.Pode-se permitir o contra do contra ataque.
  • 71. 10 - A Montagem do Plano Tático Ao ensejo de uma competição, aquela para a qual você preparou sua equipe é fundamental que o plano tático , ou seja, aquilo que sua equipe vai fazer dentro da quadra para surpreender o adversário ou defender–se das surpresas dele, esteja pronto ou em vias de ficar. É claro que todo planejamento tático vai se alterando no decorrer da competição, na medida em que se mostre eficaz ou não, ou quando você observa e cria novas opções que podem ser úteis. Tática boa é aquela que sua equipe consegue realizar e que se mostre eficaz e eficácia no Futsal é resultado. È necessário que o Técnico faça sempre uma auto crítica sobre a correlação entre o plano tático e os bons e maus resultados. Seus atletas também são mais ou menos responsáveis por esta eficácia. Alguns tem seu nível de atenção naquilo que vê, outros naquilo que escutam. É comum, depois de uma palestra, encontrar jogadores que pouco sabem o que foi dito mas logo percebem o que se pede se visualizarem as ações pedidas, por uma demonstração na prática ou até mesmo numa fita de vídeo. Seu nível de atenção está calçado no estímulo visual. E, ao contrário, aqueles que só de escutar falar já sabem do que se trata. Estes tem seu nível de atenção com preponderância no auditivo. Outro exercício importante para a fixação(preensão) do plano tático é escrevê-lo e entregar a cada membro da equipe. Este texto pode ter gráficos das jogadas ações ou não. Se você não coloca gráficos estimula o atleta durante a leitura orientada, o uso do que chamamos “tela mental”. Ele lê e forma ou tenta formar a imagem da ação na memória. Este é o chamado raciocínio abstrato, muito importante para a retenção dos assuntos treinados. O texto depois de lido e discutido por todo o grupo, fica para permanente consulta, de forma que ninguém pode alegar desconhecê-lo.
  • 72. PRINCÍPIOS DA MONTAGEM DO PLANO TÁTICO Qual a realidade do nosso plantel ? Aprimoramento constante dos fundamentos táticos individuais O que necessito melhorar / treinar já(urgente) ? O que posso ir melhorando com o tempo ? Como avalio ? Resultados / Scouts.
  • 73. 11 - Sugestão de Conteúdos nas diferentes Categorias Competitivas DEFESA: • Iniciação ao Pré-Mirim( de 07 a 10 anos) • Aprendizado da marcação individual- quem acompanha quem na hora de defender. • Princípios do conceito de cobertura- Estar atento no companheiro que é driblado. • Marcação de bolas paradas(falta, lateral, escanteio, e saída de centro)- Estar sempre que possível, atrás da linha da bola.
  • 74. Mirim até Infantil( 11 a 14 anos) Cobertura por setores- O atleta marca o seu e já está pendente do espaço do companheiro adjacente. Identificação do último homem- É o inicio da percepção do quanto é importante atacar pensando em defender. Bolas Paradas- Saber se colocar para defender as diversas jogadas de bola parada do adversário. Identificar as linhas de defesa de acordo com a linha da bola.
  • 75. Infanto até Juvenil(15 até 19 anos) Aperfeiçoamento do sentido de cobertura (quem cobre quem de acordo com os setores vulneráveis) Saber que as linhas se alteram constantemente, de acordo com o ataque adversário, e que se deve sempre buscar o equilíbrio suficiente para tentar desarmar o adversário nos diferentes espaços de quadra.
  • 76. ATAQUE: Iniciação ao Pré-Mirim(07 aos 10 anos) Noções de tempo e espaço Diferentes tipos de passe Não especializar nas diversas posições de quadra Jogadas combinadas com poucos tempos de execução
  • 77. Mirim até Infantil (11 até 14 anos) Especializar nas diversas posições sabendo que o Futsal é dinâmico e exige do atleta conhecimento dos diversos espaços de quadra e das posições que ocupam Os diversos posicionamentos em relação aos companheiros e adversários. Sistemas de ataque pouco complexos (jogar com pivô- quando se mete a bola, quem é que passa, a que tempo e quem se preocupa em cobrir.)
  • 78. Infanto até Juvenil 15 até 19 anos) São reconhecidos pela sua quantidade em determinada posição. Mas reúnem informações para identificar o básico de todas elas. Por exemplo, Um pivô quando é obrigado a estar de beque, sabe alguns conceitos que ajudam a não comprometer a defesa(Futsal é dinâmico). Sistemas de ataque e defesa mais complexos. Conhecimento dos diferentes Tempos de ataque que sempre estará de acordo com a defesa adversária. Ler e entender o jogo, principalmente o do adversário.
  • 79. 11. A Evolução dos tipos de ataque As formas de atacar no Futsal nos últimos 20 anos vem sofrendo mutações importantes, impostas pela evolução da preparação física e conseqüentemente pela capacidade de marcação das equipes ... Identificar essas mutações nos ajudam a entender a forma de jogar das mais importantes equipes nacionais e a imaginar como se jogará no futuro , que aliás já chegou e repete um pouco o passado . Antes de mais nada é preciso dizer que nada substitui a qualidade , em nenhum tempo . Esperamos sempre pendentes do grande jogador , daquele jogador que resolve e além da verdade . O Brasil tem sido agraciado com um sem fim de grandes jogadores , revelados em séries , através dos tempos . Portanto quando pensamos em estudar a evolução do ataque neste pequeno ensaio , não podemos esquecer que a qualidade sempre se sobressairá . Dito isso , vamos lá :
  • 80. Voltando ao tempo , aliás meu tempo de registro no Futsal , na década de 70 , atacava considerando que cada jogador deveria ocupar seu espaço de quadra , de forma que o fixo “não passava do meio da quadra” , os alas eram de lateralidade definida pois havia sempre um ala direito e um ala esquerdo e finalmente o pivô , onde convergiam todas as jogadas de ataque e a este cabia jogar na frente (em SP , pivô ainda é chamado “ frente” ou “frentista”) e nunca primou pela marcação , aponto de se dizer que pivô “não precisa voltar” . Esses jogadores atuavam portanto em seu espaço de quadra e quando eram bem marcavam anulavam–se a maior parte de seu potencial . Depois veio o tempo das jogadas ensaiadas onde a escola cearense se destacou (O Sumov é até hoje o maior ganhador de Taça Brasil de Clubes de todos os tempos , a última em 1986 em Curitiba / PR). Por jogada ensaiada entendemos ação ofensiva que tem início , desenvolvimento e finalização com seus tempos característicos e com cada jogador colocado de acordo com sua lateralidade e característica .
  • 81. Os jogadores passavam então a atacar com uma movimentação baseada nas surpresas das jogadas , sendo este o marco inicial do jogo de ataque onde se buscava criar e ocupar espaços livre na quadra . Mais uma vez a marcação aprendeu que bastava estar atento as sinalizações feita pelos adversários para neutralizar as jogadas ensaiadas . Na década de 80 surge o Bradesco EC e com ele o embrião do profissionalismo , do treinamento de dois períodos , da preparação física científica . Surge também o que se convencionou chamar de padrão de jogo (ações ofensivas que tem início e reinício) . O primeiro deles foi o padrão de meio ou o famoso “toca de sai” , imortalizado por um time de altíssima qualidade que se movimentava por toda quadra sem guardar posições . A evolução dos tipos de padrão foi ditada sobretudo pela equipe da Sadia de SC , já com uma geração de bons jogadores e super atletas . Nasce com eles o padrão redondo ou circular , excelente ainda hoje para vencer defesas muito fechadas e recuadas . Também copiamos e adaptamos os 4 em linha , muito usado na Espanha .
  • 82. De certa forma , até hoje , se tenta jogar desta forma , mas a dificuldade já é muito grande , pois novamente a marcação já escorada na preparação física científica de super atletas praticamente anula estas tentativas . Para onde vamos então ? Penso que para um jogo de ataque com preocupação de abrir e ocupar espaços .Todos precisarão defender com aplicação e atacar de forma que ao visualizar o companheiro coma bola e estando num espaço adjacente , sair dali levando a marcação , abrindo espaço nas costas do marcado do nosso companheiro que tem a bola . É o tempo de literalmente saber jogar sem bola . Estar sempre criando a seguinte dúvida na cabeça do adversário : Segue nos olhando e nos acompanha , ou perde o contato visual conosco para olhar para bola ?Chegou o tempo que só habilidade não resolve , só preparação física também não . É preciso mais . É necessário saber correr sem bola tentando iludir o adversário .
  • 83. 12.Treinamento Tático no Alto Nível A evolução do Futsal nos últimos 25 anos tratou de revelar um novo tipo de atleta, ao que nos acostumamos chamar de “completo”. É impossível funcionar bem na quadra ,se nosso jogador não reunir algumas características essenciais para uma partida. No módulo passado(2) já traçávamos um pouco do que é ,ou deveria ser, este perfil, para um rendimento ótimo. Comentamos também, que o Futsal, é cada vez mais um desporto para jogadores que aprendem ,desde muito cedo, a raciocinar, a “ ver ”o jogo , já que está cada vez mais difícil jogar com espaço e liberdade. O Futsal tem revelado um sem fim de jogadores de técnica até muito discutível ,mas que se destacam nas grandes equipes do país e são imprescindíveis a seus Técnicos ou Treinadores . Isto se deve ao fato que são atletas que tem uma qualidade de movimentação e domínio de espaço de quadra, que o fazem especiais. A técnica apurada ,ajuda muito mas não resolve todo o problema , já que não deixar jogar(marcar bem)tem sido uma característica do Futsal moderno. E no que ele evoluiu ? Falemos um pouquinho da história tática do desporto.
  • 84. Na década de 70 cada um atuava na sua posição ,de forma que o fixo não passava do meio ,os alas corriam pela faixa de quadra de acordo com a sua lateralidade predominante e o pivô ,jogava só na frente ,quase que sem a necessidade de marcar ou ajudar a defesa. No início da década de 80,surgiram as primeiras equipes profissionais, dentre elas o Bradesco EC do Rio de Janeiro, a Perdigão de Videira / SC e a Enxuta de Caxias do Sul / RS.Com a preparação física, já sendo feita com bases científicas. Estas equipes já buscavam uma movimentação mais harmoniosa (de laboratório) ao que chamamos da época da “jogadas ensaiadas”. No final desta mesma década ,já começa a existir um certo equilíbrio entre técnica apurada (dos “craques”) e os jogadores aplicados, de muita concentração tática e excelente preparo físico. Chega com eles o chamado período dos “padrões de jogo” que são movimentações coletivas das equipes, que buscam desequilibrar a concentração defensiva do adversário e estas ações tem sempre um reinício programado, de forma que aquilo que eventualmente não funciona, imediatamente volta a recomeçar.
  • 85. Chegamos então, no que basicamente é a essência do jogo das grandes equipes brasileiras, ao que chamamos” atitudes táticas”, que é a reação instantânea a ação de um companheiro, facilitando o jogo de ataque . Não podemos esquecer que as defesas também evoluíram a medida que a ciência do treinamento desportivo foi criando meios e métodos para que nossos atletas se tornassem realmente, umas “máquinas de jogar”. Dito isso, vamos tratar de dividir nossos estudos para torná-lo mais didático ,facilitando o entendimento. E já poderíamos começar dizendo que o treinamento tático se divide em DEFESA e ATAQUE.A alternância e velocidade do Futsal moderno nos coloca a cada segundo de partida diante destas duas facetas do jogo, que se alteram numa velocidade impressionante e ao mudarmos de atacante a defensor, em frações de segundo, buscamos uma reação instantânea para responder as ações adversárias.
  • 86. Falaremos inicialmente dos Fundamentos de Defesa e Ataque ,a nosso ver as essências do aprendizado tático no Futsal e a razão de tudo funcionar bem, durante uma partida. Se nosso atleta reúne uma bagagem tática individual, conseguirá, sem muitos problemas, executar qualquer plano tático, pois a base do trabalho coletivo de uma equipe está num conjunto de raciocínios e ações táticas individuais. Quando citamos as Atitudes Táticas como a base do Futsal moderno nos referíamos a velocidade das atitudes individuais que cada atleta deve realizar ajudando seu companheiro que tem o domínio da bola. Por exemplo, quando tenho a posse de bola e a conduzo do centro para uma das alas da quadra, de imediato a reação de meu companheiro deveria ser uma das duas seguintes: ou dispara correndo na paralela levando o adversário que o marca ,me abrindo espaço, ou na desatenção deste ,recebe nas costas ou passa por trás de mim numa ação chamada de “pisada”. Nada disso precisa estar previamente combinado entre todos, mas é uma reação natural de quem aprendeu a correr ocupando tempos e espaços de quadras.
  • 87. Como treinamos estas atitudes ? Observe esta sugestão : Jogo do Terceiro Homem: Objetivo: Ensinar reação tática do homem que não está efetivamente participando do lance ou seja, treinar a antevisão do lance. Formação: 5 contra 5 com 2 goleiros. Desenvolvimento: Quem acaba de passar ,não pode voltar a receber a bola. Este homem fica obrigado ,então a movimentar-se buscando outro espaço de quadra e aquele que “entra” para receber se move antes antevendo o lance, dificultando ações defensivas do adversário. Outro tema importante no planejamento tático de uma equipe, são as chamadas bolas paradas (saída de jogo, faltas, laterais e escanteios).Saber sacar proveito no ataque destas situações quando atacamos e saber defendê-las pode decidir uma partida contra ou a nosso favor.
  • 88. CAPÍTULO IV O Treinador e o Treinamento Comando e direção de equipes A natureza das funções do Treinador de Futsal, está basicamente no exercício do que chamamos LIDERANÇA. Vamos falar de outras qualidades inerentes a nossa função, tais como o sentido de Organização, a capacidade de discutir e dividir idéias. mas é a partir do ato de liderar o grupo é que tudo começa a funcionar, facilitando o alcance dos resultados. Eventual mente, nossa meta, como profissional, não é alcançar uma grande equipe do alto nível do Futsal nacional ou internacional. Nos contentamos com nosso trabalho nas escolinhas ou em equipes das divisões de base. Cada um buscando alcançar suas metas ou sonhos. Mas esse caminho será abreviado ou mais acidentado na medida da quantidade dos bons resultados que alcançarmos. Não esqueçamos que vivemos numa sociedade altamente competitiva em que só os bons são reconhecidos.
  • 89. Vamos, então, enumerar algumas características dentro daquilo que seja LIDERAR um trabalho de preparação de uma equipe de Futsal , a saber: A - ORGANIZAÇÃO Falamos aqui até daquela organização mínima, que permite saber onde está a cópia da tabela, com o programa de jogos da sua equipe e até onde está a chave do carro que vai te levar ao treino da equipe. Nisso está incluído, também a pontualidade, a nosso ver o ponto de partida, para a seriedade do trabalho. Se o treino está marcado para as 19 horas , às 19 horas ele começa e não espera ninguém, nem mesmo você, já que alguém deveria estar lá para substituí-lo. Falamos de um diário de treinamento, onde estão anotados todos os acontecimentos no dia a dia da equipe, como o conteúdo dos treinamentos, de forma que seu trabalho tenha sempre uma seqüência lógica apoiada nestes apontamentos. Anote tudo que você disse de importante, o que foi dito para você, as faltas, presenças e atrasos.
  • 90. B – SIMPLICIDADE Desde o linguajar usado na comunicação com os atletas até a forma de proceder, andar, vestir-se. Uma equipe é, mais ou menos o reflexo das atitudes de seu Treinador. Você poderá não ser tão amado quanto gostaria mas será sempre um exemplo de procedimentos. C - VALORIZAR O GRUPO DE TRABALHO Tenho dito, após todos esses anos, que somos, invariavelmente o que o nosso grupo conseguiu ser. Nosso aprendizado se aperfeiçoa, em grande parte naquilo que vemos e aprendemos com nossos atletas e companheiros de comissão técnica. Você deve ser o primeiro a defender seu grupo diante de todas as tentativas de intromissão externa e não perder a oportunidade de aprender com essa convivência.
  • 91. D - DISCUTIR E DIVIDIR IDÉIAS Toda a sua estratégia é nada se você não conta com a participação efetiva de seus atletas. Você raciocina e deseja que algo seja feito, mas só quem materializa os atos são os atletas em quadra. A consecução de seus objetivos, então serão muito mais eficazes na medida em que você permite que seu grupo participe das tomadas de decisão. Seu grupo estará mais consciente e seguro para fazer aquilo que se pede porque participou , efetivamente da tomada de decisões.
  • 92. E – IMPARCIALIDADE Usando um dito popular, “Pau que dá em Chico , dá em Francisco”, ou seja o mesmo peso e medidas para todos, sem exceção, desde o Pelé até o Macalé, da equipe. Aprendemos no convívio com nossos atletas a ter mais simpatia por que por outros. Isso é natural na raça humana. Com alguns simpatizamos mais, a outros fazemos um pouco mais de reservas, porque nem sempre suas atitudes nos agradam. Mas o que não podemos deixar acontecer é que nosso grupo perceba que trabalhamos com preferências pessoais. Os atletas estarão sempre nos observando e medindo nossas atitudes, e no futuro, estarão na dependência de que façamos o mesmo diante de personagens e situações diferentes. E é assim que tem que ser, ou será o início do fim de um relacionamento de grupo. Não devemos estar pendentes da amizade de ninguém dentro do grupo. Portanto, é exatamente o contrário do que normalmente se pensa. É da seriedade, da imparcialidade e do respeito profissional que as amizades surgirão no decorrer do tempo.
  • 93. 5 MEIAS VERDADES 5 MEIAS MENTIRAS NA DIREÇÃO DE CLUBES OS ATLETAS SÃO NOSSO MAIOR PATRIMÔNIO. SÃO IMPREVISIVÉIS E PROCUPANTES. O QUE VALE SÃO AS VITÓRIAS E TÍTULOS. A MINHA DECISÃO FOI RACIONAL. EU QUIS FAZER ISSO. NÓS JULGAMOS NOSSOS ATLETAS PELO DESENPENHO. JULGO SEU DESEMPENHO COM QUANTO GOSTO DE VOCÊ. ISSO É TRABALHO , NÃO É PESSOAL. TUDO É PESSOAL. PRIMEIRO LUGAR É O CLUBE. EU VENHO EM PRIMEIRO LUGAR.
  • 94. Futsal Profissão Técnico - Conheça seu Clubes , divulgue-o e fale muito bem dele . Este é o emprego que você p pode ter no momento e o trampolim para o melhor , que está por vim . - Enfrente dificuldades com sorrisos e sabedorias . - Procure sempre entusiasmar . - Mantenha o diálogo sempre aberto , em todos os níveis. Escute as opiniões de todos que podem influenciar em seu trabalho . Do Diretor ao roupeiro . Entenda as idéias como auxílio ao seu trabalho. - Embora você seja obrigado a falar muito , ESCUTE sempre . Pratique a grande virtude de escutar a argumentação de todos .
  • 95. - A emoção no Futsal é inevitável , mas NÃO decida com ela. Tudo de bom mal que acontecer ao seu trabalho e a sua equipe vai ser melhor entendida algumas horas depois ou dias depois e, portanto, podemos tirar mais proveito dos ensinamentos que o jogo proporciona. Acalme sempre o ímpeto destruidor de seus atletas, da comissão técnica e do grupo diretivo. Ao menor sinal de dificuldades, fuja das decisões drásticas e radicais. O maior erro é iniciar do zero, tudo que já estava começado e deu trabalho para construir. Conheça cada movimento de seus adversários. Freqüente os jogos, busque informações, grave em vídeo, reunindo o maior número de dados. Ao armar suas estratégias, pense naquilo que o adversário faz de bom, procurando anular suas potencialidades. Trace e divida com todos os objetivos de cada partida.
  • 96. - Cobre resultados, todos os dias. Sua equipe é o seu reflexo. Se você está desanimado, triste e sem vibração, assim ficarão seus atletas. - Elogie e enalteça perante o grupo todos os acertos. Tenha o dom do reforço positivo. Quantas pessoas você elogia por dia ? E quantas você critica? As pessoas elogiadas se transformam ajudando você a chegar lá. - Procure tirar o máximo de todos, criando sistemas e métodos para que rendam em sua plenitude. Quem quer faz, Quem não quer manda e se esquece de cobrar. Sua equipe só renderá na plenitude se você criar meios para tal, ainda que você esteja só para tudo.
  • 97. 3 - O Treinador e as formas de Comunicação Transmissor- O Técnico Mensagem do Comunicador- As palavras e meios Receptor- Atletas e Comissão Técnica FORMAS DE COMUNICAÇÃO: Simples - Usar as palavras mais fáceis de serem entendidas. Eles serão mais persuasivas. Passo a Passo - Usando auxílios visuais, sem deve acumular detalhes. Feed Back - Observar se a mensagem foi bem recebida e dar ao atleta a oportunidade de se expressar.
  • 98. Aproveitar o linguajar corriqueiro dos atletas. No dia adia procurar usar a linguagem corrente dos atletas observando a faixa etária do grupo. Um jogador do fraldinha vai ter dificuldade para entender os conceitos de diagonal e paralela, tanto quanto citar o “Navio Negreiro” de Castro Alves, com aquele português culto que ninguém entende, numa preleção não vai ajudar muito. Tempo e Espaço Situe o atleta nas experiências vividas pelo grupo em treinos, jogos, viagens e eventos sociais da equipe. Mostre os bons e maus exemplos dos adversários nas diferentes situações. Detalhamento de idéias Do conceito mais simples ao mais complexo, dentro dos conceitos da progressão pedagógica. Ajude o atleta a se convencer do seu raciocínio ou idéia. Não é necessário jurar , é preciso explicar bem e o convencimento virá.
  • 99. Comunicação Dramática Fale com amor, com ênfase, com paixão. Faça seu atleta sentir a força de suas palavras. Treinador com aquele ar “professoral” e com atitudes brandas não sugestionaram ninguém. “Rode a baiana”. “ Porra!!!! Isto aqui está uma merda...... é melhor que dizer que “Nosso time se desconcentrou...”. Tenha bom humor sempre. Saiba se divertir com as situações vividas sem perder a autoridade nos seus atos.
  • 100. 4. Que tipo de Treinador Você é? Sempre escutamos a máxima que existem treinadores de treino e treinadores de jogo. Alguns são ótimos para orientar treinos, sabem o que fazem, seus atletas efetivamente aprendem mas durante as partidas erram de forma primaria ,cometendo enganos capazes de surpreender o mais desatento espectador. Outros chegam ao treino sem saber exatamente o que fazer, são pouco criativos nas formas de treinamento mas durante as partidas tem 'olhos de lince" , enxergam longe , orienta os atletas e é perfeitamente entendido ,transformando partidas para melhor. É a partir deste asserto que queremos fazer algumas considerações sobre a atuação do Treinador.
  • 101. Em primeiro lugar o treino deve ser o exercício mais aproximado do que vai ou o que você pensa que vai acontecer no jogo. Faça a seguinte pergunta, para você mesmo: Isso que estou treinando ,acontece no jogo? Se a resposta for positiva, siga em frente, este é o caminho. Mas se houver dúvida na resposta, refaça a proposta. Portanto o "clima de jogo" no treino é fundamental. O diferencial é que por mais aproximado ao jogo que seja o ambiente de treino , o de jogo será sempre algo diferente. Primeiro porque embora você simule as ações do seu adversário durante o treino, nunca será ele mesmo que está ali, de forma que você nunca está livre da surpresa que ele pode proporcionar.
  • 102. Com a relação as experiências com que o Treinador se defronta nas partidas ,sempre haverá algo de novo ,alguma surpresa de forma que a medida que o tempo passa sua "bagagem" vai aumentando , sua capacidade de reagir bem a situações inusitadas melhora. Então, a experiência no banco é proporcional ao tempo sentado nele, durante as partidas. Quanto maior for o tempo de atuação, provavelmente maior será a capacidade para ver e resolver situações técnico táticas durante os jogos. Por outro lado, o Treinador precisa sempre estar revisando sua capacidade para organizar e controlar os treinamentos.
  • 103. Na execução do planejamento tático, deve ser observado que a equipe tem duas necessidades: a de médio / longo prazo, aquilo que se pretende alcançar com a sucessão de treinamentos táticos e o de curtíssimo prazo, aquilo que acabamos de errar ,no jogo passado e necessitamos melhorar já no próximo treino ,eliminando ou minimizando os erros para a partida seguinte. O Treinador "de treino" deve criar ações que motivem e quebrem a monotonia das repetições, já que para automatizar (criar o ato reflexo atleta executa automaticamente) movimentos é necessário repetir e repetir as ações. Em resumo, então é o seguinte : O Treinador deve sempre estar atento as duas facetas que se complementam para sua formação - criativo / didático (onde quer chegar e como chegarei lá) nos treinamentos e intuitivo nos jogos já que sempre nos preparamos para uma partida que ainda não vemos - imaginando o que vai acontecer mas sem saber exatamente o que acontecerá. Esta capacidade de intuir as situações pode fazer a diferença na transformação de uma partida e ela vai se formando na sucessão de situações que vivemos através de nossa vida no Futsal atuando e vendo partidas.
  • 104. Capítulo V O Treinador e o Jogo É conhecido de todos aquela máxima que diz : “ Existem treinadores de treino e treinadores especialistas na condução de uma partido” . Não acreditamos na essência deste pensamento . O treinador em sua vida desportiva passa mais tempo treinando uma equipe do que sentado , num banco durante as competições , mas se partirmos do princípio que devemos incentivar no treino o clima de jogo ,, é nos treinamentos que o Treinador vai se formando e ganhando experiência . Se durante a semana nos preocupamos com exercícios das situações de jogo , é como se estivéssemos fazendo a antecipação delas e , aprendendo todo tempo a “ver” o jogo desde o banco de reservas .
  • 105. O confronto e o clima de jogo são fundamentais nas sessões de treinamento . As informações sobre o adversário , estudadas a passada aos atletas formam a base para mentalização da estratégia de jogo , tudo realizado durante a semana ou dias que antecederam a competição . Pretender em cima da hora treinar e falar tudo ao atleta é um grande engano . Não ser humano capaz de reter tanto blá, blá, blá... E mais ; já se falou e treinou tanto que até a preleção é dispensável . Naqueles momentos que antecedem a partida é importante que o atleta faça sua própria mentalização , tão importante para a performance desportiva .
  • 106. Durante a partida concentra-se , ao máximo no jogo desenvolvido pela sua equipe e pelo adversário. Avalie , no primeiro momento , se confirmam suas expectativas sobre o ataque e a defesa do adversário , do rendimento esperado pelos seus atletas e vá considerando as possibilidades de mudança seja qual for o resultado . No nosso jogo aquela de que “time que está ganhando não se mexe” , não serve de nada . A multiplicidade de uma situação numa partida , exige mudança a todo minuto , independentemente do resultado parcial . Tente se afastar da tremenda emoção que é criticar seguidamente o árbitro . As vezes , com firmeza mas com educação se consegue mais de um indivíduo tão sujeito a errar como nós mesmos . Vejo treinadores especialistas em arbitragem e querendo ensinar ao árbitro durante os jogos . Acho que treinador que se preocupa em demasia com arbitragem se desconcentra em temas mais importantes como os citados acima .
  • 107. Ao final da partida , agradeça ao empenhos dos atletas , independente do resultado e marque ou relembre o próximo encontro ou treino , quando aí sim se poderá fazer uma avaliação sem muitas emoções . Quase nada que diga logo depois de uma partida é aproveitável . Se vencemos a tendência é esquecer o que precisa ser melhorado , apesar da vitória . Se perdermos a tendência é achar que nada presta , dando uma vontade de começar tudo novamente , o que não é sensato .
  • 108. Dito isto, aí está algumas considerações sobre o Treinador durante o jogo: A) Preleção- Quando e porque? A preleção deve ser o “gran finale” de uma etapa da preparação que visa uma partida. Ela é muito importante ou não serve de quase nada. Se depois de uma sessão de treinamentos, você precisa estar uma, duas horas falando para sua equipe o que não conseguiu treinar, o que já deveria ter dito e treinado, algo está errado. Havendo treinado e mostrado os caminhos do ataque e defesa para uma determinada partida, a preleção é algo agradável e um saudável relato do que seus atletas já sabem. Ela é rápida , concisa, apoiada em meios áudio visuais e na medida do possível, divertida. B) Arbitragem Não deve ser da natureza das funções do treinador se especializar em arbitragem. Sobre a regra devemos saber o suficiente para controlar a partida. Treinador que se concentra muito nos erros do árbitro, acaba não exercendo a atividade principal que é comandar a equipe durante o jogo. Nas suas reclamações, não ofenda nunca o arbitro. A ofensa acaba com seu poder de convencimento. Esfrie os ânimos aos primeiros sinais de violência contra o adversário ou ao próprio árbitro.
  • 109. C) Substituições/Propósitos As substituições já devem estar pré concebidas em sua mente, antes dos jogos. Você já deve saber que no impedimento de um atleta, por qualquer motivo, outro deve ser o substituto eventual. D) Reservas/ Os grupos do plantel Reservas que não servem para nada, não fique com ele. Por que se seu time está perdendo de 8x0 e o cara não entra e quando seu time está ganhando de 8x0, ele também não entra , para que ele serve ? . Costumo dizer que um grupo de atletas, num plantel é formado por quatro grupos, a saber:
  • 110. 1) Os titulares: São os melhores que você tem para começar uma partida, naquele momento. 2) Os reservas imediatos: São aqueles que poderiam ser titulares e entrarão primeiro numa partida e logo poderão estar entre os que começam o jogo. 3) Os jogadores de situação: Entram menos, mas para desempenhar funções importantes, como exercer uma marcação individual ou “casada”, bater uma falta, etc. 4) A Baba: Só treina, quase nunca estão relacionados entre os que vão para o jogo., mas tem sua importância para os treinos aconteçam. Seu trabalho como treinador é estimular a competição entre esses grupos e fazer que os jogadores transitem de cima para baixo e de baixo para cima, nesta pirâmide, de forma que quem relaxar pode perder espaço para quem está se esforçando para sair de baixo para cima. Ao Treinador cabe criar, nas situações de treino, outras idênticas para que todos tenham a mesma oportunidade de progredir. Ninguém deve treinar menos ou pouco em relação a todos no plantel. É do esforço individual de cada um, com a ajuda do Treinador, é que se consegue buscar e achar espaço para jogar mais num plantel. O Treinador não dá nada a ninguém. Ele cria meios para que todos se desenvolvam.
  • 111. 2. A solidão do treinador Uma partida muito importante da sua vida está para começar . Sua equipe treinou muito para este momento . Você estudou tudo sobre o adversário e este é um jogo decisivo que lhe dará a passagem até a vaga , no momento mais importante da competição . Todos os que estão em volta lhe observam, comentam suas decisões sobre o que deveria ser feito sobre a preparação e escalação da equipe . Sua torcida e diretores estão ansiosos por este dia e pelo resultado da partida . Sua mãe , esposa , filho , amigos rezam e torcem incondicionalmente por você e o grande dia chegou e a hora da partida também . Sua equipe já está aquecendo na quadra , a arquibancada do ginásio de esportes está lotada . Todos lhe observam enigmáticos como se quisessem lhe dizer , mudar algo na equipe antes do grande momento . Eles acham , pelos olhares lançados ,você inseguro demais ou calmo demais ou nervoso demais ou calado demais ou, enfim , se perguntam , embora sem emitir uma só palavra , se você é a pessoa exatamente certa no lugar certo , se você vai dar conta do recado .
  • 112. Você no banco e ao seu lado , os companheiros de sempre , o médico , o massagista , o supervisor ultimando os detalhes da súmula , o diretor nervoso , o auxiliar técnico e o preparador físico voltando de dentro das quatro linhas após encerrar o aquecimento da equipe . A arbitragem se coloca , a mesa zera o cronômetro e a partida vai começar e você Treinador como se pudesse parar o relógio do tempo diz : STOP !!!! Parem tudo !!!! Todos no ginásio param e lhe observam . Você pergunta a cada uma das pessoas , no ginásio , desde seus companheiros e diretor até o último torcedor , inclusive seus atletas : Quanto você pagaria pelo meu lugar no banco ????? . Esta pessoa sentaria no lugar do treinador (no seu lugar!!!) , com plenos poderes para mudar tudo , antes e durante a partida. Bastaria pagar por isso fosse pouco ou muito dinheiro e você treinador iria para a arquibancada . Ver o jogo como , torcedor , diretor , jornalista , curioso , sem nenhum compromisso , só o de se divertir , xingar , criticar , berrar . Aí , eu lhe pergunto : Sabe quantos comprariam seu lugar ???? NINGUÉM !!!!!
  • 113. Porque ninguém é valente suficientemente para trocar de lugar com você naquele momento . Ainda que nada pagasse . Moral da história : Seja você mesmo , com suas valentias , seus temores , dúvidas e virtudes . Prove para todo mundo que suas idéias na preparação do jogo eram as mais adequadas , por que você e sua comissão técnica é que estão ali no dia-a-dia com a equipe . Erre e acerte com sua vontade e sua determinação , aprendendo cada lição que os jogos lhe ensinam . Porque naquele momento , que o jogo está para começar , e durante a própria partida é solidão quase total e as pessoas em volta só vão saber algum tempo depois o que você já sabia alguns segundos , minutos antes . Só conseguiram reagir a sua reação tomada instantes antes .
  • 114. 3. Ataque dois toques . Você usaria ? A evolução constante da ciência do treinamento desportivo , tornando a preparação física no Futsal algo mais especial nestes último anos , tem determinado alterações importantes na forma de atacar . Num outro ponto já discutimos o quanto á evolução da marcação alterou a forma de atacar através dos tempos . O que queremos discutir agora , é uma proposta para desvencilhamo-nos dessas aguerridas marcações que nos dão pouco ou nenhum espaço . Na temporada passada (1999) , no Clube de Regata Vasco da Gama (RJ) , comecei a testar o que chamamos de ataque 2 toques . Consistia em pedir aos jogadores que só dessem dois toques na bola . Claro que não era uma exigência extrema . O atleta que vislumbrasse uma opção de seguir com a bola por mais tempo (toques) , poderia fazê-lo , mas caso contrário deveria respeitar o limite de 2 toques.
  • 115. Depois de muito treinar os dois toques como exercício de tempo e espaço , pensei que por aí poderia estar o caminho do ataque que busca fugir destas marcações cada vez mais sufocantes . E a ciência deste tipo de ataque está na movimentação dos 4 jogadores (inclusive o goleiro ) que momentaneamente não tem a bola . Pois são obrigados a buscar espaços vazios , fugindo da marcação para receber a bola . E mais : Os defensores contrários , mal se equilibram . Quando ainda estão chegando para tentar o desarme , o atacante já se livrou da bola para buscar outro espaço vazio , para recebê-la . Claro que a qualidade de passe de uma equipe tem a ver com isso tudo , pois em bom passe não teremos qualidade no ataque . Este pode ser um caminho para abrir espaços nas defesas adversária cada vez mais compactas e atentas para nos roubar a bola e partir para o contra ataque . Convido aos quem tido a paciência de nos visitar , a debater e até ampliar a proposta . Penso que o tempo das jogadas ensaiadas (exceto as de bola parada ) e dos padrões, está no fim.
  • 116. 4. A defesa , o ataque e a vantagem numérica Muito já falamos sobre as diferentes formas de defender ( as linhas de defesa ) e atacar (os tempos do ataque) e antes disso , do embasamento tático individual necessário a cada um dos nossos atletas , antes de aprender os sistemas táticos de defesa e ataque . O que queremos discutir agora é algo que tem a ver com o sentido comum de toda defesa (cobertura e todo ataque) receber a bola desmarcada ). Sabemos que o Futsal é um desporto disputado em espaços relativamente pequenos (máximo de 800 metros quadrados ou 40X20 metros). Com tempos de reação muito especiais , onde as disputas de quadra se baseiam fundamentalmente na vantagem numérica de atacantes sobre defensores ou vice-versa .
  • 117. Senão vejamos : Se existe vantagem numérica de , num espaço de quadra de defensores sobre atacantes , é provável que a defesa fique com a bola para atacar ou até iniciar um contra ataque e , ao contrário também é verdade , quando os atacantes são mais numerosos que os defensores , num espaço de quadra é provável que a equipe atacante termine por chutar ao gol do adversário . Imagine então , uma partida de Futsal e veja quantas vezes isso acontece . É o mais simples jogo , até numa partida de baixo nível tático . Se treinarmos nossos atletas para perceberem essas vantagens , podemos melhorar muito nossa defesa e nosso ataque , independentemente dos sistemas que usamos .
  • 118. Marcar buscando sempre vantagens numéricas nos setores da quadra pressupõe saber que o mesmo tempo em que vigiamos nosso homem , estamos preocupados com o nosso companheiro envolvido na disputa de bola com o adversário , de forma que estaremos prontos para fazer a cobertura caso ele seja batido . E no ataque , fugir do adversário buscando um espaço onde possamos receber a bola mais ou menos desmarcada . Claro que o tamanho da quadra aumenta ou diminua nossas dificuldades na defesa ou no ataque , mas defesa atenta é aquela que busca supremacia numérica num espaço e quadra e ataque difícil de ser marcado é aquele que se movimenta para fazer a defesa correr e por isso , marcar desequilibrado . E quando isso acontece , perceba o diferencial numérico de jogadores no espaço de quadra , nos lances anteriores.
  • 119. Capítulo VI Avaliação do Rendimento no Futsal 1. O Treinador e os Meios Auxiliares A tecnologia da última geração já alcançou o treinamento desportivo e por conseqüência o Futsal . Os computadores que tudo registram , os frequencimetros sinalizando a freqüência cardíaca ideal preconizada para o exercício , os lactímetros medindo o nível de lactato sangüíneo , determinante da fadiga muscular e até as camisa fabricadas com fibras especiais , de forma que facilitam a transpiração , etc .... Mas , quanto de nós tem acesso a isso tudo ? Será essa a realidade no dia-a-dia com o nossos atletas? Evidentemente que não . Dito isso , vamos falar dos meios auxiliares ao trabalho do treinador que muito pouco tem dessa tecnologia de ponta mas que são muito importantes para registrar seu trabalho e de sua equipe , de forma que acumulando números e informações você pode chegar a conclusões essenciais . Senão vejamos :
  • 120. Diário de Treinamento Se você não planeja tudo que vai treinar mas se você não anota tudo que acontece durante o treino estar duplamente errado . Com o diário você , pelo menos , pode seguir uma seqüência entre aquilo que ensinou na última aula / treino e o que vai mostrar no treino seguinte . O diário é um desses cadernos pautados que se compra baratinho em qualquer papelaria . Ali você anota dia , objetivos , desenvolvimento do treino e ocorrência , tipo quem faltou , quem se lesionou , enfim você vai se cercando de informações e como diz o ditado “Todo homem informado é um homem perigoso” . Scouts das partidas Vivemos intensamente a época da informatização , toda nossa vida se orientas por ações de um computador ,seja no controle da conta bancária ou até numa catraca eletrônica , no nosso ônibus do dia-a-dia , de forma que num futuro próximo , qualquer indivíduo vai ter que saber dominar a máquina para sobreviver nesta selva de chips e memórias virtuais .
  • 121. E no nosso pequeno mundo do Futsal , isto também já é verdade . Algumas equipes já controlam desde o banco de reservas , durante o jogo a eficiência dos jogadores , lançando nos “notebooks” a performance de cada um . Mas o que queremos mostrar nestas linhas é que independentemente da tecnologia que usamos , o resultado do “scout” é primordial para avaliação dos sistemas de defesa e ataque de uma equipe, durante um jogo .
  • 122. Analisaremos , pois o seguinte : Esqueçamos o computador caro e os meios eletro eletrônico dispendiosos . Você pode fazer um bem simples , controlando só duas variantes em uma partida . Os chutes com seus percentuais de erro e acerto e o desarme . Isto porque a quantidade de chutes está intimamente ligada ao volume e qualidade do seu ataque e o desarme a eficiência de sua defesa . Numa folha dessas tipo A4 , desenhe um quadra de Futsal , nos dois lados da folha. Usando um lado em cada tempo de jogo , você ou alguém que lhe possa ajudar , vai marcando o número da camisa de seus jogadores . A partir disso vai sabendo de que região da quadra ele chutou e seu percentual de acerto . Se ele chutou para fora marque só o número , se chutou para a defesa do goleiro ou na trave , marque o número da camisa dentro de um círculo e se fez o gol , marque o número circundado e com dois traços “x” , ou qualquer sinalização que você queira fazer e possa entender na hora de avaliar os números.