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ESTUDANTES DE PEDAGOGIA E CARREIRA DOCENTE
SUFICIER, Darbi Masson
darbimassonsuficier@hotmail.com
UNESP – Faculdade de Ciências e Letras – Campus Araraquara
MUZZETI, Luci Regina
lucirm@fclar.unesp.br
UNESP – Faculdade de Ciências e Letras – Campus Araraquara
CHRISTOVAM, Greice Kelli
greicekellic@hotmail.com
UNESP – Faculdade de Ciências e Letras – Campus Araraquara
MANZAN, William Alexandre
wmanzan@gmail.com
UNESP – Faculdade de Ciências e Letras – Campus Araraquara
Palavras-chave: Pedagogia – Docência – Trajetória – Escolha Profissional – Expectativa
Profissional.
O objetivo do presente trabalho é apresentar a relação estabelecida por oito estudantes
do último semestre de um curso de Pedagogia de uma universidade pública brasileira
com alguns aspectos da profissão docente por meio de relatos, opiniões e expectativas
profissionais O referencial teórico utilizado para a elaboração do roteiro de entrevistas e
para a condução da análise está baseado na sociologia desenvolvida por Pierre Bourdieu
e colaboradores. Por meio da análise da trajetória social dos agentes entrevistados,
elaborou-se uma breve apresentação dos seguintes aspectos dos agentes entrevistados:
origem social, trajetória de escolarização e as respectivas expectativas profissionais
diante da proximidade do término do curso superior. Enquanto busca pelo entendimento
dos aspectos condicionantes e de suas disposições, ou seja, como foram construídas
socialmente essas trajetórias objetos da análise, utilizar-se-á a noção bourdieusiana de
trajetória social. Bourdieu (1996, p. 189) define “[...] a noção de trajetória como série de
posições sucessivamente ocupadas por um mesmo agente (ou mesmo um grupo) num
espaço que é ele próprio um devir, estando sujeito a incessantes transformações”.Ela
ressalta que os movimentos e transformações vivenciadas pelo agente, distanciando-se
assim da linearidade e coerência de uma abordagem biográfica.
Neste trabalho, será apresentada uma breve caracterização do grupo pesquisado através
dos dados estatísticos obtidos através da aplicação de questionário. Em seguida, as
informações referentes à amostra selecionada para entrevista também serão
relacionadas na seguinte ordem: apresentação da estudante, respostas selecionadas
sobre a temática docência. Por fim, serão apresentadas as conclusões sobre a análise do
grupo pesquisado.
Metodologia
A presente pesquisa foi baseada no método praxiológico bourdieusiano e possui
abordagem qualitativa. Os recursos metodológicos são a pesquisa bibliográfica e a
pesquisa de campo através da coleta de dados por meio de entrevista semiestruturada. O
método praxiológico rompe com a dicotomia entre interiorização e exteriorização do
agente por ser apreendido enquanto forma de objetivação do habitus, ou seja, enquanto
entendimento das disposições e dos condicionantes, produtos do processo de
socialização. Segundo Bourdieu (1983, p. 60-1): “regularidades associadas a um meio
socialmente estruturado, produzem habitus, sistemas de disposições duráveis [...]”. Com
isso, ressalta-se a busca pela compreensão da socialização do agente para o
entendimento de suas práticas cotidianas, inclusive de seus valores e atitudes, ou seja,
de sua visão de mundo.
Amostra da pesquisa
Seguindo as indicações metodológicas de Schrader (2002), foi aplicado a 60 estudantes
um questionário constituído de questões elaboradas com indicadores sociais objetivos1
.
Com isso, caracterizou-se o grupo pesquisado como sendo predominantemente do sexo
feminino (95%), com idade média de 24 anos no momento da coleta dos dados (moda de
23 anos) e idade média de 20 anos (moda de 20 anos) no momento de ingresso no
curso. Os estudantes são provenientes, em sua maioria (60%), de cidades com
distâncias de até 100 quilômetros da faculdade. Metade dos estudantes (50%) realizou
seus estudos no ensino básico integralmente em escolas públicas e 25% integralmente
em escolas privadas. A renda das famílias dos estudantes era de até dez salários
mínimos2
para 90% das famílias, sendo que para 43,3% não ultrapassava três salários
mínimos. Os dados indicaram uma baixa escolaridade para a maioria dos pais e mães
dos estudantes, com alto índice de abandono escolar no ensino fundamental. Conforme
verificado, os pais e mães dos estudantes exerciam atividades profissionais de baixa ou
nenhuma qualificação, dentre as quais diversas mães são donas de casa (36,6%).
1
Renda, profissão e escolaridade dos pais e de todas as pessoas da residência, escolarização em
estabelecimento de ensino público ou privado, dentre outros.
2
O valor do salário mínimo era de R$ 545,00 em Junho de 2011.
Estudantes de Pedagogia e profissão docente
As estudantes entrevistadas ingressaram no curso de Pedagogia de uma universidade
pública brasileira em 2008 e cursavam seu último semestre na ocasião da coleta dos
dados em 2011. Baseado nos dados coletados através de questionário aplicado a 60
estudantes, a amostra selecionada para as entrevistas (8 estudantes do gênero feminino)
representa a heterogeneidade do grupo pesquisado, contemplando diferentes trajetórias
sociais, percursos escolares e origens sociais. Os nomes das entrevistadas foram
substituídos por nomes fictícios e as informações que pudessem vir a identificá-las foram
suprimidas.
Uma amostra dos dados coletados será apresentada a seguir por meio de um breve
retrato dos agentes, que confere destaque aos fatores que pautaram a escolha pelo
curso de Pedagogia, acompanhado ainda pela integra das respostas as seguintes
questões:
1) Ser professor é uma carreira interessante? Por quê?
2) Como deve ser o comportamento do professor com os alunos?
3) Como o professor é visto pela sociedade?
Ao final, apresenta-se a análise das respostas das estudantes.
Estudante 1. Amanda tem 22 anos. Nasceu na periferia de uma grande cidade e
frequentou a escola pública durante todo o seu percurso escolar. Filha de pais
divorciados, Amanda reside com a mãe (do lar) e com suas duas irmãs. O pai
(metalúrgico) contribui financeiramente com o pagamento de uma pensão. Ela recebeu
boas notas em todo seu percurso escolar e ingressou no curso de Pedagogia logo após o
termino do ensino médio. Manteve-se na faculdade como bolsista e com a pensão do pai.
Segundo seu depoimento, a escolha do curso foi motivada por “gostar da escola” e
“querer ser professora”, não conseguindo “pensar em outra coisa senão ser professora”.
Por outro lado, constata-se que Amanda prestou vestibular por ter obtido a isenção da
taxa do vestibular como aluna do ensino público, condicionada a escolha de um curso de
licenciatura. A escolha de Amanda pela Pedagogia representa aquilo que foi chamado
por Bourdieu de “causalidade do provável”, ou seja, a “disposição adquirida dentro de
certas condições sociais, a referência às suas condições (sociais) de realização de modo
que tende a ajustar-se às potencialidades objetivas” (Bourdieu, 2002, p. 89). Ao dizer o
porquê da escolha pelo curso de Pedagogia, Amanda enfatiza: i) a conquista da isenção
da taxa do vestibular (apenas para licenciaturas); ii) a localização da faculdade; iii) as
exigências do processo seletivo para o curso de Artes Plásticas, sua outra opção.
Respostas das questões elencadas:
1) Eu acho. Porque eu acho que é [silêncio], é muito compensador, compensa muito. Não
pelo salário, mas de você estar fazendo uma coisa que você sabe que é boa e que é bom
pra sociedade que você vive, você está contribuindo para uma sociedade melhor, sabe?
E pra que outras crianças e outros jovens tenham a mesma oportunidade que você.
2) Eu acho que ele tem que ser, ao mesmo tempo, uma pessoa, não amorosa, mas
próxima do aluno, da realidade do aluno, mas também ao mesmo tempo ele tem que
impor limites para os alunos, porque ele é o professor. Ele é o aluno, eu acho que tem
que ter essa distância também. É, eu acho que mais profissional mesmo, porque o
professor é um profissional, ele tem que encarar isso como uma profissão.
3) Eu acho que é, ao mesmo tempo, como uma pessoa importante para a sociedade,
porque a educação é importante e coisa e tal, ele é desvalorizado. Eles veem como uma
pessoa importante, mas fala: "coitado, ele é professor, ele ganha pouco, ele aguenta um
monte de aluno chato, um monte de problemas". Professor apanha, professor aquilo,
aquilo outro.
Estudante 2. Bruna tem 21 anos. Nasceu em uma grande cidade e, na adolescência,
mudou-se para uma cidade de médio porte. Durante todo o seu percurso escolar
frequentou escolas na rede privada de ensino. Ela relata que nunca foi boa aluna, apesar
de nunca ter sido reprovada. Filha de pais separados, Bruna reside com o pai (gerente de
vendas), a madrasta e o irmão mais novo. A mãe é professora em uma escola particular.
Ingressou no curso de Pedagogia após o término do ensino médio e manteve-se na
universidade como bolsista e com o auxilio financeiro do pai. Bruna escolheu o curso de
Pedagogia porque “queria ser professora” e gostar “muito de mexer com criança”.
Respostas das questões elencadas:
1) Eu acho. Não sei. Acho que é interessante porque, acho que ser professor você possa
mudar o país dando educação para as pessoas. Porque muita gente não tem uma
oportunidade. Antigamente as pessoas não estudavam, agora todo mundo tem, pode
estudar, tem oportunidade. Eu acho que professor, acho que pra gente, pode mudar sim,
o país, mudar sim uma cidade ou pelo menos a vida de algumas pessoas.
2) Eu acho que deve ser próxima sim, porque ele tem que buscar, tentar resolver o
problema do aluno conhecendo o aluno. Mas também não acho que tem que ser o
melhor amigo do aluno, porque depois o aluno vai virar e vai falar: e aí, e a minha nota,
você não vai me dar mais nota. Tem que ser próximo, mas não extremamente próximo.
3) Não. Com certeza não. Porque não é não todo mundo vê o professor como inferior
porque, mas, querendo ou não, às vezes até penso sabe... se você pegar uma apostila e
depois passar para um aluno, você também não vai saber ensinar. Você não precisa ser
formado pra saber isso. Um médico não, como você vai fazer uma cirurgia em alguém.
Eu acho que o professor não é respeitado por isso também.
Estudante 3. Célia tem 22 anos. Nasceu em uma grande cidade e sempre residiu em um
bairro periférico. Estudou durante todo seu percurso escolar na rede pública de ensino e
ingressou na universidade após o término do ensino médio. Reside com o pai (pedreiro),
a mãe (comerciante) e uma irmã. Foi bolsista e recebe auxílio financeiro dos pais para
manter-se na universidade. Seu relato dá conta de que era boa aluna e sempre quis ser
professora, mas tomou contato com o curso de Pedagogia apenas através do
recebimento da isenção da taxa de vestibular para cursos de licenciatura. Depreende-se
que a baixa escolaridade dos pais e seu desconhecimento sobre o sistema de ensino
revertem-se no baixo investimento escolar na trajetória de Célia. Conforme aponta
Nogueira e Nogueira (2002, p. 24): “A vida escolar dos filhos não seria acompanhada de
modo sistemático e nem haveria uma cobrança intensiva em relação ao sucesso escolar.
As aspirações escolares desse grupo seriam moderadas”. Assim, Célia não sabe dizer
qual era sua primeira opção na escolha do curso superior, pois gostaria de cursar
Pedagogia e Psicologia.
Respostas das questões elencadas:
1) Eu acho que por esse caráter de formação. Eu acho que... continou repetindo, se tem,
eu não sei se tem um jeito de mudar o mundo, se tem um jeito de melhorar as coisas não
vai ser pela saúde, não vai ser pela área do direito, não vai ser punindo, vai ser na
educação, vai ser lá no comecinho, quando você ainda é pequeninho.
2) Eu acho que tem que ser sempre próxima, tem que ser uma relação afetiva. Eu não
quero dizer que tem que ficar abraçando, que tem que ficar beijando, porque eu acho isso
complicado até mesmo na fase da adolescência. Outro dia tava na ATC e uma menina
chegou, da oitava série, e ela foi e abraçou o professor de educação física e eu acho que
aquilo é meio complicado porque ela já é uma mocinha, eu acho que ele devia ter uma
postura um pouco mais... opa, aperta a mão. Mas acho que tem que ter uma relação
afetiva no sentido de que assim, eu me sentia um pouco um número na sala de aula, eu
era o número quatro, pronto e acabou. Eu era o número 4, o número quatro tirou 5, ou
10, o outro... então eu acho que tem que ter essa proximidade de conhecer, de conhecer
a... a.. o cotidiano, a vida dos seus alunos e tentar trazer, fazer com que a escola seja
uma coisa que realmente seja significativa naquele cotidiano, naquela, naquela
perspectivas, então por isso a relação é problemática. Porque as vezes eu acho que a
universidade é importante, mas no cotidiano do meu aluno ele acaba não achando, e ele
acha que não é, porque eu tenho que tomar cuidado com meus valores, porque eu não
posso também impor pra ele que ele tem que ir na universidade, não sei talvez ele não
tem. talvez ele seja feliz sendo... alguma outra coisa.Tem que ser próxima, mas tem que
tomar cuidado com essa proximidade.
3) Eu acho que é e não é. Eu acho que tem uma visão, eu acho que é complicado
responder isso, porque tem gente que respeita e acha que é uma boa, é uma profissão
legal e nossa, é um milagre, uma vocação, um dom, nossa o professor é inteligente, tem
gente que acha isso, mas talvez sejam as camadas mais populares ou realmente os que
não tiveram estudo, porque aí quem não tem aí é bonito. Tem gente que acha que não é.
Estudante 4. Daiane tem 22 anos. Nasceu e reside em uma pequena cidade. Realiza
diariamente o percurso até a cidade em que está instalada a universidade. Reside com
os pais (escriturário e professora). Sua única irmã é casada. Estudou até o ensino médio
em escola pública e cursou um ano em um curso pré-vestibular privado. Prestou
vestibular para o curso de Educação Física ao término do ensino médio e, devido ao
contato com o orientador pedagógico do curso pré-vestibular, optou pelo curso de
Pedagogia. A escolha de Daiane deve-se, em primeiro plano, a influência da mãe
(professora).
Respostas das questões elencadas:
1) Acho que ela tem um poder de definir muitas vidas, acho. Ao mesmo tempo que ela
pode ser muito boa, ela pode ser muito ruim. Não é interessante por... ou pode prejudicar
vida ou melhorar a vida daquelas crianças, então acho que pode dar outra visão, ajudar a
evoluir, não que ela seja milagrosa, também não acredito nisso não. Mas, ela acho que é
vista meio como um segundo pai, assim, eu acho. Mas eu acho ela importante.
2) Tem que ficar ali no ambiente escolar, o que for possível. Acho que é uma mistura,
acredito assim. Tem a parte que tem que ser rígida, “agora é a hora disso”, mas também
eu acho, acredito que tem uma parte da afetividade que eles... se aproxima mais do
professor, acho que eles conseguem se empenhar mais, eu acho. É chato, não vou fazer
por que... da briga mesmo, “então não vou fazer”, eu já ouvi isso. Então, eu acho que ser
entre os dois.
3) Eu acho que ainda é, não como era antes, mas acho que ainda é. Por ter essa idéia
que o professor que muda a criança, que faz ela poder ser, se dar melhor que o pai,
melhor que a mãe, acho que... por isso, deveriam estar sempre atualizados, por interferir
diretamente no futuro. Não só o professor né.
Estudante 5. Eliete tem 23 anos. Nasceu e reside em uma cidade de médio porte e
residiu, durante a infância, por um ano em outra cidade. Seus pais (vendedor e dona de
casa respectivamente) tiveram outros três filhos, sendo duas irmãs e um irmão, que já é
casado. Relata que nunca gostou d estudar e que ficou diversas vezes de recuperação,
mas sem reprovação. Estudou durante todo seu percurso escolar em colégios privados.
Por dois anos prestou vestibular para o curso de Psicologia e optou pelo curso de
Pedagogia por querer trabalhar na área de Recursos Humanos, mas que: “hoje eu já
desisti dessa área. Eu sou apaixonada pela educação”.
Respostas das questões elencadas:
1) Eu acho. Porque a gente vê resultado todos os dias. Você, se você se desanimar,
você fala "mas aquela criança vai ficar feliz com o que eu vou fazer". Não sei, não tem
como explicar, eu acho muito legal quando eu chego na escola, sabe. Que elas ficam
felizes em me ver, quando fala "tia porque você faltou?". Sentem a minha falta. Eu não
vejo que eu vou conseguir isso em outra profissão.
2) Não acho que tem que ser brava, tem que ser rígida, tem que saber dar bronca na
hora certa, não tem que chamar atenção porque o aluno tá com blusa de frio e tá calor,
que acontece, sabe. Mas eu acho que tem que forçar ele a fazer tarefa. Não fez? Vai
sentar aqui do meu lado e vai fazer. Eu acho. Não adianta tratar uma pessoa sem afeto,
sem carinho. Não, eu acho que tem que ter.
3) Mal visto. É o que eu falei já, por causa da história da profissão que sempre foi assim,
desde... acho que desde quando ela surgiu ela é assim, então não mudou nada. Na
verdade mudou, mas não o suficiente. É isso, a história fez a profissão assim, o salário
dela é assim já vem, é uma história que é assim, e não tem nada que mudou, então...
Estudante 6. Fabiana tem 32 anos. Nasceu e reside em uma cidade de médio porte.
Estudou durante todo seu percurso escolar em escolas públicas e fez um curso técnico
ao final do ensino médio. Reside com os pais (comerciante e dona de casa
respectivamente) e tem um irmão mais velho casado. Frequentou por dois anos um curso
pré-vestibular comunitário e ingressou na Faculdade aos 28 anos. Fabiana relata que
sempre quis ser professora e que sua vontade foi reforçada pelo incentivo do irmão e
pela sua atuação profissional. Fabiana nunca teve contato com orientador pedagógico e
diz que a principal influência para prestar vestibular para o curso de Pedagogia foi sua
experiência profissional como funcionária de uma instituição educacional. Ressalta-se em
sua trajetória a ausência de lazer no ambiente doméstico e a influência do irmão mais
velho na transmissão de capital cultural.
Respostas das questões elencadas:
1) Eu acho que é interessante sim porque cada dia você tem um desafio. Nem todo aluno
é igual ao outro, cada dia vai aparecer uma coisa diferente na sala pra você fazer, pra
você tentar resolver, um problema que você tem que solucionar, eu acho que é
interessante nesse sentido, de você sempre estar buscando coisas novas pra você poder
solucionar os problemas na sala de aula.
2) Eu acho que quanto mais próximo, é difícil eu falo por mim, eu me envolvo muito com
a vida particular dos alunos lá da escola, eu me sensibilizo muito, eu acho que isso as
vezes prejudica um pouco, porque você acaba levando, não tem jeito, o professor acaba
levando as coisas pra casa, não tem jeito de você falar fechar a porta e acabei meu
serviço, vou pra casa, não vou pensar mais. Mas eu acho que tem que ter essa
proximidade porque as vezes o aluno ele não rende aquilo que você espera, não porque
ele não sabe, as vezes é porque ele tá com algum problema, então você tem que saber
um pouco da vida dele.
3) É difícil de falar. Tem certa parte da sociedade que respeita, que respeita o professor,
mas tem outra parte que não respeita, mas acho também que é relativo isso. Mas, eu
acho que é porque, eu não sei te dizer, eu não sei te dizer assim, que a gente discutiu
isso em sala de aula e saiu tanta coisa que eu não sei o que te dizer agora.
Estudante 7. Gabriela tem 22 anos. Nasceu e reside em uma cidade de médio porte.
Estudou nos anos iniciais em colégios particulares e, depois, por breve período no ensino
público. Estudou parte do ensino fundamental e todo o ensino médio em um colégio
particular como bolsista. O pai (vendedor) possui dois filhos de um casamento anterior.
Reside com o pai, a mãe (funcionária pública) e o irmão mais novo. Estudou um ano em
um curso pré-vestibular privado e prestou vestibular para o curso de Química ao término
do ensino médio. Gabriela relata que optou por Pedagogia pela localização da Faculdade
e por “gostar da área também”. Depreende-se que as opções de escolha de Gabriela
foram reduzidas em dois momentos: primeiramente, por não se achar capaz de concorrer
ao curso que era sua primeira opção e, em um segundo momento, por não poder
concorrer em outras universidades públicas. Assim, sua opção pelo curso de Pedagogia
também caracteriza-se como “causalidade do provável”.
Respostas das questões elencadas:
1) [Pretende seguir carreira acadêmica]. Se não tivesse a possibilidade de fazer carreira
acadêmica eu não sei o que faria da minha vida.
2) Tem que manter uma distância. É claro que você vai ter afinidade com um ou outro,
você sempre tem, relação humana é isso, né? Você vai ter um ou outro, eu mesmo
tenho. Afinidade com... eu não saio de cima dele, então você vai ter uns que você não vai
nem conseguir olhar pra cara sabe, tem também um moleque que eu não consigo nem
olhar pra cara. Mas claro vou ter que, você não pode fazer isso, você tem que ensinar
todos igualmente, mas as preferências vão surgir, mas assim, mesmo com os que você
tem preferência tem que manter uma certa distância.
3) Então, aí que tá. Ele é respeitado, se você falar assim eu sou pedagoga, sou
professor, as pessoas elas valorizam assim, principalmente as pessoas mais humildes,
os filhos dos alunos ali da escola valorizam bastante, mas só que não tem a valorização.
Se você falar que é um professor, as pessoas, né, nossa, um professor, tem aquela, ele é
revestido numa áurea, ele é o... mas ele não é valorizado, ele é respeitado pode ser
respeitado, mas aí se você levar em consideração que ai, não é respeitado também,
porque ele não é valorizado, consequentemente não é respeitado porque não tem um
salário digno, sabe, esse tipo de coisa. Ele é sim, se você falar com os professores você
tem um certo sim, mas...
Estudante 8. Heloísa tem 24 anos. Nasceu em uma grande cidade e mudou-se diversas
vezes para diferentes cidades devido à atuação profissional do pai (formação de nível
superior em área de agronegócio). Reside com o pai, a mãe (dona de casa) e uma irmã.
Sua outra irmã reside em outra cidade. Fez todo seu percurso escolar em escolas
particulares e cursou dois anos e meio de um curso pré-vestibular privado. Relata que
prestou vestibular para o curso de Ciências Sociais por dois anos e que prestou
vestibular para o curso de Pedagogia para, futuramente, transferir de curso. Heloísa diz
que: “no fim me apaixonei por Pedagogia”. Decidiu permanecer no curso de Pedagogia
após conseguir uma bolsa vinculada a um projeto de extensão logo após os primeiros
estágios em escolas. Conforme seu relato, a escolha do curso de Pedagogia foi
unicamente “porque era o curso mais fácil para entrar daqui” e que seu objetivo era
“transferir para [Ciências] Sociais”. Apesar de acompanhar e cobrar de Helena maior
empenho nos estudos, seus pais não interferiram em suas escolhas no período do
vestibular. O comportamento dos pais, nesse caso, assemelha-se ao “liberalismo”
(Bourdieu, 2009, p. 10) encontrado nas camadas populares. Conforme pôde-se verificar,
apesar de incentivar a leitura no ambiente doméstico e cobrar empenho de Helena nos
estudos, seus pais não aparentam possuir muitos conhecimentos sobre o sistema de
ensino, bem como sobre os cursos e faculdades de maior prestígio.
Respostas das questões elencadas:
1) Eu acho. Porque ela forma pessoas. O professor, ainda mais do infantil, depende
muito dele, de como essa criança vai ser no futuro. Eu acho que ele forma pessoas, ele
cria personalidades, cria identidades. Pode influenciar, nossa, muito.
2) Ele deve ser imparcial. Eu acho que, eu acho que tem que ter uma relação um pouco
de cada. Eu acho que em todos os níveis você tem que ter afeto, tem que ter aquela
distância certa, tem que ter o carinho certo, tem que ter a, aquela braveza, ser bravo, da
maneira correta. Eu acho que uma mistura de tudo.
3) Ah, por quê? Por quê? Pra todo mundo que eu falo que eu faço pedagogia, falam
assim, “não tinha nada melhor pra fazer? Você quer passar fome?”. De 10, 3 falam,
"nossa, que admirável, eu acho que o mundo está precisando de professores". Eu acho
que não, eu acho que... Ainda mais com o que está na mídia, se bem que a mídia agora,
vi uma propaganda outro dia que tava assim "todo bom começo tem um bom professor",
então eu acho que eles estão fazendo os dois lados.
Resultados e discussão
Dentre as trajetórias pesquisadas, verificam-se pontos de semelhança sobre o que
pensam os estudantes a respeito do comportamento esperado de um professor com os
alunos e alunas e a forma como esperam inserir-se no mercado de trabalho. Para
Amanda, Bruna, Célia e Fabiana, os professores devem ser próximos de seus alunos e
alunas, variando entre uma proximidade limitada (“mas não muito”, Bruna; “impor limites”,
Amanda) até uma “grande proximidade” (Fabiana) ou “uma relação afetiva” (Célia).
Amanda e Bruna foram aprovadas em concurso público e aguardam a convocação,
enquanto Célia e Fabiana também buscam a inserção profissional através do serviço
público (concurso público). Daiane e Eliete pretendem a inserção profissional através da
distribuição de currículos na rede privada de ensino e ambas consideram que o
comportamento do professor perante seus alunos e alunas deve ser rígido e com afeto.
Por sua vez, Gabriela e Heloísa acreditam que o professor deve manter “certa distância”
de seus alunos. As duas estudantes são provenientes de ambientes com relativo capital
cultural, com familiares leitores contumazes (pais, tios e tias) e outras práticas culturais
legítimas (frequencia em shows, cinema, teatro e livrarias). Ambas foram aprovadas em
processo seletivo para o Mestrado Acadêmico em Universidades Públicas e pretendem a
inserção profissional através da carreira acadêmica. Das quatro estudantes que buscam
o serviço público, apenas uma frequentou o ensino privado (Bruna). E entre aquelas que
pretendem seguir carreira acadêmica ou o ensino privado, apenas uma estudante
(Daiane, filha de professora) esteve no ensino público durante toda sua trajetória. Apenas
uma estudante afirmou que os professores são respeitados na sociedade (Daiane),
enquanto que, para os demais, os professores são, conforme suas falas, “respeitados e
não respeitados”, “não respeitados” e “desvalorizados”. Através da comparação entre as
rendas familiares, escolaridades e profissões dos pais, constatou-se que, no grupo
pesquisado, a escolha profissional pelo curso de Pedagogia não está vinculada a origem
social, pois as estudantes eram provenientes de diferentes frações de classe. Porém, as
diferentes formas de inserção profissional (ensino privado, ensino público ou carreira
acadêmica) pretendidas pelas estudantes estejam vinculadas as suas origens sociais
(profissão, escolaridade dos pais e capital social familiar).
Considerações finais
A análise da trajetória social, percurso escolar e escolha das estudantes pelo curso de
Pedagogia apresenta regularidades, independente da origem social, quanto à
participação familiar no processo de escolha do curso superior. Aspectos relevantes
como: o “liberalismo” (Bourdieu, 2009) dos pais quanto à escolarização dos filhos, baixo
investimento escolar e causalidade do provável no momento da escolha do curso
superior estão presentes, em diferentes níveis, tanto naqueles agentes provenientes de
famílias com maior renda e escolaridade, quanto naqueles provenientes de famílias com
baixa renda e poucos anos de escolaridade.
Referências
BOURDIEU, P. (2009). A economia das trocas simbólicas. MICELI, S. (org.). São Paulo:
Perspectiva.
______. (2002). Escritos de Educação. NOGUEIRA, M. A. e CATANI, A. (Org). Rio e
Janeiro: Vozes.
______. (1996). A ilusão biográfica. En FERREIRA, M. M. e AMADO, J. Usos & abusos da
história oral (pp. 183-191). Rio de Janeiro: FGV.
______. (1983). Pierre Bourdieu. ORTIZ, R. (org.). São Paulo: Ática.
NOGUEIRA, C. M. M. e NOGUEIRA, M. A. (2002). A sociologia da educação de Pierre
Bourdieu: limites e contribuições. Educação e Sociedade, 78, 15-36.
SCHRADER, A. (2002). Métodos de Pesquisa social empírica e indicadores sociais. Porto
Alegre: Universidade / UFGRS.

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Expectativas e trajetórias de estudantes de Pedagogia

  • 1. Problemas sobre os professores principiantes em seus processos de inserção profissional INFORME DE INVESTIGAÇÃO ESTUDANTES DE PEDAGOGIA E CARREIRA DOCENTE SUFICIER, Darbi Masson darbimassonsuficier@hotmail.com UNESP – Faculdade de Ciências e Letras – Campus Araraquara MUZZETI, Luci Regina lucirm@fclar.unesp.br UNESP – Faculdade de Ciências e Letras – Campus Araraquara CHRISTOVAM, Greice Kelli greicekellic@hotmail.com UNESP – Faculdade de Ciências e Letras – Campus Araraquara MANZAN, William Alexandre wmanzan@gmail.com UNESP – Faculdade de Ciências e Letras – Campus Araraquara Palavras-chave: Pedagogia – Docência – Trajetória – Escolha Profissional – Expectativa Profissional. O objetivo do presente trabalho é apresentar a relação estabelecida por oito estudantes do último semestre de um curso de Pedagogia de uma universidade pública brasileira com alguns aspectos da profissão docente por meio de relatos, opiniões e expectativas profissionais O referencial teórico utilizado para a elaboração do roteiro de entrevistas e para a condução da análise está baseado na sociologia desenvolvida por Pierre Bourdieu e colaboradores. Por meio da análise da trajetória social dos agentes entrevistados, elaborou-se uma breve apresentação dos seguintes aspectos dos agentes entrevistados: origem social, trajetória de escolarização e as respectivas expectativas profissionais diante da proximidade do término do curso superior. Enquanto busca pelo entendimento dos aspectos condicionantes e de suas disposições, ou seja, como foram construídas
  • 2. socialmente essas trajetórias objetos da análise, utilizar-se-á a noção bourdieusiana de trajetória social. Bourdieu (1996, p. 189) define “[...] a noção de trajetória como série de posições sucessivamente ocupadas por um mesmo agente (ou mesmo um grupo) num espaço que é ele próprio um devir, estando sujeito a incessantes transformações”.Ela ressalta que os movimentos e transformações vivenciadas pelo agente, distanciando-se assim da linearidade e coerência de uma abordagem biográfica. Neste trabalho, será apresentada uma breve caracterização do grupo pesquisado através dos dados estatísticos obtidos através da aplicação de questionário. Em seguida, as informações referentes à amostra selecionada para entrevista também serão relacionadas na seguinte ordem: apresentação da estudante, respostas selecionadas sobre a temática docência. Por fim, serão apresentadas as conclusões sobre a análise do grupo pesquisado. Metodologia A presente pesquisa foi baseada no método praxiológico bourdieusiano e possui abordagem qualitativa. Os recursos metodológicos são a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo através da coleta de dados por meio de entrevista semiestruturada. O método praxiológico rompe com a dicotomia entre interiorização e exteriorização do agente por ser apreendido enquanto forma de objetivação do habitus, ou seja, enquanto entendimento das disposições e dos condicionantes, produtos do processo de socialização. Segundo Bourdieu (1983, p. 60-1): “regularidades associadas a um meio socialmente estruturado, produzem habitus, sistemas de disposições duráveis [...]”. Com isso, ressalta-se a busca pela compreensão da socialização do agente para o entendimento de suas práticas cotidianas, inclusive de seus valores e atitudes, ou seja, de sua visão de mundo. Amostra da pesquisa Seguindo as indicações metodológicas de Schrader (2002), foi aplicado a 60 estudantes um questionário constituído de questões elaboradas com indicadores sociais objetivos1 . Com isso, caracterizou-se o grupo pesquisado como sendo predominantemente do sexo feminino (95%), com idade média de 24 anos no momento da coleta dos dados (moda de 23 anos) e idade média de 20 anos (moda de 20 anos) no momento de ingresso no curso. Os estudantes são provenientes, em sua maioria (60%), de cidades com distâncias de até 100 quilômetros da faculdade. Metade dos estudantes (50%) realizou seus estudos no ensino básico integralmente em escolas públicas e 25% integralmente em escolas privadas. A renda das famílias dos estudantes era de até dez salários mínimos2 para 90% das famílias, sendo que para 43,3% não ultrapassava três salários mínimos. Os dados indicaram uma baixa escolaridade para a maioria dos pais e mães dos estudantes, com alto índice de abandono escolar no ensino fundamental. Conforme verificado, os pais e mães dos estudantes exerciam atividades profissionais de baixa ou nenhuma qualificação, dentre as quais diversas mães são donas de casa (36,6%). 1 Renda, profissão e escolaridade dos pais e de todas as pessoas da residência, escolarização em estabelecimento de ensino público ou privado, dentre outros. 2 O valor do salário mínimo era de R$ 545,00 em Junho de 2011.
  • 3. Estudantes de Pedagogia e profissão docente As estudantes entrevistadas ingressaram no curso de Pedagogia de uma universidade pública brasileira em 2008 e cursavam seu último semestre na ocasião da coleta dos dados em 2011. Baseado nos dados coletados através de questionário aplicado a 60 estudantes, a amostra selecionada para as entrevistas (8 estudantes do gênero feminino) representa a heterogeneidade do grupo pesquisado, contemplando diferentes trajetórias sociais, percursos escolares e origens sociais. Os nomes das entrevistadas foram substituídos por nomes fictícios e as informações que pudessem vir a identificá-las foram suprimidas. Uma amostra dos dados coletados será apresentada a seguir por meio de um breve retrato dos agentes, que confere destaque aos fatores que pautaram a escolha pelo curso de Pedagogia, acompanhado ainda pela integra das respostas as seguintes questões: 1) Ser professor é uma carreira interessante? Por quê? 2) Como deve ser o comportamento do professor com os alunos? 3) Como o professor é visto pela sociedade? Ao final, apresenta-se a análise das respostas das estudantes. Estudante 1. Amanda tem 22 anos. Nasceu na periferia de uma grande cidade e frequentou a escola pública durante todo o seu percurso escolar. Filha de pais divorciados, Amanda reside com a mãe (do lar) e com suas duas irmãs. O pai (metalúrgico) contribui financeiramente com o pagamento de uma pensão. Ela recebeu boas notas em todo seu percurso escolar e ingressou no curso de Pedagogia logo após o termino do ensino médio. Manteve-se na faculdade como bolsista e com a pensão do pai. Segundo seu depoimento, a escolha do curso foi motivada por “gostar da escola” e “querer ser professora”, não conseguindo “pensar em outra coisa senão ser professora”. Por outro lado, constata-se que Amanda prestou vestibular por ter obtido a isenção da taxa do vestibular como aluna do ensino público, condicionada a escolha de um curso de licenciatura. A escolha de Amanda pela Pedagogia representa aquilo que foi chamado por Bourdieu de “causalidade do provável”, ou seja, a “disposição adquirida dentro de certas condições sociais, a referência às suas condições (sociais) de realização de modo que tende a ajustar-se às potencialidades objetivas” (Bourdieu, 2002, p. 89). Ao dizer o porquê da escolha pelo curso de Pedagogia, Amanda enfatiza: i) a conquista da isenção da taxa do vestibular (apenas para licenciaturas); ii) a localização da faculdade; iii) as exigências do processo seletivo para o curso de Artes Plásticas, sua outra opção. Respostas das questões elencadas: 1) Eu acho. Porque eu acho que é [silêncio], é muito compensador, compensa muito. Não pelo salário, mas de você estar fazendo uma coisa que você sabe que é boa e que é bom pra sociedade que você vive, você está contribuindo para uma sociedade melhor, sabe? E pra que outras crianças e outros jovens tenham a mesma oportunidade que você. 2) Eu acho que ele tem que ser, ao mesmo tempo, uma pessoa, não amorosa, mas próxima do aluno, da realidade do aluno, mas também ao mesmo tempo ele tem que impor limites para os alunos, porque ele é o professor. Ele é o aluno, eu acho que tem
  • 4. que ter essa distância também. É, eu acho que mais profissional mesmo, porque o professor é um profissional, ele tem que encarar isso como uma profissão. 3) Eu acho que é, ao mesmo tempo, como uma pessoa importante para a sociedade, porque a educação é importante e coisa e tal, ele é desvalorizado. Eles veem como uma pessoa importante, mas fala: "coitado, ele é professor, ele ganha pouco, ele aguenta um monte de aluno chato, um monte de problemas". Professor apanha, professor aquilo, aquilo outro. Estudante 2. Bruna tem 21 anos. Nasceu em uma grande cidade e, na adolescência, mudou-se para uma cidade de médio porte. Durante todo o seu percurso escolar frequentou escolas na rede privada de ensino. Ela relata que nunca foi boa aluna, apesar de nunca ter sido reprovada. Filha de pais separados, Bruna reside com o pai (gerente de vendas), a madrasta e o irmão mais novo. A mãe é professora em uma escola particular. Ingressou no curso de Pedagogia após o término do ensino médio e manteve-se na universidade como bolsista e com o auxilio financeiro do pai. Bruna escolheu o curso de Pedagogia porque “queria ser professora” e gostar “muito de mexer com criança”. Respostas das questões elencadas: 1) Eu acho. Não sei. Acho que é interessante porque, acho que ser professor você possa mudar o país dando educação para as pessoas. Porque muita gente não tem uma oportunidade. Antigamente as pessoas não estudavam, agora todo mundo tem, pode estudar, tem oportunidade. Eu acho que professor, acho que pra gente, pode mudar sim, o país, mudar sim uma cidade ou pelo menos a vida de algumas pessoas. 2) Eu acho que deve ser próxima sim, porque ele tem que buscar, tentar resolver o problema do aluno conhecendo o aluno. Mas também não acho que tem que ser o melhor amigo do aluno, porque depois o aluno vai virar e vai falar: e aí, e a minha nota, você não vai me dar mais nota. Tem que ser próximo, mas não extremamente próximo. 3) Não. Com certeza não. Porque não é não todo mundo vê o professor como inferior porque, mas, querendo ou não, às vezes até penso sabe... se você pegar uma apostila e depois passar para um aluno, você também não vai saber ensinar. Você não precisa ser formado pra saber isso. Um médico não, como você vai fazer uma cirurgia em alguém. Eu acho que o professor não é respeitado por isso também. Estudante 3. Célia tem 22 anos. Nasceu em uma grande cidade e sempre residiu em um bairro periférico. Estudou durante todo seu percurso escolar na rede pública de ensino e ingressou na universidade após o término do ensino médio. Reside com o pai (pedreiro), a mãe (comerciante) e uma irmã. Foi bolsista e recebe auxílio financeiro dos pais para manter-se na universidade. Seu relato dá conta de que era boa aluna e sempre quis ser professora, mas tomou contato com o curso de Pedagogia apenas através do recebimento da isenção da taxa de vestibular para cursos de licenciatura. Depreende-se que a baixa escolaridade dos pais e seu desconhecimento sobre o sistema de ensino revertem-se no baixo investimento escolar na trajetória de Célia. Conforme aponta Nogueira e Nogueira (2002, p. 24): “A vida escolar dos filhos não seria acompanhada de modo sistemático e nem haveria uma cobrança intensiva em relação ao sucesso escolar. As aspirações escolares desse grupo seriam moderadas”. Assim, Célia não sabe dizer
  • 5. qual era sua primeira opção na escolha do curso superior, pois gostaria de cursar Pedagogia e Psicologia. Respostas das questões elencadas: 1) Eu acho que por esse caráter de formação. Eu acho que... continou repetindo, se tem, eu não sei se tem um jeito de mudar o mundo, se tem um jeito de melhorar as coisas não vai ser pela saúde, não vai ser pela área do direito, não vai ser punindo, vai ser na educação, vai ser lá no comecinho, quando você ainda é pequeninho. 2) Eu acho que tem que ser sempre próxima, tem que ser uma relação afetiva. Eu não quero dizer que tem que ficar abraçando, que tem que ficar beijando, porque eu acho isso complicado até mesmo na fase da adolescência. Outro dia tava na ATC e uma menina chegou, da oitava série, e ela foi e abraçou o professor de educação física e eu acho que aquilo é meio complicado porque ela já é uma mocinha, eu acho que ele devia ter uma postura um pouco mais... opa, aperta a mão. Mas acho que tem que ter uma relação afetiva no sentido de que assim, eu me sentia um pouco um número na sala de aula, eu era o número quatro, pronto e acabou. Eu era o número 4, o número quatro tirou 5, ou 10, o outro... então eu acho que tem que ter essa proximidade de conhecer, de conhecer a... a.. o cotidiano, a vida dos seus alunos e tentar trazer, fazer com que a escola seja uma coisa que realmente seja significativa naquele cotidiano, naquela, naquela perspectivas, então por isso a relação é problemática. Porque as vezes eu acho que a universidade é importante, mas no cotidiano do meu aluno ele acaba não achando, e ele acha que não é, porque eu tenho que tomar cuidado com meus valores, porque eu não posso também impor pra ele que ele tem que ir na universidade, não sei talvez ele não tem. talvez ele seja feliz sendo... alguma outra coisa.Tem que ser próxima, mas tem que tomar cuidado com essa proximidade. 3) Eu acho que é e não é. Eu acho que tem uma visão, eu acho que é complicado responder isso, porque tem gente que respeita e acha que é uma boa, é uma profissão legal e nossa, é um milagre, uma vocação, um dom, nossa o professor é inteligente, tem gente que acha isso, mas talvez sejam as camadas mais populares ou realmente os que não tiveram estudo, porque aí quem não tem aí é bonito. Tem gente que acha que não é. Estudante 4. Daiane tem 22 anos. Nasceu e reside em uma pequena cidade. Realiza diariamente o percurso até a cidade em que está instalada a universidade. Reside com os pais (escriturário e professora). Sua única irmã é casada. Estudou até o ensino médio em escola pública e cursou um ano em um curso pré-vestibular privado. Prestou vestibular para o curso de Educação Física ao término do ensino médio e, devido ao contato com o orientador pedagógico do curso pré-vestibular, optou pelo curso de Pedagogia. A escolha de Daiane deve-se, em primeiro plano, a influência da mãe (professora). Respostas das questões elencadas: 1) Acho que ela tem um poder de definir muitas vidas, acho. Ao mesmo tempo que ela pode ser muito boa, ela pode ser muito ruim. Não é interessante por... ou pode prejudicar vida ou melhorar a vida daquelas crianças, então acho que pode dar outra visão, ajudar a evoluir, não que ela seja milagrosa, também não acredito nisso não. Mas, ela acho que é vista meio como um segundo pai, assim, eu acho. Mas eu acho ela importante.
  • 6. 2) Tem que ficar ali no ambiente escolar, o que for possível. Acho que é uma mistura, acredito assim. Tem a parte que tem que ser rígida, “agora é a hora disso”, mas também eu acho, acredito que tem uma parte da afetividade que eles... se aproxima mais do professor, acho que eles conseguem se empenhar mais, eu acho. É chato, não vou fazer por que... da briga mesmo, “então não vou fazer”, eu já ouvi isso. Então, eu acho que ser entre os dois. 3) Eu acho que ainda é, não como era antes, mas acho que ainda é. Por ter essa idéia que o professor que muda a criança, que faz ela poder ser, se dar melhor que o pai, melhor que a mãe, acho que... por isso, deveriam estar sempre atualizados, por interferir diretamente no futuro. Não só o professor né. Estudante 5. Eliete tem 23 anos. Nasceu e reside em uma cidade de médio porte e residiu, durante a infância, por um ano em outra cidade. Seus pais (vendedor e dona de casa respectivamente) tiveram outros três filhos, sendo duas irmãs e um irmão, que já é casado. Relata que nunca gostou d estudar e que ficou diversas vezes de recuperação, mas sem reprovação. Estudou durante todo seu percurso escolar em colégios privados. Por dois anos prestou vestibular para o curso de Psicologia e optou pelo curso de Pedagogia por querer trabalhar na área de Recursos Humanos, mas que: “hoje eu já desisti dessa área. Eu sou apaixonada pela educação”. Respostas das questões elencadas: 1) Eu acho. Porque a gente vê resultado todos os dias. Você, se você se desanimar, você fala "mas aquela criança vai ficar feliz com o que eu vou fazer". Não sei, não tem como explicar, eu acho muito legal quando eu chego na escola, sabe. Que elas ficam felizes em me ver, quando fala "tia porque você faltou?". Sentem a minha falta. Eu não vejo que eu vou conseguir isso em outra profissão. 2) Não acho que tem que ser brava, tem que ser rígida, tem que saber dar bronca na hora certa, não tem que chamar atenção porque o aluno tá com blusa de frio e tá calor, que acontece, sabe. Mas eu acho que tem que forçar ele a fazer tarefa. Não fez? Vai sentar aqui do meu lado e vai fazer. Eu acho. Não adianta tratar uma pessoa sem afeto, sem carinho. Não, eu acho que tem que ter. 3) Mal visto. É o que eu falei já, por causa da história da profissão que sempre foi assim, desde... acho que desde quando ela surgiu ela é assim, então não mudou nada. Na verdade mudou, mas não o suficiente. É isso, a história fez a profissão assim, o salário dela é assim já vem, é uma história que é assim, e não tem nada que mudou, então... Estudante 6. Fabiana tem 32 anos. Nasceu e reside em uma cidade de médio porte. Estudou durante todo seu percurso escolar em escolas públicas e fez um curso técnico ao final do ensino médio. Reside com os pais (comerciante e dona de casa respectivamente) e tem um irmão mais velho casado. Frequentou por dois anos um curso pré-vestibular comunitário e ingressou na Faculdade aos 28 anos. Fabiana relata que sempre quis ser professora e que sua vontade foi reforçada pelo incentivo do irmão e pela sua atuação profissional. Fabiana nunca teve contato com orientador pedagógico e diz que a principal influência para prestar vestibular para o curso de Pedagogia foi sua experiência profissional como funcionária de uma instituição educacional. Ressalta-se em
  • 7. sua trajetória a ausência de lazer no ambiente doméstico e a influência do irmão mais velho na transmissão de capital cultural. Respostas das questões elencadas: 1) Eu acho que é interessante sim porque cada dia você tem um desafio. Nem todo aluno é igual ao outro, cada dia vai aparecer uma coisa diferente na sala pra você fazer, pra você tentar resolver, um problema que você tem que solucionar, eu acho que é interessante nesse sentido, de você sempre estar buscando coisas novas pra você poder solucionar os problemas na sala de aula. 2) Eu acho que quanto mais próximo, é difícil eu falo por mim, eu me envolvo muito com a vida particular dos alunos lá da escola, eu me sensibilizo muito, eu acho que isso as vezes prejudica um pouco, porque você acaba levando, não tem jeito, o professor acaba levando as coisas pra casa, não tem jeito de você falar fechar a porta e acabei meu serviço, vou pra casa, não vou pensar mais. Mas eu acho que tem que ter essa proximidade porque as vezes o aluno ele não rende aquilo que você espera, não porque ele não sabe, as vezes é porque ele tá com algum problema, então você tem que saber um pouco da vida dele. 3) É difícil de falar. Tem certa parte da sociedade que respeita, que respeita o professor, mas tem outra parte que não respeita, mas acho também que é relativo isso. Mas, eu acho que é porque, eu não sei te dizer, eu não sei te dizer assim, que a gente discutiu isso em sala de aula e saiu tanta coisa que eu não sei o que te dizer agora. Estudante 7. Gabriela tem 22 anos. Nasceu e reside em uma cidade de médio porte. Estudou nos anos iniciais em colégios particulares e, depois, por breve período no ensino público. Estudou parte do ensino fundamental e todo o ensino médio em um colégio particular como bolsista. O pai (vendedor) possui dois filhos de um casamento anterior. Reside com o pai, a mãe (funcionária pública) e o irmão mais novo. Estudou um ano em um curso pré-vestibular privado e prestou vestibular para o curso de Química ao término do ensino médio. Gabriela relata que optou por Pedagogia pela localização da Faculdade e por “gostar da área também”. Depreende-se que as opções de escolha de Gabriela foram reduzidas em dois momentos: primeiramente, por não se achar capaz de concorrer ao curso que era sua primeira opção e, em um segundo momento, por não poder concorrer em outras universidades públicas. Assim, sua opção pelo curso de Pedagogia também caracteriza-se como “causalidade do provável”. Respostas das questões elencadas: 1) [Pretende seguir carreira acadêmica]. Se não tivesse a possibilidade de fazer carreira acadêmica eu não sei o que faria da minha vida. 2) Tem que manter uma distância. É claro que você vai ter afinidade com um ou outro, você sempre tem, relação humana é isso, né? Você vai ter um ou outro, eu mesmo tenho. Afinidade com... eu não saio de cima dele, então você vai ter uns que você não vai nem conseguir olhar pra cara sabe, tem também um moleque que eu não consigo nem olhar pra cara. Mas claro vou ter que, você não pode fazer isso, você tem que ensinar todos igualmente, mas as preferências vão surgir, mas assim, mesmo com os que você tem preferência tem que manter uma certa distância.
  • 8. 3) Então, aí que tá. Ele é respeitado, se você falar assim eu sou pedagoga, sou professor, as pessoas elas valorizam assim, principalmente as pessoas mais humildes, os filhos dos alunos ali da escola valorizam bastante, mas só que não tem a valorização. Se você falar que é um professor, as pessoas, né, nossa, um professor, tem aquela, ele é revestido numa áurea, ele é o... mas ele não é valorizado, ele é respeitado pode ser respeitado, mas aí se você levar em consideração que ai, não é respeitado também, porque ele não é valorizado, consequentemente não é respeitado porque não tem um salário digno, sabe, esse tipo de coisa. Ele é sim, se você falar com os professores você tem um certo sim, mas... Estudante 8. Heloísa tem 24 anos. Nasceu em uma grande cidade e mudou-se diversas vezes para diferentes cidades devido à atuação profissional do pai (formação de nível superior em área de agronegócio). Reside com o pai, a mãe (dona de casa) e uma irmã. Sua outra irmã reside em outra cidade. Fez todo seu percurso escolar em escolas particulares e cursou dois anos e meio de um curso pré-vestibular privado. Relata que prestou vestibular para o curso de Ciências Sociais por dois anos e que prestou vestibular para o curso de Pedagogia para, futuramente, transferir de curso. Heloísa diz que: “no fim me apaixonei por Pedagogia”. Decidiu permanecer no curso de Pedagogia após conseguir uma bolsa vinculada a um projeto de extensão logo após os primeiros estágios em escolas. Conforme seu relato, a escolha do curso de Pedagogia foi unicamente “porque era o curso mais fácil para entrar daqui” e que seu objetivo era “transferir para [Ciências] Sociais”. Apesar de acompanhar e cobrar de Helena maior empenho nos estudos, seus pais não interferiram em suas escolhas no período do vestibular. O comportamento dos pais, nesse caso, assemelha-se ao “liberalismo” (Bourdieu, 2009, p. 10) encontrado nas camadas populares. Conforme pôde-se verificar, apesar de incentivar a leitura no ambiente doméstico e cobrar empenho de Helena nos estudos, seus pais não aparentam possuir muitos conhecimentos sobre o sistema de ensino, bem como sobre os cursos e faculdades de maior prestígio. Respostas das questões elencadas: 1) Eu acho. Porque ela forma pessoas. O professor, ainda mais do infantil, depende muito dele, de como essa criança vai ser no futuro. Eu acho que ele forma pessoas, ele cria personalidades, cria identidades. Pode influenciar, nossa, muito. 2) Ele deve ser imparcial. Eu acho que, eu acho que tem que ter uma relação um pouco de cada. Eu acho que em todos os níveis você tem que ter afeto, tem que ter aquela distância certa, tem que ter o carinho certo, tem que ter a, aquela braveza, ser bravo, da maneira correta. Eu acho que uma mistura de tudo. 3) Ah, por quê? Por quê? Pra todo mundo que eu falo que eu faço pedagogia, falam assim, “não tinha nada melhor pra fazer? Você quer passar fome?”. De 10, 3 falam, "nossa, que admirável, eu acho que o mundo está precisando de professores". Eu acho que não, eu acho que... Ainda mais com o que está na mídia, se bem que a mídia agora, vi uma propaganda outro dia que tava assim "todo bom começo tem um bom professor", então eu acho que eles estão fazendo os dois lados. Resultados e discussão
  • 9. Dentre as trajetórias pesquisadas, verificam-se pontos de semelhança sobre o que pensam os estudantes a respeito do comportamento esperado de um professor com os alunos e alunas e a forma como esperam inserir-se no mercado de trabalho. Para Amanda, Bruna, Célia e Fabiana, os professores devem ser próximos de seus alunos e alunas, variando entre uma proximidade limitada (“mas não muito”, Bruna; “impor limites”, Amanda) até uma “grande proximidade” (Fabiana) ou “uma relação afetiva” (Célia). Amanda e Bruna foram aprovadas em concurso público e aguardam a convocação, enquanto Célia e Fabiana também buscam a inserção profissional através do serviço público (concurso público). Daiane e Eliete pretendem a inserção profissional através da distribuição de currículos na rede privada de ensino e ambas consideram que o comportamento do professor perante seus alunos e alunas deve ser rígido e com afeto. Por sua vez, Gabriela e Heloísa acreditam que o professor deve manter “certa distância” de seus alunos. As duas estudantes são provenientes de ambientes com relativo capital cultural, com familiares leitores contumazes (pais, tios e tias) e outras práticas culturais legítimas (frequencia em shows, cinema, teatro e livrarias). Ambas foram aprovadas em processo seletivo para o Mestrado Acadêmico em Universidades Públicas e pretendem a inserção profissional através da carreira acadêmica. Das quatro estudantes que buscam o serviço público, apenas uma frequentou o ensino privado (Bruna). E entre aquelas que pretendem seguir carreira acadêmica ou o ensino privado, apenas uma estudante (Daiane, filha de professora) esteve no ensino público durante toda sua trajetória. Apenas uma estudante afirmou que os professores são respeitados na sociedade (Daiane), enquanto que, para os demais, os professores são, conforme suas falas, “respeitados e não respeitados”, “não respeitados” e “desvalorizados”. Através da comparação entre as rendas familiares, escolaridades e profissões dos pais, constatou-se que, no grupo pesquisado, a escolha profissional pelo curso de Pedagogia não está vinculada a origem social, pois as estudantes eram provenientes de diferentes frações de classe. Porém, as diferentes formas de inserção profissional (ensino privado, ensino público ou carreira acadêmica) pretendidas pelas estudantes estejam vinculadas as suas origens sociais (profissão, escolaridade dos pais e capital social familiar). Considerações finais A análise da trajetória social, percurso escolar e escolha das estudantes pelo curso de Pedagogia apresenta regularidades, independente da origem social, quanto à participação familiar no processo de escolha do curso superior. Aspectos relevantes como: o “liberalismo” (Bourdieu, 2009) dos pais quanto à escolarização dos filhos, baixo investimento escolar e causalidade do provável no momento da escolha do curso superior estão presentes, em diferentes níveis, tanto naqueles agentes provenientes de famílias com maior renda e escolaridade, quanto naqueles provenientes de famílias com baixa renda e poucos anos de escolaridade. Referências BOURDIEU, P. (2009). A economia das trocas simbólicas. MICELI, S. (org.). São Paulo: Perspectiva.
  • 10. ______. (2002). Escritos de Educação. NOGUEIRA, M. A. e CATANI, A. (Org). Rio e Janeiro: Vozes. ______. (1996). A ilusão biográfica. En FERREIRA, M. M. e AMADO, J. Usos & abusos da história oral (pp. 183-191). Rio de Janeiro: FGV. ______. (1983). Pierre Bourdieu. ORTIZ, R. (org.). São Paulo: Ática. NOGUEIRA, C. M. M. e NOGUEIRA, M. A. (2002). A sociologia da educação de Pierre Bourdieu: limites e contribuições. Educação e Sociedade, 78, 15-36. SCHRADER, A. (2002). Métodos de Pesquisa social empírica e indicadores sociais. Porto Alegre: Universidade / UFGRS.