Grupos teatrais de Joinville buscam apoio financeiro para produzir espetáculos, mas enfrentam dificuldades com patrocínio e divulgação. A Associação Joinvilense de Teatro representa os grupos e promove a Mostra Cena para incentivar o teatro, porém a falta de verba é um desafio.
Edição nº 81_do_primeira_pauta,_o_jornal_laboratório_do_ielusc,_joinville - especial cultura
1. culturaespecial
TeatroemJoinville
Suplemento do jornal Primeira Pauta maio 2010
Projeto incentiva
músicos joinvilenses
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Garotos gerenciam
produtora de cinema trash
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Grupos teatrais buscam apoio financeiro na cidade para bancarem custos com a produção de espetáculos.
Além da equipe técnica e dos atores, é preciso pagar figurino, maquiagem e, às vezes, até mesmo o aluguel do
local. Não bastasse a dificuldade em conseguir patrocínio, os espaços em Joinville são poucos e inadequados,
e os artistas reclamam, ainda, da falta de divulgação na mídia. Apesar disso, os grupos continuam fazendo
teatro de boa qualidade e ajudando na formação de novos profissionais das artes cêmicas.
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Divulgação
2. culturaespecial
2
Música no Botequim
Todas as segundas-feiras
a cantora joinvilense Ana
Paula da Silva apresenta-
se no Botequim da Frau. A
cada semana, a cantora aq-
presenta um convidado em
sua apresentação, dando
um toque especial. Início às
19 horas. O show ocorre na
rua Aquidaban, 1164, Glória.
Informações: (47) 3028-9899.
Entrada gratuita.
Happy hour
Todos os dias tem happy
hour no Shopping
Cidade das Flores. Os
músicos apresentam-
se, das 18h às 21h30, na
praça de alimentação
do shopping, rua Mário
Lobo, 106, Centro.
Gratuito. (47) 3433-0758.
Estudos filosóficos
Com base na obra
“Novos Ensaios sobre o
Entendimento Humano.
Livro II -As ideias”,
o grupo de estudos
filosóficos debate todos
os domingos o tema
“Leibniz - Vida e Obra”.
O evento ocorre na
Livrarias Curitiba, do
Shopping Mueller. Centro.
Informações:
(47) 3433-6400.
Contação de
histórias
Domingo é dia de
contação de histórias.
Crianças de todas idades
podem participar e
ouvir diversas fábulas
literárias. O evento ocorre
na Livraria Curitiba, do
Shopping Mueller. A
programação inicia às 14
horas. Informações: (47)
3433-6400. Gratuito.
Pinturas
Aexposição Pinturas, da
artista Roberta Tassinari,
está montada na Galeria
Municipal de Arte Victor
Kursancew. Amostra é
composta por massas
viscosas e coloridas
fixadas na parede que
escorrem e formam
desenhos no chão.
Informações:
(47) 3433-2266.
De 28 a 30 de junho ocor-
re a segunda edição da “Mos-
tra Cinevídeo Joinville”, no
Teatro Juarez Machado. O
projeto tem o apoio da Fun-
dação Cultural de Joinville,
por meio do Sistema Munici-
pal de Desenvolvimento pela
Cultura (Simdec). Informa-
ções: www.mostracinevideo.
com.br. Gratuito.
Imagens dos patrimô-
nios naturais e culturais
do Morro do Amaral foram
reunidas na exposição que
leva o nome do bairro. Até
junho, os visitantes podem
conferir este trabalho na
Estação da Memória, rua
Leite Ribeiro, sem número,
Anita Garibaldi. O horário
de visitação é das 9 às 17
horas e das 12 às 18 horas.
Gratuito. Informações: (47)
3422-5222.
Biblioteca
ABiblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin possui cer-
ca de 50 mil livros disponíveis para consulta, das 7h15 às 18h45,
de segunda a sexta-feira. Aos sábados, abre das 8 às 11h45.
Para empréstimos do acervo, é preciso se cadastrar na bi-
blioteca. Documentos necessários: comprovante de residência,
carteira de identidade e contribuição de R$ 10 (não obrigatória).
A biblioteca fica na Praça Lauro Muller, sem número, Centro.
Informações: (47) 3422-7000. Gratuito.
Atualize-sePrimeiraPauta
JornalLaboratóriodo
CursodeComunicação
Social -Jornalismo
Edição81-Junhode2010
Associação Educacional
Luterana Bom Jesus/Ielusc
CoordenaçãodoCurso
deJornalismo
Prof. Sílvio Melatti
Disciplina
Produção e Difusão em
Meios Impressos II
Professorresponsável
Luís Fernando Assunção
ChefedeReportagem
Débora Kellne
Ediçãodetextos
Carolinne Sagaz
Monique Moreira
Rafaela de Mira
Diagramação
Tuane Roldão
VanessaVitória de Barros
Fotografia
Bruno Isidoro
Ludimila Castro
Marcus Carvalheiro
Reportagem
Bruna Borgheti
Bruno Isidoro
Carlos Marciano
Jeferson Corrêa
Kamila Schneider
Ludimila Castro
NataliaTrentini
Tatiana de Souza
Ediçãodeimagens
Bruno Isidoro
Contatocomaredação
Rua: Princesa Isabel, 438
Centro
Caixa Postal: 24
CEP: 89201-270
Joinville/SC
Telefone: (47) 3026.8000
E-mail:nossoprimeira-
pauta@gmail.com
Tiragemeimpressão
Jornal A Notícia - 2 mil
exemplares
Ludimila Castro
Divulgação: Evandro Bittencourt
Divulgação
Morro do Amaral
Cinema de casa
3. culturaespecial
3
Trash de qualidade
Os cartazes dos filmes também são criados pela dupla
Garotos da produtora Brain Films têm mais de 20 filmes lançados
Kamila Schneider
Vontade e muita dedica-
ção. Foram esses os requisi-
tos necessários para juntar 40
crianças e ensinar a arte de
tocar instrumentos eruditos.
Criado em setembro de 2008,
o projeto “Instituto Porta do
Sol” dá, às crianças carentes
de São Francisco do Sul, a
oportunidade de aprender
música gratuitamente e ter
acesso a uma cultura que an-
tes estava distante.
A iniciativa surgiu de um
grupo de empresários e um
casal de músicos de Joinville,
que uniram forças para tornar
a ideia uma realidade.
A professora de violi-
no, Cilene Gums, conta que
o apoio dado ao projeto foi
fundamental para que a
ideia saísse do papel. Isso
porque foram investidos
cerca de R$ 50 mil na com-
pra de violinos, doados para
os jovens participantes.
Os resultados foram além
do esperado e hoje os alunos
formam uma orquestra de
violinos que realiza apresen-
tações por toda a região. Para
Cilene, essa é uma oportuni-
dade de dar aos jovens mú-
sicos a oportunidade de en-
contrar na música um futuro
profissional. “Temos muda-
do um pouco a história des-
sas crianças, e esperamos que
sempre tenhamos parceiros
ao nosso lado para levar o
projeto em frente”, salienta.
Paracontinuarcomavaga
do projeto, os alunos preci-
sam ter média sete em todas
as matérias da escola. Caso
algum aluno saia, a vaga fica
disponível para outra crian-
ça, que passam por avaliação
com os professores do insti-
tuto. Na prova são avaliados
conhecimentos gerais e per-
cepção musical básica.
Apesar das dificuldades
de coordenar um grupo tão
grande, a empreitada tem
valido a pena e se depender
da vontade desses educado-
res, cada vez mais crianças
vão ter a oportunidade de
conhecer o universo da mú-
sica. “É um desafio que se
constrói dia após dia. Estou
muito feliz e realizada, pois
nunca imaginei que seria tão
gratificante tal experiência”,
orgulha-se Cilene.
Arte para os ouvidos
Projeto cultural incentiva jovens a aprender música erudita
Bruno Isidoro
“Brain Films apresenta...”.
Quando vir esta apresentação
no início de algum vídeo, sen-
te-se; você está prestes a assistir
a um filme trash de qualidade.
Ao menos, é isso que dizem
Rubens Herbst - da coluna, no
A Notícia, Orelhada - e Mai-
kon Duarte – criador dos blogs:
Vivo na Cidade e Mau Humor
Zine. Ambos são adoradores
do que os jovens Victor Bello
(15 anos) e LucasAxt (16 anos)
criaram: os primos são produ-
tores, diretores, roteiristas e
atores da Brain Films.
Da quadrilogia De Volta à
Matança ao mais recente traba-
lho, Punhos Marginais, são 21
curtas, todos feitos apenas por
Lucas e Victor. Na verdade,
agora contam com a ajuda de
uma xícara e uma cadeira, para
que possam apoiar a câmera e
aparecer juntos em cena.Apar-
ceria começou quando Victor,
juntamente com Lucas, pegou
o celular com câmera do pai.
“Nós sempre tivemos um lan-
ce de inventar. Filmes sempre
chamaram a nossa atenção, as-
sim como os quadrinhos. Pega-
mos o celular e aproveitamos a
oportunidade”, explica Victor.
As primeiras filmagens aconte-
ciam no quintal da avó, mesmo
sem aprovação. “Ela não gosta
muito”, brinca.
A qualidade da produção
e o enredo das histórias me-
lhoraram e os garotos conse-
guiram uma câmera fotográfi-
ca digital, que provocou uma
evolução no material. A dupla
diz não ter um estilo definido,
mas afirma que se inspira em
filmes policiais B, blaxploita-
tion e terrir – trabalhos que
almejam o terror e acabam
sendo engraçados. “O que nos
fascina é o trash e a ‘bagaça’
mesmo”, conta Victor.
Atualmente, os garotos es-
tão trabalhando no filme Aber-
rações Nazistas do Demonho,
que já está em fase de edição.
Para quem não aguenta espe-
rar, pode conferir as produções
da Brain Films no blog: films-
brain.blogspot.com.
Divulgação
Para continuar
com a vaga do
projeto, os alunos
precisam ter
média sete em
todas as matérias
da escola
4. culturaespecial
4
Em busca de
um lugar ao sol
Tatiana de Souza
O que se ouve pelas ruas de
Joinville sobre artes cênicas não é
a mesma opinião da Associação
Joinvilense de Teatro (Ajote). A
secretária da associação e mestre
em artes cênicas pela Universi-
dade do Estado de Santa Catari-
na (Udesc), Clarice Steil Siewert,
de 28 anos, afirma que o maior
problema não é a falta de espa-
ço, de estrutura, para apresenta-
ções, como a maioria da popula-
ção imagina. Clarice conta que a
maior dificuldade está na divul-
gação das peças. “Conseguir pa-
trocínio para divulgar em rádio,
TV e jornais é o mais complica-
do. Os grupos mal conseguem se
manter”, argumenta.
Atualmente, a Ajote tem 16
grupos de teatro cadastrados,
mas muitos teatreiros de Joinville
não são associados. Os grupos de
escolas e de bairros, por exemplo,
produzem continuamente, mas
não fazem parte da associação.
“Podemos dizer que desde que a
Ajote foi criada, em 2001, o núme-
ro de associados é crescente, mas
é claro que nós queremos que seja
ainda maior”, afirma Clarice.
A fundação da Ajote já foi
umaconquistaparaosteatreiros
da cidade. A associação tem
como objetivo orientar os
grupos e trazer capacitações,
além de ser uma instituição
representativa da categoria
perante o poder público
e a população. O
principal objetivo,
segundo Clarice,
é democratizar o
acesso ao teatro
dentrodacidade.
“Muitas vezes a
gente vai se
apresentarevêmpessoascontar
que é a primeira vez que estão
indo ao teatro. Isso por um lado
é bom e por outro não, pois
demonstra o quanto esse tipo
de expressão artística ainda
deixa a desejar em divulgação
e difusão”, pondera.
Alguns grupos de teatro
participam de projetos cultu-
rais e recebem verba do go-
verno para difundir as apre-
sentações, mas, na maioria das
vezes, o valor que recebem não
é suficiente para deslocar pro-
fissionais e equipamentos ou
até mesmo alugar espaço para
fazer as apresentações. Isso faz
com que a população tenha que
pagar um valor simbólico para
assistir às peças. Esses recursos,
quase sempre, são destinados
para a manutenção das equi-
pes, compra de equipamentos,
maquiagem e figurino.
Uma das mais antigas com-
panhias de teatro profissional
de Joinville é a Dionisos Teatro.
O grupo tem seis integrantes e
é o mais conhecido na cidade.
Atuando desde 1997, a equipe
tem em seu repertório sete pe-
ças prontas para serem apre-
sentadas. Todos os integrantes
da companhia vivem exclusi-
vamente do teatro. Além de es-
tarem sempre prontos para se
apresentarem, tanto na cidade
natal quanto em outros locais, a
Dionisos trabalha também com
direção teatral de outros gru-
pos. A companhia oferece capa-
citação para a população que se
interessa por artes cênicas. Os
cursos custam R$ 60 mensais e
tem duração de seis meses. As
aulas são sempre aos domingos
à noite.
Um evento que marca o te-
atro em Joinville é a Mostra da
Associação Joinvilense de Te-
atro (Cena). Este ano, a Cena 7
contará com a participação de
16 grupos, que além de espetá-
culos vão fazer algumas inter-
Divulgação
5. culturaespecial
5
venções e oficinas. O evento terá
também a presença de grupos
de São Paulo, que trarão novida-
des sobre teatro. O objetivo do
encontro é reunir grupos joinvi-
lenses e o público para discutir
o teatro na cidade. A data ainda
não está definida, mas será no
mês de agosto e a população vai
poder assistir várias peças, além
de participar de encontros com
críticos renomado. Segundo
Clarice, os espetáculos serão em
palcos, ruas e espaços alternati-
vos. Os ingressos terão preços
populares e algumas apresenta-
ções serão gratuitas.
em Construção
Há aproximadamente dois
meses, a Prefeitura de Join-
ville apresentou um projeto
para a construção do Teatro
de Joinville. Com capacida-
de para mais de mil pessoas
e toda uma estrutura dedica-
da a grandes apresentações,
o espaço deve ser ocupado
também pela Escola do Teatro
Bolshoi em Joinville.
Atualmente, os melhores
locais para apresentações na
cidade são o Teatro do SESC,
com capacidade para apenas
150 pessoas, o Galpão da Ajote,
que está interditado por pro-
blemas na estrutura, e o Teatro
Juarez Machado, que não pode
ser usado quando há apresenta-
ções no Centreventos Cau Han-
sen, devido à proximidade.
A previsão é de que o novo
local comece a ser construído
em 2011. A estimativa é de
que sejam investidos R$ 18
milhões na conclusão do tea-
tro. Os repasses seriam feitos
pelo Governo do Estado, com
o custo de R$ 6 milhões, pelo
Ministério da Cultura, com
R$ 8 milhões, e o restante se-
ria da prefeitura.
O prédio contará com ele-
vadores de acesso, grandes
áreas para movimentação de
cenário e equipe de produção,
além de salas para ensaio, estú-
dios para orquestra, estúdio de
áudio e vídeo e um palco que
poderá receber uma orquestra
com até 60 músicos.
No sábado (22/5), o grupo Bytes e Parafusos apresentou a
peça “Depois da Montanha Azul”, na Sociesc. O grupo com-
pleta 15 anos em 2010. E para comemorar estarão em cartaz
todos os sábados, durante o mês de outubro, com a peça“A
megera domada”, de William Shakespeare.
Tatiana de Souza
Ter patrocínio
para divulgação é
o mais complicado.
Os grupos mal
conseguem se
manter
6. culturaespecial6
Dez dias de literatura
Bruna Borgheti
Natália Trentini
Depois de Joinville, che-
gou a hora de Jaraguá do Sul
dedicar dez dias inteiros às
criações literárias da região
e de todo o mundo. Entre
os dias dois e dez do mês de
julho, escritores nacionais
como Maurício de Souza e
Moacyr Sciliar vão estar na
Praça Ângelo Piazera, divi-
dindo o espaço com um ci-
nema 3D ecológico e mais de
vinte livros que serão lança-
dos na ocasião.
Em sua quarta edição,
a feira jaraguaense vai reu-
nir grandes editoras como
a “Top Livros” e a “Escala”,
além de apresentar novida-
des na estrutura e nas atra-
ções. Segundo o escritor e or-
ganizador do evento, Carlos
Henrique Schroeder, a inten-
ção é fazer uma feira voltada
para o leitor e com o perfil de
um festival – cuidando para
não entrar em conflito com
Joinville no que diz respeito
às presenças ilustres.
Além disso, a feira deste
ano terá mil metros quadra-
dos ao invés dos oitocentos
da edição passada. O cine-
ma 3D, que ficará anexo à
estrutura da festa, terá ca-
pacidade para 40 pessoas e
exibirá filmes que têm o ob-
jetivo de despertar a consci-
ência ecológica.
O público também deve
ser um pouco maior nesta
edição. Em 2009, estima-se
que mais de 50 mil pessoas
tenham comparecido à fei-
ra, com a venda de mais de
35 mil livros. Para este ano,
a expectativa é de um pú-
blico maior que 60 mil – nú-
mero que deve ser alcança-
do por causa das atrações,
que inclui uma biblioteca
móvel (estrutura bibliote-
cária montada dentro de
um ônibus).
Além de Maurício de
Souza, criador da “Tur-
ma da Mônica”, o músico
Humberto Gessinger par-
ticipa de um bate-papo
sobre o livro que escreveu
contando a história de sua
banda, Engenheiros do Ha-
waii. Nos outros dias, esta-
rão presentes os escritores
Laurentino Gomes, Moacyr
Scliar e Ricardo Corona.
Objetivos diferentes
Segundo o organizador da
feira jaraguaense, a intenção
de montar um evento diferen-
te do que acontece em Joinvil-
le vai ainda mais longe do que
as escolhas pelos escritores
para comparecer ao evento.
“Em Jaraguá do Sul a feira é
menor, tem uma energia boa e
um clima mais íntimo”, expli-
ca Schroeder.
Enquanto os jaraguaenses
focam a formação de novos
leitores – ou seja, as crianças
-, a Feira do Livro de Joinville
tratou da relação entre as áre-
as profissionais e a literatura,
sem esquecer-se da formação
dos professores. Entre os auto-
res, estiveram presentes os es-
critores Flávio Carneiro, Ruy
Castro, Regina Maria Braga,
Martha Medeiros e Galeno
Amorim, entre outros.
Feira do Livro de Jaraguá conta com novas atrações para atrair o público
O que Feira do
Livro 2010, em Jaraguá
do Sul
Quandode2a12de
julho
Onde Praça Ângelo
Piazera
Ingressos Entrada
franca, com exceção do
Cinema 3D (R$ 6,00 para
público em geral e R$
5,00 para estudantes).
Serviço
O cartunista Mauricio de Souza será uma das atrações da Feira do Livro que será realizada em Jaraguá
Divulgação
7. culturaespecial
7
Dr Pimenta participou da segunda etapa do Espaço Autoral. Projeto continua até outubro
Projeto da Amuj incentiva música própria de bandas joinvilenses
Jeferson Corrêa
De um cômodo aperta-
do para o palco do Mercado
Municipal de Joinville. Essa
foi a trajetória da banda Dr.
Pimenta, que participa do
projeto Espaço Autoral. O
vôo é baixo e curto, mas um
bom início para quem tem
a pretensão de fazer música
própria. Criado pela Asso-
ciação de Músicos de Join-
ville (Amuj), o projeto utili-
za verba pública para “criar
uma cena local”, como ex-
plica o vice-presidente da
entidade, Anderson Dres-
ch, também integrante da
banda Canela Brasil.
Tony Araújo, líder da
Dr. Pimenta, tocou, ouviu
e viu a música que saiu do
seu próprio coração se tor-
nar conhecida. Junto com
Chimba (baterista), Lucia-
no Caetano (guitarrista) e
Gabriel Vieira (baixista),
ele realizou o sonho no dia
sete de maio. “Foi a melhor
coisa da minha vida”, conta
Tony, ao explicar a emoção
de ser o quinto grupo a su-
bir no palco do Mercado.
Mas para um artista pouco
popular, executar música
autoral não é tarefa fácil.
Segundo o vocalista: “É
uma responsabilidade tocar
música própria”.
Anderson Dresch, in-
tegrante da Canela Brasil,
percebeu um “público re-
ceptivo”. A banda de Dres-
ch se apresentou no mes-
mo dia que a Dr. Pimenta.
Já Tony Araújo percebeu
algo mais na plateia. “As
pessoas batiam palmas e
também ficavam extasiadas
por ouvirem música nova”,
explica. Otimista, o músico
ainda arrisca: “Acho que o
público não esperavam ou-
vir algo tão bom”. Ele já
compôs mais de 60 canções,
no estilo “musica brasilei-
ra”, vinte delas já ensaiadas
pela banda.
A Amuj abriu uma se-
leção para quem desejava
se apresentar. Um dos pré-
requisitos era ser membro
da Associação, que atual-
mente possui 400 sócios,
incluindo vocalistas, ins-
trumentistas e professores
de música. Trinta e dois
grupos foram selecionados
e alguns já se apresentaram
em abril e maio. O palco
continua a receber os músi-
cos até a última semana de
outubro. O projeto Espa-
ço Autoral é, além de uma
tentativa de dar chance aos
músicos, uma forma de re-
compensar quem se esforça
na função: cada grupo que
sobe ao palco recebe R$
700,00 de cachê. Os shows
acontecem nas sextas-feiras
e começam às 21h. A entra-
da é gratuita.
Espaço autoral
Divulgação
Programação do
“Espaço Autoral”
4 de junho: Mari Rebelo e
Ana Paula Silva
>>
25 de junho: Som Demais,
Samuel Morais e El Kabong
>>
9 de julho: Eólicos e Sexy
Pearl
>>
23 de julho: Fabio Kbelo e
Sultana
>>
6 de agosto: Fevereiro da
Silva e Blasé
>>
27 de agosto: Sit Lux e Anjo
Infante
>>
10 de setembro: carbonarantes e
CulturaMonstro>>
24 de setembro: Vacine e
Dose do Dia
>>
8 de outubro: Fundo do Baú
e Osvaldo Júnior
>>
29 de outubro: Mello Band>>
15 de outubro: 5° Elemento
e Alva
>>
8. culturaespecial
8
Mestredo“humordecaralimpa”
Carlos Marciano
Estudante, escritor e humorista.
Não necessariamente nessa ordem
pois ela varia de acordo com a acei-
tação do público. Devido a maioria
das pessoas ficar desconfiada quan-
do diz que é escritor, ele prefere se
apresentar como estudante. Porém,
é nos palcos com o Stand Up (“hu-
mor de cara limpa”) que Bruno Vi-
nícius Pinheiro, 22 anos, ganha cada
vez mais reconhecimento.
Sempre gostou de falar em
público e foi no grupo de jovens
da comunidade evangélica Siloé,
onde fazia a abertura dos encon-
tros de forma descontraída, que
recebeu os primeiros incentivos.
Sua primeira apresentação
nos palcos aconteceu por acaso, há
três anos, durante o EPPA (Encon-
tro de Publicidade e Propaganda
Acadêmico), no auditório lotado
da Univille. Foi convidado a par-
ticipar do evento por um amigo
estudante de publicidade, sobre o
argumento de que poderia mostrar
seu trabalho quando o humorista
que estivesse no palco chamasse
alguém da platéia. Ficou na expec-
tativa, no entanto, o comediante
não chamou ninguém. Graças a
uma falha técnica, Bruno teve sua
oportunidade. “Fiquei triste por
não ser chamado, mas logo depois
o som não funcionava quando o
palestrante seguinte ia falar. Ele
perguntou se alguém do público
tinha algo a dizer, enquanto ar-
rumavam o aparelho, na mesma
hora me levantei e fui para o pal-
co”, conta. Durante sua apresen-
tação o tema escolhido foi “emo
negão”, o qual retratava o porque
de não existir emos negros. “Foi
o episódio que mais me marcou,
principalmente pelo retorno do
público”, lembra.
Bruno conheceu o Stand Up
quando assistiu um vídeo na inter-
net do humorista americano Chris
Rock (o qual tem a sua infância e
adolescência retratada no seriado
“Everybody Hates Chris” - Todo
mundo odeia o Chris), e desde en-
tão, se inspira no ator para fazer
suas performances. Gosta dos tra-
balhos americanos, porque satiri-
zam o problema e propõe soluções.
Um exemplo é uma apresentação
do próprio Chris Rock em que o
humorista trata o problema do au-
mento da violência, entretanto, su-
gere como solução não a proibição
da venda de armas, mas o superfa-
turamento das munições.
Considera o Stand Up uma
prática ainda desconhecida em
Santa Catarina, ao contrário de São
Paulo e do Rio de Janeiro. Para ele,
o segredo do “humor de cara lim-
pa” é quebrar o raciocínio lógico e
ao mesmo tempo fazer as pessoas
pensarem sobre o que é passado
nos palcos. “É preciso ter censo
crítico e humor”, ressalta.
Dentre os trabalhos de Bruno
estão a abertura do show gospel
de Adhemar de Campos, do Dj
KL Jay (Racionais) e o evento de
50 anos da Eldorado Propagan-
da, na V12 Louge.
o lado escritor
Arenda de Bruno vem dos tra-
balhos de humorista e da ajuda da
mãe, no entanto, sua paixão mes-
mo é pelas crônicas. Tudo começou
durante a aula de matemática no
curso pré-vestibular. “A aula estava
chata, então, comecei a passar mi-
nhas ideias para o papel. Mostrei o
texto aos meus amigos e eles disse-
ram que estava uma droga, e estava
mesmo. Não era bem uma crônica
mas a partir desse dia comecei a es-
tudar o estilo de texto”, explica.
Tentou trabalhar como ope-
rador de telemarketing, porém,
para o desagrado da mãe saiu no
meio do trabalho quando perce-
beu que queria mesmo é escre-
ver. Fez seis meses de Letras na
Univille e deixou o curso. “Não
quero dar aula, gosto de escre-
ver e fazer os outros refletirem
sobre o que escrevo. Vejo no jor-
nalismo um caminho para isso”,
opina o calouro de jornalismo
do Bom Jesus Ielusc.
Sua inspiração é o escritor
Mário Prata, pois se identifica
na simplicidade com que este es-
creve os textos, “parece que está
conversando com
o leitor”. Além de
manter o blog (http://
daumalidaa.blogspot.
com) no qual publica os
textos, Bruno escreve
na coluna de humor da
Revista Unit, e coman-
da um programa sobre
espiritualidade
cristã, toda
sexta feira à
meia noite,
na rádio 107,5
FM, Joinville.
Para ele,
um bom cro-
nista deve,
acima de
q u a l q u e r
coisa, ler
e escrever
muito, além
de tratar os fa-
tos escritos de
maneira pecu-
liar. Sua rotina
é acordar cedo,
tomar banho,
café e logo de-
pois sentar-se
em frente ao
c o m p u t a d o r
para escrever.
Hoje a família já aceita, mas no
começo o viam como vagabun-
do por passar quase todo o dia
escrevendo ao invés de procurar
emprego. “Embora trabalhe em
casa, não gosto de ficar de pija-
ma e chinelão. Coloco um tênis,
uma roupa mais for-
mal e vou para o PC,
me sinto como uma
pessoa num escritó-
rio”, brinca.
Como projeto no
campo da literatura,
irá lançar em agosto
o livro “Gente na ja-
nelinha do banheiro”. Uma sele-
ção de 50 crônicas, inclusive a que
dá título ao exemplar. Seja como
escritor ou humorista, Bruno pro-
cura sempre melhorar. “Ainda
sou amador, estou no começo. É
tempo de plantar agora para co-
lher no futuro”, acredita.
Perfil
“Ainda sou amador,
estou no começo.
Mas é tempo de
plantar agora para
colher no futuro”
Divulgação