Quem vai ao teatro em Porto Alegre

PROJETO
ABDUZIDOS
Contato Imediato de
1º grau: quem é o
público de teatro de
Porto Alegre?

PROJETO ABDUZIDOS PÁGINA 02
SOBRE 03
QUEM FEZ 03
AGRADECER, SEMPRE 03
MOTIVAÇÕES 04
A PESQUISA 05
OS ESPETÁCULOS 06
RESULTADOS 09
CIDADE/BAIRRO 09
IDADE 11
ESCOLARIDADE 11
PROFISSÃO 12
DIVULGAÇÃO 13
MOTIVAÇÃO PARA O TEATRO 14
ATIVIDADES CULTURAIS 15
FREQUÊNCIA 20
LAZER 21
MOTIVAÇÃO PARA ATIVIDADES CULTURAIS EM GERAL 21
REFLEXÕES 24
A QUE PONTO CHEGAMOS 25
AMANHÃ HÁ DE SER OUTRO DIA 25
SOBRE A GENTE 26
NOSSOS CONTATOS 27

Projeto Abduzidos é uma pesquisa presencial sobre o perfil do público de
espetáculos locais de teatro na cidade de Porto Alegre.
Iniciamos a pesquisa com espetáculos que tinham apresentações previstas para
os meses de setembro, outubro e novembro de 2016 na cidade de Porto Alegre.
Buscando saber quem é que vai aos espetáculos locais aqui na cidade - conhecer
e identificar o perfil deste público - foram entrevistadas 144 pessoas de maneira
presencial, na fila de espera dos espetáculos locais previamente selecionados e
com autorização da produção dos mesmos.
Essa pesquisa é livre de embasamento teórico, uma vez que o objetivo é o
resultado das respostas e que cada leitor e leitora, produtor e produtora cultural,
faça seu próprio material teórico, se assim achar necessário, através desses
resultados.
À Kemi Oshiro por sua generosidade e companheirismo.
À Tiago Labes Maier por aceitar criar nosso ET.
À Vika Schabbach por permitir que fizéssemos as entrevistas também nas filas
dos espetáculos da programação do Festival Porto Alegre Em Cena.
Aos colegas produtores dos espetáculos que participaram da pesquisa, que nos
apoiaram e nos incentivaram na realização desse material.
Aos colegas artistas de Porto Alegre que não desistem, mesmo diante de tantas
adversidades, e que resistem através da arte e da cultura.
E um profundo e sincero agradecimento ao público, que nos enchem de
esperança a cada novo encontro no teatro.
SOBRE
QUEM FEZ
Essa pesquisa presencial foi desenvolvida e
realizada por Debi Mayer e Douglas Oliveira.
Também abduzimos a Kemi Oshiro que foi a campo
pesquisar conosco e Tiago Labes Maier que criou a
logo do projeto.
AGRADECER, SEMPRE
PROJETO ABDUZIDOS
Contato imediato de 1º grau:
Quem é o público de teatro de Porto Alegre?

Será que não foi feita a divulgação
correta?
Quais estratégias estão sendo utilizadas
para que o público saiba que estes
espetáculos estão acontecendo?
Somos artistas e consumidores da arte
local, e isso nos faz querer buscar
algumas respostas, não somente para
nós mas para dividir também com toda a
comunidade artística da cidade.
Essa pesquisa visa contribuir para a
formulação de estratégias de divulgação,
embasando para possíveis ações de
formação de público e plateia, assim
como também fomentar programas e
políticas culturais.
Inicialmente nosso objetivo era entrevistar também o público de espetáculos de
dança, mas com o passar do tempo percebemos que não seria viável “abraçar” todos
os espetáculos que gostaríamos.
Fizemos entrevistas com o público de dois espetáculos de dança: Verde (IN)tenso e
Abobrinhas Recheadas. Mesmo sendo espetáculos de dança, resolvemos manter os
resultados também dessas entrevistas por acreditarmos que o objetivo final não foi
comprometido.
A pesquisa foi realizada no final de 2016 e está sendo divulgada com mais de 3 anos
após a coleta de dados, pois se trata de uma pesquisa independente e sem nenhum
apoio financeiro.
Mesmo após tanto tempo da realização da pesquisa, acreditamos que os resultados
ainda são relevantes e pertinentes.
Por muito tempo ficamos questionando o
motivo de salas de teatro com
espetáculos locais estarem com tão
pouco público presente, um público
muito fiel, que acompanha a cena, diga-
se de passagem.
Mas porque não temos mais pessoas
assistindo e acompanhando o teatro
local? Não é por falta de programação
cultural. Ótimos espetáculos são
apresentados.
Rotineiramente ouvimos produtores e
diretores da cena local se queixando do
baixo número de espectadores.
M O T I V A Ç Õ E S
O que nos levou a desenvolver e realizar essa pesquisa.

144
14
2016
ESPETÁCULOS
PESSOAS
ENTREVISTADAS
ANO DE
REALIZAÇÃO
A
PESQUISA

OS
ESPETÁCULOS
Data: 03/09/2016
Horário: 19h
Local: Teatro do Museu do Trabalho
Valor do ingresso – inteira: Gratuito
com doação de 1kg de
alimento
Número de entrevistados: 19
Festival Porto Alegre Em Cena: não
Observações: tempo chuvoso e frio.
Data: 08/09/2016
Horário: 20h
Local: Estacionamento do Teatro de
Câmara Tulio Piva
– distribuição de senhas
Observações: tempo bom e frio.
Data: 15/09/2016
Horário: 19h
Local: Sala Álvaro Moreyra
Valor do ingresso – inteira: R$ 30,00
(e pacotes de 4 espetáculo
por R$ 50,00)
Festival Porto Alegre Em Cena: sim
Observações: tempo bom.
Data: 15/09/2016
Horário: 21h
Local: Teatro CHC Santa Casa
(e pacotes de 4 espetáculos
por R$ 50,00)
Observações: tempo bom
ÓPERA ROCK
CAPITÃO RODRIGO – A
SAGA DE UM HOMEM
COMUM
MOVIMENTOS SOBRE
RODAS PARADAS
O MAL ENTENDIDO DONA FLOR E SEUS
DOIS MARIDOS

Data: 17/09/2016
Horário: 19h
por R$ 50,00)
Data: 18/09/2016
Horário: 21h
Local: Teatro Renascença
por R$ 50,00)
Data: 21/09/2016
Horário: 19h
Local: Cabaret! POA
por R$ 50,00)
Data: 22/09/2016
Horário: 18h
Local: Teatro Bruno Kieffer
por R$ 50,00)
CASAL PALAVRAKIS
Data: 18/09/2016
Horário: 19h
Local: Travessa dos Cataventos
DANÇA DO TEMPO
VERDE (IN)TENSO MOSCAS
ABOBRINHAS
RECHEADAS
Data: 09/10/2016
Horário: 20h
Observações: tempo bom e quente.
O FEIO

Data: 22/10/2016
Horário: 11h
Local: Auditório Barbosa Lessa
Observações: sábado de manhã.
Data: 03/11/2016
Horário: 20h
Local: Sala Carlos Carvalho
Data: 09/11/2016
Horário: 20h
Local: Teatro Renascença
Observações: tempo bom e
chuvoso.
Data: 22/10/2016
Horário: 20h
ANDARILHO ENFIM SÓS
VALDORF O MÉTODO ARBEUQ

Foram entrevistadas 144 pessoas de maneira presencial enquanto
aguardavam o início de 14 espetáculos locais, nos meses de setembro,
outubro e novembro de 2016.
Entre os espetáculos dessa pesquisa, encontram-se produções
independentes e também produções dentro da programação do
Festival Porto Alegre em Cena 2016.
49%
moradores da
região central de
Porto Alegre
RESULTADOS
CIDADE/BAIRRO – ONDE VOCÊ MORA?
Do total dos entrevistados, 49% são moradores da região central de
Porto Alegre.
As demais regiões norte, sul e leste, assim como moradores de outras
cidades apresentaram percentual bem equilibrado entre eles.

Da região central, o bairro com o
maior número de entrevistados é o
Bom Fim com 15% seguido do Centro
e Floresta com 13% e 12%
respectivamente.
15%
BOM FIM
AINDA SOBRE CIDADE E BAIRRO ONDE MORA
E de outras cidades temos 15 pessoas,
sendo 3 pessoas de Viamão e 3
pessoas de São Paulo assistindo
espetáculo locais durante o período
dessa pesquisa.
DE OUTRAS
CIDADES
10%

Quase 20% dos entrevistados tem entre 31 e
35 anos, seguido de pessoas entre 26 e 30
anos e entre 41 e 45 anos com 13% cada uma
dessas faixas etárias.
IDADE
ESCOLARIDADEO grau de escolaridade do
público de teatro local é alto,
mais de 60% dos
entrevistados tem acima do
ensino superior completo. Se
incluirmos as pessoas que
ainda estão cursando a
graduação (8%) esse
percentual sobe para 70%.
QUAL SUA IDADE?
QUAL SEU GRAU DE ESCOLARIDADE?

22%ARTISTAS
Se observarmos todas as profissões
artísticas citadas, ou as profissões
vinculadas à cultura.
Nessa soma estão as seguintes profissões:
atriz/ator, música/músico, artista,
produtora/produtor cultural, agente de
cultura, artesão, cenógrafa/cenógrafo,
diretora/diretor de criação,
diretora/diretor de teatro,
iluminadora/iluminador, sendo possível
esse percentual ser ainda maior.
PROFISSÃO
Nesta questão, o entrevistado
poderia informar mais de uma
profissão, então temos 153 profissões
para 144 entrevistados. Dessas 153
citadas, 21 pessoas são professores,
com 13,73%, seguido de ator/atriz
com 11,76% (18 pessoas) e estudante
com 17 pessoas (11,11%).
Qual sua profissão?

DIVULGAÇÃO
Dentre as opções apresentadas para os
entrevistados de como as pessoas ficaram sabendo
do espetáculo, a opção boca a boca teve o maior
percentual (33%), seguido de posts no Facebook
(20%).
33%boca a boca
COMO VOCÊ FICOU SABENDO DESTE ESPETÁCULO?
É importante observar que, como algumas
entrevistas foram realizadas dentro do
Festival Porto Alegre Em Cena, essas
respostas podem dizer mais em relação a
divulgação do Festival que dos próprios
grupos locais em si. É o caso das 24 pessoas
que ficaram sabendo do espetáculo através da
Programação do Festival e das 2 pessoas que
estavam trabalhando como júri Braskem,
assim como também 1 pessoa que ficou
sabendo através do pacote promocional do
Festival que ocorreu naquela edição.
Mas foram outras opções, que estavam fora do
questionário, que foram as mais citadas entre os
entrevistados.

O grupo de teatro/dança foi o maior
motivador (27%) dentre as opções
apresentadas, mas outros fatores diversos
(66%) foram os maiores
responsáveis pela
presença desses
entrevistados nos
espetáculos.
25 VÃO AO TEATRO POR INDICAÇÃO
Dentre as opções livremente citadas pelos entrevistados 25 pessoas foram
motivadas à assistir o espetáculo em questão por conta da indicação de outras
pessoas, seguido de 19 pessoas que se interessaram pelo tema.
19VÃO AO TEATRO PELO TEMA DO ESPETÁCULO
MOTIVAÇÃO
O que te fez vir a este espetáculo?

Para os entrevistados que responderam SIM, que acham que há carência de atividades
culturais na cidade, 18 pessoas citaram que mesmo havendo poucas atividades culturais na
cidade, há também pouca divulgação e 11 pessoas citaram a falta de apoio e investimento de
políticas culturais públicas como fator responsável para essa carência.*
50%
acreditam que sim, há
carência de atividades
culturais na cidade.
ATIVIDADES CULTURAISVocê acha que há carências de atividades culturais na cidade?
*opiniões e comentários espontâneos

AINDA SOBRE ATIVIDADES CULTURAIS
Sobre essa questão, foi perguntado para os entrevistados se eles gostariam de
acrescentar alguma observação em relação a sua resposta. Como o tempo da
pesquisa era curto, os pesquisadores conseguiram apenas anotar algumas
palavras e frases, mas que podem nos auxiliar a identificar algumas questões
pertinentes a opinião dos entrevistados:
SOBRE FALTA DE DIVULGAÇÃO
- A divulgação também deve ser descentralizada.
- Falta marketing. As pessoas não estão sendo atingidas.
- Tenho dificuldades para encontrar a programação das peças de teatro.
- Poderiam existir novos ambientes
descentralizados – zona norte.
SOBRE FALTA DE ESPAÇO
- Espaços culturais não oferecem
infraestrutura adequada.
- Vivemos num caos!
SOBRE FALTA DE INCENTIVO
- Não é incentivado a produção de
conteúdo
- A cidade tem estrutura para
receber eventos maiores.
- Faltam shows públicos, como
existiam no Araújo Viana
antigamente.
- Há cortes de verbas. Falta o
governo investir.
- As associações de moradores se
mobilizam na praça para haver
mais
atividades culturais.
- Falta acessibilidade financeira
GERAL
- Sugiro debates após as apresentações.
- Tem piorado nos últimos anos.
- Faltam atividades culturais no nível de qualidade do Festival
SOBRE FALTA DE SEGURANÇA
SOBRE DESCENTRALIZAÇÃO
OBSERVAÇÕES DE QUEM ACREDITA QUE SIM,
HÁ CARÊNCIA DE ATIVIDADES CULTURAIS NA CIDADE.*

MAIS UM POUCO SOBRE
ATIVIDADES CULTURAIS
Para as pessoas que responderam que NÃO há carência de atividades
culturais na cidade, diversas foram as observações citadas.*
FALTA DIVULGAÇÃO
Frase repetida por muitos entrevistados

- Fico sabendo depois.
- Fico sabendo porque tenho contato com a classe artística, só por isso.
- Falta divulgar fora das redes sociais. Fico triste quando tem pouca
gente. Também é necessário procurar outros públicos, parece que são
sempre os mesmos assistindo. É preciso fazer uma divulgação
massiva.
- Podem existir canais especiais de divulgação.
- Falta um local centralizado de divulgação para saber tudo que
acontece naquele dia.
- Há uma dificuldade enquanto artista para divulgação em mídias
pagas ou grandes veículos de imprensa.
- Faltam estímulos para o público.
- Preciso ir atrás para descobrir.
- Falta lugar específico para divulgação de teatro. Por exemplo: O
Theatro São Pedro tá sempre com ingressos esgotados.
Também foi possível anotar algumas palavras e frases pertinentes de
quem acredita que NÃO há carência de atividades culturais na cidade.*
FALTA DIVULGAÇÃO
- As pessoas não querem sair de casa
- O público é negligente.
- São mal aproveitadas pelo público.
- As pessoas não sabem procurar.
- As pessoas não vão por medo.
- As pessoas tem preguiça de procurar.
- Falta articulação.
- Falta a cultura de assistir e não oferta.
- É uma questão cultural. Temos muitas opções de atividades na cidade.
- Público de teatro é fiel e fechado. Muda só de acordo com a faixa
etária.
FALTA PÚBLICO

FALTA ESPAÇO
- Teatros fechados (entrevista realizada no pátio do Teatro de
Câmara que já estava fechado na época)
FALTA SEGURANÇA
- A violência e a extrema insegurança afastam o público.
- Tenho medo de me deslocar para uma atividade cultural por
conta da falta de segurança.
FALTA DESCENTRALIZAÇÃO
- Há carência fora dos centros.
- Zona norte nunca tem nada.
- Falta levar teatro para a periferia, mas não pode-se esquecer
que a periferia também tem produção cultural própria.
FORMAÇÃO DE PLATEIA
- É necessário haver uma educação para o público de arte. Para
consumirem arte.
- Quanto mais atividades culturais, melhor para criarmos o
público de teatro. Ter mais convites circulando.
FALTA CONTEÚDO E CRIATIVIDADE
- Acho besteirol uma perda de tempo. Eu sou do tipo de pessoa
que se não gosto, me levanto e saio.
- Quero mais clássicos. Estou cansado de sempre falarem de
ditadura.
- Falta oferecerem filé. Osso o tempo todo acostuma.
Sobre os opiniões e comentários espontâneos, os pesquisadores apenas perguntaram
se as pessoas entrevistadas tinham alguma observação a fazer em relação a sua
própria resposta, não disponibilizando nenhum dos temas abordados pelos
entrevistados. Essas observações apresentadas são orgânicas e dizem respeito as
crenças e opiniões apenas dos entrevistados.

V O C Ê J Á A S S I S T I U
A A L G U M O U T R O
E S P E T Á C U L O D O
G R U P O ?
FREQUÊNCIACom que frequência você assiste a espetáculos de teatro?
A opção “sempre” não estava entre as opções de resposta, mas foi citada por
uma pessoa que trabalha com teatro e que respondeu que assiste teatro
praticamente todos os dias, considerando também os ensaios.
22%
esporadicamente
V O C Ê C O N H E C E
A L G U É M D A
E Q U I P E A R T Í S T I C A
D E S T E
E S P E T Á C U L O ?
58%
não conhecem ninguém da equipe
artística do espetáculo
nunca assistiram nenhum
outro trabalho do grupo
69%
FÃ DO ARTISTA

Essa questão teve múltiplas respostas sendo possível os
entrevistados responderem quantas opções de lazer desejassem.
Ler livros foi a opção de lazer lembrada, sendo respondida por 62
pessoas, seguido de cinema que foi respondido por 59 pessoas e
filme em casa por 45 pessoas.
Ir a espetáculo de teatro e dança como opção de lazer foi
respondido por 41 pessoas.
LAZERO que você gosta de fazer nas horas de lazer?

buscar novos
conhecimentos
Gosta de arte e
cultura
MOTIVAÇÃO PARA
ATIVIDADES CULTURAIS EM
GERAL
O que te motiva a sair para uma atividade cultural?
socializar
curiosidade
entretenimento

MOTIVAÇÃO PARA
ATIVIDADES CULTURAIS EM
GERAL
O que te motiva a sair para uma atividade cultural?

REFLEXÕES
Terceiro sinal, frio na barriga.
Quem estará na plateia?
Temos público?
Vai começar.
MERDAAAA!
Entro em cena, a visão ainda embaçada tenta se acostumar com as nuances de luz em meio à
escuridão, vejo cada uma das pessoas que estão ali presentes, seus olhares curiosos,
interessados, dispostos a ver, ouvir, sentir. Aos poucos começo a senti-los também.
O público está aqui. ...
Por muitas e muitas vezes nos perguntamos ONDE ESTÁ , quando na verdade acreditamos que a
pergunta certa é: QUEM É o nosso público?
Essas pessoas que vão ao teatro leem a sinopse, ficha técnica, conhecem o nosso processo
criativo... Mas e o quanto nós artistas sabemos sobre cada uma delas? Por exemplo, se
perguntássemos agora, você saberia responder se vieram direto do trabalho ou saíram de seus
lares, se fizeram o trajeto em segurança, se conseguiram se alimentar antes de entrar no teatro?
Ou então mais simples do que isso, de que cidade elas são? Sim, vem gente de outras cidades nos
assistir.
Pois foi pensando nisso que fizemos essa pesquisa onde algumas repostas nos surpreenderam
demais. Queremos compartilhar nossas considerações e reflexões, dentre tantas possíveis a se
fazer a partir dessas descobertas.

A QUE PONTO CHEGAMOS!
Iniciamos o projeto com a convicção de que o público de teatro de Porto Alegre é
majoritariamente composto por artistas. Acreditávamos nesse discurso.
Agora sabemos que apenas 22% do público de teatro é formado por artistas e/ou trabalhadores
da arte e ficamos surpresos em saber que há pessoas das mais diversas profissões, áreas e
interesses, querendo ver teatro em nossa cidade.
Ainda dentro dessa mesma lógica, mais da metade dos entrevistados não conheciam nenhum
dos artistas e nem o grupo de teatro do espetáculo que iam assistir.
E vejam só. Quem diria que o boca a boca, aquele famoso: "divulguem para seus amigos e
inimigos, nos ajudem", no final dos espetáculos continuaria tão eficaz? O que nos deixa com a
pulga atrás da orelha é que na divulgação boca a boca não temos controle, não sabemos quando
e em qual situação ela tem efeito. Muita coisa mudou de 2016 pra cá, mas igual queremos chamar
a atenção para a importância dessa ferramenta tão econômica e eficiente: "espalha pra todo
mundo que a gente tá em cartaz".
Interessante observar também que quase 50% dos entrevistados são da região central de Porto
Alegre. Daí perguntamos: as pessoas que moram nessa região são as que mais consomem teatro
ou temos uma presença menor de pessoas de outras regiões pelo fato de uma descentralização
cultural ineficiente?
E por fim, dentre tantos pontos que nos surpreenderam, queremos fazer uma reflexão sobre o
alto grau de escolaridade das pessoas que frequentam os teatros da cidade. O fato de que mais
de 60% dos entrevistados possuem acima do superior completo não pode ser ignorado.
Por isso, para quem aceitar a provocação, convidamos para fazer uma análise mais profunda
quando tentamos responder a pergunta: quem é o público de teatro de Porto Alegre?
Muitos outros pontos e considerações podem e devem ser levantados a partir dessa pesquisa,
desejamos que cada colega artista possa fazer sua própria análise e ficaremos felizes se
compartilharem conosco seus pontos de vista.
Estamos vivenciando um período difícil, não sabemos como serão as coisas após a pandemia do
covid-19, e essa pesquisa já não é recente. Com tantas incertezas que temos pelo caminho,
sugerimos refazê-la em momento oportuno.
Ao nosso querido público, agradecemos por estarem sempre presentes, o fazer teatral só
acontece através dessa interação artista/espectador. Que bom tê-los conosco!
E que muito em breve, possamos nos encontrar nos teatros da cidade.
AMANHÃ HÁ DE SER OUTRO DIA!

SOBRE A GENTE
DEBI MAYER
Debi Mayer é atriz, produtora cultural, administradora por
formação e multipotencial. Já fez muitas coisas legais e ainda
existe um tantão de possibilidade que deseja e tem vontade de
fazer. Atua, dança, produz, borda, costura, faz adereços,
figurinos e cenários. Criativa, está em constante
transformação. De tanto tentar entender porque espetáculos
incríveis estão sendo vistos por um pequeno número de
pessoas, foi pra ação junto com Douglas Oliveira, idealizando e
realizando esse projeto de pesquisa.
DOUGLAS OLIVEIRA
KEMI OSHIRO
TIAGO MAIER LABES
Douglas Oliveira é ator com experiência em teatro, TV e
cinema. Além de atuar também desempenha outras funções,
como: cenógrafo, cenotécnico, contrarregra, aderecista,
eletricista, produtor e videomaker. É um apaixonado por toda
parte técnica do "fazer artístico", gosta de ser instigado, de
fazer e de resolver, e como não se aguenta de curiosidade em
saber como funciona isso ou aquilo, aceitou a provocação
quando foi questionado: Quem é o público de teatro de Porto
Alegre?
Jornalista, formada pela PUCRS, e Tradutora e Intérprete de
Libras, formada pela UFRGS. Cinéfila inveterada, atriz nas
horas vagas, gosto de correr e de escutar Ramones. Sou
viciada em brigadeiro, mas, acima de tudo, viajar. Porque sei
que no mundo ainda existem muitos lugares a serem vistos e
transformados. Sempre tive o teatro me acompanhando desde
a adolescência e poder contribuir com um projeto como o
Abduzidos me faz acreditar ainda mais que o teatro é a arte do
coletivo e que juntos podemos fazer melhor.
Tiago Labes é diretor de arte e designer. Amante das artes
como diversas formas de expressão cultural, foi abduzido pela
Debi e pelo Doug para criar o logo e a estampa das camisetas
do Projeto Abduzidos.

Direitos reservados aos autores e não pode ser comercializado.
Sinta-se livre para reproduzir e distribuir esse material, desde que sem fins lucrativos e atribuindo o créditp à
*Projeto Abduzidos por Debi Mayer e Douglas Oliveira*.
Debi Mayer Douglas Oliveira
P R O J E T O A B D U Z I D O SP R O J E T O A B D U Z I D O S
COMO FAZER CONTATOCOMO FAZER CONTATO
Fotos de Debi Mayer e Douglas Oliveira.
Diagramação Debi Mayer.
debeecria@gmail.com
@debi.mayer
atordouglasoliveira@gmail.com
@umator_douglasoliveira

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