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Autor: José Reinaldo de Melo Paes – médico
Fone: 082-3338-7692
Celular: 082-9321-0782
Maceió – Alagoas
Dr. Sérgio Pitaki,
Nero, antigo Imperador Romano, tinha como diversão ver os leões devorarem os
cristãos.
Certa vez, quando as feras famintas partiram para atacar um pobre coitado, eis
que, num último esforço, o condenado conseguiu dizer alguma coisa. Os leões
pararam, entreolharam-se, deram meia volta e foram embora.
Nero ficou surpreso e curioso e mandou chamar o cristão. “O que foi que
aconteceu? O que foi que você disse para os leões?”
Tremendo de medo, o pobre homem respondeu: “Nada não, eu não disse nada”.
Nero furioso, gritou: “Diga logo o que foi que você falou! Dependendo, eu posso
até retirar sua pena de morte”.
Aí, o coitado, gaguejando, respondeu: “Eu só disse assim para os leões: Tá bem!
Podem me devorar, podem me comer, mas depois do banquete vai haver
discurso!”
Moral da história: Até os leões preferem passar fome a ter de ouvir discursos.
Sabendo que o nosso ilustre visitante, Dr. Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki vem
de tão longa viagem, que este poeta poupá-lo do discurso.
Pensei então em fazer a saudação de improviso. Afinal, passei a vida fazendo
repente. Mas me veio uma preocupação:
É bem verdade que
No reino da cantoria,
O improviso leva crença,
Mas basta um leve descuido
E começa a desavença,
O verso, às vezes, não sai
Do jeito que a gente pensa.
Outra coisa. Já não sou no repente como era antes:
O que fiz não faço mais
E o que já fiz é passado.
Deixe o passado de lado,
Deixe o passado atrás.
Se um dia eu fui um ás
Hoje sou derradeiro.
O meu repente é certeiro,
Mas me falta inspiração
No circo da ilusão
Dei adeus ao picadeiro.
Assim Dr. Sérgio, posso lhe dizer
Que já fiz muito repente,
Hoje não faço mais não...
Assim, Dr. Sérgio, seja paciente
Que não lhe posso atender
Olhe que situação a minha:
Já não prometo que faço
Aí eu pensei: E o que posso fazer para saudar tão ilustre visitante?
Lembrei-me que ele é do Paraná, terra de trovadores e que eu tenho
Uma plantaçãoo grande de trovas, todas de minha autoria. Não tive
Dúvida: peguei um balaio e botei um bocado delas e trouxe para cá
Para homenageá-lo.
Pelo menos não haverá discurso.
A trova não é discurso
Onde se fala demais
A trova usa um bom recurso:
Quem diz pouco, diz bem mais.
A trova como defino,
É resumir ao dizer.
Dizer tudo que imagino
Ao pouco que se vai ler.
É mesmo surpreendente
O Resumo de uma trova.
Em quatro linhas somente,
Tudo diz e o mundo aprova.
É bom lembrar que todo trovador é poeta,
Mas nem todo poeta é trovador...
Gostaria também de dizer que:
A força da poesia
Emana ao ser declamada.
Todo poeta deveria
Sabe-la bem decorada.
Declamar um poema é libertar as rimas, as métricas e as emoções
Que nele estavam contidas.
É retirar do papel palavras que jaziam inertes...
É dar vida à poesia.
Mas vamos às trovas
Comecemos pelas trovas brincantes, depois para a líricas e filosóficas:
Desfeita toda esperança
Do prazer inda alcançar,
O velho gasta a poupançaa
Para o viagra comprar.
O homem que na mocidade
Deixa escapar o prazer,
Quando está com muita idade
Quer, mas já não pode ter.
Não se lê no evangelho,
Mas tá na boca do povo:
O cavado quando é velho,
Só gosta de capim novo.
Virgindade hoje é tão rara
Que virou até leilão.
Como é bôô, a “coisa” é cara,
E o lance é mais de um milhão.
O quarto guarda segredo
Das nossas doces loucuras.
Mas da cama tenho medo
Que ela conte as travessuras.
Mais gostoso era no quarto,
Mas na sala mais prudente.
No quarto, o risco do parto
Era um risco iminente.
Trova matuta:
Qui coisa mais ingraçada
Aconteci com a gente...
Na cama, com minha amada,
Nós geme sem tá duente!
Vamos passar para as líricas e filosóficas:
A virtude de fazer,
Grande verdade contém:
Só quem faz por merecer,
Merece ter o que tem.
Quem passa a vida no jogo
E no jogo é azarado,
Quer ver o mar pegar foco
Pra comer o peixe assado.
Aprendi em meu caminho
Que a mais triste solidão
É de quem está sozinho
No meio da multidão.
Sendo a vida a maior graça
Que do bom Deus recebemos,
Ergamos a nossa taça
Enquanto vida nós temos.
Sinto sempre uma tristeza
Quando o fim da tarde vem.
Acho que até a natureza
Sente tristeza também.
Eu sou muito devagar,
A ninguém nego este fato.
Quando piso num lugar
Morre até um pé de mato.
Se você quer ser feliz
E na vida ter prazer,
Ouça um provérbio que diz:
Nunca faça alguém sofrer.
A mentira escreve enredo
Que se Lê à flor da pele.
A alma não tem segredo
Que o tempo não revele.
Há uma imbecilidade
Que me irrita nessa vida:
É ver tanta vaidade
Em glória não merecida.
O tempo é impiedoso
Em sua marcha fatal:
Destrói o rosto formoso,
Mudando-lhe o visual.
Há coisas que não se entende
E causa grande revolta:
A polícia vai e prende,
A justiça vai e solta.
Não pense que sou otário
Pra perdoar meliante:
Se não houvesse usuário,
Não haveria traficante.
À vezes, quando se pensa
Que tudo já terminou,
Vem a sorte e recompensa
E nos dá mais que levou.
Quem muito fofova tece
E dos outros fala mal,
Quanto mais fala, mais desce
No conceito social.
Com a tal “imunidade”,
Chamada parlamentar,
Não há possibilidade
Desse país melhorar.
Que triste situaçãoo
Criou o politiqueiro,
Desarmou o cidadão
E armou o bandoleiro.
Contrariou-se a sentençaa latina:
Si vis pace, para bellum
(Se queres a paz, prepara-te para a guerra).
Mas vamos deixar de falar em guerra, para falar no amor,
Já que estamos no mês de maio, no mês das mães.
Vamos homenageá-las:
Fico triste, quase mudo,
Ao lembrar da mãe amada,
Pois com ela eu tinha tudo,
Sem ela, não tenho nada.
Na parede essa gravura
Da minha mãe tão querida
Lembra-me quanta amargura
Causou-me sua partida.
Por fim, eu queria dizer que:
Às vezes, um novo amigo
Nos causa a viva impressão
De que já é um antigo
Amigo do coração.
Nos conhecemos há tão pouco tempo
E nessa conta não cometo enganos,
Mas me parece que sem contratempos
Nos conhecemos há mais de mil anos.
Quando fores de Alagoas
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Trovas para Dr. Sérgio Pitaki

  • 1. Autor: José Reinaldo de Melo Paes – médico Fone: 082-3338-7692 Celular: 082-9321-0782 Maceió – Alagoas Dr. Sérgio Pitaki, Nero, antigo Imperador Romano, tinha como diversão ver os leões devorarem os cristãos. Certa vez, quando as feras famintas partiram para atacar um pobre coitado, eis que, num último esforço, o condenado conseguiu dizer alguma coisa. Os leões pararam, entreolharam-se, deram meia volta e foram embora. Nero ficou surpreso e curioso e mandou chamar o cristão. “O que foi que aconteceu? O que foi que você disse para os leões?” Tremendo de medo, o pobre homem respondeu: “Nada não, eu não disse nada”. Nero furioso, gritou: “Diga logo o que foi que você falou! Dependendo, eu posso até retirar sua pena de morte”. Aí, o coitado, gaguejando, respondeu: “Eu só disse assim para os leões: Tá bem! Podem me devorar, podem me comer, mas depois do banquete vai haver discurso!” Moral da história: Até os leões preferem passar fome a ter de ouvir discursos. Sabendo que o nosso ilustre visitante, Dr. Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki vem de tão longa viagem, que este poeta poupá-lo do discurso. Pensei então em fazer a saudação de improviso. Afinal, passei a vida fazendo repente. Mas me veio uma preocupação: É bem verdade que No reino da cantoria, O improviso leva crença, Mas basta um leve descuido E começa a desavença, O verso, às vezes, não sai Do jeito que a gente pensa. Outra coisa. Já não sou no repente como era antes: O que fiz não faço mais E o que já fiz é passado. Deixe o passado de lado, Deixe o passado atrás. Se um dia eu fui um ás Hoje sou derradeiro. O meu repente é certeiro, Mas me falta inspiração No circo da ilusão Dei adeus ao picadeiro.
  • 2. Assim Dr. Sérgio, posso lhe dizer Que já fiz muito repente, Hoje não faço mais não... Assim, Dr. Sérgio, seja paciente Que não lhe posso atender Olhe que situação a minha: Já não prometo que faço Aí eu pensei: E o que posso fazer para saudar tão ilustre visitante? Lembrei-me que ele é do Paraná, terra de trovadores e que eu tenho Uma plantaçãoo grande de trovas, todas de minha autoria. Não tive Dúvida: peguei um balaio e botei um bocado delas e trouxe para cá Para homenageá-lo. Pelo menos não haverá discurso. A trova não é discurso Onde se fala demais A trova usa um bom recurso: Quem diz pouco, diz bem mais. A trova como defino, É resumir ao dizer. Dizer tudo que imagino Ao pouco que se vai ler. É mesmo surpreendente O Resumo de uma trova. Em quatro linhas somente, Tudo diz e o mundo aprova. É bom lembrar que todo trovador é poeta, Mas nem todo poeta é trovador... Gostaria também de dizer que: A força da poesia Emana ao ser declamada. Todo poeta deveria Sabe-la bem decorada. Declamar um poema é libertar as rimas, as métricas e as emoções Que nele estavam contidas. É retirar do papel palavras que jaziam inertes... É dar vida à poesia. Mas vamos às trovas
  • 3. Comecemos pelas trovas brincantes, depois para a líricas e filosóficas: Desfeita toda esperança Do prazer inda alcançar, O velho gasta a poupançaa Para o viagra comprar. O homem que na mocidade Deixa escapar o prazer, Quando está com muita idade Quer, mas já não pode ter. Não se lê no evangelho, Mas tá na boca do povo: O cavado quando é velho, Só gosta de capim novo. Virgindade hoje é tão rara Que virou até leilão. Como é bôô, a “coisa” é cara, E o lance é mais de um milhão. O quarto guarda segredo Das nossas doces loucuras. Mas da cama tenho medo Que ela conte as travessuras. Mais gostoso era no quarto, Mas na sala mais prudente. No quarto, o risco do parto Era um risco iminente. Trova matuta: Qui coisa mais ingraçada Aconteci com a gente... Na cama, com minha amada, Nós geme sem tá duente! Vamos passar para as líricas e filosóficas: A virtude de fazer, Grande verdade contém: Só quem faz por merecer, Merece ter o que tem. Quem passa a vida no jogo E no jogo é azarado,
  • 4. Quer ver o mar pegar foco Pra comer o peixe assado. Aprendi em meu caminho Que a mais triste solidão É de quem está sozinho No meio da multidão. Sendo a vida a maior graça Que do bom Deus recebemos, Ergamos a nossa taça Enquanto vida nós temos. Sinto sempre uma tristeza Quando o fim da tarde vem. Acho que até a natureza Sente tristeza também. Eu sou muito devagar, A ninguém nego este fato. Quando piso num lugar Morre até um pé de mato. Se você quer ser feliz E na vida ter prazer, Ouça um provérbio que diz: Nunca faça alguém sofrer. A mentira escreve enredo Que se Lê à flor da pele. A alma não tem segredo Que o tempo não revele. Há uma imbecilidade Que me irrita nessa vida: É ver tanta vaidade Em glória não merecida. O tempo é impiedoso Em sua marcha fatal: Destrói o rosto formoso, Mudando-lhe o visual. Há coisas que não se entende E causa grande revolta: A polícia vai e prende, A justiça vai e solta. Não pense que sou otário
  • 5. Pra perdoar meliante: Se não houvesse usuário, Não haveria traficante. À vezes, quando se pensa Que tudo já terminou, Vem a sorte e recompensa E nos dá mais que levou. Quem muito fofova tece E dos outros fala mal, Quanto mais fala, mais desce No conceito social. Com a tal “imunidade”, Chamada parlamentar, Não há possibilidade Desse país melhorar. Que triste situaçãoo Criou o politiqueiro, Desarmou o cidadão E armou o bandoleiro. Contrariou-se a sentençaa latina: Si vis pace, para bellum (Se queres a paz, prepara-te para a guerra). Mas vamos deixar de falar em guerra, para falar no amor, Já que estamos no mês de maio, no mês das mães. Vamos homenageá-las: Fico triste, quase mudo, Ao lembrar da mãe amada, Pois com ela eu tinha tudo, Sem ela, não tenho nada. Na parede essa gravura Da minha mãe tão querida Lembra-me quanta amargura Causou-me sua partida. Por fim, eu queria dizer que: Às vezes, um novo amigo Nos causa a viva impressão De que já é um antigo Amigo do coração.
  • 6. Nos conhecemos há tão pouco tempo E nessa conta não cometo enganos, Mas me parece que sem contratempos Nos conhecemos há mais de mil anos. Quando fores de Alagoas De volta ao Paraná Digas a muitas pessoas As coisas boas de cá Na certeza que estaremos Te esperando aqui, Dr. Pitaki.