3. Distinção E-Learning vs. EaD
A EaD tem como conceito de "distância" a separação geográfica entre
docente e discente, o que poderá não ocorrer no e-Learning,
pois há contextos em que o espaço físico é partilhado por ambos.
EaD, ou ensino remoto, já existia muito antes do digital e do online, e.g.:
- em cursos por correspondência ou no formato telescola.
Atualmente, o e-Learning utiliza-se especialmente pela transmissão via
Internet, mas também como apoio ao ensino presencial e híbrido, e.g.:
- dentro da sala de uma escola ou centro de formação,
- em disciplinas como TIC/Informática;
ou difundido por intranet, e.g.:
- num centro de formação profissional, empresa ou instituição.
(Guri-Rosenblit et al, 2011)
4. E-Learning
…ou aprendizagem eletrónica, sendo a letra “E” de “eletrónica”, refere-se
aos meios tecnológicos do sistema de comunicação para providenciar a
aprendizagem, sendo muitas vezes confundido com EAD.
Vários autores propõem orientação do termo para a sua tecnologia,
considerando as diversas aplicações possíveis:
- Para o sistema de entrega,
considerando a forma como faz chegar o conhecimento;
- Para a forma de comunicação, na interação e diálogo estabelecido
com os aprendentes, e entre estes, num paradigma colaborativo;
- Para o seu paradigma educativo centrado no aluno, munido de
flexibilidade, interação e inclusão digital. (id.)
5. Educação Online
Privilegia, como o nome indica, o canal da Internet para a comunicação
educacional, que se pretende que seja bidirecional e multidirecional.
Permite o livre acesso pela Web a um número ilimitado de participantes,
sendo esta a variável mais diferenciadora em relação ao ensino
presencial ou ao híbrido, que têm de ter instalações físicas e tal implica
uma limitação de alunos.
Ao invés, na Web não há limite de usuários, assim haja capacidade
dos servidores e dos professores para o acompanhamento.
Permite outros moldes de cursos remotos,
como e.g. o caso dos MOOC*.
* Massive Open Online Course (Aires, 2016)
Fonte:
MNE
6. Educação Aberta
Ensina e faz a difusão aberta do conhecimento, tornando-o disponível
para o geral das pessoas, independentemente do seu contexto.
É um pilar fundamental da educação do presente século,
com o objetivo de ter um forte contributo na divulgação do conhecimento
científico para todos, difundindo conteúdos educativos de livre acesso.
Possibilita a milhares pelo mundo o acesso ao conhecimento, a partilha de
experiências de aprendizagem e o reconhecimento de competências,
obtendo diplomas tão válidos como nas instituições de ensino tradicionais.
É exponenciada pela Internet multidirecional,
que atualmente proporciona um verdadeiro
intercâmbio colaborativo entre estudantes,
professores e investigadores. (id.) https://youtu.be/ywT4SV-ZSFE
7. As três gerações de EaD
Modelo da comunidade de inquirição/investigação
1ª geração
Behaviorismo
Cognitivo.
Via postal. Envio de
livros/documentos
para estudo.
2ª geração
Construtivista - Via Web.
Docentes disponibilizam,
discentes respondem,
professores dão
feedback.
3ª geração
Conetivista – Via Web
e meios tecnológicos.
Partilha e edição conjunta.
Rede de
compartilhamento.
Presença de ensino
Aulas, diálogo, auxílio,
orientações dos
professores.
Presença social
Relação estabelecida
entre professores e
alunos, e entre alunos.
Estudo cooperativo e
colaborativo.
Presença cognitiva
Conhecimento construído
pelo contato com o(s)
meio(s), descobrindo,
explorando, dialogando,
investigando…
Quadros de elaboração própria
(Garrinson et al, 2009)
8. A primeira geração de EaD
Desenvolvida por meados do séc. XX, enquadrava-se no Behaviorismo
Cognitivo, com envio de material para estudo por correspondência/outros.
Os comportamentos do estudante eram justificados pela sua motivação,
consubstanciados nas atitudes positivas para ultrapassagem das barreiras
mentais e cognitivas, numa perspetiva bastante fisiológica e neurológica.
Este modelo pecava pela fraca presença social, tornando a aprendizagem
a distância numa experiência de liberdade, contudo bastante solitária.
A presença de ensino era essencialmente marcada pelos recursos
educativos físicos, geralmente livros, e pouca ou nenhuma presença pelo
professor, gerando reduzida eficácia da presença cognitiva.
(Anderson & Dron, 2012)
9. A segunda geração de EaD
Marcada pela perspetiva social e construtivista*, derivada de Jean Piaget,
em que existe um controlo da distância transacional na comunicação
entre docente e discentes, quer por meio síncrono como assíncrono.
* O conhecimento vai-se construindo como acréscimo ao aprendido
anteriormente, fruto da interação com o meio, desenvolvendo-se as
capacidades mentais, através de técnicas cognitivamente eficazes.
* Surge da criação do desafio e do conflito, que obrigam o aprendente a
uma tentativa de descoberta pela realização prática das tarefas,
para acomodar o novo conhecimento de forma a voltar ao equilíbrio.
Conflito Acomodação
Descoberta Equilibração
Quadro de elaboração própria
(id.)
10. A segunda geração de EaD
Este modelo construtivista privilegia a presença social,
numa forma tanto autónoma como grupal de descoberta.
Foi desenvolvido e difundido via Web2.0, onde a bidirecionalidade veio
permitir o contato pelo aluno e o retorno do professor.
A presença do professor funciona como orientador
que controla e medeia a distância transacional
conforme as caraterísticas dos aprendentes,
dos materiais e dos conteúdos.
Contudo, os aprendentes deverão trabalhar
em contexto similar ao real, avaliando-se
a sua capacidade de superação das tarefas. Jean Piaget
Fonte: Wikipédia
(id.)
11. A terceira geração do EaD
Tem um modelo conetivista baseado numa rede de compartilhamento de
conhecimento, intertextualidade e ligação global entre os aprendentes,
professores e investigadores, por via da rede multidirecional da Internet.
Permite a todos partilharem ou serem elaboradores, e não só recetores,
o que favorece a edição colaborativa e o trabalho ativo e em grupo.
Assenta numa forte presença cognitiva,
facultada pelos avançados meios didáticos tecnológicos online.
A presença social também é bastante forte, pois regularmente os
aprendentes comunicam, numa íntima relação de afetividade,
partilha e desafio, como similarmente visto nos jogos online e WhatsApp.
(id.)
12. A terceira geração do EaD
A presença do professor é de grande importância, manifestada no diálogo
que estabelece com os estudantes e na forma como desenvolve a
interação como parceiro e avaliador crítico, promovendo a aprendizagem
tanto dos discentes como do próprio docente.
Todavia, o conetivismo necessita da capacidade de autonomia, fluência
tecnológica e hábitos de aprendizagem por parte do estudante, pois as
usuais carências nestes domínios dificultam as fases iniciais do processo.
Concluindo, entre as maiores vantagens permitidas por estes
meios do ensino recorrendo a tecnologias e a distância, estão:
a maior qualidade didática e aprendizagem, assim como uma
maior flexibilidade, autonomia e criatividade do estudante.
(id.)
13. Obrigado
Referências bibliográficas
Aires, L. (2016). e-Learning, Educação Online e Educação Aberta: Contributos para uma
reflexão teórica. RIED. Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, 19 (1),
253-269. doi: http://dx.doi.org/10.5944/ried.19.1.14356
Anderson, T. & Dron, J. (2012). Três gerações de Pedagogia de Educação a Distância.
Revista Científica em Educação a Distância, (2) 119-134.
Dias, P. (2017, setembro, 18). O Modelo de Elearning e o Conceito de Universidade
Digital [Vídeo file]. YouTube. https://youtu.be/ywT4SV-ZSFE
Garrison, D. R.; Archer, W.; Anderson, T. (2003). A theory of critical inquiry in online
distance education. In: Moore, M; Anderson, G. (Ed.). Handbook of distance
education, 113-127. Erlbaum.
Guri-Rosenblit, S., & Gros, B. (2011). E-Learning: Confusing Terminology, Research
Gaps and Inherent Challenges. International Journal of E-Learning & Distance
Education / Revue Internationale Du ELearning Et La Formation à Distance, 25(1).
https://www.ijede.ca/index.php/jde/article/view/729