Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Educação aberta e EAD: evolução e gerações
1. Educação aberta e à Distância - 11010
LILIANA LEITÃO 1
UNIDADE CURRICULAR: EDUCAÇÃO ABERTA E À DISTÂNCIA
CÓDIGO: 11010
DOCENTE: Lina Morgado
NOME: Liliana Filipa Santos Leitão
N.º DE ESTUDANTE: 2103866
CURSO: Licenciatura em Educação
DATA DE ENTREGA: 13.04.2023
Figura 1- Unidade curricular
2. Educação aberta e à Distância - 11010
LILIANA LEITÃO 2
Trabalho a desenvolver:
1. Tendo como referência os três textos propostos para o tema 1, considere o
cenário que a seguir se apresenta. É técnico de educação num Centro de
Formação que pretende oferecer programas de ensino a distância. É-lhe
solicitado, pelo diretor do centro, que realize uma sessão de esclarecimento,
dirigida a potenciais clientes de formação, sobre os conceitos de e-learning,
educação a distância, educação aberta e das diferentes gerações que a
caracterizam ao longo da sua evolução.
1.1. Elabore um guião em texto que sistematize as principais ideias que vai
abordar [máximo 1000 palavras, excluindo a bibliografia]
A educação é o pilar das sociedades democráticas, é um direito fundamental, é através
da educação que nos desenvolvemos e preparamos para a vida e nos formamos como
seres humanos e cidadãos ativos numa sociedade. É através da educação que
evoluímos como pessoas e consequentemente, no conjunto, podemos contribuir para
melhorar as condições de um país e alcançar um mundo mais justo, sustentável,
inclusivo e equitativo.
A título pessoal a chegada desta aventura do EAD de me fornecer mais conhecimento,
vejo uma realidade completamente diferente da que julgava que iria encontrar, um
ensino centrado no aluno em que o professor é apenas e só moderador da construção
do conhecimento do mesmo. Segundo a pequena experiência que tenho desta
modalidade de ensino, e que já me senti imensa aprendizagem, há um facto que quero
ressalvar: o ensino à distância em nada se compara com o ensino presencial (ou dito
tradicional). Embora uma contemporaneidade nos demonstra que cada vez mais o
professor tem que dotar os alunos de responsabilidade para os próprios detentores da
construção do seu próprio conhecimento, é verdade que cada aluno tem que se
responsabilizar aquando desta experiência de Educação a Distância (EAD).
No entanto, ainda é uma realidade muito presente, estabelecimentos de ensino não
se encontram preparados para fazer acontecer o EAD, também eu não estava
preparada para estas mudanças, e julgo que os alunos de hoje também não, até haver
a situação do Covid 19, na medida em que as mudanças têm que ser rápidas e o
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LILIANA LEITÃO 3
aluno não está preparado para centrar a construção do seu conhecimento nele próprio,
assim como o professor também não está preparado para “largar” o aluno, e incentivar
o uso das ferramentas mais adequadas para a construção do conhecimento do aluno,
mas e então o que acontece aos alunos que não têm acesso a meios tecnológicos?!
Há alunos que não têm acesso a um computador, muito menos a uma rede de internet
disponível, como é que as instituições vão ultrapassar esta falta de equidade e
igualdade que nos dias de hoje tanto lutamos para que seja para todos.
Segundo o artigo de Anderson & Dron (2012), estes caracterizam a evolução da
educação a distância em três gerações que assentam no desenvolvimento
psicossocial e educativo da tecnologia existente para o efeito. Contudo, “a educação
a distância de alta qualidade explora as três gerações em função do conteúdo de
aprendizagem, do contexto e das expectativas de aprendizagem” (p. 119)
A 1ª geração do modelo pedagogia de educação a distância é o modelo cognitivo-
comportamental, experimentou-se num ambiente tecnológico pré-Web, através dos
mass media (televisão, rádio, imprensa, etc. A presença social é praticamente nula,
assim como a presença de ensino, onde o professor é ausente interagindo com o aluno
só para avaliação, sendo a aprendizagem considerada como um processo individual
orientado pelo aluno. Nesta modalidade de ensino a aprendizagem reflete-se nos
novos comportamentos, ou mudanças de comportamento que são adquiridas através
das respostas a estímulos, ou seja, centra-se “no indivíduo e na necessidade de
meditar comportamentos efetivos, e não atitudes ou capacidades.” (Anderson & Dron,
2012, p. 121).
A 2ª geração, do modelo pedagogia de educação a distância é o modelo socio
construtivista, este progrediu num ambiente tecnológico da Web 1.0, sendo a
comunicação de muitos-para-muitos, existindo uma forte interação social, é um
modelo que se enquadra com o ensino atual, centrando-se no aluno em que este
construiu o seu processo de aprendizagem utilizando as novas tecnologias, tendo uma
forte presença de ensino em que o professor exerce o papel de mediador do processo
de ensino/aprendizagem. Este modelo concentrado-se “na orientação e na avaliação
de tarefas autônomas realizadas em contextos realistas” (Anderson & Dron, 2012, p.
125).
Na 3ª geração, a pedagogia cognitivista da educação a distância a aprendizagem é
centrada na construção de redes de informação que são aplicadas à resolução de
problemas reais, em que professor e aluno colaboram na criação e recriação de
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LILIANA LEITÃO 4
conteúdos de estudo para serem usados por outros no futuro, sendo este conectivíssimo
“um produto de um mundo em rede, Web 2.0” (Anderson & Dron, 2012, p. 129). A
evolução tecnológica e a pedagogia da educação a distância andam de mãos dadas,
uma apresenta os novos ambientes virtuais (ferramentas) e a outra o processo de
ensino desenhado com base nesses ambientes, de modo a garantir a viabilidade,
eficácia de uma educação de qualidade e a sua continuidade, não esquecendo os três
principais atores, o professor, o aluno e os conteúdos.
Na expressão “ensino a distância” a ênfase é dada ao papel do professor (como
alguém que ensina a distância). É vista como uma expressão redutora pois concentra a
atenção no professor quando a distância torna relevante o papel do aluno, ou seja, da
aprendizagem. O ensino a distância oferece ao professor um novo desafio: o seu
método de ensino deve ir ao encontro das necessidades e expectativas dos vários
participantes.
O conceito de Ensino aberto refere-se a constrangimentos mínimos no acesso, ritmo e
métodos de estudo. É usado, frequentemente, para encorajar as instituições tradicionais
a minimizar barreiras entre elas e os potenciais aprendentes.
Em Educação a Distância as tecnologias são dispositivos essenciais para permitir a
transferência de informação ou possibilitar a comunicação entre indivíduos. As
tecnologias usadas em EAD podem ser classificadas de acordo com o tipo de interação
que permitem.
Tecnologias de comunicação unidireccional (one way) - permitem a
interação apenas num sentido. São exemplos emissões televisivas, textos e
materiais impressos, programas de rádio, programas por cabo, áudio e vídeo
cassetes.
Tecnologias de comunicação bidireccional (two way) – permitem a interação
nos dois sentidos, emissor e recetor podem trocar de lugar durante a
comunicação. Estas podem ainda ser divididas em síncronas (comunicação em
tempo real) e assíncronas (comunicação em tempo diferido).
Ex de síncronas: áudio teleconferência, vídeo teleconferência, televisão
interativa, chat através do computador.
Ex de assíncronas – email, fórum, listas de emails (bulletin board).
De acordo com Morgado, L & Costa, A (2018), “o desenvolvimento exponencial das
tecnologias e, consequentemente, da educação a distância e do elearning, bem como
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LILIANA LEITÃO 5
os novos públicos que têm acesso a este nível de ensino, colocam desafios geradores
de inseguranças, de incertezas e de resistências em docentes e estudantes que se
cruzam com expetativas, entusiasmo e desejo de inovação… A implementação das
tecnologias deve demonstrar ser um valor acrescentado inequívoco e não apenas por
serem «inovadoras» ou por «estarem na moda»… Neste momento, pelo menos duas
tendências internacionais da educação a distância e elearning merecem destaque, a
saber, a emergência e a consolidação de processos de aprendizagem colaborativa em
rede e a disseminação do uso de modelos mistos, b-learning, nas instituições
tradicionais de ensino superior (HASAN, LAASER, 2010).”
1.3. Imagine que estamos a fazer um festival de vídeos que documentem uma ou
mais gerações de ensino a distância. Pesquise na internet, um vídeo ilustrativo.
Indique o link e justifique porque as razões da sua escolha.
https://sites.uab.pt/sempreligados/ser-estudante-online/
Relativamente ao vídeo “Ser estudante online” é apresentado o Modelo Pedagógico
Virtual da UAB, que utiliza uma metodologia de ensino e aprendizagem totalmente
virtual (assíncrono), valorizando a integração social, principalmente, dos indivíduos
que por questões celebram se veem impedidos de ingressarem no ensino presencial
superior. Concluindo, as várias gerações da pedagogia de ensino a distância, mostra-
nos que é possível a integração dos indivíduos no sistema de ensino, tendo em
atenção os contextos, os conteúdos e as expetativas de aprendizagem, promovendo
a igualdade de oportunidades, combatendo a exclusão social, embora, haja ainda um
longo caminho a fazer, por ainda existem muitas realidades que não têm a
possibilidade de usufruírem desta integração. Apresenta uma aprendizagem centrada
no aluno, a sua autonomia, o seu processo de construção do conhecimento, a sua
flexibilidade e a inclusão digital, este modelo conectivista permite suprimir distâncias,
sendo possível gerir melhor o tempo, assim como, nos conectamos com outros
colegas, segundo o lema da UAB “Em qualquer lugar do mundo” (Ead Uaberta, sd).
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Bibliografia:
Anderson, T., Dron, J., & Mattar, J. (2012). Três gerações de pedagogia de Educação a
Distância. EAD em Foco, 2(1).
Morgado, L. (2003).Os novos desafios do tutor a distância: o regresso ao paradigma da
sala de aula", Revista Discursos, Série Perspetivas em Educação, nº1, pp. 77-90,
Lisboa, Universidade Aberta.
Morgado, L. (2001). O papel do professor em contextos online: problemas e
virtualidades, Discursos, III Série, nº especial, pp. 125-138, Universidade Aberta.
Pereira, A., Mendes, A., Morgado, L., Amante, L. e Bidarra, J. (2007). Modelo
Pedagógico Virtual® da Universidade Aberta, Lisboa: Universidade Aberta. [e-book]
Carolei, P., Morgado, L. (2022). A Contribuição das abordagens do Design Educacional
para a pesquisa-formação de professores, Morgado, L., Aires, M.L., Seabra, F., Paz, J.
Rocha, A. (2022). Formação Avançada integrada no LE@D 2021-2022, pp. 29-35,
LE@D, Universidade Aberta, https://doi.org/10.34627/leadf.2022.5
https://library.educause.edu/resources/2022/4/2022-educause-horizon-
report-teaching-and-learning-edition