O documento discute curadoria e produção de eventos culturais. Apresenta a trajetória profissional de Nélida Capela na área e define curadoria como o processo de organizar, cuidar e montar exposições ou eventos culturais. Também aborda etapas como seleção de tema, convidados e patrocinadores; planejamento; produção do evento; e desdobramentos pós-evento.
2. Começando pelo começo – Postura e
Imagem
Meu nome é Nélida Capela, sou graduada em Letras com
mestrado em Teoria Literária pela PUC-Rio de Janeiro.
Atualmente, sou curadora em acervo de livros e eventos culturais,
trabalhando também como compradora para livraria. Elaboro
cursos, tanto conceitualmente como na parte executiva e vendas.
Trabalhei em livrarias como a Timbre (Gávea) e Livraria das Marés
(Paraty). Há quase 05 anos estou na Blooks Livraria. Trabalhei
também em coordenação de eventos na ARepsold, FAGGA, GL
Events em projetos como Bienal do Livro, Feira de Frankfurt, FLIP.
Fui assistente editorial na Biblioteca Nacional, monitora em
atividades culturais no Departamento de Letras da PUC-Rio. Estou
me associando à Revista Philos como integrante do Conselho
Editorial. Tenho participado de eventos em falas sobre formas
insurgentes nas Artes e sobre eventos culturais e seu impacto
econômico em livraria.
3. Curadoria
Etimologicamente, a palavra curadoria tem origem do latim
"curator", que quer dizer "aquele que administra", "aquele que
tem cuidado e apreço".
O conceito de curadoria abrange um extenso campo de
atividades, desde o artístico-cultural até as perspectivas
jurídicas e comerciais.
Na arte e cultura, a curadoria pode ser exercida por um curador
ou grupo de curadores com a finalidade de debater, organizar e
realizar eventos, ações, promoções ou demais situações que
necessitam ser planejadas.
4. Curadoria de Arte
Fazer curadoria de arte é o processo de organização, cuidado e
montagem de uma exposição artística, formada por um conjunto
de obras de um ou de vários artistas, a partir da seleção prévia
feita pelo curador.
Atualmente, o papel do curador de arte vai além do da
organização, sendo também responsável pela intermediação entre
a o artista, a crítica artística e o mercado consumidor da arte. O
trabalho de um curador atinge não apenas os "bens materiais" do
mercado da arte, mas também possui um importante
compromisso educacional na sociedade, agindo como um
mediador cultural entre a arte e a população que visita às
exposições. Esta ação também é conhecida por "curadoria
educativa".
5. A curadoria é um processo vivo, contínuo. Não se nasce curador, pode-se
adquirir gostos, mas é necessário estar disposto a ver, viver, experimentar,
desafiar, conectar pessoas, viajar, ficar sozinho, estudar, ler, ouvir, dialogar,
conversar.
Apesar de parecer simples, a curadoria exige empenho de quem a realiza.
A curadoria dá visibilidade à novas realidades, novas culturas.
Nunca esqueça de procurar saber quem é o seu público e o que interessa a
ele.
6. Seleção do tema,
seleção dos
convidados para
exposição e falas.
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Seleção de
patrocinadores,
apoiadores,
parceiros.
Planejamento
estratégico para
tornar a ideia
viável.
Planejamento
estratégico de
comunicação para
divulgação do evento e
comunicação com
público.
Do início ao fim,
comunicação
direta com
convidados
envolvidos.
Elaboração de
produto final da
curadoria:
publicações
digitais,
impressas,
certificados.
Curadoria no evento
Alinhamento
com produção
executiva do
evento
Desdobramentos
conteudísticos,
culturais e
econômicos
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7. Produção do Evento – A concretude de
uma curadoria.
Tudo aquilo que você pensou na curadoria, está na hora de
realizar.
Entre pensar em fazer e realizar, tem um chão vasto...
Perguntas básicas:
• Para quem se destina o evento
• É gratuito ou com fins lucrativos
• O local é adequado para realização, possui condições técnicas –
espaço para acomodar o público, os convidados, tem sonorização,
sistema para projeção, gravação
• Enviou comunicação aos convidados da sua programação,
sinalizou as condições de participação
• Preparou a comunicação do evento: artes para divulgação,
release, arte de banner, flyer, entre outros
8. Perguntas básicas:
• Pesquisou ferramentas para auxiliar na divulgação: aplicativos,
redes sociais, formas de streaming para quem não pôde estar
presente
• Buscou parcerias para patrocínios e apoios
• Pensou nos trâmites pós-evento: relatórios, prestação de contas,
carta de agradecimento aos participantes, certificados e
declarações para o público
• Fez a planilha de custos, colocou tudo no papel
9. Produção de evento é cuidar da/do
• Organização começo, meio e fim
• Imagem de todos os envolvidos
• Disposição para realizar e sobrepujar as dificuldades
• Rede de Contatos
• Captação de Recursos
• Atualidade Informacional
• Administração de ferramentas de gestão e comunicação
• Respeitar as pluralidades dos convidados e público
• Protocolo
• Financeiro – se não houver dinheiro envolvido, cuidar das
parcerias e envolvimentos que valem tanto quanto
• Financeiro – se for evento com fins lucrativos, pensar em toda
as partes e realizar pagamentos de forma justa
• Financeiro – quem realiza também merece remuneração e deve
estar na planilha de orçamento do mesmo
10. O que dá certo na produção?
• Conhecer o público-alvo
• Convidar palestrantes que tenham alinhamento
• Convidar palestrantes que tenham uma rede ativa
• Combinar e cumprir o prometido
• Deixas as regras estabelecidas desde o começo do evento com
todos os envolvidos
• Responsabilizar-se pelas providências necessárias
• Dividir tarefas e cobrar prazos da equipe
• Observar as dinâmicas do momento
• Procurar fornecedores pontuais
11. O que não dá certo na produção?
Este quadro é um exercício!
Pensem nos eventos que realizaram ou participaram
como convidado ou público.
O que fariam de diferente?
12. Trouxe alguns pontos que trabalho no dia-a-
dia. Cada área de evento terá a sua
singularidade, mas o essencial é fazer bem
feito, não deixar pontas soltas e ter respeito
por todos os envolvidos. Não negligenciar a
parte financeira, pois é importante, é o seu
trabalho!
13. DUARTE, Luisa. Arte, Censura e Liberdade. Rio de Janeiro: Cobogó,
2018.
OBRIST, Hans Ulrich. Caminhos da curadoria. Rio de Janeiro: Cobogó,
2014.
RAMOS, Alexandre Dias (org.). Sobre o ofício do curador. Porto
Alegre: Zouk, 2010.
RIBEIRO, António Pinto. “Podemos descolonizar os museus?” in:
Geografias da memórias: configurações pós-coloniais. Porto: Edições
Afrontamento, 2016.
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