O documento discute a história da África antiga e medieval, resumindo: 1) A África foi formada por diversas sociedades, línguas e etnias ao longo da história, com reinos e impérios como Gana e Mali; 2) Esses reinos desenvolveram formas políticas, econômicas e sociais complexas, mas também praticavam a escravidão; 3) A chegada de europeus a partir do século 15 trouxe novos desafios com o comércio de escravos e mudanças nas rotas comerc
2. África: uma
invenção
europeia
O problema da colonização do saber
O problema da homogeneidade
O problema da representação
- Violência; Atraso; Selva; Seca; Fome; Animais
Atualmente a África é formada por 54
países e nove territórios independentes e
abriga mais de duas mil
línguas e etnias.
Diversidade
étnica da
África
3. Principais
organizações
políticas da
África antiga
Introdução à História
da África
Berço da humanidade
Relação com a identidade brasileira
Estudos começaram após a Segunda Guerra
- Processo de independência e descolonização
Continente formado a 500 milhões de anos
• Costa com raras entradas a portos naturais
• Rios parcialmente navegáveis (cataratas e corredeiras)
• Dois desertos imensos
• Florestas tropicais
• Dificuldade de encontro por terra entre regiões
Exceções:
• Regiões litorâneas ao Mediterrâneo e Mar
Vermelho
- Contato com outros continentes e povos
4. DIVERSIDADES AFRICANAS
Políticas
Confederações com
povos de mesma língua
Pequenas aldeias com
chefes locais
Grupos nômades de
caçadores coletores
Grupos de pescadores
sedentários
Reinos com poder
centralizado e sucessão
dinástica
Impérios que subjugava
reinos vizinhos
Povos do deserto
Dinâmicas sociais
Poder exercido quase
sempre pelos homens,
mas havia lideranças
femininas
Organizações sociais
hierarquizadas
- Divididas por clãs
- Ancestral em comum: real ou
mítico
Poligamia
Tradição oral
Sociedades, populações
e histórias diversificadas
e complexas
Figura em terracota de um cavaleiro do Mali; entre
os séculos XIII e XV d. C.
5. EM TORNO DO SAARA
Saara: maior deserto do mundo; formado por volta
de 1000 a.C.
o Registros sobre designação da parte ao sul do
Saara são de origens muçulmana ou cristã
o A partir do séc. 7, árabes islâmicos conquistaram
região do Sahel (margem do deserto)
o Do séc. 15 em diante, cristãos europeus deixaram
relatos sobre costa atlântica
o Bilad al-Sudan – “Terra dos Negros”
Sudão: nome usado inicialmente por ocidentais
África Ocidental: geografia atual
6. REINOS E IMPÉRIOS AFRICANOS
Reino de Gana
• Entre rios Níger e rio Senegal
• Constituiu Estado centralizado a partir
do século IV
• Fundadores: soninqueses
• Organização militar para defender-se
dos berberes (povos do deserto) que
saqueavam aldeias
• “Gana” (senhor da guerra): nome dado
ao reino, à sede e ao rei
• Reino do Ouro: controle do comércio
de ouro na região
Os grandes impérios
Localização: Sudão ocidental
Exemplos: Gana e Mali
• Enriquecido, conquistou cidades, populações, aldeias e reinos
próximos: imposição de pagamento de impostos
• Apogeu entre séculos IX e X: controle de entrepostos de caravanas
que atravessavam deserto
• Guerras feitas por Gana geraram um produto valioso: escravizados
7. ALMORÁVIDAS: O IMPÉRIO DAS DUAS MARGENS
A tomada de Gana
• Em 1077, outros seguidores do Islã e grupos
contrários ao poderia ganês se juntaram aos
Almorávidas, invadiram e saquearam a capital Gana
• Problemas internos fragilizaram o poder dos
almorávidas
• Gana recuperou sua autonomia, mas não conseguiu
se reerguer
• Insegurança na região fez comerciantes do Saara
mudarem rota para outras cidades, como Tombucto,
Gao e Jena
• Fragilidade de Gana abriu caminho para disputa pelo
controle do comércio de ouro
• Outro reino se expandiu: Mali
Expansão
Muçulmana no
norte da África
Almorávidas (al-morabitin):
povos berberes
convertidos ao Islã no
séc. X
Ocupação do
Magreb e da
Península Ibérica
Máscara de marfim do século XVI,
Corte de Benin
8. Império do Mali
• Inicialmente povos caçadores e agricultores de terras comunais,
região aurífera
• “Simbon” (mestre-caçador): primeiros líderes políticos, detinham
monopólio de pepitas de ouro
• Expansão ligada à islamização e rotas do Saara
• Enorme diversidade cultural: tolerância cultural e religiosa
REINOS E IMPÉRIOS AFRICANOS
Novos caminhos: preço do sucesso
• Século XV: problemas para manter dominação a leste
• Novas rotas comerciais ligando a Trípoli: cidades como Gao viraram
centros comerciais (população songai)
• Perda de poder econômico e lutas internas devido ausência de regra de
sucessão real
• Decadência: conquistado pelos Songai (soberanos ficaram conhecidos
por sua violência e foram derrotados, no século XVI, por povos
islâmicos do Marrocos)
• Chegada de portugueses e o comércio de ouro, marfim e escravizados
10. CURIOSIDADES
Mansu Musa, o imperador de Mali
no século XVI, foi o homem mais
rico da história
• Sua fortuna hoje valeria o equivalente a
US$ 400 bilhões de dólares na ocasião de
sua morte, em 1331
• Nascido em 1280, Musa, que ganhou o título de
Mansu, que significava rei dos reis, foi o rei do
Império Mali por 25 anos.
• Musa foi um devoto muçulmano que ajudou a difundir a fé
islâmica pela África e fez do Mali uma potência.
• Ele investiu fortemente na construção de mesquitas e escolas e
fez da capital de seu império, Timbuktu, um centro de
comércio, saber e peregrinação religiosa.
• O império de Musa respondeu pela produção de mais de a
metade do suprimento mundial de ouro e sal, de onde o
governante tirou boa parte de sua vultosa fortuna.
• Muitos comerciantes vindos da Europa foram a Timbuktu,
atraídos pelo ouro e pelas oportunidades de negócios
oferecidos pela capital do império malinense.
Informações do site: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/10/121016_homem_rico_bg
11. Hauçás
• Entre rio Níger e lago Chade: rotas
transaarianas
• Variados grupos étnicos e culturais
• Cidades eram fortalezas para evitar saques
• Camponeses ao redor das cidades trocavam
alimentos por proteção
• Chefes militares se tornaram soberanos
• Cidades se tornaram também pontos de
trocas comerciais: tecidos, calçados, artigos
de metal (tecidos hauçás eram valorizados)
REINOS DO SUDÃO DO SUL
Até século XVI, populações do Sudão central não
constituíam impérios
- Ficavam sob domínio de reinos do norte; ou
- Organizavam-se em cidades-Estado autônomas
• Região islamizada e escrita árabe disseminada por
influência do Mali
• Guerra: prática comum (ingresso no comércio de
escravizados no séc. 15)
12. REINOS DO SUDÃO DO SUL
Iorubás
Atuais territórios da Nigéria, Benin e Togo
Povos de língua iorubá: sociedades independentes com traços culturais comuns
Olodumaré: antepassado em comum – tradição oral
Descendentes fundaram reinos: Benin, Ile Ifé, Oyo, etc.
Desenvolvimento artístico: bronze, terracota, marfim, ferro e madeira (peças e
tambores utilizados em rituais religiosos e muito valorizados em outras regiões)
Força econômica: comércio – contas, tecidos, cobres e escravizados
Estátua de bronze do Benin, reino iorubá
Ilé Ifé
• Centro espiritual
• Governada por oni (grande sacerdote), que era
escolhido por conselho de Estado e governava
por tempo determinado
• Conselho era responsável pela conservação de
costumes e segurança (famílias importantes)
Benin
• Governado por obá: monarca
com poderes absolutos, mas
fiscalizado por conselho
• Obá era maior sacerdote e
comandava ritos que incluíam
sacrifícios de escravizados
13. Região de floresta tropical e equatorial
Povos de língua banto
Agricultura e pastoreio
REINOS DA ÁFRICA CENTRO-OCIDENTAL
Reino do Congo
• Formada no séc. XIV – idioma bacongo
• “Manicongo” (senhor do Congo): título do rei
• Capital Mbanza-Congo: 100 mil hab./Séc. XV
• Sociedade fortemente militarizada
Exército de homens a pé, flechas envenenadas (28
flechas sucessivas)
comunicação por trompas de marfim e tambores
• Religião animista, culto aos ancestrais
- Dois mundos: negros (vivos) e brancos (mortos)
• Uso cotidiano da escravidão
- Incorporados à família do senhor com status inferior
- Sem divisão sexual de tarefas
Da região que hoje é Congo, Zaire e Angola saiu maior parte de
escravizados enviados às Américas (exceto Bahia, cuja maioria
veio dos hauçás e iorubás)
14. ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA E RELAÇÕES COM OUTROS POVOS
Presença em praticamente todas as sociedades africanas
Escravidão de linhagem
Pequenas sociedades agrícolas e pastoris
Escravidão de dependência pessoal
Inicialmente servo de um determinado chefe
Fonte de escravidão
Dívida, punição por crime, prisão de guerra, venda de
parentes (raridade)
Trabalho de escravizados
Agricultura, pastoreio, mineração, esfera doméstica,
construção, guerra e burocracia
Muçulmanos e a escravidão
Corão não permite escravizar
pessoa de mesma religião
Tinham predileção por
mulheres: serviam como
concubinas
Escravos mais caros: eunucos
– cuidavam dos haréns
Europeus e a escravidão
Estabelecimento do
capitalismo
Trabalho compulsório
Escravo visto como “coisa”
Escravizados identificados como moçambiques,
nome no porto onde embarcaram; tatuagens são
referências a suas etnias
15. Bibliografia consultada
MUDIMBE, Y. V. A invenção de África: gnose, filosofia e ordem do
conhecimento. Luanda: Mulemba, 2013.
SILVA, A. da Costa e. África explicada a meus filhos. Rio de Janeiro:
Agir, 2018.
SOUZA, M. de M. e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006.
VAINFAS, R. et. al. História 1. Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2016.
Slides produzidos por:
Munís Pedro Alves
Mestre em história (UFU)
Prof. do Instituto Federal do Triângulo Mineiro
Contato
E-mail: munhoz.munis@gmail.com
Site: www.youtube.com/diacronico