O documento discute treino de aptidões sociais para aumentar a autoafirmação. Aborda teorias sobre comportamento não afirmativo, componentes verbais e não verbais do comportamento autoafirmativo e técnicas de treino como modelagem e prática comportamental. Também fornece exercícios para treinar aptidões sociais em jovens e aborda a distinção entre comportamentos agressivo, passivo e assertivo.
2. TREINO DE APTIDÕES SOCIAIS
Objectivo:
aumentar as competências do sujeito para lidar com situações sociais
e diminuir a sua ansiedade ou desconforto nestas
Teorias acerca da etiologia e manutenção do comportamento não afirmativo:
1) Modelo de inibição de resposta
sujeito tem aptidões, mas são inibidas (crenças inadequadas)
2) Modelo da discriminação deficiente
sujeito tem aptidões, mas não as sabe usar (inadequação do comportamento)
3) Modelo de défice de aptidão
sujeito não tem aptidões necessárias
3. Componentes não-verbais do comportamento auto-afirmativo:
. contacto visual
. expressão facial
. postura e gestos corporais
. tom de voz
. timing
Componentes verbais do comportamento auto-afirmativo:
. conteúdo da mensagem
. iniciar conversas
. dar e receber elogios ou cumprimentos
. fazer críticas
. receber críticas
. recusar pedidos indesejados
. resistir às "tentações"
. relacionamentos próximos
4. . Processos para o treino auto-afirmativo:
. modelamento
. prática comportamental no gabinete
. feedback do terapeuta e reforço das respostas
. auto-avaliação e auto-reforço
. auto-instruções
. prática comportamental ao vivo
. Técnicas de auto-afirmação específicas:
. técnica do "disco riscado"
. técnica do "nevoeiro"
. técnica da mensagem na primeira pessoa
. técnica do "ouvir activamente"
. técnica de "inquirir e empatia"
. técnica de resolução de conflitos
5. (Exercício de dificuldades e facilidades no relacionamento interpessoal)
MELHORAR O PROCESSO DE COMUNICACÃO INTERPESSOAL
(Fachada, 1998)
6. CINCO PASSOS PARA TORNAR ALGUÉM MAIS AUTO-AFIRMATIVO (Serra, 1999):
1. Identificar as situações em que o sujeito sente maior dificuldade
2. Estabelecer hierarquia de situações mais ou menos difíceis para sujeito
3. Explicar ao sujeito processo de desenvolvimento das competências
sociais
4. Treinar os comportamentos adequados em gabinete
5. Praticar em situações reais, das mais fáceis às mais difíceis.
7. EXERCÍCIOS PARA TREINO DE APTIDÕES SOCIAIS EM JOVENS:
. Expressão facial
. Aparência física
. Voz
. Cumprimentar
. Dar e receber elogios
. Convencer alguém
. Exprimir desacordo
. Defender direitos
29. O conflito
Tradicionalmente os conflitos eram tidos como um mal a
evitar. A inexistência de conflitos nos grupos e nas
organizações era tida como sinal de competência do
líder. Havia uma atitude espontânea que consistia em
querer suprimir todas as tensões.
Na visão actual de conflito é reconhecida a utilidade de
um certo grau de conflito para a evolução e vitalidade
das organizações e dos grupos, e, de um modo geral,
para a qualidade das relações humanas. A questão
não consiste pois em acabar com os conflitos, mas
sim utilizá-los para o bem de todos.
30. Atitudes perante o conflito
Evitar: evitamos frequentemente tudo o que nos parece
potencialmente conflituoso, na esperança de nos
mantermos protegidos e na expectativa de que a situação
se venha a alterar.
- Exemplo: dizer uma piada quando o assunto não interessa.
Desactivar o conflito: consiste em encontrar pequenos pontos
de acordo nos aspectos menores de conflito, fugindo assim
aos problemas de fundo. Procedendo assim, temos
esperança de estar a ganhar tempo e poder suspender o
conflito até que as coisas se acalmem.
- Exemplo: estratégia frequentemente usada pelos políticos.
31. Atitudes perante o conflito
Enfrentar o conflito: quando decidimos enfrentar o
conflito, podemos fazê-lo utilizando três
estratégias diferentes, que conduzem a
resultados distintos e mais ou menos eficazes:
• ganhar-perder
• perder-perder
• ganhar-ganhar
32. Ganhar - Perder
Esta é, infelizmente, a estratégia mais corrente na
resolução de um conflito, sendo negativa porque implica
que haja sempre alguém que perca. As pessoas envolvidas
no conflito não comunicam aberta e directamente. Geram-
se sentimentos de vingança e ressentimentos e nunca se
chega a uma situação criativa do problema.
Este procedimento assenta fundamentalmente na autoridade
que uma das partes, a mais forte, exerce sobre a outra,
para eliminar o conflito, sobrepondo-se.
Mobiliza frequentemente “ataques pessoais”, gerando
sentimentos hostis, de revolta e vingança. Cada uma das
partes investe a sua energia contra a outra, e não na
procura de uma solução satisfatória para ambas.
33. Perder - Perder
Esta estratégia não satisfaz, obviamente,
nenhuma das partes envolvidas no conflito, pois
ninguém ganha, apenas se evitando que o outro
consiga ganhar.
Esta estratégia implica que as partes envolventes
estejam mais empenhadas a impedir que a outra
parte ganhe do que, propriamente, que se
encontre uma situação para o conflito. O
argumento utilizado é “eu não ganho, mas o
outro também não”.
34. Ganhar – Ganhar
Esta é a estratégia mais eficaz de resolução do
conflito. Ambas as partes encontram-se
dispostas a dialogar, a confrontar pontos de
vista, a apresentar alternativas e a negociar
soluções
Não sendo um processo fácil, dado que implica
um maior investimento de tempo, uma maior
atenção em relação ao outro e cedências de
parte a parte, é contudo aquele que permite
criar um clima de compreensão, confiança e
respeito mútuo entre os sujeitos envolvidos no
conflito.
35. Habilidades a desenvolver na
resolução de um conflito:
Diagnosticar a natureza do problema, ou seja, identificar
a que nível se situa o nosso desacordo com o outro;
Escutar atentamente a(s) outra(s) parte(s) envolvida
(s);
Traduzir o problema em termos simples e objectivos com
vista a encontrar uma formulação comum para o
problema, os intervenientes devem expressar de
forma simples e objectiva o modo como avaliam o
problema;
36. Habilidades a desenvolver na
resolução de um conflito
Apresentar alternativas apontando claramente os seus
argumentos;
Analisar e discutir as várias soluções apresentadas, de modo a
escolher a mais indicada
- Nesta fase todas as soluções devem ser ponderadas.
Os intervenientes devem envolver-se conjuntamente no sentido de
explorar, quer as implicações positivas, quer as dificuldades para
cada uma das soluções. Todas as dúvidas que surjam devem ser
expostas e clarificadas. As soluções devem surgir em benefício de
todos.